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sábado, 21 de julho de 2012

Tatuagem nazi leva a demissão de barítono de festival dedicado a Wagner





Por PÚBLICO

 
Imagem retirada de “Evgeny Nikitin – Opera & Metal” (DR)


Um dos célebres frequentadores do centenário Festival de Bayreuth foi Adolf Hitler. O ditador, apreciador confesso de Richard Wagner, fazia questão de, nos seus anos de poder, marcar presença no certame dedicado à música do compositor oitocentista. Algo que acabou por ligar definitivamente Bayreuth ao III Reich. Hoje, ao mínimo acontecimento que recorde esses anos, os organizadores do festival apressam-se a agir. Foi por isso que despediram Evgeny Nikitin.


O barítono russo tinha sido contratado para protagonizar a ópera O Holandês Voador (1840-41). Evgeny Nikitin já se encontrava na Alemanha, a ensaiar com os restantes cantores e músicos, quando os directores do festival e o encenador, Jan Philipp Gloger, viram na televisão imagens da sua estrela alguns anos mais nova, a tocar bateria numa banda de metal, de tronco nu. No peito do russo encontraram uma tatuagem que desejavam não ver: uma cruz suástica.

“Tínhamos de tomar uma posição, não podíamos ignorar o que vimos”, afirmou o porta-voz do festival, Peter Emmerich, ao alemão Der Spiegel. O que decidiram fazer foi despedir Evgeny Nikitin e, a menos de uma semana do início do festival, começar a procurar um substituto capaz de interpretar o holandês que dá nome à ópera de Wagner.

O barítono ainda argumentou que a tatuagem resultava de uma juventude extremada e que a suástica, que serviu de símbolo ao regime nazi, se encontrava agora coberta por uma outra tatuagem, feita propositadamente para encobrir a primeira. Nikitin disse mesmo que aquela cruz no peito tinha sido “o maior erro” da sua vida. Não comoveu os responsáveis pelo festival: neste sábado, já não participou nos ensaios.

O Festival de Bayreuth abre na quarta-feira, com uma gala que tem presença confirmada da chanceler alemã, Angela Merkel. Nem a proximidade da apresentação dos espectáculos demoveu a direcção. Como Peter Emmerich admitiu em Bayreuth a situação é “diferente”, delicada. Devido à sua história, o festival tende a impedir a mais pequena ligação ao nazismo.

Evgeny Nikitin contrapôs: “Não imaginei a indignação e a quantidade de sofrimento que este símbolo iria provocar, sobretudo em Bayreuth, no contexto da história deste festival”.

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