Escritório do partido neonazi grego atacado com bomba

JOÃO DIAS e COM AGÊNCIAS

04/12/2012 - 13:15

Fonte policial atribui autoria da explosão a grupo de extrema-esquerda. Não houve vítimas, mas parte do edifício ficou danificado.A bomba explodiu num escritório do partido Aurora Dourada em Aspropyrgos, um subúrbio industrial no oeste de Atenas.

YORGOS KARAHALIS/REUTERS

Durante a madrugada de terça-feira explodiu uma bomba artesanal ao pé de um edifício do partido neonazi grego, o Aurora Dourada, em Aspropyrgos, um subúrbio na zona oeste de Atenas.

A explosão não causou vítimas, mas teve força suficiente para partir parte de uma parede do escritório do partido de extrema-direita, e também partiu os vidros de algumas casas e lojas mais próximas.

Em declarações à Reuters, uma fonte oficial da polícia grega afirmou, sob anonimato, que a explosão deverá ter sido um caso de “terrorismo doméstico”, obra de um grupo de extrema-esquerda.

A Grécia, e principalmente Atenas, tem sido um foco de conflitos de rua entre militantes da extrema-direita e da extrema-esquerda ou anarquistas. Na capital grega há zonas, geralmente praças, que são conhecidas por dar palco a um destes lados. O mais conhecido, e permanente, é a praça de Exarcheia, que para além de ter algumas esplanadas, dá lugar a assembleias populares e concertos, promovidos geralmente por indivíduos anarquistas e libertários.

Os conflitos entre militantes da extrema-direita e da extrema-esquerda têm vindo a acentuar-se à medida que a crise grega aumenta de proporções e, com ela, a popularidade do Aurora Dourada. O partido liderado por Nikolaos Michaloliakos, que o fundou em 1993, conseguiu, em 2012, entrar no parlamento pela primeira vez, depois de garantir 6,9% de votos nas eleições de 17 de Junho.

Passados alguns meses, a popularidade do Aurora Dourada é maior. Segundo uma sondagem da agência VPRC realizada em Outubro, 14% dos inquiridos afirmou que votaria no Aurora Dourada, o que levaria a uma duplicação dos números registados em Junho e faria deste partido a terceira força política no parlamento.

Fonte: PUBLICO (Pt)