Cláudia Souza*
7/8/2012
O repórter fotográfico Robert Stolarik, do jornal The New York Times, foi preso e agredido por agentes da polícia no último sábado dia 4, quando registrava imagens da prisão de um adolescente na região do Bronx.
Stolarik contou ao Times que os policiais arrancaram a câmera de sua mão, o arrastaram no chão e o agrediram com chutes. A polícia acusou o fotógrafo de obstrução à administração governamental e resistência à prisão, alegando que Stolarik teria ignorado as ordens para que se afastasse quando sua câmera "inadvertidamente" bateu no rosto de um agente.
O diretor jurídico da Associação Nacional de Fotojornalistas (NPPA, na sigla em inglês), Mickey H. Osterreicher, encaminhou um documento ao vice-comissário do Departamento de Polícia de Nova York, Paul Browne, contestando a prisão do repórter fotográfico. No texto, Osterreicher afirma que “é preciso lembrar as obrigações de cooperação da polícia com representantes da mídia atuando de forma jornalística na cena de ocorrências policiais." A NPPA exigiu a devolução imediata do equipamento fotográfico e das credenciais de imprensa de Stolarik e pediu rigorosa investigação sobre a conduta da polícia.
O vice-diretor do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Robert Mahoney, afirmou que a prisão “levanta questões sobre as táticas da polícia de bloquear repórteres que cobrem distúrbios e protestos de rua”, e reforçou o pedido da NPPA pela investigação do caso.
A NPPA também se queixou da detenção de um jornalista da televisão em Memphis, Tennessee, que usou o telefone celular para gravar imagens de uma prisão, e de um cidadão em Baltimore, Maryland, ameaçado de prisão por filmar policiais durante uma detenção.
As tensões entre jornalistas e o Departamento de Polícia de Nova York, NYPD, tiveram início no outono de 2011, quando a polícia impediu profissionais de imprensa, incluindo Stolarik, de cobrir os protestos Occupy Wall Street.
*Com informações do Knight Center for Journalism.
Fonte: Portal da ABI
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