Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



sábado, 3 de julho de 2010

Tarado da ICAR não "perdoou" nem o filho

sábado, 3 de julho de 2010

Gonzalez fala do abuso que sofreu de seu pai, o padre Maciel

Forte e alto (1,82m), o mexicano Raul Gonzalez, 30, se comoveu quanto contou a jornalista sobre os anos em que, na adolescência, sofreu abusos sexuais do seu pai, o padre Marcial Maciel (1920-2008).

Sua mãe é Blanca Gutierrez Lara, que foi uma das amantes do padre. Quando Gonzalez nasceu, ela tinha 22 anos, e o seu pai, 60. Em 1991, nasceu o seu irmão Christian.

Em sua infância, Gonzalez via o pai uma vez a cada quatro meses. Ele sempre ficava em hotel. Blanca dizia que “o senhor Raul”, o pai, era agente da CIA, o que explicava estar sempre em viagem. Mas o ausente era generoso nas remessas de dinheiro a Blanca.

O jovem Gonzalez com João Paulo 2
Aos nove anos, Gonzalez viajou a Roma para se encontrar com o “senhor Raul”, a pedido deste. Foi quando os abusos começaram.

Gonzalez chorou quando lembrou o que lhe ocorreu em um quarto de hotel em Londres, após o pai lhe ter mostrado algumas revistas de pornografia pesada. “Nos feriados, um abuso se convertia em outro abuso.”

Aos 17 anos, ou seja, em 1997, Gonzalez soube que o “senhor Raul” era na verdade o poderoso Marcial Maciel, fundador da ordem ultraconservadora Legionários de Cristo. A revista mexicana Contenido tinha estampado a foto do padre em uma reportagem que fazia referência a sua agitada vida sexual.

O “senhor Raul” disse para o filho que era tudo mentira e lhe enviou US$ 2.000 para que comprasse das bancas todos os exemplares da revista.

“Nós [Gonzalez e sua mãe] ficamos chocados. Foi quando soubemos que a Legionários de Cristo era uma congregação poderosa. Não fizemos escândalo porque temíamos que eles [da Legionários] sumissem com a gente.”

Ele contou que foi levado pelo pai a uma pequena capela no Vaticano para conhecer João Paulo 2. O próprio Maciel teria fotografado os dois juntos [reprodução acima]. O papa rezava uma missa, e Gonzalez não se lembra se recebeu comunhão. De uma coisa, tem certeza: “Eu beijei o anel [do papa]”

Maciel então já tinha prestígio com JP2, que viria a escrever que o fundador da Legionários de Cristo era um exemplo a ser seguido por todos os padres.

Contou que depois ficou sabendo que seu pai dizia aos seminaristas ter autorização do papa para que ele fosse masturbado e ter sexo com penetração para livra-lo de dores terríveis, ora no abdômen, ora nas pernas.

Lembrou também das recomendações que seu pai lhe dava quando era pequeno: "Seja um bom menino, seja honesto, não minta e, não deixe de ir à missa".

Ainda revelou que em Roma conheceu seu meio-irmão Omar, três anos mais velho e também vítima de abusos, até com mais frequência do que ele. Foi ainda apresentado a sua meia-irmã Normita, de um pouco mais de um ano de idade. Sua mãe é Norma Hilda Baños, a quem ele chamava de 'tia'.

Reverenciado na ordem como “Nuestro Padre” (Nosso Pai), Maciel era viciado em cocaína. Além de estuprar seus filhos, coroinhas e seminaristas, dava golpe do baú em viúvas milionárias, abastecendo os cofres da ordem. Apesar disso, ele foi afastado pelo Vaticano da direção da Legionários alguns anos antes de sua morte, quando já estava doente.

Uma as vítimas mais velhas do padre é Juan Vaca, hoje com 73 anos. Em 1947, aos dez anos, entrou na Legionários e aos 12 começou a sofrer abusos. Em 1976, deixou a ordem e enviou uma carta de 12 páginas ao Vaticano revelando que tipo de padre Maciel era e citou, além dele, outras vítimas de violência sexual.

O Vaticano preferiu acreditar nas alegações de Maciel segundo as quais o ex-legionário era um caluniador. A ordem já remetia à Santa Fé significativas contribuições em dinheiro.

Hoje, a ordem encontra-se sob intervenção do Vaticano, e até o fim do ano o papa deverá nomear uma comissão para substituir a atual diretoria. Intervenção que ocorre, portanto, com atraso de pelo menos 34 anos.

Gonzalez e outros filhos de Maciel reivindicam milionárias indenizações, e agora a direção da Legionários já não tem como sustentar que eles são difamadores do “Nuestro Padre”

Com informação do National Catholic Reporter, de texto de Jason Berry, autor e produtor de "Votos de Silêncio", filme-documentário sobre o padre Marcial Maciel.

Fonte: Blog do Paulo Roberto Lopes

Nenhum comentário: