Linha de ônibus exclusivamente para passageiros palestinos foi implementada nesta segunda-feira e sofre duras críticas
Dois ônibus da companhia israelense Afikrim, que nesta segunda-feira (04/03) inaugurou duas linhas destinadas unicamente ao transporte de palestinos, foram incendiados na mesma noite em Kafr Qasim, cidade israelense de 17 mil pessoas com maioria árabe, situada perto da fronteira. Não houve feridos e a polícia investiga o caso como incêndio criminoso.
Os ônibus são utilizados por palestinos que moram na Cisjordânia e trabalham na zona metropolitana de Israel, mas partem de assentamentos judaicos em territórios anexados pelo Estado judeu. Assim, os palestinos – mesmo que com posse de vistos de entrada – precisam passar pelo posto de controle de Eyal, ao norte da cidade de Qalqilya, e pegar os ônibus até Israel. Vários acabavam usando meios de transporte privados até os postos, os quais, segundo o Ministério de Transporte, operavam sem licença e cobravam mais do que os públicos.
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Vários grupos de direitos humanos de Israel têm denunciado, porém, que a criação das novas linhas obedece a queixas de colonos que também fazem diariamente a viagem e não querem compartilhar os meios de transporte com palestinos.
Agência Efe
Trabalhadores palestinos rezam enquanto esperam a vinda do ônibus exclusivo
O Ministério garante que simplesmente reforçou um serviço que mostrava maior demanda por passageiros palestinos. Ainda assim, não existe uma política oficial que impeça o uso dos ônibus por uma população ou outra.
Para a presidente do partido Meretz, Zehava Gal-On, a segregação entre passageiros judeus e palestinos “tem toda a aparência de um apartheid. E não há uma forma mais educada ou agradável de descrevê-lo”.
Protestos no primeiro dia de funcionamento das novas linhas foram motivados pelo fato de vários ônibus estarem completamente cheios, fato respondido pelo Ministério com a decisão de reforçar com mais veículos.
Agência Efe
Palestinos tentam entrar em ônibus com direção a Israel
* Com informações de El País e Al Jazeera
Fonte: OPERA MUNDI
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