As tradições são as cadeias (algemas) disfarçadas, que nos mantêm atrelados e submissos aos colonizadores, aos dominadores, às suas vontades, aos seus interesses, ao seu arbítrio e às suas arbitrariedades.
A própria organização da Igreja em Províncias - já abolida com a proclamação da República pela legislação civil e laica - é tradição que constitui a demonstração mais acintosa de desrespeito ao regime republicano, tendo sido mantida pela Igreja, que faz questão de mostrar que se constitui num estado dentro, ao lado, ou até acima do estado laico, um poder não revogado, desafiador do regime republicano e dominador do poder civil, pelo uso da intimidação religiosa, da influência política-eleitoral, etc..., ao mesmo tempo em que suga o trabalho do povo (apropriando-se de recursos arrancados a forceps - ou alguém acredita em "solidariedade", prevista no art. 3º, da CF? - , via sistema tributário) e se evidencia livre, em relação ao sistema tributário, pelos dispositivos legais de imunidade e isenção introduzidos na legislação laica.
Os que deveriam defender o estado laico, permitem - sob o argumento falacioso da liberdade religiosa, do respeito à cultura e outros disfarces - que seja homenageado o regime monarquista, com a figura do Imperador, etc., nas "festas do divino", submetidos os partícipes do cortejo ao poder do bispo (o Presidente da Província, que equivale ao governador), simbologia ostensiva e desrespeitosa ao regime republicano, à soberania popular, transformada numa quimera.
Dentre as tradições religiosas vislumbra-se, ainda, a procissão do "senhor" (dono, dominador) dos passos.
Naquele cortejo, põe-se o povo inculto, inocentes úteis, a andar, a dar passos sob o cajado do pastor (o bispo da igreja); põe-se o povo descerebrado a dar uma demonstração de idiotia, a bajular o "ordinário" (bispo, preposto do Império Vaticano) e, de quebra, a homenagear os políticos aliados da Igreja (ou tão descerebrados quanto os fiéis) permitindo-se-lhes um lugar de destaque sob o pálio.
Este gênero de tradição é acintoso, desrespeitoso ao que consta da Constituição da República: o regime republicano.
Portanto, cabe ao Ministério Público, fiscal da lei, acionando o Poder Judiciário, por cobro a tais práticas, mostrando aos políticos e aos membros da ICAR que o Brasil é efetivamente uma República e não uma possessão do Império do Vaticano.
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