terça-feira, 23 de janeiro de 2024

A "praga" da bebida alcoólica e o bêbado de Dostoievski

 "O senhor sabe que até as meias dela eu bebi? 

Não foram os 17 sapatos, o que sempre seria mais lógico, mas as meias. Bebi as suas meias! 

Também bebi a sua gola de pêlo de cabra, apesar de ser propriedade dela, pois já a tinha antes de casada; e moramos num buraco gelado, e ela, este inverno, apanhou uma bronquite e começou a tossir e a cuspir sangue. 

Temos três filhos pequenos, e Ekatierina Ivânovna trabalha desde manhã até a noite, lava, esfrega e trata das crianças, pois foi costumada à limpeza desde pequena, simplesmente está doente do peito e tem propensão para a tísica, sei-o muito bem. 

 Mas então eu não tenho sentimentos? 

E quanto mais bebo mais sinto as coisas. É por isso que bebo, porque na bebida encontro o sofrimento... Bebo porque quero sofrer em dobro!"!

- Em  Crime e castigo.

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