"Mein Kampf", de Hitler, volta às bancas da Alemanha
DA REUTERS, EM BERLIM
O livro de Adolf Hitler "Mein Kampf" (Minha Luta), banido das livrarias
alemãs, em breve estará disponível em bancas de jornal. Um editor
britânico disse que publicará trechos do texto na Alemanha.
O Estado da Bavária, porém, que detém os direitos autorais da visão
nazista sobre a supremacia racial ariana, disse que considera a
possibilidade de entrar na Justiça para bloquear a publicação.
A republicação da autobiografia do ditador nazista, que expõe sua
ambição de tomar vastas áreas de terra no leste da Europa para
proporcionar espaço para a chamada raça superior, está proibida na
Alemanha, a não ser para estudo acadêmico.
O primeiro dos três trechos de 16 páginas do livro, acompanhado por um
comentário crítico, será publicado neste mês com uma tiragem de 100 mil
cópias, disse Peter McGee, chefe da editora Albertas Ltd, com sede em
Londres.
"É um assunto delicado na Alemanha, mas o incrível é que a maioria dos
alemães não tem acesso ao 'Mein Kampf' porque há um tabu, essa 'magia
negra' que o cerca", afirmou ele.
| Associated Press | ||
| Ditador nazista Adolf Hitler, autor de "Minha Luta" |
"Queremos que o 'Mein Kampf' seja acessível para que as pessoas o vejam
pelo que ele é, e depois o descartem. Uma vez exposto, ele pode retornar
à lata de lixo da literatura", disse ele.
Os excertos serão distribuídos como um suplemento de uma publicação
semanal da empresa, uma polêmica série chamada "Zeitungszeugen" ou
"Testemunha do Jornal", que republica páginas dos jornais nazistas
datados dos anos 1920 e 1930, com um comentário.
A mais recente edição da série, lançada na semana passada, vendeu até agora 250 mil exemplares, de acordo com McGee.
A secretaria de Finanças do Estado bávaro no sul da Alemanha, porém, que
detém os direitos autorais, disse nesta segunda-feira que o suplemento
da revista fere a lei dos direitos autorais.
"O ministério das Finanças bávaro atualmente estuda tomar medidas legais
contra essa publicação", disse um porta-voz da secretaria num
comunicado.
McGee, entretanto, defendeu o suplemento e disse que sua empresa age totalmente dentro da lei dos direitos autorais.
A divulgação da ideologia nazista para propósitos não educacionais está
proibida na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Suásticas e a
saudação nazista estão proibidas.
Fonte: FOLHA DE SP
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