Montante refere-se a créditos atrasados, segundo desembargador Ivan Sartori, que preside a corte; ele diz que vai pedir ao governador Alckmin que cubra débitos dos que estão em ‘situação de penúria’
Fausto Macedo e Felipe Recondo, de O Estado de
S.Paulo
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori,
informou na segunda-feira, 16, em Brasília que atinge quase metade do orçamento
da corte para 2012 o montante pleiteado por seus pares e milhares de servidores
a título de créditos atrasados. "São R$ 3 bilhões a nosso ver. Já para
associações de servidores são R$ 7 bilhões. (O valor) é relativo a férias (não
aproveitadas), fator de atualização monetária, equivalência, licença-prêmio.
Tudo isso, coisa devida que ficou lá." O orçamento do maior tribunal do País
para 2012 é de R$ 6,8 bilhões.
Valéria Gonçalez/AE - 29/10/2008
TJ é alvo de investigação do CNJ, que mira
operações atípicas e contracheques milionários
O TJ é alvo de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que mira
os contracheques excepcionais em benefício de alguns magistrados - dois
desembargadores receberam R$ 1 milhão cada; outros cinco, R$ 400 mil cada. Esses
casos já estão sob análise do Conselho Superior da Magistratura e do Órgão
Especial do TJ.
"Cada dia fica maior (a dívida do TJ)", diz Sartori. "Eram R$ 600 milhões,
passou para R$ 1 bilhão, foi para R$ 2 bilhões, agora são R$ 3 bilhões. Daqui a
pouco não se paga ninguém mais." Ele disse vai solicitar créditos junto ao
Executivo para cobrir pelo menos uma fatia do débito.
"Vou tentar buscar com o governador (Geraldo Alckmin). Uma hora vamos ter que
conversar. Quero buscar pelo menos uma parte para os juízes, mais para os
funcionários em situação de penúria. Tudo não sei se vou conseguir."
Sartori falou sobre a dívida de R$ 3 bilhões após visita à ministra Eliana
Calmon, corregedora nacional de Justiça. Em gesto inédito, que reaproxima a
corte paulista e o CNJ, o desembargador se colocou à disposição da corregedora.
"Eu disse a ela (Eliana) que o TJ é aberto a qualquer investigação. Não temos
mais nada além de pagamentos antecipados. A ministra disse que não há nada
contra nenhum desembargador, não apresentou nenhum caso concreto."
Ao contrário do argumento usado pelas associações de classe da toga para
atacar o CNJ, Sartori negou que a Corregedoria Nacional de Justiça tenha
quebrado o sigilo de juízes ao pedir dados ao Coaf. "O acesso que eu tive foi
aos relatórios do Coaf que não individualizam as pessoas. Não tem nomes ali. Por
isso, não houve quebra de sigilo."
Ele anotou que os dados sobre os subsídios já foram repassados ao CNJ por seu
antecessor, José Roberto Bedran. "Se tiver caso (de irregularidade) pode indicar
que a competência (da Corregedoria do TJ) é concorrente (à do CNJ). Se tem algum
problema estamos prontos a investigar."
Fonte: ESTADO DE SP
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