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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

O famoso ZÉ DO PATO e a Maçonaria na libertação dos escravizados

 
José do Patrocínio
José Carlos do Patrocínio

Nascimento 9 de outubro de 1853
Morte 29 de janeiro de 1905 (51 anos)
Nacionalidade brasileiro

José Carlos do Patrocínio (Campos dos Goytacazes, 9 de outubro de 1853Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1905) foi um farmacêutico, jornalista, escritor, orador e ativista político brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes do movimento abolicionista no país. 
Foi também idealizador da Guarda Negra, que era formada por negros e ex-escravos, sendo vanguarda do movimento negro no Brasil e formada para proteger família imperial brasileira contra a aristocracia e os militares.[1][2][3]

Biografia

Primeiros anos

Filho de João Carlos Monteiro, vigário da paróquia de Campos dos Goytacazes e orador sacro de reputação na Capela Imperial, com Justina do Espírito Santo, uma jovem escrava mina de quinze anos, cedida ao serviço do cônego por dona Emerenciana Ribeiro do Espírito Santo, proprietária da região.

Embora sem reconhecer a paternidade, o religioso encaminhou o menino para a sua fazenda na Lagoa de Cima, onde José do Patrocínio passou a infância como liberto, porém convivendo com os escravos e com os rígidos castigos que lhes eram impostos
.
O Jornalista e Líder Abolicionista José do Patrocínio com 26 anos de idade, 1879.

Aos catorze anos de idade, tendo completado a sua educação primária, pediu, e obteve ao pai, autorização para ir ao Rio de Janeiro. Encontrou trabalho como servente de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (1868), empregando-se posteriormente na casa de saúde do doutor Batista Santos. Atraído pelo combate à doença, retomou, às próprias expensas, os estudos no externato de João Pedro de Aquino, prestando os exames preparatórios para o curso de farmácia.

Inicio de carreira


Aprovado, ingressou na Faculdade de Medicina como aluno de farmácia, concluindo o curso em 1874. Nesse momento, desfazendo-se a república de estudantes em que vivia, Patrocínio viu-se na iminência de precisar alugar moradia, sem dispor de recursos para tal. Um amigo, antigo colega do externato de Aquino, João Rodrigues Pacheco Vilanova, convidou-o a morar no tradicional bairro de São Cristóvão, na casa da mãe, então casada em segundas núpcias com o capitão Emiliano Rosa Sena, abastado proprietário de terras e imóveis. Para que Patrocínio pudesse aceitar sem constrangimento a hospedagem que lhe era oferecida, o capitão Sena propôs-lhe que, como pagamento, lecionaria aos seus filhos. Patrocínio aceitou e, desde então, passou também a frequentar o "Clube Republicano" que funcionava na residência, do qual faziam parte Quintino Bocaiuva, Lopes Trovão, Pardal Mallet e outros. 
Não tardou que Patrocínio se apaixonasse por Maria Henriqueta (Bibi), uma das filhas do militar, sendo também por ela correspondido. Quando informado do romance de ambos, o capitão Sena sentiu-se ofendido a princípio, porém veio, após o matrimônio (1879), a auxiliar Patrocínio em diversas ocasiões. 
Do matrimônio nasceu José do Patrocínio Filho (1886-?), futuro jornalista, escritor, diplomata e empresário teatral, que foi preso em Londres durante a 1.ª Guerra Mundial acusado de espionagem.[4]

Nessa época, Patrocínio iniciou a carreira de jornalista em parceria com Dermeval da Fonseca, publicando o quinzenário satírico "Os Ferrões", que circulou de 1 de junho a 15 de outubro de 1875, no total de dez números. Os dois colaboradores se assinavam com os pseudônimos Notus Ferrão (Patrocínio) e Eurus Ferrão (Fonseca).

Ativismo politico

Dois anos depois (1877), admitido na Gazeta de Notícias como redator, foi encarregado da coluna Semana Parlamentar, que assinava com o pseudônimo de Prudhome. Foi neste espaço que, em 1879, iniciou a campanha pela abolição da escravatura no Brasil. Em torno de si, formou-se um grupo de jornalistas e de oradores, entre os quais Ferreira de Meneses (proprietário da Gazeta da Tarde), Joaquim Nabuco, João Clapp, Lopes Trovão, Paula Nei, Teodoro Fernandes Sampaio e Ubaldino do Amaral, todos da Associação Central Emancipadora. Por sua vez, Patrocínio começou a tomar parte nos trabalhos da associação.

Fundou, em 1880, juntamente com Joaquim Nabuco, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Com o falecimento de Ferreira de Meneses (1881), com recursos obtidos junto ao sogro, adquiriu a Gazeta da Tarde, assumindo-lhe a direção. Em maio de 1883, articulou a Confederação Abolicionista, congregando todos os clubes abolicionistas do país, cujo manifesto redigiu e assinou, juntamente com João Clapp, André Rebouças e Aristides Lobo. Nesta fase, Patrocínio não se limitou a escrever: também preparou e auxiliou a fuga de escravos e coordenou campanhas de angariação de fundos para adquirir alforrias, com a promoção de espetáculos ao vivo, comícios em teatros, manifestações em praça pública etc.


Charge da proclamação da República do Brasil, com José do Patrocínio em primeiro plano.

Em 1882, a convite de Paula Nei, Patrocínio visitou a província do Ceará, onde foi recebido em triunfo. Essa província seria pioneira no Brasil ao decretar a abolição da escravidão já em 1884.

Em 1885, visitou sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, sendo também recebido em triunfo. De volta ao Rio de Janeiro, trouxe a mãe, idosa e doente, que viria a falecer no final desse mesmo ano. O sepultamento transformou-se em um ato político em favor da abolição, tendo comparecido personalidades como o ministro Rodolfo Dantas, o jurista Rui Barbosa e os futuros presidentes Campos Sales e Prudente de Morais.

No ano seguinte (1886), iniciou-se na política, sendo eleito vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com votação maciça.

Participou da Maçonaria, atuando no processo de emancipação do trabalho escravo, defendendo o fim da escravidão a partir de discussões no Parlamento, de debates entre a elite branca e da defesa de uma abolição da escravatura, por intermédio da Sociedade Brasileira contra a Escravidão.[5]

Em setembro de 1887, abandonou a Gazeta da Tarde para fundar e dirigir um novo periódico, chamado A Cidade do Rio. À frente deste periódico, intensificou a sua atuação política. Aqui, fizeram escola alguns dos melhores nomes do jornalismo brasileiro da época, reunidos e incentivados pelo próprio Patrocínio. Foi nele que Patrocínio saudou, após uma década de intensa militância, a 13 de maio de 1888, o advento da abolição. Logo após a assinatura da Lei Áurea, com os entornos do palácio tomados de celebração e uma chuva de flores caindo sobre todos, Patrocínio aproximou-se de Isabel, ficou de joelhos e beijou-lhe as mãos, sendo seguido nesse gesto por outros abolicionistas.[1][6]

Obtida a vitória na campanha abolicionista, as atenções da opinião pública se voltaram para a campanha republicana. Por ironia do destino, o periódico A Cidade do Rio e a própria figura de Patrocínio passaram a ser identificados pela opinião pública como defensores da monarquia em crise. Nessa fase, Patrocínio, rotulado como um "isabelista", foi apontado como um dos mentores da chamada Guarda Negra, um grupo de ex-escravos que agia com violência contra os comícios republicanos. Esse grupo iniciou um verdadeiro culto à princesa Isabel, o chamado isabelismo, e combateu diversos ativistas contrários a um eventual Terceiro Reinado.[1][7]

Na época da proclamação da República era vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foi ele quem tomou a iniciativa de proclamar a República, por volta das 18h, perante um grupo reunido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, enquanto Marechal Deodoro da Fonseca ainda elaborava a mudança de regime.

Na época Deodoro estava doente, destituiu o ministério e promoveu um desfile de tropas pela capital demonstrando um levante militar. No entanto não proclamou o novo regime. No calor do momento da revolta, o escritor e político Aníbal Falcão foi até o jornal de Patrocínio para que fosse escrita uma moção pública abolindo a monarquia. Foi este documento que ele leu no plenário da Câmara e que colocou fim à monarquia (de forma política-jurídica)[8] Proposta de bandeira criada por Lopes Trovão, içada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro por José do Patrocínio em 15 de novembro de 1889.

Após a proclamação da República (1889), entrou em conflito em 1892 com o governo do marechal Floriano Peixoto ao apoiar a Revolta da Armada contra o regime republicano recém-estabelecido, sendo detido e deportado para Cucuí, no alto rio Negro, no estado do Amazonas. [9]

Retornou discretamente ao Rio de Janeiro em 1893, mas, com o estado de sítio ainda em vigor, a publicação do A Cidade do Rio continuou suspensa. Sem fonte de renda, Patrocínio foi residir no subúrbio, em Inhaúma.[10]

Últimos anos

Nos anos seguintes, a sua participação política foi inexpressiva, concentrando-se a sua atenção no moderno invento da aviação. Iniciou a construção de um dirigível de 45 metros, o "Santa Cruz", com o sonho de voar, jamais concluído. Numa homenagem a Santos Dumont, realizada no Teatro Lírico, quando discursava saudando o inventor, foi acometido de uma hemoptise, sintoma da tuberculose que o vitimou. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado, por seus biógrafos, o maior de todos os jornalistas da abolição.[10]

Cronologia1853: Em 9 de outubro, José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos dos Goytacazes (na então província do Rio de Janeiro), filho natural do padre João Carlos Monteiro e de Justina, escrava africana, vendedora de frutas.
1868: Patrocínio começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro.
1871: Por iniciativa do visconde do Rio Branco, foi promulgada a lei do Ventre Livre, reconhecendo como livres as crianças nascidas de mães escravas.
1874: Na Faculdade de Medicina, Patrocínio concluiu o curso de Farmácia.
1875: Com Demerval Ferreira, publicou o primeiro número do quinzenário satírico "Os Ferrões".
1877: Entrou na "Gazeta de Notícias", respondendo pela coluna "A Semana Parlamentar".
1879: Casou-se com Maria Henriqueta Sena, a "Bibi". Iniciou a campanha pela abolição da escravatura.
1881: Ingressou na "Gazeta da Tarde", vindo a se tornar proprietário do periódico.
1882: A convite de Paula Nei, viajou ao Ceará em campanha pró-abolição; como fruto, dois anos mais tarde, o Ceará foi a primeira província brasileira a dar a emancipação aos escravos.
1883: Patrocínio redigiu o manifesto da Confederação Abolicionista.
1884: Publicou o romance Pedro Espanhol.
1885: Promulgada a Lei dos Sexagenários, que concedeu a liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 65 anos. José do Patrocínio visitou Campos, onde foi saudado como um triunfador. No Rio de Janeiro, o funeral de "tia" Justina, mãe de José do Patrocínio, transformou-se num grandioso comício de repúdio à escravidão.
1886: Foi eleito vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
1887: Deixou a "Gazeta da Tarde", fundou e passou a dirigir o "A Cidade do Rio". Publicou o romance Mota Coqueiro ou a Pena de Morte.
1888: A 13 de maio, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil; José do Patrocínio beijou as mãos da princesa.
1889: Patrocínio publicou o romance Os Retirantes, inspirado na inclemência da seca sobre os habitantes da região nordeste do Brasil. Foi acusado de fomentar a violenta ação da "Guarda Negra" em defesa do isabelismo. A 15 de novembro, a república foi proclamada no Brasil.
1892: José do Patrocínio importou da França o primeiro automóvel que circulou no Brasil. Movido a vapor, o seu barulho espantava os transeuntes. Por ter publicado, no seu jornal, um manifesto de um dos chefes da Revolta da Armada, o marechal Floriano Peixoto desterrou Patrocínio para Cucuí, no alto rio Negro (Amazonas).
1893: Proibida a publicação do periódico A Cidade do Rio, Patrocínio estava reduzido à miséria.
1905: Numa homenagem a Santos Dumont, ao discursar, José do Patrocínio sofreu uma hemoptise; faleceu a 30 de janeiro.

Obras1875: Os Ferrões, quinzenário satírico, 10 números, em colaboração com Dermeval Fonseca;
1879: Os retirantes, romance;
1883: Manifesto da Confederação Abolicionista;
1884: Pedro Espanhol, romance;
1885, 17 de maio: Conferência pública, no Teatro Politeama, em sessão da Confederação Abolicionista;
"Associação Central Emancipadora", 8 boletins.

Pseudônimos

Em artigos nos periódicos da época, José do Patrocínio usou os pseudônimos de:"Justino Monteiro" ("A Notícia", 1905);
"Notus Ferrão" ("Os Ferrões", 1875);
"Prudhome" ("A Gazeta de Notícias", "A Cidade do Rio").

Representações na cultura

José do Patrocínio já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Antonio Pitanga na novela Sangue do Meu Sangue (1969) e por Kadu Karneiro no remake de 1995; Valter Santos na minissérie Abolição (1988) e Maurício Gonçalves na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999). No cinema, foi também interpretado por Maurício Gonçalves em O Xangô de Baker Street (2001).
Referências
Gomes, Flávio (2005). Negros e política (1888-1937). Rio de Janeiro: Zahar. 96 páginas. ISBN 9788571108769
Orico, Osvaldo (1953). O Tigre da Abolição. [S.l.]: Gráfica Olímpica Editora
Biblioteca Nacional, BN (Novembro de 1950). «Jornal Autores e Livros». http://memoria.bn.br/. Consultado em 26 de abril de 2024
https:www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/11/15/quem-foi-o-homem-negro-que-proclamou-a-republica-antes-de-marechal-deodoro.amp.htm
Carletta, D. M. (2007). «Patrocínio, José do». Encyclopedia of emancipation and abolition in the Transatlantic world. London, United Kingdom: Routledge

BibliografiaCOUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo : Global.

Ligações externas
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre José do Patrocínio

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Operação "CONTRAGOLPE" - Preso pela PF por tentativa de golpe e plano para matar Lula, militar defendeu "medida radical" diante de Bolsonaro

MAS, O QUE TODOS QUEREMOS SABER, É QUANDO SERÁ PRESO O CABEÇA DESSA NOJEIRA TODA? 

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Mario Fernandes aparece em vídeo de reunião em que Bolsonaro e ministros discutem formas de minar a confiança nas eleições e tomar medidas antes do pleito
19 de novembro de 2024, 08:03 h







247 - A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (19), a Operação Contragolpe, desarticulando uma organização criminosa composta por militares e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O grupo é acusado de planejar assassinatos do presidente Lula (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte de um plano maior para implantar uma ditadura no Brasil.

Além do policial federal Wladimir Matos Soares e dos militares do Exército Helio Ferreira Lima (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra Azevedo (major) e Rafael Martins de Oliveira (major), foi preso também o general de brigada da reserva Mario Fernandes. Todos os militares eram ligados às forças especiais, os chamados "kids pretos", do Exército.

Mario Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República em 2022 e atualmente ocupa o cargo de assessor do deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ).

Em julho de 2022, Fernandes, conforme relata reportagem do g1, defendeu em reunião ministerial, na presença de Jair Bolsonaro (PL), "alternativas" antes das eleições presidenciais daquele ano, e admitiu o risco de "conturbar o país". A fala consta em gravação apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Na ocasião, ministros de Bolsonaro discutiam formas de minar a confiança no sistema eleitoral e tomar medidas antes do pleito.

Fernandes defendeu que o governo Bolsonaro desse um prazo para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cobrando que os Três Poderes fiscalizassem as eleições: "nós temos que...um prazo para isso acontecer, por parte do Judiciário, do TSE, e uma previsão de uma próxima reunião pra alternativas se isso não acontecer nesse prazo".

Ele ainda citou uma "medida mais radical": "daqui a pouco nós estamos nas vésperas do primeiro turno. E aí, com a própria pressa internacional, a liberdade de ação do senhor e do governo vai ser bem menor. A população vai começar a acreditar: 'não, tá tranquilo, o governo não tomou a medida mais radical, tá tranquilo'. Então, eu acho que realmente nós temos que ter um prazo para que isso aconteça, e não... para que eles raciocinem que é importante avaliar essa possibilidade. Mas principalmente, para que uma alternativa seja tomada, como o senhor bem disse, antes que aconteça".

O militar também fez referência ao golpe militar de 1964. "Porque no momento que acontecer, o que vai acon... É 64 de novo? É uma junta de governo? É um governo militar? É um atraso de tudo que se avançou no país? Porque isso vai acontecer. O país vai ser todo desarticulado. Eu não tô falando dos nossos postos não. Eu tô falando do país como um todo, todo o planejamento estratégico vai ser desarticulado".

"Então, tem que ser antes. Tem que acontecer antes, como nós queremos, dentro de um estado de normalidade. Mas é muito melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país, pensando assim para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior da conturbação quando a fotografia lá for de quem a fraude determinar", continuou.

Plano de assassinato - A Operação Contragolpe, desta terça-feira (19), revelou que os presos pela Polícia Federal tinham um plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, o plano previa o assassinato de Lula e Alckmin no dia 15 de dezembro de 2022, além da prisão e execução de Alexandre de Moraes. Segundo a PF, o grupo havia monitorado o ministro do STF por semanas e possuía conhecimento técnico-militar avançado para executar as ações.

A investigação revelou ainda que o grupo tinha um projeto para instituir um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, comandado pelos golpistas, com o objetivo de administrar os conflitos resultantes do golpe de Estado e consolidar o regime autoritário.

Fonte: BRASIL 247  e G1

sábado, 16 de novembro de 2024

Decepção


Causa um desgosto indescritível ver Dino e Zanin votando, a cabresto dos interesses fraudulentos das igrejas e eleitoreiros do atual presidente da República, a favor da manutenção de crucifixos em Tribunais, mesmo que a Constituição diga que o Brasil é um estado laico.

Crucifixo na sala do Plenário do STF


É certo que a Cosntituição federal, já no seu preâmbulo, fala na "proteção de Deus", mas o próprio STF já manifestou-se sobre o assunto, decidindo que o preâmbulo não tem força de norma legal. Esta filigrana jurídica não impacta na ideia dos leigos, todavia. Pra eles, basta estar Deus referido na Constituição para relativizar os dispositivos que falam em laicidade estatal. E os espertalhões que colhem lucros estratosféricos do mercado religioso sabiam perfeitamente da importância da referência a Deus na Lei Maior, mesmo que somente no preâmbulo. 

Os votos dos citados ministros - no quais eu confiava que fariam diferença na mesmice do subalterno STF - baseiam-se em um pueril argumento: O cristianismo e seus símbolos fazem parte da formação da sociedade brasileira. Assim, a presença de itens como crucifixos em prédios públicos transcende a mera manifestação religiosa, representando na verdade a exteriorização da tradição cultural do Brasil.

A validar-se tal argumento, deveria permitir-se que o símbolo usado pelos silvícolas para representar Tupã - que desconheço qual era - teria muito maior legitimidade para enfeitar as paredes dos prédios públicos, porquanto bem antes da cultura cristianizada invadir estas plagas, imposta pelos jesuítas e membros de outras congregações, já cá os "índios" professavam seus valores culturais.

Em suma: parece que continuaremos a ser, em vez de uma democracia, essa mistura repugnante de teocracia e plutocracia, um país submisso à religião de matriz cristã e aos rentistas, que confundem-se em boa parte, já que o Vaticano, por exemplo, é notório dono de três bancas, pelo menos: IOR, Banca D'Italia e Banco Ambrosiano. Além de grande latifundiário.  

Arrematando, cumpre indagar: quem deu aos ministros do STF competência para decidir que matriz cultural deve ser tida como prevalente, legitimando sua valorização acima daquelas outras que compõem o mosaico brasileiro? 

Ocorreu-me a ideia de que o presidente Lulla, de olho nos votos dos cristãos (católicos, protestantes, espíritas) e até de judeus e maçons deístas, principalmente, tenha pedido aos ministros mencionados (ambos por ele nomeados) que votassem como o fizeram, não deixando que suas convicções ideológicas pessoais (Dino sempre declarou-se "comunista") impliquem negativamente no pleito futuro (2026). 
Quanto a Zanin, tem "cara"  de membro da TFP ou da Opus Dei, mas isso é outra história, pois, segundo a sabedoria popular, "quem vê cara não vê coração", ao que aduzo, nem vê a ideologia que permeia o comportamento do indivíduo.  




Caiado é um canalha pior que Bolsonaro?




Preparem-se para manifestações mais que maquiavélicas, vindas de um sujeito asqueroso - do espectro bolsonarista, isto é fascista - mas ainda pior que o Bozo.
O Bozo é um "malacabado" tosco e Caiado, boa pinta, rico, faz pose de civilizado, mas também não passa de um mequetrefe, rastaquera, envernizado por fora, mas grosso, cascudo como um tronco bruto de árvore.
Não tem votos para enfrentar o Lula em 2026, mas incomodará o suficiente para que pensemos que existe mesmo essa coisa que chamam de democracia, disfarce de um jogo que mascara a plutocracia, governo mundial orquestrado por banqueiros. 
Sua candidatura visará roubar votos de outro concorrente e imagino que só prejudicará eventual candidato do centro ou da direita, posto que quem é de centro-esquerda e de esquerda jamais sufragará o atual governador do estado de Goiás. 
Certamente ele contará com votos dos pobres de direita, com seu discurso de endurecimento do combate à criminalidade, que impacta com os limites de um estado de direito. É político do tipo que autoriza as forças de segurança a atirar antes e investigar os mortos depois. Em uma palavra: fascistão, que não faz a menor questão de disfarçar.  Bolsonaro já é mais do tipo "ensebado", covardão, que, na hora "h" sai pedindo arrego pro Michel Temer, por exemplo, ou fugindo, quando pode, para os EUA, de onde recebe as instruções tendentes a tumulturar a política brasileira,e prejudicando o desenvolvimento do país,  a qualquer custo. Bozo faz pose de patriota, mas não passa de um traidor e rematado entregista das riquezas nacionais. Se lhe permitirmos, voltará a professar a expressão "Brazil dos Estados Unidos", em vez de "Estados Unidos do Brasil".
De qualquer modo, as semelhanças entre Bolsonaro e Caiado são grandes e, com um ou com outro, a oposição estará representada por um legítimo protótipo de ditadorzinho sulamericano,  colonizado pelos estrangeiros e subserviente, sempre pronto a servir aos interesses dos grupos econômicos poderosos, mormente aqueles de sangue sionista.

sábado, 9 de novembro de 2024

ASSIM COMO BOLSONARO TEVE VOTOS ENTRE GAYS, NEGROS, MULHERES E NORDESTINOS, AOS QUAIS ESTIGMATIZA... Trump teve votos nas comunidades em que pretende deportar Machos latinos deram grande votação ao republicano

 VAI ENTENDER...



Deu certo.O investimento de Trump no macho man Hulk Hogan deu certo.Créditos: Reprodução NBC News

Por Luiz Carlos Azenha
Escrito en GLOBAL el 8/11/2024 · 12:39 hs

Donald Trump conseguiu uma votação muito acima do que se esperava entre os eleitores originários do México, da América Central e da América do Sul.

Os latinos ou hispânicos sempre fizeram parte da coalizão que empurrou os democratas à Casa Branca, especialmente por conta da militância histórica de líderes como o mexicano-estadunidense Cesar Chavez, que liderou a United Farm Workers of America, a poderosa central sindical de camponeses.

Desta vez, no entanto, Trump conseguiu 45% dos votos dos homens latinos e 16% dos homens negros, números bem acima dos que conquistou em suas campanhas de 2016 e 2020.


Dentre as mulheres negras, o republicano teve apenas 8%.


Macho man


Os rappers trataram o republicano como um "brother", tão perseguido pela Justiça quanto os próprios negros de fato o são.

Também elogiaram os gordos cheques de ajuda que o governo dos EUA enviou durante a pandemia de Covid 19.

Embora o dinheiro tenha sido aprovado pelo Congresso, Trump fez questão de assinar nominalmente os cheques, depois de insistir para que o valor fosse elevado a U$ 2 mil.

Quanto aos latinos, Trump se associou a lideranças religiosas evangélicas e católicas e prometeu defender os empregos da comunidade, afirmando que estavam ameaçados pela chegada descontrolada de ilegais.

A vitória de Trump entre os cubanos já era esperada (são 2,6 milhões cubano-americanos, especialmente na Flórida), uma vez que ainda hoje ele promete derrubar o governo de Cuba.

Trump venceu entre eles por 58% a 40%.

Surpreenderam, no entanto, os números de Trump entre mexicano-estadunidenses (33%) e eleitores originários de Porto Rico (37%).

São 38,5 milhões de descendentes de mexicanos aptos a votar nos EUA, com forte influência em todos os estados fronteiriços.

Há ainda 8,1 milhões de eleitores ligados a Cuba e Porto Rico.

Piada fez pouco efeito

Dez dias antes do pleito, num comício de Trump em Nova York, um comediante fez uma piada sugerindo que Porto Rico era "uma ilha de lixo" no meio do oceano.

Os democratas tentaram explorar o episódio, mas parece não ter dado resultado. Apesar de grande comunidade originária de Porto Rico na Pensilvânia, Trump triunfou no estado.

As políticas de Trump, se de fato adotadas, devem impactar fortemente a vida de milhões de imigrantes ilegais.

Hoje, eles vivem e muitas vezes trabalham para empresas de imigrantes legais, nas mesmas comunidades.

Deportação em massa vai mexer com a vida de todos.

Isso, porém, manteve o apelo relativo de Trump entre os aptos a votar: ele obteve 41% dos votos de eleitores originários da América do Sul e 35% da América Central.

Eleitores ilegais não podem votar nos EUA.

Em parte, o "racha" observado nos números tem relação com a existência de comunidades de imigrantes mais antigas, que buscam integração total adotando o patriotismo que embala o movimento político de Trump.

Há uma racha econômico entre estes imigrantes de classe média e os recém-chegados.

Ainda assim, o recorte de gênero é espantoso: 59% das mulheres latinas votaram em Kamala Harris.

A Fórum entrevistou uma imigrante ilegal brasileira que, apesar do risco de deportação, disse que votaria em Trump se tivesse o direito, por admitir que há uma grande onda de imigração na fronteira.


 

MAIS UM CANALHA EVANGÉLICO? - Esposa acusa Silas Câmara, presidente da bancada evangélica, de traição, alcoolismo e de ter um gabinete do ódio


Em uma postagem, ela revelava traições, alcoolismo, indiferença e até mesmo um gabinete do ódio que o deputado supostamente usaria para atacar inimigos
22 de outubro de 2024, 09:55 h

Deputado Silas Câmara tira selfie durante culto com Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)


247 - A deputada federal Antônia Luciléia da Cruz Ramos (Republicanos/AC) expôs o seu marido, o deputado federal Silas Câmara (Republicanos/AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Em uma postagem no Instagram, ela revelava traições, alcoolismo, indiferença familiar e até mesmo um gabinete do ódio que o deputado supostamente usaria para atacar seus inimigos políticos. A reportagem é do portal Revista Cenarium.

A deputada federal narra na postagem que Silas Câmara estaria envolvendo os filhos do casal em conflitos políticos e o parlamentar teria instalado um “Gabinete do Ódio” na casa dela. A parlamentar continua o texto relatando que Silas Câmara teria um bar dentro de casa e revela que o marido pode ter problemas com alcoolismo.

“Porque destruí o que ve montou em minha casa, um bar? Respeita cara. Não sou mulher de bêbado, não! Sou esposa de um Pastor, diante dos olhos dos homens equilibrados e acredito de Deus sem razão [sic]”, disse.

Ao finalizar o texto do post contra o marido nas redes sociais, Antônia Luciléia pede respeito de Silas Câmara e cita expressões com conotações sobre a não tolerância de traições conjugais sob a ameaça de agir com o mesmo comportamento.

“Respeita meu irmão. Vou logo te avisando que não sou mulherzinha para ficar com palhaçada cheia de galhos e ficar com cara de choro, não ! Dou o troco na mesma moeda. Fica o registro ! [sic]”, concluía a esposa do deputado federal.

ESCRAVIDÃO OBREIRA NO BRASIL



ESCLAVITUD

Los fiscales que han rescatado a decenas de miles de personas del trabajo esclavo en Brasil
Según el Ministerio de Trabajo y Empleo, en 2023 fueron rescatados 3.190 trabajadores en esta situación en el país
Operaciones en el sur de Amazonas, en agosto de 2024.MTE

JORGE C. CARRASCO
06 NOV 2024 - 01:30 BRT


Su cuerpo colapsó bajo el tronco y el estruendo presagió la desdicha. Francisco Araújo Maciel pensó que se estaba muriendo. No lo vio venir ni recuerda exactamente cómo sucedió, pero en la mañana del 24 de abril, un pedazo de un árbol que estaba serrando le desgarró la clavícula al caerle encima, dando inicio a un calvario de más de siete horas que se extendió desde el corazón del bosque hasta el hospital más cercano, en el remoto sur del estado brasileño de Amazonas.

Algunos hombres que trabajaban junto a él encontraron su cuerpo desplomado en el piso, inconsciente. Retiraron el tronco de su pecho y pusieron a Araújo sobre un colchón en la parte trasera de un pequeño tractor improvisado. Sus huesos quebrados crujían mientras el grupo atravesaba la densa selva para llevarlo a un río cercano, donde lo colocarían en una lancha con destino hacia la ciudad de Manicoré. Poco antes de llegar, inspectores federales del trabajo los encontraron. “Al verlo, pensamos que tenía un pulmón perforado. Creí que no iba a resistir”, dice Magno Riga, auditor fiscal del trabajo. “No imagino cuánto sufrió. Tuvo muchísima suerte de sobrevivir”.

Los inspectores habían viajado desde Brasilia con el propósito de rescatar a 50 personas del trabajo esclavo en la selva. Araújo, de 45 años, y los otros hombres habían sido atraídos por reclutadores para laborar en lo que luego se convirtió en una de las mayores operaciones de deforestación ilegal de este año en la región, por la que se destruyeron cerca de 1.300 hectáreas de bosque amazónico entre enero y abril. Sin embargo, nada sucedió como les prometieron, y todos terminaron sometidos a condiciones análogas a la esclavitud moderna.

“Estas personas fueron puestas bajo las peores condiciones laborales por grupos criminales que se dedican a explotar las riquezas de la región, y que consecuentemente explotan a muchas personas de comunidades vulnerables”, dice Riga, que coordinó el rescate tras una denuncia de las autoridades locales. Los trabajadores, que venían de diversas ciudades de los estados norteños de Amazonas y Rondônia, estuvieron en el lugar durante casi tres meses. Dormían bajo carpas de lona, trabajaban jornadas interminables sin protección y, sin acceso a agua potable, tenían que cocinar, bañarse y beber agua enrojecida de un pequeño arroyo contaminado por el propio proceso de deforestación.

Además, se endeudaban al adquirir las motosierras para cortar los árboles, por las que les cobraban 3.000 reales (cerca de 490 euros), que les descontaban de sus salarios —sin consentimiento previo—, lo mismo que sucedía con la comida
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Un tractor de rescate de Francisco Araújo, en Maricoré.MTE

“Sólo sufrimos humillación. Nos trataban mal”, dice Francisco Araújo Maciel, que fue operado en un hospital de Porto Velho y ha regresado a su casa en Humaitá, donde vive con su hermana y cerca de sus hijos de 5 y 8 años. Mientras se recuperaba en el hospital, Riga lo visitó en un par de ocasiones, y hasta ahora lo apoya para que pueda recuperar su dignidad y sus derechos, una parte fundamental del trabajo que hace su equipo.

Aunque Araújo obtuvo un seguro de desempleo especial durante tres meses por haber sufrido la condición de trabajo esclavo, ahora no puede trabajar en lo único que sabe debido a la discapacidad que le provocó el accidente, y está tratando de conseguir una incapacidad por invalidez. Pero, al no haber tenido contrato laboral firmado, encuentra dificultades para recibir los beneficios estatales. “Ya no puedo trabajar. Y no sé cómo voy a rehacer mi vida, porque no tengo estudios. Yo no sé leer, yo no sé escribir, sólo sé hacer trabajos manuales”, se lamenta.

El trabajo análogo a la esclavitud es una realidad presente en muchas regiones de Brasil. Aunque los números exactos de la esclavitud moderna son difíciles de medir, las autoridades se basan en las denuncias de malos tratos laborales: en 2023, fueron 3.422; un 61% más que en 2022 y el mayor número desde la creación de una línea telefónica específica para ello, en 2011. Según datos del Ministerio de Trabajo y Empleo del país sudamericano, en 2023 fueron rescatados 3.190 trabajadores en esta situación, el mayor número desde 2009, cuando 3.765 personas fueron rescatadas.

Brasil lucha activamente contra este problema desde los años noventa. En 1994, la Organización de Estados Americanos (OEA) presentó una petición contra Brasil por violación de derechos humanos en el caso de José Pereira, un trabajador que fue herido con disparos tras intentar huir de una hacienda en el Estado de Pará, donde a él y un compañero —que fue asesinado— les tenían como esclavos. 
Como respuesta, un año después, el país sudamericano creó el Grupo Especial de Fiscalización Móvil de Trabajo (GEFM), del Ministerio del Trabajo y Empleo, y en 2003 creó la Comisión Nacional de Erradicación del Trabajo Esclavo, la llamada “Lista Sucia” de empresas e individuos que son condenados por prácticas de trabajo esclavo, y alteró el código penal para endurecer las condenas por este tipo de crimen.

Magno Riga, que trabaja con derechos laborales hace 12 años, es uno de los funcionarios que coordina el GEFM. Este equipo trabaja en todo el país en operaciones de campo, interviniendo lugares donde hay sospechas de violaciones al código penal por trabajo esclavo. El grupo ha tenido que enfrentar amenazas de muerte, agresiones directas y hasta restricciones de movimiento, pero eso no les detiene. La organización ha rescatado a más de 60.000 personas en las últimas tres décadas. Sus casos van del trabajo esclavo doméstico en el sur de Brasil y malos tratos en plantaciones de soya en Goiás, hasta la explotación de personas en minas de oro en la Amazonia y la trata de migrantes vulnerables de países como Bolivia en fábricas de ropa irregulares de São Paulo.
Magno Riga y su equipo, en la región de Altamira.MTE

Uno de los enfoques recientes del GEFM es expandir su presencia en la Amazonia occidental, donde las denuncias de trabajo esclavo son escasas. Este problema se profundiza en los lugares donde el estado brasileño tiene más dificultades para llegar. Allí es difícil inspeccionar y castigar judicialmente a los dueños de sitios de minería y deforestación ilegales, que además de lucrar con el tráfico de madera y minerales tienden a vender de forma ilegal las tierras deforestadas para la ganadería.

“Muchos de estos criminales actúan de forma indirecta a través de diversos intermediarios. Eso dificulta la penalización de los principales infractores, aún más en regiones de difícil acceso”, comenta el comisario Adriano Sombra, jefe de un equipo especial de la Policía Federal brasileña que combate crímenes contra el medio ambiente en el Estado de Amazonas. “La única alternativa para proteger a estas comunidades es frenar por completo las actividades ilícitas. Pero el territorio es muy grande, y este sigue siendo un desafío”.

La vida de muchos de los trabajadores como Araújo está profundamente marcada por la historia de la explotación de la selva amazónica. En la primera mitad del siglo pasado, el gobierno brasileño fomentó la migración de la población a la Amazonia profunda con la intención de desarrollar la región — que ya estaba habitada por comunidades indígenas — mediante la explotación de sus riquezas.

Grandes autopistas como la Transamazónica se crearon destruyendo parte de la selva para conectar la región con el resto de Brasil. La minería, la ganadería y la explotación forestal fueron las raíces económicas de muchas de las nuevas ciudades. Construidas sin mucha planificación, algunas de estas ciudades condenaron a sus habitantes a la pobreza. La deforestación ahuyentó a los animales y redujo la producción de frutas como el açaí, mientras que la minería ilegal contaminaba las aguas y mataba a los peces. Por eso, la mayoría de trabajos disponibles en estas tierras son los mismos que las destruyen. “Yo tenía que trabajar para mantenerme, comprar alimentos, cosas para la casa. Por eso trabajé en lo ilegal”, dice Araújo que advierte que la naturaleza pasa factura. “Si la destruyes, tarde o temprano ella te cobra por lo que sufrió”.
El rescate de Francisco Araújo, en Maricoré.MTE

En muchos sitios de deforestación, como en el que intervino el equipo coordinado por Riga a finales de abril, se están utilizando incluso antenas satelitales de compañías como Starlink del billonario Elon Musk para solicitar refuerzos de forma rápida y avisar sobre operaciones de fiscalización, retrasando los esfuerzos de las autoridades
En operaciones en el sur del estado de Amazonas, es cada vez más común que los cabecillas de las operaciones desaparezcan antes de la llegada de los inspectores.

Pero Riga cree que el valor de su trabajo está en las vidas que cambia. El verdadero reto es provocar un cambio significativo que saque a esas personas de la vulnerabilidad que las lleva a la esclavitud. “Brasil tal vez sea el país más desigual. Esta es una construcción de siglos basada sobretodo en la esclavitud que formó al país, a su población”, dice él. “Mientras seamos un país de esclavizados y esclavizadores, será necesario que busquemos cambiar esta realidad”.

Reyes Mate, filósofo de la memoria: “Auschwitz puede repetirse”

 

 A este investigador de la memoria le alarma el auge de los nacionalismos. Su apuesta es desactivarlos “todos juntos” (el catalán, el vasco, el español) y apostar por la UE

Reyes Mate
El filósofo Reyes Mate este otoño en su casa de Madrid.JAIME VILLANUEVA

La deuda democrática con las víctimas del nazifascismo, con Auschwitz como ejemplo extremo, recorre el pensamiento del filósofo Reyes Mate (Pedrajas de San Esteban, Valladolid, 82 años). 

Autor de una veintena de ensayos en los que investiga la dimensión política de la razón, la religión y la memoria, no sorprende encontrarlo “alarmado” por el auge del nacionalismo (...)


https://elpais.com/ideas/2024-11-09/reyes-mate-filosofo-de-la-memoria-auschwitz-puede-repetirse.html

DIREITOS FEMININOS - La lucha por la agroecología y los derechos de las campesinas de Mariama Sonko: “Intentaron callarme, pero no lo lograron”


La senegalesa preside una organización regional que agrupa a 175.000 agricultoras de ocho países. Su sueño es que la tierra sea para quien la trabaja
Mariama Sonko, líder agroecologista senegalesa, posa en su almacén de semillas, en el pueblo de Niaguis, el 7 de marzo de 2024

SYLVAIN CHERKAOUI (AP)
Turín, Italia - 09 NOV 2024 - 01:30 BRT

Al casarse con 17 años por presiones familiares, Mariama Sonko se fue a vivir a Niaguis, el pueblo de su marido, un pequeño núcleo agrícola en la región de Casamance, al sur de Senegal. Allí empezó a trabajar la legumbre y se involucró en una asociación de campesinas. 
Constató con rabia que la tradición impedía a las mujeres poseer tierras y que solo podían aspirar a alquilarlas en condiciones abusivas. Ya podían decir las leyes lo que quisieran: el peso de la costumbre convertía su supuesto afán igualitario en papel mojado.

Hace unos 20 años, un episodio de injusticia sangrante soliviantó especialmente a la joven Sonko. Ella y un grupo de agricultoras habían alquilado unas hectáreas a un marabout, un líder religioso islámico. Tras años de duro trabajo —de desbrozar, arrancar malas hierbas, arar y sembrar de sol a sol— el marabout les comunicó que quería rescindir el alquiler. No por casualidad, el hombre tomó su decisión justo cuando la tierra empezaba a producir buenas cosechas. 
“Me indigné. Le dije que no podía echarnos precisamente al comprobar que nuestro esfuerzo estaba dando al fin sus frutos”, narra Sonko a este periódico en un parque de Turín, donde viajó a finales de septiembre para participar en Terra Madre, la feria organizada por el movimiento de alimentación sostenible Slow Food.

https://elpais.com/planeta-futuro/2024-11-09/la-lucha-por-la-agroecologia-y-los-derechos-de-las-campesinas-de-mariama-sonko-intentaron-callarme-pero-no-lo-lograron.html

























































































Sonko pagó cara su rebeldía frente al líder religioso. “Se formó un escándalo. Los notables del pueblo me acusaron de enfrentar a hombres y mujeres. Yo respondí que lo que se había hecho con nosotras estaba mal desde una óptica moral. Pero no sirvió de nada”. Pasó a ser una proscrita en Niaguis. Se le prohibió seguir participando en el movimiento asociativo y se le despojó de un cargo que ostentaba en el ayuntamiento. “Intentaron callarme, pero no lo lograron”, afirma orgullosa, con su pose firme, de movimientos escuetos, y su voz rotunda.

Sonko, que tiene actualmente 52 años, cuenta que, siempre que han intentado humillarla, en lugar de amilanarse, ella se ha venido arriba. Ocurrió cuando, de pequeña, visitaba a la familia de su madre en Dakar. Algunos niños la acosaban por ser jola, la etnia mayoritaria en Casamance, otros la llamaban “perra hambrienta”. “En la capital, hay quien nos considera unos salvajes. Siempre he sido físicamente fuerte. Me enfrentaba a ellos y, si era necesario, les pegaba para que entendieran que sería la última vez que me decían eso”, explica.
En África, la agroecología no es más que una forma de soberanía alimentaria de la que se han encargado tradicionalmente las mujeres

Cuando se produjo el incidente con el marabout, Sonko ya había alcanzado notoriedad en la región, entre otras cosas, por ser gestora en la federación de organizaciones de mujeres en Ziguinchor, una de las tres provincias en que se divide Casamance. “Seguí mi combate desde allí, sensibilizando y formando a compañeras”. En radios y foros. En conversaciones privadas y corrillos de campesinas. Siempre que tenía ocasión, Sonko esparcía su mensaje: la tierra, para quien la trabaja.
La solución

Años después, comenzó a observar con preocupación cómo la Alianza para la Revolución Verde en África (AGRA, por sus siglas en inglés), creada en 2006, estaba presionando para imponer un modelo agroindustrial en el continente. Sonko rechazaba la idea de un campo africano sembrado con semillas modificadas genéticamente y plagado de fertilizantes y pesticidas químicos. Poco a poco, fue cristalizando su causa personal, en la que convergen la lucha por los derechos de las mujeres y la defensa de un sistema de alimentación respetuoso con el medio ambiente. Sonko considera natural esta simbiosis ecofeminista: “En África, la agroecología no es más que una forma de soberanía alimentaria de la que se han encargado tradicionalmente las mujeres”.

En 2011, creó junto a 12 organizaciones de cinco países (Senegal, Burkina Faso, Guinea-Conakri, Mali y Ghana) el movimiento que hoy preside: Nous Sommes la Solution (Somos la solución, NSS, según sus siglas en francés). Sostiene que solo las mujeres podrán encabezar el remedio al problema de la agricultura hipertecnificada e intensiva, que describe como una absoluta catástrofe. “Amenaza con destruir todo lo que nuestros ancestros nos han legado, en especial los suelos fértiles y las semillas autóctonas”, recalca.

NSS agrupa actualmente a más de 800 organizaciones que representan a unas 175.000 campesinas de ocho países (a los cinco iniciales se sumaron posteriormente Costa de Marfil, Gambia y Guinea-Bisáu). A pesar de la lógica diversidad en un movimiento tan extenso, un objetivo sirve de eje: que las agricultoras sean propietarias de la tierra que cultivan y que produzcan a partir de los principios de la agroecología. Sin química ni deforestación. Sirviéndose de los saberes ancestrales y añadiendo a estos conocimientos científicos e innovaciones adaptadas al contexto.

Mientras se avanza en esta dirección, NSS pretende que brote entre los hombres una nueva mentalidad que “reconozca el papel de las mujeres como pioneras en el desarrollo del territorio”, continúa Sonko. A pesar de los avances, explica que en los campos de África occidental sigue imperando el “desprecio” hacia la figura femenina. Pervive una sólida inercia apuntalada, salvo excepciones, por un empeño en no cuestionar al status quo: “La mayoría de hombres piensa, sin más, que así se tienen que hacer las cosas porque así se han hecho siempre”.
Respeto al entorno y libertad

NSS rechaza el frente de batalla jurídico y blande armas de persuasión reforzadas con pura lógica. “Insistimos en los beneficios de que las mujeres puedan comprar o heredar tierras. Por ejemplo, porque así el patrimonio de la familia aumenta. Utilizamos este tipo de argumentos para que los hombres se abran”. Según ella, la estrategia está funcionando: “Gracias a nuestro trabajo, muchas mujeres de África occidental cultivan hoy sus propios terrenos”.
Insistimos en los beneficios de que las mujeres puedan comprar o heredar tierras. Por ejemplo, porque así el patrimonio de la familia aumenta. Utilizamos este tipo de argumentos para que los hombres se abran

En el debate estrictamente agrícola, NSS aduce la fuerza de los hechos. “El sector agroindustrial nos acusa de ser ignorantes, de estar trayendo pobreza... Lo mismo de siempre. Nosotras no entramos al trapo, no nos interesa una conversación en términos teóricos o abstractos. Simplemente, invitamos a visitar nuestras granjas para que la gente juzgue por sí misma”. Según Sonko, en las plantaciones que promueve el movimiento todo se armoniza bajo un “sistema sostenible, con biofertilizantes y bioprotectores, que produce buenos rendimientos”. El fin máximo pasa por alcanzar la soberanía alimentaria, aunque nadie corta las alas a aquellas mujeres que quieran volar más alto. No hay freno a la hora de expandir la producción para vender en mercados locales o internacionales. Solo existe una regla: “Servirse de técnicas que no contradigan la preservación del medioambiente”. A partir de ahí, “se puede crecer lo que una quiera”.

Sonko sigue viviendo en Niaguis, donde cultiva “un poco de todo” en su finca de tres hectáreas, forma sobre prácticas agroecológicas y alienta debates abiertos en torno al “papel de la mujer en las explotaciones familiares y la política local”. Ha llovido mucho desde que los notables del pueblo hicieran todo lo posible por silenciar a aquella joven de voz poderosa que hablaba demasiado.