Em tempos de Copa do Mundo, com o futebol dominando as notícias, com ênfase para a nova bola da Adidas, sugiro aos meus leitores o que considero uma boa leitura:
"Os onze do morro", crônica do catarinense Othon da Gama Lobo D'Eça.
Um trechinho da obra:
A pelota da equipe é um pomo de ironia!
Diferente da bola em gomo dos granfinos,
Que vale muito mais do que o salário de um dia,
E o gringo papai Noel não dá a tais meninos.
É a pelota de trapo, feia como um bicho!
Suja, miserável, endurecida e vária...
Um pedaço de meia e farrapos de lixo,
A pelota sem prol, plebéia e proletária.
Rija como um calhau, mais forte que tudo!
Não há chute que a estoure, nem há mão que a estripe!
Mas aos pés dos guris tem fofos de veludo,
E quando vara o gol parece que sente
A alegria que enlaça os moleques da equipe!
Entre a turma e a pelota há um traço que resume:
A marca de origem, teia de um capricho.
Nasceram os guris em casebres sem lume
E a pelota saiu de uma lata de lixo!
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