Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Improbidade, morosidade e impunidade



Fatores que levariam juízes a não julgar crimes contra a administração pública

Sob o título “Por que os Juízes não gostam de julgar ações de improbidade?”, o artigo a seguir é de autoria de Rodrigo Aquino, Promotor de Justiça do Pará. O texto é lançado como um estímulo ao debate.
A meta imposta pelo Conselho Nacional de Justiça (julgar as ações de improbidade administrativa e as ações penais relacionadas a crimes contra a Administração Pública de 2011) é importantíssima. Entretanto, algumas ponderações devem ser feitas.
Como Promotor de Justiça de 1ª entrância, tenho observado na prática que muitos Juízes “não gostam” de julgar tais ações, em especial as de improbidade. Fico me perguntando o porquê.
Tudo bem que julgar 100 ações de alimentos, guarda e divórcio, mensalmente, diminui bastante o déficit de processos. Julgar 100 TCO’s também desafoga consideravelmente o Judiciário. Mas são processos simples, de baixa complexidade (feitos muitas vezes por assessores).
E por que os Juízes não se dedicam, com o mesmo afinco, aos processos de improbidade, que têm enorme impacto na sociedade local?
Enumero algumas razões, passíveis de críticas:
1) alta complexidade dos casos, o que demanda mais tempo de estudo, pois são sentenças extensas e melhor elaboradas;
2) medo/receio das consequências (inclusive pessoais), pois geralmente as pessoas envolvidas são políticos influentes na comunidade local;
3) não dá produtividade (ao contrário das centenas de sentenças cíveis de complexidade baixíssima, mas que são decididas no atacado);
4) falta de preparo técnico e intelectual (assuntos complexos com os quais os juízes não estão acostumados ou preparados);
5) descrédito com o 2° grau (Tribunal de Justiça), sob o argumento: “nós condenamos no 1° grau e no 2° grau eles reformam tudo. Isso não vai dar em nada. É só desgaste”;
6) Qualquer outro argumento ou nenhum deles.
E assim os processos vão se acumulando, os políticos corruptos sorrindo da impunidade e a sociedade sem saber o que fazer ou a quem recorrer.
Quando o Judiciário decide se manifestar, o réu já não é mais Prefeito, Secretário, vereador, deputado… E fica o dito pelo não dito.
Gostaria de saber a opinião de outras autoridades, inclusive de Juízes. Seria um bom debate.

Fonte: Blog do FRED VASCONCELOS

Nenhum comentário: