Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



terça-feira, 9 de abril de 2013

BMW (que dizem ter um passado vergonhoso), agora em SC e as estratégias da Alemanha

Num momento em que o governo de SC se vangloria de ter atraído um fábrica da montadora de automóveis, interessante saber quem são os seus donos e tentar entender as políticas da potência européia em todo o mundo.





-=-=-=-=-
O novo ativismo de Berlim

LE MONDE PARIS


Vlahovic








  





A Alemanha aproveita a sua boa saúde económica para reforçar a sua presença na cena internacional. O comércio é o motor de uma diplomacia que ainda não atingiu a intervenção no terreno, e é difícil de se fazer aceitar pela opinião pública.

Vladimir Putin é esperado na Alemanha a 7 e 8 de abril. Mais precisamente em Hanover, onde o Presidente russo inaugurará, com Angela Merkel, a grande feira industrial em que, este ano, a Rússia é a convidada de honra. Evidentemente, as joias da economia russa têm stands reservados. Em 2012, a chanceler cumpriu exatamente o mesmo ritual na companhia do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao. Nessa altura, era Pequim que estava no centro do certame. Dois exemplos típicos da osmose entre a diplomacia e a economia alemãs.

Na Alemanha, as exportações industriais não são apenas tidas como a consequência da competitividade da economia, mas são um fim em si próprias. Uma marca de fabrico, um objeto de orgulho, mesmo para a esquerda e para o movimento sindical. Uma garantia contra o declínio demográfico, o investimento nos excedentes comerciais permitirá, amanhã, cobrir uma parte das necessidades de financiamento dos custos sociais.

Neste país, que durante várias décadas após a Segunda Guerra Mundial não ousava sequer reivindicar um interesse estratégico particular – “Tínhamos de ter os mesmos interesses que os nossos aliados e vizinhos”, confidencia um diplomata –, o comércio constitui uma porta de entrada ideal para o mundo.
A ancoragem na NATO

Angela Merkel, quanto a ela, viaja. Desde 2007, a chanceler fez nada mais nada menos que 274 deslocações ao estrangeiro: 168 na Europa, 59 na Ásia, 29 na América do Norte, onze em África e sete na América Latina. Até mesmo a pequena Moldávia teve direito a uma visita. Nesta agenda sobrecarregada, a China ocupa um lugar especial. Em seis anos, a chanceler fez seis longas visitas oficiais àquele país, duas das quais em 2012. De todas as vezes, Angela Merkel vai a Pequim e à província. Não é, evidentemente, por acaso. Em dez anos, o comércio entre os dois países passou de €36 mil milhões para €144 mil milhões. A China tornou-se o terceiro parceiro comercial da Alemanha (atrás da França e da Holanda) e, nos últimos dez anos, a Alemanha teve seis superavits comerciais.

Outro exemplo da abordagem alemã: as relações com os Estados Unidos. Certamente, estas relações ultrapassam largamente o quadro económico. A ancoragem na NATO é um dos pilares da diplomacia alemã. Mas Berlim soube, nestes últimos meses, utilizar as suas ligações privilegiadas com Washington para relançar de maneira espetacular a negociação de um tratado de comércio livre entre a União Europeia e os Estados Unidos. Foi, por isso, em Berlim que, a 1 de fevereiro, o vice-presidente Joe Biden deu a luz verde da administração Obama à iniciativa. Para favorecer a indústria alemã, Angela Merkel, no entanto, não hesitou em ignorar a Comissão Europeia, responsável pelo dossiê, nem a abrir um novo contencioso com a França, bastante mais reservada sobre o assunto, nem a voltar costas ao multilateralismo, pedra angular da diplomacia alemã.

Um outro assunto provoca uma espécie de união sagrada na Alemanha: o acesso às matérias-primas. A questão é séria porque, sem elas, uma boa parte do setor industrial teme, um dia, ficar sem trabalho. Resultado: em fevereiro de 2012, em plena crise grega, Angela Merkel desenrolou o tapete vermelho aos pés do Presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, e assinou com ele um acordo sobre a exploração, por empresas alemãs, de terras deste país rico em urânio. Os defensores dos Direitos do Homem protestaram, o patronato aplaudiu. Aliás, na altura disse-se que o ditador do Cazaquistão estava a ser tratado numa clínica de Hamburgo.
Angela Merkel quebrou um tabu

Tendo-se tornado discretamente o terceiro exportador mundial de armas(atrás dos Estados Unidos e da Rússia), a Alemanha também se tornou conhecida pelos seus submarinos (encomendados pela Marinha israelita) e pelos seus tanques, de que a Arábia Saudita e a Argélia esperam adquirir algumas centenas de exemplares para desempenharem um papel diplomático no mundo árabe e no Médio Oriente. A Alemanha também não hesita em explorar a animosidade de alguns países contra a França, como demonstra a sua presença muito ativa no Magrebe.

Angela Merkel também quebrou um tabu: a chanceler não hesita em vender armas aos países amigos, mesmo em zonas de conflito. A oposição denuncia uma “doutrina Merkel” de curto prazo, a maioria e muitos especialistas não veem nisso senão a oficialização de uma política anteriormente iniciada por Gerhard Schröder, o seu antecessor social-democrata.

Em contrapartida, apesar de a Alemanha participar em muitas operações de manutenção de paz em vários países (como, por exemplo, 4500 soldados presentes no Afeganistão, 730 no Kosovo, 320 no Corno de África, 300 na Turquia, 150 no Líbano e, mais recentemente, 330 no Mali e no Senegal), o envio de tropas para o estrangeiro é uma medida impopular e, por isso, arriscada para a chanceler.

Comentando a atual comoção gerada no país por uma série de televisão que relança um enorme debate sobre a participação dos alemães comuns nos crimes nazis, o Spiegel de 25 de março titulava: “A guerra e os alemães: o eterno traumatismo”. Daí, a abstenção da Alemanha, na ONU, em 2011, quando se tratou de intervir no Líbano. Daí o compromisso mínimo no Mali. Daí o seu cuidado para nunca se ver envolvida na Síria. Na maioria das vezes, os especialistas (e a imprensa) criticam esta relutância de Angela Merkel e do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, mas a opinião pública aprova.
Abstenção da Alemanha sobre o dossiê Líbio

Muito comércio, um poucos de Direitos do Homem e uma participação restrita nas operações da NATO e da ONU: tudo isto constitui uma política externa coerente? “Não”, corta Frank-Walter Steinmeier, presidente do grupo social-democrata no Bundestag e ministro dos Negócios Estrangeiros de 2005 a 2009. Um julgamento “exagerado”, segundo Eberhard Sandschneider, um dos responsáveis da fundação DGAP (Sociedade alemã para a política externa). Para ele, a Alemanha “adapta-se à evolução do mundo”, mesmo que ainda tenha dificuldade em assumir o seu poder, sobretudo perante os Estados Unidos.

A abstenção da Alemanha na ONU sobre o dossiê líbio pode ser lida como uma falta de coragem da quarta potência económica mundial, mas também como a marca de uma relativa autonomia que esta adquiriu em relação aos dois principais aliados: a França e os Estados Unidos. A relutância da Alemanha em enviar tropas para as zonas de combate não deve, no entanto, levar-nos a subestimar o poder da sua diplomacia, mesmo se os próprios alemães relutam, por vezes, em admitir a influência determinante desta última e a tirar daí as consequências

-=-=-=-=-


COMPLEMENTAÇÃO:



Sobre a BMW e outras grandes empresas



Boicot a las empresas BMW y VARTA, ya…!!!POR BAJURTOV


Dueños de BMW abren archivos tras difusión sobre pasado nazi

Se trata de la familia Quandt, principal accionista del grupo automovilístico y propietarios de la segunda fortuna de Alemania. Un reciente documental explica los lazos que unían al fundador de la empresa con el régimen de Hitler

Segunda fortuna de Alemania por detrás de los dueños de la cadena de supermercados Aldi, la familia Quandt, principal accionista del grupo automovilístico BMW, va a abrir sus archivos tras la difusión de un filme documental sobre su pasado nazi.
Un historiador será el encargado de arrojar luz sobre las horas más oscuras de esta familia, que durante 60 años evitó hablar de las espinosas cuestiones relativas a los vínculos con el régimen de Adolf Hitler.
El anuncio fue hecho por Susanne Klatten, Gabriele Quandt-Langenscheidt, Sven y Stefan Quandt en un comunicado familiar conjunto publicado el viernes en reacción a la difusión del documental titulado “El silencio de los Quandt” por la cadena pública de televisión (ARD).
El filme explica los lazos que unían al patriarca Guenther Quandt y al régimen de Hitler, y afirma en particular que había un campo de concentración en una fábrica de Quandt en Hanover, donde se producían las pilas Afa.(Varta)
“Los reproches formulados contra nuestra familia por el documental nos han conmovido”, indicaron los herederos, reconociendo que “no se han aclarado suficientemente los años comprendidos entre 1933 y 1945 de nuestra historia como familia industrial alemana”.
Los resultados de las investigaciones que realice el historiador “en los documentos y archivos” de la familia serán presentados públicamente.
Accionista principal del grupo automovilístico BMW y de la empresa química Altana, la familia Quandt es conocida por ser una de las más poderosas pero también una de las más secretas dinastías de la economía alemana.
Es uno de últimos grandes grupos alemanes con pasado nazi que no ha entonado todavía el mea culpa, contrariamente a Allianz, Deutsche Bank, Bertelsmann y Daimler-Benz, entre otros. Este movimiento se inició a finales de la década de 1990 y concluyó con el pago de indemnizaciones a los supervivientes del Holocausto.
Fruto de cinco años de trabajo, el documental realizado por los periodistas Eric Friedler y Barbara Siebert muestra el funcionamiento de la fábrica de pilas Afa en Hanover y presenta testimonios de ex trabajadores forzados en régimen de esclavitud. El campo de concentración nazi suministraba mano de obra a la fábrica.
Hasta aqui la nota Extraída de el atar de internet: ”El dia.com.ar ”.
Segun publicó el diario ”Yediot Ahronot”,el viernes pasado,los sobrevivientes del campo de concentracion privado BMW,donde trabajaban 12 hs diarias y comian una rodaja de pan y un plato de caldo por dia,SOBREVIVIAN UN PROMEDIO DE MEDIO AÑO,y cuando debido a las condiciones fisicas ya no le servian mas a la familia Quand,estos los hacían ”sacrificar” por algun vigilante con un balazo en la nuca.
Cuando se acercaban los aliados a Hannover,dieron la orden de llevar a los ultimos 1000 esclavos y encerrarlos dentro de un gran galpon,y luego le prendieron fuego.Segun confesaron los asesinos de la SS prisioneros a los aliados,se divirtieron arrojandoles granadas de mano mientras se quemaban vivos.

Fonte: http://bajurtov.wordpress.com

-=-=-=-=

Empresas beneficiadas de la esclavitud.



POR BAJURTOV



 
‘Hitler visita la fábrica Blohm und Voss ante los obreros esclavizados


Bmw,Telefunken, Volkswagen, Agfa, Ford, Bayer y muchas más empresas alemanas que hoy consideramos punteras en tecnología y calidad de sus productos que usamos a diario tienen en sus historiales empresariales la etiqueta negra de haberse enriquecido durante varios años con el trabajo de mano de obra esclava proporcionada por la Alemania nazificada.


En 1.942 Adolf Hitler nombra como Ministro de Armamento al arquitecto del Tercer Reich Albert Speer; no duda ni por un momento en potenciar a aquellas empresas que producen materiales, armas, equipamiento y enseres para el ejército alemán y para ello recurre a los prisioneros polacos, rusos o judíos útiles que serán destinados a trabajar de forma incansable hasta la muerte en las factorías alemanas.


La esclavitud consistía en varios aspectos:


1. Esclavitud física: Los prisioneros de aspecto fuerte era destinados a empresas cuyos productos no revestían calidad de producción como la fábrica de aceros Krupp, canteras para trabajos forzados, minas para arrastrar carretas de carbón u otros minerales, etc..


2. Esclavitud especializada: Reos con conocimientos en electrónica, arquitectura o mecánica industrial eran obligados a trabajar en industrias bélicas para la fabricación de giróscopos, equipos militares de precisión, construcción de fortificaciones bélicas, etc..


3. Esclavitud para la investigación: Determinados laboratorios farmacéuticos escogían a prisioneros para la realización de experimentos médicos y farmacológicos y probar en seres humanos la efectividad de medicamentos que posteriormente y en el caso de que los reos saliesen vivos de los ensayos serían vendidos a la población alemana.

Por supuesto la esclavitud era una de las formas de exterminio predeterminadas por Reinhard Heydrich ya que el agotamiento y la extenuación de los prisioneros estaban dictados como uno de los métodos “legales” de acabar con las llamadas “razas inferiores”; la muerte diaria de prisioneros esclavos no suponía merma alguna en la producción ya que inmediatamente eran sustituidos por otros nuevos prisioneros recién llegados y dispuestos a ser asesinados mediante el trabajo forzado.

De hecho una de las formas de ingreso económico en las arcas de Reich era la normativa por la que se establecía tanto el precio de alquiler de los prisioneros a las industrias solicitantes como el gasto de manutención alimenticio y el vestuario destinada los mismos:


– Alquiler diario de un prisionero: Entre 6 y 8 marcos.


– Gastos a deducir:

1. Por alimentación (cada día): 0,60 marcos.

2. Amortización diaria del vestuario: 0,10 marcos.

– Beneficio real por cada prisionero alquilado como esclavo: 5,30 marcos diarios.


De estas cuentas se deduce que si la vida media de un prisionero esclavizado era de 9 meses antes de morir, cada uno de ellos le rentaba al Reich 1.431 marcos (9 meses X 30 días X 5,30 marcos diarios = 1.431 marcos). A estas ganancias hay que sumarles el aprovechamiento del prisionero por estos motivos:

– Vivo: El robo de sus objetos de valor como joyas, relojes, gafas, prótesis, ropa personal, etc.., el dinero en efectivo que llevasen en el momento de llegar al campo y el pelo cortado durante el tiempo de internamiento.

– Muerto: El propio uniforme de cada prisionero que era reutilizado para otro recién llegado evitando así el gasto de tela para hacer otro y, por lo tanto, su futura amortización.




Hay que hacer notar que, según la directriz marcada por Reinhard Heydrich, los objetos personales requisados en los campos a prisioneros alemanes y no judíos les eran devueltos en el caso de salir con vida tras finalizar sus condenas aunque esta normativa se suprimió cuando se dictaminó la Solución Final al Problema Judío.

Cuando en Abril de 1.945 finaliza la Segunda Guerra Mundial y se constituye el Tribunal Internacional para los Crímenes de Guerra y Contra la Humanidad en Nuremberg (Alemania) se abren procesos independientes para juzgar a empresas y empresarios por la utilización de mano de obra esclava para el enriquecimiento ilícito.

El 12 de Noviembre de 1.947 el Tribunal internacional inicia el proceso contra Gustav Krupp Von Bholen acusado de emplear a más de 250.000 prisioneros en sus 81 factorías y asesinar mediante el trabajo extenuado a unos 70.000 de ellos; Gustav Krupp declaró durante el juicio que “Nosotros necesitábamos ser dirigidos por una mano fuerte y dura. Esta era la mano de Hitler. Nos sentíamos satisfechos de los años que pasamos bajo su caudillaje“. Este empresario fue condenado a 12 años de prisión aunque quedó anulada al tener un accidente de tráfico que lo dejó maltrecho. La fortuna familiar fue confiscada aunque años después se le devolvió íntegra.


También destaca como modelo de empleo de esclavos la empresa química y farmacéutica IG Farben (Basf, AGFA y Hoechst) a la que el 8 de Agosto de 1.947 el Tribunal de Nuremberg abre proceso por el empleo de 300.000 prisioneros esclavizados muriendo unos 30.000 de ellos. Esta fábrica de IG Farben llegó a tener un subcampo de prisioneros propio para abastecerse de esclavos; Sus factorías estaban situadas junto a Auschwitz (Polonia) y a la vez que fabricaba el gas Zyklon-B que serviría para asesinar a más de 6 millones de seres humanos utilizó a prisioneros para los ensayos de este gas en sus laboratorios. Excuso detallar que ninguno de esos prisioneros salió con vida de los experimentos químicos del gas. Como era de esperar no se produjeron sentencias directas hacia los responsables aunque si hacia el grupo de empresas siendo condenada a la disolución del mismo pero por el capital invertido en bienes inmuebles los daños fueron mínimos. El 9 de Noviembre de 2.003 el grupo IG Farben se declaró en quiebra y cerró definitivamente sus factorías.

Desde el 24 de Enero de 2.001 la Organización Internacional para las Migraciones (OIM) situada en Ginebra (Suiza) se encarga de que el gobierno alemán abone tanto a ex-prisioneros sobrevivientes de la esclavitud aun vivos o a los familiares de los fallecidos una serie de indemnizaciones en compensación por la esclavitud nazi. Se estima que se presenten unas 200.000 solicitudes así como otras no detalladas que puedan reclamar indemnizaciones por los experimentos médicos en si.

En Septiembre de 2.005 los trabajadores de una base aérea del ejército de Estados Unidos descubrieron una fosa de la Segunda Guerra Mundial en donde estaban sepultados los cadáveres de 34 trabajadores judíos tratados como esclavos por los nazis. Los esqueletos fueron hallados cuando se llevaban a cabo obras en la pista aérea, cercana al aeropuerto de Stuttgart. El investigador de la policía, Norbert Walz, señaló que dos o tres de las personas aún estarían vivas cuando fueron sepultadas. Los prisioneros judíos de una división de los campos de concentración de Natzweiler y Struthof, ubicados a lo largo de la frontera con Francia, eran utilizados como trabajadores esclavos en la base aérea entre Noviembre de 1.944 y Febrero de 1.945, cuando todavía estaba en manos alemanas, indicó Haffner. Más de un centenar murió de hambre y de tifus durante ese período.



Los recuerdos del prisionero español Joan Escuer Gomis

(Extracto del periódico El Mundo del 10 de Junio de 2.001)


Escuer sabía lo que iba a encontrarse en el campo de concentración de Dachau (a 15 kilómetros al norte de Munich) antes de llegar a su siniestra cancela presidida por el águila imperial alemana. Durante la Guerra Civil española, en la que él había combatido como militar fiel al Gobierno republicano, compartió tanque con un artillero alemán en el Monte de Garabitas. Y él mencionó aquel extraño nombre, Dachau, en el que Hitler comenzó ya en 1.933 a ensayar lo que serían los campos de castigo. Sus primeros ocupantes fueron los comunistas alemanes, a continuación los socialdemócratas, después los socialcristianos y luego, ya se sabe, judíos, soviéticos, polacos y republicanos españoles que se refugiaron en Francia.


En la mesa de registro de Dachau, un sombrío oficial de las S.S. le comunicó su nueva identidad: “Ya no te llamas Joan Escuer Gomis, ahora eres el número 74.181. Has entrado por la puerta y saldrás por la chimenea convertido en humo”. Escuer recordó entonces las barbaridades que le había contado el artillero alemán en España y supo que tendría que acopiar toda su capacidad de resistencia: “No se lo podía decir al S.S., porque él tenía la fuerza bruta, pero dije entre mí: te fastidiarás, yo saldré por la puerta”.


Antes de despojarle de su identidad, le habían rapado la cabeza, dejándole sólo las dos crestas características de los presos de Dachau; le habían quitado sus pertenencias, le habían dado el traje a rayas de los deportados que llevó durante toda su reclusión, y le habían sometido a la primera humillación: “Nos duchaban y después nos desinfectaban con agua de zotal rebajada. El escozor, sobre todo en algunas partes, te hacía pegar brincos, y los S.S. se reían, porque saltábamos como monos…, y ellos todavía se reían.”

Mediaba junio de 1.944, y Escuer tenía por delante 12 meses de maltrato cotidiano que comenzaban con un recuento y acababan con otro después de haber trabajado durante 12 horas sin moverse del torno, fabricando cilindros de motores de aviación para la BMW. La industria de la guerra necesitaba mano de obra y los detenidos en los campos se convirtieron en los peones perfectos: no cobraban, costaba poco mantenerlos y, en cuestión de meses, se conseguía la llamada aniquilación por el trabajo.


Cada día debía recorrer seis kilómetros a pie para llegar hasta la fábrica, donde los presos trabajaban junto con algunos civiles custodiados por los oficiales de las S.S. A veces una mirada de complicidad intercambiada con alguno de los trabajadores libres era la pista necesaria para solicitarle información. Una hoja de periódico pasada con el riesgo de ser aniquilado por ello era suficiente para ayudar a los detenidos a mantener la esperanza de que los aliados estaban cada vez más cerca de ganar la guerra.

Muchos presos de Dachau fueron también solicitados por la industria farmacéutica, especialmente por la IG Farben, para realizar experimentos médicos, pero Escuer, como los aptos para el trabajo, se libró de morir convertido en cobaya. “Lo peor era el hambre, el hambre”, recuerda Escuer, que en tres meses pasó de pesar 64 kilos a 35, “no me aguantaba derecho, soñaba con pan y mantequilla”. La dieta consistía en un brebaje matinal que llamaban café, pero que estaba hecho a base de “agua de roble o de castaño” y un mendrugo de 100 gramos de pan, que “comías de cuatro bocados”. Para almorzar, un caldo, “agua sucia, sin nada sólido”. La cena no existía.


El régimen estaba calculado para sobrevivir de seis a nueve meses. Cuando los cuerpos ya no aguantaban más, se desplomaban inertes, durante una revista en el patio, o de camino al lugar de trabajo, ante los ojos de los que habían conseguido sobrevivir un día más. “Al principio te daba angustia presenciarlo, pero a medida que ibas viendo cómo moría la gente, llegabas a inmunizarte. Estaba aterrorizado pensando que no recuperaría jamás la sensibilidad humana”.

La rutina vejatoria alcanzó para Escuer las cotas del sadismo en las dos ocasiones en que fue torturado. Una vez le castigaron por defender a un anarquista de Zaragoza, al que otro preso le había robado la manta. El ladrón le acusó ante el jefe de los llamados kapos, delincuentes comunes a los que Hitler sacó de las cárceles para otorgarles el privilegio de mantener el orden en los campos de concentración, a cambio de comer bien, no trabajar y tener ropa limpia. Para ellos quedaba el trabajo sucio de las torturas, los castigos y los mamporros; para las S.S., las ejecuciones y los ahorcamientos.


El kapo les acusó del robo, de la manta y cuando ellos se defendieron diciendo que sólo se la habían devuelto a su propietario original, les condenó a 25 latigazos con el habitual cable eléctrico forrado de caucho que se usaba para estos menesteres. “Cuando te pegaban, con cada azote te salía una ampolla del tamaño de un pulgar, y luego no podías sentarte ni tumbarte”. Los alaridos que acompañaran el maltrato quedaban a la capacidad de aguante de cada uno: “Los primeros golpes los resistes bien, pero cada vez te va doliendo más. Para no chillar, me puse el gorro en la boca; con cada palo, me retorcía y lo mordía, pero no grité. Cuando terminó de pegarme, me até los pantalones y me quedé mirándole fijamente… no dejé de mirarle hasta que bajó los ojos. El kapo comprendió que si yo hubiera tenido la libertad de moverme…, bueno, no sé qué hubiera hecho”.


El mensaje que aquella mirada transmitió a su torturador debió de removerle las entrañas, porque a la hora de repartir la comida le llamó para darle reenganche, una segunda ración del caldo que les servían en una escudilla. “Fue la única vez que comí un plato con algo sólido”. ¿Estaba su torturador arrepentido? “Nunca más me pegó. Y cuando se dirigía a mí, me llamaba siempre España, en lugar de por mi número”. Joan Escuer se considera un hombre afortunado, su juventud le permitía trabajar y, por tanto, convertirse en uno de los 7.600.000 trabajadores forzados que resultaron útiles al régimen nazi. A millones de judíos, condenados al exterminio, ni siquiera se les dio esa oportunidad, como tampoco a los enfermos o a los ancianos, que eran ejecutados directamente.


La mayoría de los 10.000 españoles que ingresó en el campo de Mauthausen murieron tras sus alambradas eléctricas. Antoni Roig, 82 años, convivió con muchos de ellos y sobrevivió para contarlo, tal como juraron hacer en 1.945 los que salieron con vida del infierno. Que ahora le indemnicen como esclavo del nazismo le supone una restitución moral, pero “no da satisfacción cobrar dinero cuando tantos hombres han muerto”, sentencia.

Roig ingresó en Mauthausen el 27 de enero de 1.944 y fue liberado en mayo del 45. Cuatro años de penurias, agravadas en el primer año y medio, que pasó picando piedra y haciendo adoquines en la cantera del campo, con el mismo traje que los deportados de Dachau, y con el mismo triángulo azul como marca de identificación que se cosía a la ropa de los apátridas, categoría en la que se incluyó a los españoles debido al rechazo de Franco a considerarles hijos del país que habían defendido en el bando republicano.

“Hitler nos aprovechó porque sabía que nadie nos iba a reclamar”, relata Roig. “La cantera estaba abandonada cuando los nazis entraron en Austria, pero claro, con nosotros era rentable”. Mauthausen fue también un jugoso filón para la industria alemana. “Se hacían muchos trabajos en empresas para fabricar material de guerra”. Según Roig, “el contrato consistía en que cada industrial pagaba por preso la mitad del jornal ordinario, o sea que conseguía la mano de obra a mitad de precio; lo que pagaba iba a parar a los bolsillos de los miembros de las S.S., porque el preso no cobraba, claro”. Además de los trabajos en la industria, había numerosas tareas en las que emplear a los presos: desde “construir los propio campos hasta cortar leña, hacer carreteras…”. El único pensamiento en la mente de los presos era aguantar, sobrevivir: “Cuando te ibas a acostar, pensabas: me voy a dormir, pero no sé si me levantaré; y por la mañana: me levanto pero no sé si llegaré hasta la hora de dormir”.


-=-=-=-=



A família que controla a BMW estava "inseparavelmente ligada" ao regime nazi



  
A fortuna da família que controla a BMW ronda 20 mil milhões de euros FOTO: FABRIZIO BENSCH/REUTERS

Começou como um exercício de "abertura e transparência" e terminou com a confirmação de uma verdade crua: a família Quandt, proprietária da BMW, fez parte da sua fortuna graças às relações com o regime de Adolf Hitler.

A II Guerra Mundial acabara e Gunther Quandt, patriarca de uma das famílias mais ricas da Alemanha, gostava de se apresentar como vítima do nazismo. Mas pelo contrário, o industrial explorou até à morte 50 mil trabalhadores forçados, prisioneiros de guerra e de campos de concentração, que não tinham sequer direito a água.

Estas foram algumas das conclusões a que chegou o historiador independente Joachim Scholtyseck, a quem a própria família pedira para esclarecer o seu passado.

Um documentário exibido por um canal alemão em 2007 sobre as ligações dos Quandt ao Terceiro Reich levou os netos a encomendarem o estudo que foi agora publicado. A BMW não foi implicada. Mas "os Quandt estavam inseparavelmente ligados aos crimes dos nazis", lê-se nas conclusões das 1200 páginas. "O patriarca da família fazia parte do regime".

Gunther juntou-se ao partido nazi em 1933, no mesmo ano em que Hitler se tornou chanceler da Alemanha. Quatro anos depois, era responsável pela chamada "economia de armamento". Explorava dezenas de milhares de trabalhadores para fabricar armas e baterias, que alimentavam a máquina de guerra nazi. Uma das suas fábricas, em Estrasburgo, chegou a construir um pavilhão para presos dos campos de concentração de Sagan, na Polónia. Noutra, havia uma zona de execução de trabalhadores desobedientes. Morriam em média 80 trabalhadores por mês.

Empresário "sem escrúpulos", também participou nas expropriações aos industriais judeus, fazendo assim o seu império crescer, diz o estudo.

Quandt teve relações próximas com Joseph Goebbels, mas não por razões ideológicas: depois do divórcio, a ex-mulher, Magda, casou-se com o chefe da propaganda do regime, e foi com eles que o seu filho Herald viveu (apesar de não estar no bunker de Hitler quando, no final da guerra, Magda matou os seis filhos antes de se suicidar).

O relatório refere que outro filho de Gunther, Herbert, também esteve envolvido nos negócios com Hitler - depois seria uma das grandes figuras do "milagre económico" alemão pós-guerra, a quem se atribui a salvação da BMW da bancarrota, em 1959.

Vida sem sombras

A seguir à derrota alemã, Gunther Quandt foi preso, em 1946, mas os juízes concluíram então que fora apenas um "seguidor passivo" e que não tinha participado activamente no Holocausto; em 1948 foi libertado. Juntou-se à direcção do Deutsche Bank e recebeu honras da Universidade de Frankfurt. Estava de férias no Egipto quando morreu, em 1954.

Foi sem sombras que o empresário viveu o período posterior de perseguição aos criminosos nazis. Até que o canal NDR exibiu o documentário O silêncio dos Quandt, resultado de cinco anos de pesquisas (que originou depois a encomenda deste estudo), onde se afirmava que a família, já muito rica antes do conflito, tinha visto aumentar substancialmente a sua fortuna durante o Terceiro Reich.

Um dos procuradores do processo de julgamento dos crimes nazis, Benjamim Ferencz, afirmava perante a câmara: "Se o Tribunal de Nuremberga tivesse tido em mãos os documentos reunidos pelos autores do filme, Quandt teria sido condenado".

O silêncio dos Quandt não estreou a relação da família com o nazismo - alguns livros de investigação já o tinham feito. Mas passou imagens de testemunhos, para uma larga audiência, que ficou assim a conhecer o passado de uma das famílias mais célebres - ainda que bastante discreta - do país. A reacção não foi de negação - mas esta foi das últimas dinastias empresariais alemãs a assumir o seu passado. A maior parte das empresas alemãs reconheceu ter recorrido ao trabalho escravo durante o nazismo, refere a AFP. Estima-se que tenha havido 20 milhões de trabalhadores forçados na Europa do Terceiro Reich.

Os netos Quandt - que controlam uma fortuna avaliada em 20 mil milhões de euros - afirmaram "lamentar profundamente" as conclusões do estudo. Gabriele Quandt, na única entrevista que concedeu depois da publicação do relatório, ao jornal Die Zeit, admitiu que a família esteve "errada" em evitar este confronto durante tanto tempo. Mas não repudiou o avô. "Gostaríamos que ele fosse diferente".

Fonte: PUBLICO (Pt)

Nenhum comentário: