O Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 15 milhões em
pesquisa e produção de células-tronco em escala comercial. Parte dos
recursos – R$ 8 milhões – irá para a conclusão de oito centros nacionais
de terapia celular. O restante será aplicado em pesquisas na área, com
editais previstos para este ano.
A terapia celular ainda não é reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina brasileiro, o uso em pacientes só é permitido no âmbito das
pesquisas clínicas. A exceção é o uso das células-tronco derivadas da
medula óssea humana, que já vêm sendo empregadas com sucesso no
tratamento de pacientes com hematológicas, como leucemias e anemias.
A ideia do governo é ampliar o uso terapêutico das células-tronco em
pacientes da rede pública de saúde, como em casos de recuperação do
coração, movimento das articulações e tratamento de esclerose múltipla.
Outro objetivo é dar condições aos centros nacionais de produzir
quantidade suficiente para abastecer os hospitais públicos e
particulares, que dependem, na maioria dos casos, de material importado.
Três centros já funcionam – em Curitiba (PR), Salvador (BA) e
Ribeirão Preto (SP), os outros cinco estão em fase de construção. O mais
avançado é o da PUC-Paraná, que tem pesquisas concluídas, já produz
células-tronco adultas e aguarda autorização da Anvisa para ampliarem a
produção para escala comercial. Já deu suporte a cinco pesquisas
clínicas envolvendo 80 pacientes cardíacos.
Alguns dos pacientes voluntários nas pesquisas do centro da
PUC-Paraná tinham anginas intratáveis que lhes impossibilitavam de fazer
qualquer esforço físico, mas, com o tratamento, tiveram seus corações
recuperados e hoje têm vida normal, com prática constante de atividade
física. O centro já começou a produzir célula-tronco para uso em
cartilagem, os chamados condrócitos, e aguarda liberação do Conselho
Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realizar pesquisas envolvendo
a regeneração de articulações de joelho e do quadril.
A USP Ribeirão Preto está desenvolvendo pesquisas na área de
diabetes. No Hospital San Rafael, em Salvador, os estudos são em
traumatismo de medula óssea e fígado.
Os centros começaram a ser criados em 2008, quando o Ministério da
Saúde criou, em parceria com Finep, BNDES e CNPq, a Rede Nacional de
Terapia Celular, constituída por 52 grupos de pesquisadores envolvidos
em estudos principalmente de tratamento de doenças autoimunes, como
diabetes, esclerose múltipla e traumatismo de medula. Esta foi uma
iniciativa inédita em termos de pesquisa científica e desenvolvimento
tecnológico na área da medicina regenerativa em todo o mundo.
O uso de células-tronco derivadas da médula óssea apresenta bons
resultados no tratamento de doenças no sangue, como leucemia e anemias,
de acordo com o Ministério da Saúde.
Fonte: CORREIO DO BRASIL
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