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sábado, 15 de dezembro de 2012

Nova cobrança do governo por queda dos juros incomoda o setor financeiro


Essas medidas são dignas de aplausos.

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Em jantar da Febraban, ministra Gleisi Hoffman diz que País só será desenvolvido e equilibrado se processo de redução das taxas continuar 



Leandro Modé e Ricardo Leopoldo, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Uma nova cobrança do governo pela diminuição das taxas de juros causou desconforto a executivos do setor financeiro. Nem tanto pelo conteúdo, ao qual eles já se acostumaram, mas pelo contexto em que se deu: durante o tradicional jantar de fim de ano da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizado quinta-feira em São Paulo.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que representava a presidente Dilma Rousseff, foi direta em seu discurso. "Seremos desenvolvidos e equilibrados se continuarmos no processo de redução das taxas de juros para garantirmos o desenvolvimento do nosso País", disse.

"Precisamos cada vez mais da ajuda dos senhores para fazer isso (dar uma vida digna aos brasileiros), de maneira mais equilibrada e mais rápida, onde todos possam ganhar. Baratear o crédito é garantir investimentos, gerar progresso e desenvolvimento. É apostar num círculo virtuoso da vida e das relações. Este é o nosso chamado."

As palavras da ministra foram interpretadas por vários dirigentes de bancos como uma mensagem clara da presidente Dilma de que os juros das operações financeiras ainda estão altos e têm de baixar mais.

"É um evento festivo. São esperados pronunciamentos de conciliação, como o do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que em seu discurso afirmou que as novas regras internacionais para o setor financeiro (Basileia 3) serão adotadas no Brasil com um cronograma confortável para os bancos", disse o diretor de uma grande instituição. "A relação do governo com os bancos foi tensa neste ano. Mas a ministra deu uma cutucada. E ela doeu."

Para outro alto executivo de banco, a ministra "não tinha que falar sobre juros". Ele contou que, em sua mesa, quando Gleisi começou a tocar no tema, houve apreensão. "Um colega do meu lado perguntou para outro se ele estava ouvindo. Ele riu e disse que não estava escutando nada."

Para o presidente de um banco, a ministra "esqueceu" de oferecer contrapartidas para permitir a continuidade da queda dos juros. "Como reduzir ainda mais os juros com a quantidade de impostos que incidem sobre a intermediação financeira?", indagou. "Por que não reduzir ou acabar com o IOF, por exemplo?"

Outro executivo ressaltou que o governo faz pouco para criar condições de longo prazo para que os juros baixem no País. "Ela cobrou juros mais baixos para aumentar os financiamentos, inclusive em obras públicas. Mas está muito devagar a velocidade dos investimentos oficiais em infraestrutura", disse.

Conciliação

Nem todos consideraram o recado de Gleisi inadequado. Ontem de manhã, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, afirmou à Agência Estado que a instituição ficou honrada com a participação de Gleisi. "Foi uma grande gentileza da parte dela e ficamos muito felizes com sua presença", disse. Segundo ele, a ministra manifestou "uma mensagem muito positiva e muito amistosa" para o setor. "Foi um discurso excepcional."

Em nota enviada ao Estado no início da noite de ontem, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que a presença da ministra no jantar foi "um importante gesto de aproximação e convite para o diálogo, do qual não nos furtaremos".

"Ela mencionou a importância dos bancos no desenvolvimento da economia e ressaltou que via com satisfação a evolução recente dos juros e spreads. Através de uma interação construtiva podemos contribuir para encontrar as soluções que tornem nosso sistema financeiro ainda mais eficiente, reduzindo ainda mais o custo da intermediação financeira."

  

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