Vaticano revela casos de pedofiliaQueixas chegadas em nove anos foram cerca de 300, admite prelado 00h30mO porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, lançou ontem uma contra-ofensiva no escândalo de abusos praticados por membros do clero, afirmando que falhou o "encarniçamento" com que alguns terão tentado envolver Bento XVI nos casos de pedofilia na Alemanha. Frederico Lombardi, falando à Rádio Vaticano, referiu terem falhadas as tentativas, alegadamente feitas em Ratisbona e Munique, para implicar Bento XVI no escândalo mais recente relacionado com pedofilia exercida por membros da Igreja Católica. Ao evocar aquelas duas cidades, o porta-voz do Vaticano referia-se ao caso do coral de Ratisbona, que foi dirigido entre 1964 e 1994 pelo irmão do Papa e ao facto de, enquanto arcepispo de Munique, Joseph Ratzinger ter dado abrigo a um padre suspeito de pedofilia, em 1980. Ontem também numa entrevista ao jornal da conferência episcopal italiana, Charles Scicluna revelou que ao Vaticano chegaram cerca de 300 queixas de "verdadeira pedofilia" cometida por padres ou religiosos, entre 2001 e 2010. Ao referir aquele número, Scicluna concluiu que "é preciso constatar que o fenómeno não está assim tão espalhado como se quer fazer crer", pois há no mundo 400 mil padres e membros de ordens religiosas. Aquele membro da Congregação para a Doutrina e a Fé acrescentou que "houve cerca de três mil acusações referentes a padres por crimes cometidos nos últimos 50 anos". E especificou: "Em cerca de 60% dos casos, o que esteve em causa foram actos de efebofilia, ou seja, atracção física por adolescentes do mesmo sexo; em 30% houve relações sexuais heterosexuais e em 10% pedofilia". Nesses "casos particularmente graves com provas indubitáveis", os culpados passaram ao estado laico, não podendo mais ministrar sacramentos. Na mesma proporção, são os próprios padres que pediram para ser libertados dos seus deveres sacerdotais. Na maioria dos casos (60%), "sobretudo pela idade avançada dos acusados", "são tomadas medidas disciplinares, mas não se inicia qualquer processo" http://jn.sapo.pt - português de Portugal. |
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