MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
A Comissão de Ética Pública da Presidência recebeu a representação do
PSDB e decidiu nesta segunda-feira (16) abrir procedimento preliminar
para apurar a conduta da ministra Ideli Salvatti (Relações
Institucionais) na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca.
A comissão ainda vai decidir se vai abrir procedimento ético contra ela.
A ministra controlou a Pesca durante cinco meses no ano passado. A
comissão escolheu o conselheiro Américo Lacombe como relator. Ele vai
analisar a defesa que já foi apresentada antecipadamente por Ideli.
O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, não comentou a linha de
defesa de Ideli. "A ministra se antecipou. Eu recebi o memorial do seu
advogado, mas ainda não li. O relator é que poderá, quer dizer, o
relator está examinando o caso", afirmou.
O contrato para a compra das lanchas foi fechado na gestão do também
petista Altemir Gregolin, antecessor de Ideli. A empresa beneficiada
afirma que recebeu de um diretor do ministério pedido de uma doação de
R$ 150 mil para o Comitê Financeiro do PT de Santa Catarina, Estado de
Gregolin e de Ideli.
Mais de 80% da campanha da ministra ao governo de Santa Catarina, em 2010, foi custeada pelo partido.
O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou superfaturamento e
direcionamento da licitação para fornecer as lanchas, que custaram R$ 31
milhões ao ministério.
A ministra nega relação com a empresa e sustenta que por conta dos
deveres do cargo ela executou os contratos e convênios da Pesca.
Principal articuladora política do governo, Ideli também foi convocada para dar explicações sobre o caso na Câmara.
OUTROS CASOS
A comissão também decidiu fazer um novo pedido de explicações ao
ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento e Indústria) que é
investigado pelas atividades de sua consultoria realizadas entre os anos
de 2009 e 2010. Ele já apresentou explicações, que não foram
consideradas suficientes.
A atividade levantou suspeitas de tráfico de influência, o que o
ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.
Foi decidido ainda a aplicação de uma censura ética ao ex-diretor-geral
do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz
Antonio Pagot, por ter declarado que não cumpriria a quarentena, após
ter deixado o cargo em meio à chamada faxina do setor de transportes,
realizada no ano passado, após as denúncias de irregularidades, como
superfaturamento em obras.
ARQUIVADO
Também foi arquivado o procedimento que apurava se houve desvio ético da
ministra Ana de Hollanda (Cultura) por ter recebido camisetas da escola
de samba Império Serrano para desfilar no Carnaval.
O brinde foi enviado seis meses após o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, desbloqueando o CNPJ da escola.
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