Anos atrás propus ação popular com o objetivo de identificar poluidores ligados à rede pluvial e os que não se conectaram à rede coletora de esgotos sanitários. A Justiça considerou a ação improcedente, utilizando-se de argumentos pueris, em detrimento do interesse coletivo. O processo visava levantar a situação de Canasvieiras e da Lagoa da Conceição, de início e eu pretendia estender a medida para vários outros balneários estaduais.
O resultado aí está. Parabéns aos promotores e aos magistrados. Contribuíram bastante para a morte da "galinha dos ovos de ouro" (o turismo) e para o agravamento dos problemas de saúde da população, a qual não atenta para a insalubridade das águas e das praias, mormente em Florianópolis.
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Relatório da Fatma aponta 1/3 das praias de Santa Catarina contaminadas por esgostos domésticos
Número representa 1/3 do total de 199 praias do Estado monitoradas pela Fatma
Lagoa da Conceição é um dos pontos críticos de FlorianópolisFoto: Hermínio Nunes / Agencia RBS
Bárbara Nunes
Está chegando a época do ano em que Santa Catarina é mais procurada pelos turistas. O Estado oferece diversidade em suas paisagens, com baías, enseadas, costões e ilhas, com exuberante beleza natural, perfeita para curtir as férias de verão.
Mas, como está a qualidade das praias? Segundo a Fundação do Meio Ambiente (Fatma), das 199 praias monitoradas, 58 estão contaminadas por esgotos domésticos. Os números foram atualizados no primeiro dia de novembro e a partir desta terça-feira o monitoramento será semanal até março — de abril a outubro, o monitoramento era mensal.
Dos 65 pontos monitorados nas praias de Florianópolis, 19 estão impróprios. Os mais críticos são Lagoa da Conceição, Armação do Pântano do Sul, Fazenda da Armação, Beira-Mar Norte, Pontas das Canas, Santo Antônio de Lisboa, Cacupé, Itaguaçu, Balneário, Bom Abrigo, Jardim Atlântico, Matadouro, Ingleses, Praia da Saudade, Tapera e Palmeiras.
O monitoramento da qualidade da água do mar é realizado por meio de análise, através da contagem da bactéria Escherichia coli (E.c.) presente nas fezes de animais de sangue quente, que podem colocar em risco a saúde dos turistas e da população local.
Conforme a Fatma, praias maiores possuem dois ou mais pontos monitorados. Assim, se um deles for considerado impróprio não significa que toda a praia esteja inadequada. Segundo a Fatma, a responsabilidade pelo saneamento básico é da prefeitura e o trabalho de fiscalização é realizado em conjunto.
Enquanto a Fundação fiscaliza grandes empreendimentos e caminhões limpa-fossa — sendo que 33 foram autuados por não possuírem licença ambiental, durante o ano — as prefeituras ficam com fiscalização das casas.
A Fundação está distribuindo uma cartilha de coleta em escolas e eventos, salientando que o melhor camnho é a educação ambiental. Foi criada também a campanha Selo Verde da Fatma para estimular as grande empresas, que são reconhecidas por trabalhos em favor do meio ambiente.
Entenda como funciona
Própria: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros.
Imprópria: quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior que 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.
Confira o número de praias impróprias por cidade:
:: Arroio do Silva: 1
:: Balneário Camboriú: 1
:: Balneário Barra do Sul: 1
:: Balneário Rincão: 2
:: Barra Velha: 3 — tendo apenas o ponto da Av. Armando Petreli considerado próprio
:: Bombinhas: 2
:: Florianópolis: 19
:: Governador Celso Ramos: 3
:: Itajaí: 2
:: Itapema: 4
:: Itapoá: 1
:: Joinville: 1 (a única praia)
:: Navegantes: 2
:: Passo de Torres: 1
:: Penha: 9 (das 11 praias da cidade)
:: Piçarras: 1
:: Porto Belo: 4
:: São José: 1
HORA DE SANTA CATARINA
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