Flagrada passando dedo de silicone com digitais de colegas em ponto eletrônico, ela alega não ter se beneficiado do esquema
SÃO PAULO - Flagrada usando um dedo de silicone com as digitais de colegas para fraudar o sistema de ponto eletrônico do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) de Ferraz de Vasconcelos, na grande São Paulo, a médica Thauane Nunes Ferreira, de 29 anos, disse em depoimento ao Ministério Público ter sido coagida pelo coordenador do Samu, Jorge Cury, a participar da fraude, mostrou neste domingo o "Fantástico", da TV Globo.
No depoimento, a mulher diz que se não passasse os dedos de silicone no aparelho, o chefe buscaria outro médico para fazer o serviço. Dias antes de ser ouvida pelas autoridades municipais e pelo MP, Thauane também mencionou Cury em vídeo gravado por um funcionário da prefeitura logo após o flagrante da fraude. Na imagem, ela diz que ele é o responsável pelo esquema.
A prefeitura apreendeu seis dedos de silicone com a mulher e identificou as digitais, mas não divulgou os respectivos nomes. No entanto, de acordo com o “Fantástico”, pelo menos três podem ser identificados pelos comprovantes impressos pela máquina de ponto na data do flagrante: Rodrigo Gil de Castro Jorge, Aline Monteiro Cury, filha de Jorge Cury, e Felipe de Moraes.
Ao prestar depoimento, na última sexta-feira, a médica não quis falar com a imprensa. Ela e os outros cinco profissionais, incluindo o coordenador Jorge Cury, foram afastados do trabalho pela prefeitura enquanto uma sindicância é realizada.
Neste domingo, em entrevista ao "Fantástico", o advogado de Thauane, Celestino Gomes, disse que o único benefício que ela obteve com a fraude foi a preservação de seu emprego.
— Todo dinheiro de recebimento que foi a mais, que não foi o resultado do trabalho dela, ela fez uma devolução para o doutor Jorge Cury a mando dele — afirmou.
O Ministério Público instaurou inquérito para apurar "eventuais danos ao patrimônio público, enriquecimento ilícito e violações aos princípios administrativos da probidade e da moralidade, em razão da não prestação de serviço público por profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)."
Jorge Cury prestaria depoimento na última sexta-feira, mas alegou problemas de saúde e não compareceu. Uma nova data será marcada.
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