sexta-feira, 9 de abril de 2021

Os empresários se divertem com a criatura que eles inventaram.

 Por Moisés Mendes
Publicado por Davi Nogueira
- 9 de abril de 2021

Jair Bolsonaro – Foto: Sérgio Lima

Bolsonaro foi aplaudido em jantar com empresários na quarta-feira em São Paulo. A Folha informou que foi ovacionado. Outros noticiaram que o sujeito provocou risos quando disse que os jornais só não insinuam que ele é boiola.

As reações das esquerdas ao encontro foram de incredulidade. Parece que a esquerda não acredita no apoio incondicional do empresário rico a Bolsonaro.

Mas outros jantares estão programados e podem virar moda. O empresariado quer comer na mesma mesa com Bolsonaro e desfrutar da sua capacidade de entreter e provocar boas risadas.

E essa é uma das questões em aberto: Bolsonaro teria, se ajustasse discurso e atitudes, o apoio da maioria do alto empresariado, não só da Fiesp, mas de todo o país?

Não há como saber. Falam em pragmatismo. Dizem que os empresários querem resultados que Bolsonaro e Guedes ainda pode oferecer com as reformas. Por isso eles aplaudem e riem das besteiras sem sentido do genocida.

Bolsonaro é o que o empresariado tem para o momento. Mario Amato, o lendário presidente das Fiesp, o que iria fugir do Brasil se Lula fosse eleito, jamais daria risada das tiradas homofóbicas de Bolsonaro.

O empresariado brasileiro evoluiu e inventou Bolsonaro, a criatura que parece não ter dado certo, mas que precisa ser embalada, enquanto eles acham outra que não seja uma aberração.

O empresariado do tempo de Mario Amato era reacionário, atrasado, um falso liberal dependente do Estado. Agora, continua atrasado, um capitalista retardatário e predador, mas ficou fascista.

Abaixo, a lista dos participantes do jantar:

Paulo Skaf, presidente da Fiesp
Flávio Rocha, da Riachuelo
Alberto Leite, da FS Holding
João Camargo, grupo Alpha
Alberto Saraiva, Habib’s
André Esteves, BTG Pactual
Carlos Sanchez, EMS
Candido Pinheiro, Hapvida
Rubens Ometto, Cosan
Claudio Lottenberg, da Conib
David Safra, banco Safra
Felipe Nascimento, da Mapfre Seguros
João Apolinário, Polishop
Washington Cinel, Gocil
José Roberto Maciel, do SBT
Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco
Rubens Menin, CNN
José Isaac Peres, da Multiplan
Tutinha, Jovem Pan

Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/os-empresarios-se-divertem-com-a-criatura-que-eles-inventaram-por-moises-mendes/

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Quem é Washington Cinel, bilionário ruralista, ex-PM e anfitrião de Bolsonaro
O empresário diz que incentivou o filho a ter armas para usar nas fazendas do clã. As filhas são colecionadoras de arte
Igor Carvalho
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 08 de Abril de 2021 às 18:45

Cinel é fundador do Gocil Serviços de Vigilância e Segurança, uma das maiores do Brasil no setor, após resolver uma ocorrência na sede da Rede Globo em Bauru - Foto: Gocil Vigilância


Washington Umberto Cinel nasceu em Reginópolis, interior de São Paulo, é ex-policial militar, ruralista e figurante na aristocracia brasileira. Um bolsonarista à moda da casa, o baixo clero da fidalguia paulista.

Bilionário, o empresário gosta de abrir as portas de sua mansão, de 1,7 mil metros quadrados de área construída, na rua México, no Jardim Europa, bairro rico da zona sul da capital paulista, para receber artistas em eventos beneficientes, como um almoço em prol do Hospital do Câncer de Barretos, ou políticos.

Foi em um dessas reuniões, realizada na última quarta-feira (7), que o nome de Cinel circulou entre os principais portais do país.

Ele foi o anfitrião de um encontro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com um grupo pequeno de empresários, exatamente na mansão que gosta de ostentar, que já pertenceu ao falecido Antônio Ermírio de Moraes, e que foi adquirida em um leilão no ano de 2015, por R$ 39 milhões.

Cinel é fundador do Gocil Serviços de Vigilância e Segurança Ltda, uma das maiores do Brasil no setor, o que lhe garantiu a alcunha de "rei das terceirizações".

Um dos seus mais generosos contratantes é o governo de São Paulo, que desembolsou, somente em 2020, R$ 68 milhões em contratos com o empresário. A empresa divulgou que seu faturamento no ano passado foi de R$ 1,2 bilhão.

Se os contratos com o governo de São Paulo são recentes, a amizade de Cinel com o governador paulista, João Doria (PSDB), vem de longe. O empresário ficou responsável por passar o chapéu entre amigos ricos para financiar a campanha do tucano em 2018.

Cinel é conselheiro para assuntos de Segurança Pública e um dos fundadores do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que tem em Doria seu expoente mais ilustre. Em 20 de dezembro de 2019, no Palácio dos Bandeirantes, Cláudia Cinel, companheira de Washington, foi responsável por oferecer o jantar de natal para o casal Doria.

Em 2017, a dupla expandiu para além do Brasil a parceria e fundaram o Lide Paraguay. No país vizinho, começaram o lobby para a recepção de empresários brasileiros e Cinel fundou a Villa Oliva Rice, uma das maiores produtoras de arroz em território paraguaio.

A festa de inauguração da empresa contou com a presença do então presidente Horácio Cartes.

A Villa Olivia Rice fornece arroz para a Camil e Guacira e ocupa uma área de 20 mil hectares no Paraguai. Moradores da região acusam a empresa brasileira de desviar o curso de rios para irrigarem a lavoura.




Cinel se formou em 1976 na Academia de Polícia do Barro Branco. Já nas ruas, foi chamado para atender uma ocorrência na sede da Rede Globo em Bauru. Lá, foi contratado pela emissora para fazer segurança privada. Foi quando fundou a Gocil.

É comum, embora possa ser ilegal, que ex-policiais militares fundem empresas de vigilância. Porém, Cinel foi além e viu no agronegócio uma possibilidade de expandir.

Hoje, é sócio ou proprietário de diversos empreendimentos no setor, como a Brangus Brasil Agropecuária Ltda, com sede em São Manuel, no interior de São Paulo, onde cria gado da raça Brangus, claro.

Em algumas empresas, como a Mana Imóveis e Empreendimentos Ltda, com sede em Itapuí, também no interior de São Paulo, Washington Cinel é sócio com os quatro filhos: Washington Umberto Cinel Filho, Jessica Luciano Cinel, Victoria Luciano Cinel e Valentina Luciano Cinel.

Com Junior, Cinel tem um episódio que mimetiza o clã Bolsonaro. Em 2019, o empresário, que é defensor do porte de arma para a população, deu uma entrevista em que afirmava que ele e o filho andavam armados. Porém, o herdeiro prefere utilizar o artefato somente nas fazendas da família.

Jessica Cinel é figura comum nos editoriais de moda e arte de algumas revistas . “Eu era meio cafona. Adorava usar peças tradicionais de grandes marcas, como Missoni. Hoje, acho tudo isso muito manjado”, afirma a herdeira de Cinel, em entrevista à revista da jornalista Joyce Pascowitch, em 2018, repleta de imagens em sua mansão. Ela e a irmã, Victoria, são colecionadoras de arte.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2021/04/08/quem-e-washington-cinel-o-bilionario-ruralista-ex-pm-e-anfitriao-de-bolsonaro

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