sexta-feira, 27 de abril de 2012

Os bancos, a desigualdade e o ocaso da velha Europa




Jornal do BrasilMauro Santayana 




Pode ser um bom sinal: chamado às falas pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia, o fiel funcionário do Banco Goldman Sachs, que preside ao Banco Central Europeu, Mário Draghi, gaguejou. Não pôde explicar aonde foram parar o trilhão de euros que os países centrais da Europa emitiram e entregaram ao BCE, a fim de recuperar a economia do bloco.
De acordo com Michel Barnier, Comissário da União Europeia encarregado do mercado interno do grupo, que inclui os serviços financeiros, e de Durão Barroso, o presidente da Comissão Europeia, os bancos beneficiados com os recursos, repassados pelo BCE a juros inferiores a 1%, não os usaram no estímulo à economia. Ao contrário, continuaram emprestando aos estados em dificuldades, a juros que vão de 6 a 10% aos países. Quanto mais dificuldades enfrentam, mais altos são os juros, em uma espiral descendente de arrocho, desemprego e miséria de seus povos.
Mesmo com os imensos recursos de caixa, os bancos privados — encabeçados pelo famigerado Goldman Sachs — reduziram seus financiamentos às empresas em 30% e os empréstimos aos correntistas privados em 43%. As condições para a concessão de créditos à economia real se tornaram ainda mais duras. E os empréstimos aos Estados se fazem sob exigências draconianas. O Banco Central Europeu não pode emprestar diretamente aos Estados. Como todos os bancos centrais, eles são servidores dos banqueiros, e, de modo geral, operam com autonomia. Temos que sujeitar o nosso Banco Central ao controle direto do Poder Executivo.


Fonte: JORNAL DO BRASIL

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