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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A República (im)possível



Por Cesar Valente ⋅ 15 de novembro de 2012, às 07:08 ⋅ Compartilhe este postComente

Os catarinenses chegam ao dia em que comemoram a Proclamação da República diante de uma situação nova: o encadeamento de ataques terroristas, orquestrados por bandidos que, em boa parte, foram criados, nutridos e estimulados pela forma como o Estado trata seus delinquentes.

Embora a catastrófica administração da segurança pública estadual tenha responsáveis que podem ser indicados sem grande esforço, temos todos, de certa forma, culpa no cartório.

A politicagem que se permitiu nas polícias durante o reinado de LHS, a forma desrespeitosa (porque puramente eleitoreira) como Benedet e sua turma trataram a segurança pública, a falta de investimentos, o desleixo criminoso com a situação dos presídios e penitenciárias, tudo contribuiu, de uma forma ou de outra, para agravar a situação.
Mas é a nossa omissão e nosso desinteresse que faz com que a “cúpula” da segurança, em governos sucessivos, sinta que aquele é apenas um trampolim para cargos políticos mais lucrativos. Fizeram na segurança o que também desorganizou a saúde e a educação.

E aí a bandidagem resolveu, por algum motivo que não cabe examinar aqui, mostrar que pode aterrorizar a população e deixar a “cúpula” com cara de tacho, batendo cabeça. Assustados, no meio da crise, descobrimos que nossas cadeias são uma vergonha, que faltam policiais, que falta treinamento e, principalmente, que falta inteligência digna desse nome. E agora, José?

A PROPÓSITO

A coluna do jornal tem espaço limitado e aí não pude falar em um outro componente dessa situação toda: as leis e a forma como são aplicadas. Claro que o estatuto da criança e do adolescente foi um avanço. Mas precisava ser acompanhado por tantas outras medidas e providências, que assim, sozinho, abandonado no meio do caminho, acababa parecendo, para a maioria das angustiadas vítimas, como uma inaceitável autorização para delinquir. Basta ter menos de 18 anos que todas as portas se abrem. Não importa a gravidade do crime.

Ora, alguma adaptação é necessária: se o menor comporta-se como menor, deve ser protegido, mesmo que tenha errado por algum motivo. Se passa a ser força auxiliar da bandidagem e reincide nos crimes, deveria ser tratado como o adulto criminoso que escolheu ser.

É preciso também rever várias leis. Mas temo que, com os parlamentares que temos, com os partidos que temos, com a absoluta falta de vergonha na cara que vemos, ninguém queira mexer nisso: acho que imaginam que, se forem pegos em algum dos vários malfeitos que praticam costumeiramente, é melhor que o Judiciário não tenha como mantê-los presos. E que passem para regimes abertos com a facilidade com que se assassina, por dois tostões, quem se atravessa no caminho. Sem remorso. Sem discussão. Usufruindo de um ilimitado (embora inexplicável) perdão.

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