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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Os longos tentáculos do Grande Irmão em sua escalada de abuso e desrespeito

Política de privacidade Google



Comentário sobre o evanescente “anonimato” e os ingênuos “nicknames”

Tanto os provedores de acesso à internet, como os grandes motores de busca, conhecem muito bem as suas preferências e de onde vêm, e para onde vão, as mensagens e comentários que circulam na web. Portanto, logicamente, nenhuma posição política, ou luta ideológica que se utilize deste gênero de serviços de mídia, evidentemente, nunca será “clandestina”, e tampouco qualquer utente dessas redes de internet, por mais que se disfarce por trás de nomes falsos, ou de elaborados pseudônimos, não logrará permanecer razoavelmente “anônimo”. Para o Sistema, as suas pegadas e os seus endereços, estão absolutamente claros e indeléveis.
Há muitos anos que o “anonimato” tem sido essa descarada falácia que só pode convencer os crédulos, ou os distraídos. Bastava abrir uma conta-corrente em qualquer desses grandes bancos [SCR], assinar uma dessas revistas abril, ou folhas, ou estadões, para que os seus dados “sigilosos” já estivessem nas mãos de certas entidades tentaculares que aqui não vale a pena citar. O Google, a Microsoft, a Intel, e as outras multinacionais de informática e internet, durantes estas últimas décadas, apenas se encarregaram de completar e aperfeiçoar o serviço.
Portanto, não se espante se num simples consultório, ou escritório, quando o seu nome for inserido em algum sistema, ou banco de dados, aquele médico, ou aquele dentista, saiba imediatamente quem você é, e quais são as suas posições políticas e ideológicas, doenças familiares, obturações dentárias, e o que mais eventualmente lhes interessar. E se algum desses dados ainda não constava do seu prontuário, também não se espante, talvez ele se encarregue de o atualizar com essas informações que você imaginava particulares, sigilosas, ou protegidas.
Esse denso e movediço estado de medo, insegurança e paranóia, a que todos somos submetidos, tanto nas ruas por onde precisamos andar, a trabalho, ou diversão, quanto navegando pela web, é, indubitavelmente, o resultado previsto e planejado de estratégias para o estabelecimento de Estados policiais, nos quais, “sigilo”, “privacidade”, “liberdade”, “cidadania”, são palavras despojadas de seus significados e conceitos originais, para se transformarem em palavras-talismã, como “terrorismo”, “racismo”, “holocausto”. Ainda há alguém que duvide que se o Sistema realmente quisesse acabar com esta escalada da violência urbana e golpes pela internet, isso já não teria sido levado a cabo e resolvido em alguns poucos meses?
O Panópticum1 eletrônico já sabe quem somos, e não será um ineficaz e simplório “nickname” que irá nos proteger da prepotência e insolência do cínico opressor. Mas o medo, essa espécie de retração, ou encolhimento assustadiço, só interessa ao indecente Grande Irmão e seus tentáculos e ferramentas de opressão.2
Disse Gandhi àqueles que ainda relutavam a se juntar à Marcha do Sal:

NOTAS:
1 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir, Editora Vozes, São Paulo, 1987.
2 ORWELL, George. 1984, Companhia das Letras, São Paulo, 2009.

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