Eles estão sendo julgados por um tribunal militar; crimes teriam ocorrido entre 2011 e 2012
Dois soldados britânicos que serviam no Afeganistão admitiram nesta terça-feira (04/06), durante julgamento militar realizado em uma base do Reino Unido, em Paderborn (oeste da Alemanha), terem cometido abusos contra a população local, incluindo crianças. As agressões ocorreram em patrulhas realizadas entre o fim de 2011 e o início de 2012. O julgamento ainda está em curso.
Um dos militares confessou ter adotado “conduta indecente” contra uma criança, enquanto o segundo responde pelo crime de ofensas racistas a um adulto – ele admite o ato, mas não o considera racismo.
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A pedido da defesa, os soldados não tiveram seus nomes divulgados, sob a justificativa que o anonimato protegeria suas vidas e a de suas famílias contra futuras agressões. Devido aos recentes atentados contra soldados britânicos em Londres, a corte aceitou manter o sigilo. Acabaram denominados publicamente pelas letras “X” e “Y”. O local exato da patrulha também não foi revelado.
O soldado X, que já havia deixado as Forças Armadas britânicas, admitiu ter puxado a mão de um menino afegão em sua virilha durante uma das patrulhas. O episódio foi gravado e a filmagem, utilizada como prova durante o julgamento. O militar foi visto com a criança, cercado por outros soldados que riam enquanto ele repetia a frase “toque em meu lugar especial” por diversas vezes. X se declarou culpado pelos crimes de prejuízo à ordem e à disciplina durante o serviço. Ele também admitiu ter repetido a mesma ação contra outra criança afegã posteriormente.
Um segundo vídeo, filmado pelo próprio soldado, o mostrou insultando um adolescente afegão que pretendia cumprimentá-lo. Ao se aproximar e estender a mão, X gritou uma série de palavrões ao menino que, assustado, saiu correndo.
Por sua vez, o soldado "Y", que continua em atividade, admitiu ter fotografado um homem afegão pintado com os dizeres "Silly Paki" (“paquistanês estúpido”, em tradução livre). A procuradora do caso, tenente coronel Jane England, disse que a conduta de Y foi racista e suscetível de causar assédio e angústia na vítima e na comunidade local. A defesa insistiu na tese de que ele não foi racista e apenas “passou da linha”.
Um terceiro militar, denominado “soldado Z”, responsável pelo comando da patrulha, foi inocentado da acusação de ter falhado em sua responsabilidade de apurar as ofensas.
Fonte: OPERA MUNDI
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