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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Lúcio Vero: pândegas de co-imperador





© ru.wikipedia.org / Jastrow / cc-by-sa 2.5


Cada um dos convivas recebeu uma taça cara que se utilizava uma única vez. Quando chegava a vez de mais uma porção de vinho, oferecia-se uma outra taça. Além disso, o dono deu a todos cálices de ouro e de prata, enfeitados com pedras preciosas e coroas em que fios de ouro se entrelaçavam com as flores que desabrocham em outras temporadas.


No ano 161 Lúcio Vero, que tinha então 30 anos, tornou-se co-governante do imperador romano Marco Aurélio. Vero foi proclamado “augusto”, foi nomeado tribuno e tinha o mesmo poder que Marco Aurélio. Os dois governantes reinavam em conjunto tendo criado um novo precedente que se repetiu frequentemente nos séculos posteriores.

Os historiadores afirmavam que o imperador Vero não era considerado bom governante, - mau também não era: não se destacava por vícios especiais, nem, por méritos. Ao mesmo tempo, os historiadores constatavam que lhe eram inerentes o desregramento e a disposição à vida devassa.

De acordo com o livro História Augusta, “Lúcio Vero destacava-se pela compleição bonita e expressão carinhosa do rosto, deixou crescer barba quase da mesma maneira que os bárbaros, era de alta estatura e a fronte, sulcada por rugas, atribuía-lhe ares respeitáveis. Cuidava tanto do seu cabelo louro que chegava a polvilhar a cabeça com lentejoulas de ouro para que a sua cabeleira tivesse um cambiante dourado ainda mais acentuado”.

Durante vários anos o imperador Vero lutou no leste contra o rei da Parthia. Depois de retornar a Roma em outubro do ano 166 Lúcio Vero festejou suntuosamente o Triunfo juntamente com o seu co-governante, cuja filha ele tinha desposado dois anos antes disso. Mas a esta altura Roma foi avassalada por uma torrente de calamidades – epidemias, invasores dos bárbaros... E o imperador Vero faleceu em 169 por causa de um ataque apopléctico. O seu corpo foi transportado para Roma e enterrado no mausoléu do imperador Adriano. Ao mesmo tempo, o próprio Vero foi proclamado uma divindade.

Aliás, os boatos que corriam sobre as causas da morte de Lúcio Vero eram os mais diferentes. Houve quem afirmasse que a sua sogra Faustina, que era, ao mesmo tempo, a sua amante, tivesse posto veneno nas ostras que lhe foram servidas. De acordo com uma outra versão, o imperador foi envenenado pela sua esposa.

Seja como for, Lúcio Vero era realmente um indivíduo dado a pândegas. Em muitos aspectos fazia lembrar o imperador Nero, mas sem a crueldade e escárnios, inerentes a este. Diziam que Vero perambulava à noite, com cabeça encapuzada, pelas bodegas e outros locais de farras, comia e bebia com individuos da ralé, provocava brigas e voltava frequentemente para casa com equimoses na cara. Um dos objetos de luxo que Vero possuía era uma taça de cristal a que ele chamava em homenagem ao seu cavalo de estimação de “Alado”. O volume deste vaso ultrapassava qualquer norma que uma pessoa humana podia tomar.

Lúcio Vero dormia pouco e a sua digestão era boa. Gostava muito de dar banquetes luxuosos que eram acompanhados frequentemente por combates de gladiadores. Às vezes, semelhantes festins continuam noite adentro e o imperador adormecia no leito de banquete. Então, os criados levantavam-no juntamente com o colchão e levavam ao dormitório.

Ficou na história um grande banquete, dado por Vero. Em primeiro lugar, neste festim estavam presentes doze pessoas, embora todos conhecessem o ditado romano sobre o número dos participantes de um banquete: “Sete comensais servem-se, nove – brigam”.

Cada um dos convidados recebeu de presente um escravo bonito, que lhe servia durante o banquete. Mas isso ainda não era tudo – cada hóspede recebeu de presente aves selvagens e domesticas vivas, assim como quadrúpedes das raças, cuja carne era servida durante o banquete. A generosidade do anfitrião do banquete não se acabava nisso. Cada um dos convivas recebeu uma taça cara que se utilizava uma única vez. Quando chegava a vez de mais uma porção de vinho, oferecia-se uma outra taça. Além disso, o dono deu a todos cálices de ouro e de prata, enfeitados com pedras preciosas e coroas em que fios de ouro se entrelaçavam com as flores que desabrocham em outras temporadas. E, finalmente, o anfitrião ofereceu a todos vasos de ouro com ungüentos aromáticos. Depois do banquete os convidados jogaram dados até a madrugada. Um historiador antigo informa que o banquete custou seis milhões de sestércios. Dizem que quando o co-governante Marco Aurélio ouviu falar deste banquete, que soltou um gemido e lamentou o destino do Estado.

Fonte: VOZ DA RÚSSIA

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