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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sábado, 30 de setembro de 2023

No país que se auto-proclama defensor mundial da democracia


Publicado por Jessica Alexandrino
- Atualizado em 29 de setembro de 2023 às 23:48


ONU denunciou formas de escravidão moderna – Reprodução



Uma análise elaborada por um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada nesta quinta-feira (28), revela a presença de condições semelhantes à escravidão e a ocorrência sistemática de violações dos direitos humanos em prisões dos Estados Unidos, particularmente contra pessoas negras.

Este relatório, composto por 33 páginas, destaca casos alarmantes, como mulheres negras que permaneceram algemadas durante o trabalho de parto e homens negros submetidos a trabalhos que lembram a escravidão. As informações foram coletadas por representantes da ONU que visitaram os EUA no início deste ano, durante os quais ouviram mais de 133 pessoas e inspecionaram cinco centros de detenção.

Os especialistas formularam uma série de recomendações para as autoridades de Washington e enfatizaram a urgência de implementar medidas para enfrentar o que descreveram como um problema sistêmico de racismo nas prisões, caracterizado como uma “afronta à dignidade humana”.


O relatório documenta relatos angustiantes, como casos de mulheres que perderam seus bebês e responsabilizam as condições desumanas em que deram à luz, estando acorrentadas. Em outro exemplo, a situação em uma prisão em Louisiana é descrita, onde milhares de detentos, principalmente negros, eram forçados a trabalhar em campos agrícolas, incluindo plantações de algodão, sob supervisão de homens brancos a cavalo, lembrando condições que remontam a 150 anos atrás, antes da abolição da escravidão nos EUA.

Os especialistas também utilizam a expressão “formas contemporâneas de escravidão” para descrever o cenário encontrado. Além disso, mencionam um caso de um homem negro que foi mantido em confinamento solitário por 11 anos consecutivos, ressaltando o uso desproporcional dessa prática em relação aos detentos negros.

Juan Mendez, professor na American University Washington College of Law e ex-relator sobre tortura da ONU, declarou: “Nossas conclusões apontam para a necessidade de uma reforma abrangente”, e o grupo de especialistas solicita a criação de uma comissão dedicada a reparar abusos contra detentos afrodescendentes.
Caso de George Floyd repercutiu – Reprodução

Além das violações nos centros de detenção, o relatório também fornece dados preocupantes sobre o sistema prisional dos EUA, destacando que pessoas negras têm três vezes mais probabilidade de serem mortas pela polícia do que pessoas brancas e mais de quatro vezes mais chance de serem presas.

Apenas 1% dos casos de assassinatos cometidos por policiais resulta em acusações formais, destacando a necessidade de reformas nas regulamentações de uso da força.

Os especialistas criticam a chamada “teoria da maçã podre”, que atribui o comportamento abusivo de alguns agentes a casos isolados, argumentando que há evidências sólidas de que esse comportamento faz parte de um padrão mais amplo.


A investigação que originou este relatório foi autorizada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2021, após o assassinato de George Floyd, um ex-segurança negro que morreu em 2020 enquanto um policial pressionava o joelho contra seu pescoço por mais de nove minutos.

O Federal Bureau of Prisons, a agência federal responsável pelos detentos nos EUA, afirmou estar comprometido em garantir a segurança dos indivíduos encarcerados quando questionado pela agência de notícias Reuters.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Os dois lados da moeda

Por muita ogeriza que se tenha aos protagonistas do Judiciário (o que inclui procuradores federais, magistrados de primeiro grau, desembargadores do TRF4 e alguns ministros), nas três instâncias (isto é, até o STJ), no caso de Apio, que poderia ter feito a diferença, posicionou-se escandalosamente como partidário do centro-esquerda (leia-se PT).

Um juiz pode - e deve - ter suas ideias e ideologia, mas não misturá-las no exercício da magistratura. Claro que é uma tarefa difícil não se engajar, mas quando alguém como um magistrado federal deixa transparecer sua preferência ideológica e até a propagandeia, torna-se completamente vulnerável e suspeito para atuar em processos com viés manifestamente político.

O erro de Apio foi primário e, por isso, foi mantido afastado pelo STJ, e pelo STF, da 13ª Vara - aquele antro fascista de Curitiba - como alguns juízes sabidamente de direita radical, a saber, Sérgio Moro e mais dois ou três que o sucederam, antes de Apio. Deu munição aos "três patetas" do TRF4 para afastá-lo e ao STJ e STF não restou outra opção, mesmo que o processo administrativo contra ele manejado tenha desreswpeitado o sagrado direito ao contraditório e ampla defesa, como aprtece ter ocorrido.

Desconheço o inteiro teor das decisões de Apio, mas o que me parece é que o CNJ teme a revelação do apoio descarado à Lavajato de alguns ministros do STJ, os quais convalidaram decisões do TRF 4, cuja tendenciosidade é indisfarçável. Assim, a apuração tenderá a ser mantida, quando muito, até os atos praticados pelos magistrados de segundo grau (TRF4).

NÃO EXISTE CORRUPÇÃO SEM CORRUPTOR - POR QUE A NSC OMITIU O NOME DO EMPRESÁRIO?

Outra pergunta que não se pode evitar: o Sindicato que congrega os empresários da Construção Civil tem culpa pela corrupção?
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Como condomínio irregular foi erguido em Florianópolis mediante propina e chantagem
Documentos detalham como obra deixou de ser fiscalizada e passou a ser objeto de propina em Florianópolis

FELIPE BOTTAMEDI, FLORIANÓPOLIS29/09/2023 ÀS 04H30


Um condomínio construído a cerca de 500 metros dos limites do Mona Peri (Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri) e parcialmente localizado em área de preservação é uma das supostas obras irregulares erguidas em Florianópolis mediante pagamento de propina a servidores municipais comissionados e um efetivo.

A obra foi o pivô para a prisão do ex-chefe de fiscalização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), Felipe Pereira, no último dia 15. Ele foi flagrado em um vídeo revelado pelo ND+ cobrando R$ 90 mil do construtor para avalizar a construção do condomínio.


De baixo pra cima: imagens mostra evolução da obra. Os registros são de agosto/2022, janeiro/2023 e abril/2023, respectivamente – Foto: Google Earth/Divulgação/ND



Os detalhes da obra pivô de escândalo em Florianópolis

Documentos da investigação obtidos pelo ND+ reconstroem a mudança sofrida nos últimos dois anos no trecho da rua localizada no Ribeirão da Ilha, onde a obra foi erguida: mesmo após fiscalizações da Floram terem multado o empreendimento, as obras teriam persistido devido ao pagamento de propina pelo construtor, aponta o processo.


Formado por um conjunto de casas, o condomínio de cerca de 100 m² fica no fim da Servidão Severino Firmino Martins, no Sul da Ilha de Santa Catarina. O terreno foi adquirido pelo empresário investigado em 2019 e as obras começaram dois anos depois, em 2021. Antes não haviam edificações no local, segundo o que mostram imagens aéreas do histórico do Google Earth.

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Além disso, um curso d’água corria no meio terreno, tornando parte do terreno em área de preservação. Sem licença prévia, o leito foi aterrado. Outra mudança drástica: houve o corte de árvores em uma área de 720m², conforme apontado pela Floram e pela Polícia Civil.


Mesmo após uma primeira autuação, em meados de 2021, pela Floram, técnicos do órgão ambiental se depararam com o condomínio ganhando corpo: em fevereiro de 2022, a segunda casa era erguida a cerca de 2m de um curso d’água (perímetro protegido por lei) e outras três residências recebiam suas estruturas de fundação. Cabe destacar que esses últimos imóveis citados não estavam em área protegida.

“No meio do terreno foi aberta mais uma via, com cerca de 120m de comprimento e 6m de largura, a qual seguia em direção ao morro e havia vários troncos de árvores cortadas e vegetação suprimida, além de aterramento da área”, anota o documento de fiscalização de 17 de fevereiro de 2022. Para remover a vegetação de Mata Atlântica é necessária permissão prévia dos órgãos ambientais.



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O ND+ teve acesso ao vídeo do momento em que Felipe recebe a propina. O servidor afirma que o valor acertado seria de R$ 90 mil se o pagamento fosse realizado à vista, ou R$ 110 mil em caso de parcelamento – Vídeo: Divulgação/ND

Diretor teria substituído fiscalizações por chantagem

A investigação da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) destaca indícios de que, a partir de fevereiro de 2022, Felipe Pereira passou a cobrar e a receber propina para deixar de ordenar a fiscalização na região. A obra foi finalizada e hoje conta com casas cercadas por muro de concreto.

A reunião com os servidores investigados ocorria inicialmente na sede da SDMU (Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano) – além de Pereira, outros cinco funcionários que ocupavam cargos comissionados são investigados por participação. As reuniões aconteciam a portas fechadas e os celulares dos participantes do encontro eram guardados em uma antessala.


Para cada imóvel erguido sem licença, o valor acordado foi de R$ 30 mil (à vista) ou R$ 35 mil (parcelado). Somando-se as três residências erguidas, é que se chegou ao valor de R$ 90 mil ou R$ 110 mil cobrados por Pereira no vídeo. Nas imagens, Pereira leva cerca de R$ 50 mil.

Tal como os outros construtores que denunciaram o grupo, o empresário deste condomínio afirma que as propinas eram cobradas quando as obras estavam em estado avançado.

Com essa estratégia, a intenção dos servidores era transformar o prejuízo da demolição “muito maior” para o proprietário da obra do que se submeter ao pagamento da propina.


O inquérito policial que apura as circunstâncias do crime detalha que outros empresários foram atingidos pelo esquema. Os investigados supostamente recebiam propina tanto para fornecer avais para construções irregulares quanto para as regulares. Segundo a Polícia Civil, os servidores faturavam pelo menos R$ 2 milhões por mês.
O que dizem os citados

A reportagem procurou a Floram na tarde desta quinta-feira (28), mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem. Desde o último dia 16 está em andamento um processo administrativo no âmbito da prefeitura de Florianópolis para apurar as responsabilidades de dois servidores, entre eles está Felipe Pereira.


Em dezembro do ano passado, a prefeitura estabeleceu um convênio com a Polícia Civil para criar um núcleo anticorrupção dentro de sua estrutura administrativa. Em janeiro de 2023, como parte de uma reforma administrativa, Topázio separou as equipes de fiscalização dos órgãos de licenciamento, visando aprimorar os mecanismos de prevenção contra atos de corrupção.

O prefeito enfatizou sua crença na integridade da maioria dos servidores municipais e sua determinação em demitir todos os que prejudicam a reputação dos serviços de Florianópolis.

A reportagem contatou o advogado de defesa de Felipe Pereira, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

juiz declara Trump e filhos responsáveis por fraudes

Justiça considerou que ex-presidente agiu de maneira fraudulenta ao inflar avaliação de patrimônio da Trump Organization para obter melhores condições em empréstimos e outros benefícios econômicos.



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Trump enfrenta uma série de processos na Justiça que podem complicar sua candidatura à Casa BrancaFoto: Alex Brandon/ASSOCIATED PRESS/picture alliance


Um juiz de Nova York decidiu nesta terça-feira (26/09) que o ex-presidente dos EUA Donald Trump cometeu fraude durante anos enquanto construía o império imobiliário que o catapultou para a fama e também para a Casa Branca e ordenou que algumas das empresas do político republicano sejam retiradas de seu controle e dissolvidas.

O juiz Arthur Engoron concordou com a procuradoria-geral de Nova York, que acusou Trump e diretores da Trump Organization, incluindo os filhos Donald Jr. e Eric, de inflacionar artificialmente durante anos o patrimônio da organização para obter melhores condições em empréstimos e outros benefícios econômicos.

Os imóveis cujos valores foram exagerados incluem a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, a cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e vários edifícios de escritórios e campos de golfe, afirma a ação movida em setembro de 2022.

Na semana passada, os promotores haviam solicitado um julgamento sumário parcial sobre a principal acusação do caso, a de fraude, deixando outros seis crimes a serem abordados no julgamento sem júri programado para a próxima segunda-feira.

Engoron considerou que a acusação, liderada pela procuradora-geral Letitia James, demonstrou que há responsabilidade por parte dos réus e ordenou que as licenças comerciais de todos em Nova York sejam canceladas.
Conglomerado de várias empresas

Nos próximos dez dias, os réus devem recomendar até três pessoas para administrar a dissolução das empresas relacionadas a essas licenças canceladas, de acordo com a decisão.

O conglomerado empresarial inclui várias empresas, imóveis residenciais e hotéis de luxo, passando por clubes de golfe.

Engoron avaliou que Trump fez declarações que triplicavam o tamanho real de seu apartamento na Trump Tower e que uma "discrepância de tal magnitude, por parte de um promotor imobiliário que exagera seu próprio espaço de vida por décadas, só pode ser considerada fraude".

Numa audiência na semana passada, o juiz já parecia se inclinar para os argumentos dos procuradores, que lembraram que, num único ano, Trump exagerou seus ativos em 2,2 bilhões de dólares.

Restringir a capacidade de Trump de fazer negócios no estado de Nova York era um dos objetivos da ação apresentada por James em 2022, que cobra uma multa de 250 milhões de dólares, uma questão que deverá ser abordada no julgamento da próxima segunda-feira.

Engoron também rejeitou uma moção paralela da defesa de Trump, que pedia que todas as acusações fossem rejeitadas, e ordenou multas de 7.500 dólares para cinco advogados do ex-presidente.
Revés para a candidatura

A decisão representa um duplo revés judicial para Trump, que apesar de ser o claro favorito para conseguir a candidatura do Partido Republicano para a próxima eleição presidencial, enfrenta uma longa lista de processos nos próximos meses, o que pode complicar sua campanha à Casa Branca.

Além desse caso, que será julgado em menos de uma semana, Trump enfrentará quatro processos criminais separados no próximo ano, que abrangem 91 acusações criminais.

A maioria desses crimes está relacionada à acusação de guarda irregular de documentos confidenciais na mansão de Trump na Flórida (40 acusações) e a subornos a uma atriz pornô durante a campanha presidencial de 2016 (34 acusações).

Ele também enfrenta 13 acusações sob a lei estadual de extorsão na Geórgia por tentar reverter ilegamente os resultados da eleição de 2020 e outras quatro acusações em Washington relacionadas à mesma questão, por suas falsas alegações de fraude eleitoral.

as (EFE, AP, Lusa)

Tribunal europeu julga caso histórico liderado por jovens




Holly Young
Publicado 03/09/2020

Com idades de 11 a 24 anos, grupo processa 32 países e pede a Tribunal Europeu de Direitos Humanos que os responsabilize por não reduzirem emissões que causam o aquecimento global.

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Autores do processo tinham entre oito e 21 anos em 2020, quando deram entrada na ação

Foto: Global Legal Action Network

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em Estrasburgo, começa a julgar nesta quarta-feira (27/09) um caso que está sendo chamado de um processo climático sem precedentes. Seis jovens de Portugal tentam responsabilizar os governos de 32 países europeus por não agirem para conter as mudanças climáticas.

Apoiados pela ONG Global Legal Action Network (Glan), os jovens acusam esses países, entre eles, a Alemanha, Reino Unido, Rússia e Portugal, de terem falhado em colocar em prática o corte de emissões necessário para proteger seu futuro. O caso se concentra em nações que, segundo os advogados, possuem políticas insuficientes para restringir o aumento da temperatura média global a 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais, como prevê o Acordo de Paris.

Os jovens que lideram a denúncia têm entre 11 e 24 anos e vivem em Lisboa e Leiria. Eles argumentam que as mudanças climáticas representam uma ameaça crescente a sua vida e ao bem-estar físico e mental. Além de alegar discriminação, o caso invoca argumentos de direitos humanos, como o direito à vida, a um lar e à família.

"Nossa geração vive numa época de grandes ameaças e incertezas, por isso nossa voz precisa ser ouvida", afirmou André Oliveira à DW em 2020, quando a ação foi apresentada ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Hoje, ele tem 15 anos.

"É claro que os jovens não são os únicos vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Mas porque eles enfrentarão os piores impactos, dizemos que os efeitos de uma abordagem inadequada em relação às emissões de gases do efeito estufa equivalem à discriminação ilegal em razão de idade", explicou o assessor jurídico da Glan, Gerry Liston, em 2020.

Segundo André, o processo visa que os 32 países denunciados tenham a oportunidade de agir melhor e mais rapidamente neste quesito. "É uma questão de direitos humanos e por isso estamos indo até Estrasburgo", explica.
Processo inédito em Estrasburgo

Embora haja vários processos recentes e em andamento sobre o clima, alguns inclusive movidos por jovens, trata-se da primeira ação desse tipo apresentada em Estrasburgo. Criado em 1959, o Tribunal Internacional julga casos de violações de direitos civis e políticos previstos na Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

A necessidade urgente de uma ação significativa e ampla dos grandes emissores globais garante o processo junto ao tribunal europeu, e por isso não se optou por levá-lo a cortes nacionais, como é mais comum em outros casos, explica Liston.
André Oliveira e a irmã Sofia, em 2020, também são autores da ação
Foto: Nuno Gaspar Oliveira

De acordo com a Glan, se o processo for bem-sucedido, além de intensificar seus cortes de emissões, os 32 países acusados estariam também legalmente obrigados a se ocupar das contribuições estrangeiras para as mudanças climáticas, incluindo as de empresas multinacionais.

As crianças e jovens portugueses autores da denúncia pertencem a três famílias e decidiram agir depois de ouvirem sobre o trabalho climático da Glan e perceberem que as mudanças climáticas haviam batido às suas portas. Os incêndios florestais de 2017 foram um divisor de águas para vários deles.

"Vivi diretamente o horror dos incêndios", contou Catarina Mota, que mora em Leiria, uma das regiões mais atingidas na época. O aumento do nível do mar, a constante ameaça de incêndios florestais e temperaturas cada vez mais alteradas fazem parte agora de sua realidade cotidiana.

"Essas mudanças me deixam apreensiva", disse acrescentando que por vezes tem dificuldade de respirar ou dormir por causa do calor. "O desejo de um mundo onde se possa pelo menos sobreviver me motivou a participar deste processo. Isso não vai acontecer se nossos governos não fizerem nada", afirmou Mota, que hoje tem 23 anos.

A ação climática, como neste caso, é necessária "para um futuro e vida saudável sem medo", reivindicou Claudia Agostinho, de 24 anos, outra autora do processo. "Nossa geração e gerações futuras merecem isso".

Movimento global

O caso de Estrasburgo faz parte de uma onda global de processos judiciais climáticos. Embora haja casos semelhantes em curso em muitos países – entre eles, Coreia do Sul, Peru e Canadá –, o exemplo recente mais emblemático foi o liderado por jovens no estado americano de Montana. No julgamento histórico de agosto, os juízes consideram inconstitucional a Lei de Política Ambiental do estado por ela ignorar os impactos climáticos de projetos de combustíveis fósseis. A decisão estabeleceu um precedente importante para casos similares nos Estados Unidos.

O julgamento se seguiu a outro caso bem-sucedido de 2021 iniciado por jovens contra o governo alemão e a lei de proteção climática do país. Na decisão da ação, o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha ordenou que Berlim atualizasse as metas de redução de emissões para 2030.

"Acho que um caso inspira o outro", avalia Caroline Schroeder, da ONG Germanwatch, que apoiou a queixa dos nove jovens na Alemanha. Para ela, o caso de Estrasburgo e a tendência crescente de processos judiciais são frutos da mesma frustração que impulsiona o movimento Fridays for Future (Greve pelo Futuro), de que "a política não está fazendo o suficiente".
Em 2020, Catarina Mota contou que viveu diretamente "horror dos incêndios" de 2017 Foto: Global Legal Action Network

"Gostaria que não precisássemos instaurar os processos", admite Roda Verheyen, advogada que trabalha na ação People’s Climate Case, movida contra instituições europeias. "Mas o nível de proteção conferido aos nossos filhos ainda é essencialmente muito baixo. Por isso os tribunais vão continuar vendo essas ações."

Verheyen aponta que, ao enfatizar o dever geral de proteção em vez de contestar uma lei específica, o caso de Estrasburgo é menos concreto do que outros em que trabalhou. Uma vitória, no entanto, poderia ter implicações de amplo alcance para os Estados-membros, e até mesmo uma perda poderia potencialmente "enfatizar a força do litígio tanto em casos nacionais quanto no nível da UE".

A força maior da ação está, segundo Liston, em evidenciar a perspectiva temporal e a iminência da ameaça, e "esse caso mostra que há gente que vai sofrer os terríveis efeitos das mudanças climáticas por toda a vida".

O autor mais jovem da queixa tem hoje apenas 11 anos. E terá 28 em 2040, quando, pela previsão de cientistas da ONU, é esperada a maioria das consequências graves das mudanças climáticas.

André espera que o caso traga "o reconhecimento da voz de uma geração que vive em grande ansiedade e medo crescente das catástrofes que estão por vir, mas também que tem esperança de que as coisas mudem".

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

GENERAL CAGÃO: NOVIDADE!!!

HELENO pediu ao STF para não ter que depor à CPMI dos atos golpistas. 

100 mil pessoas morreram de overdose nos EUA em um ano

20 de setembro de 2023

EUA. População pobre é principal vitima das overdoses a epidemia de drogas nos Estados Unidos. (Foto: Jae C Hong/AP Photo)

Recorde de mortos mostra falência do sistema capitalista na maior economia do planeta.

Igor Barradas | Redação RJ

INTERNACIONAL – Os trabalhadores estadunidenses são vítimas do covarde regime capitalista-imperialista. Vivem em meio à pobreza, desemprego, políticas fascistas anti-imigrantes e brutalidades policiais. Há dois anos atrás, os Estados Unidos testemunharam outro marco fúnebre em sua história. De acordo com o órgão de saúde Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), pela primeira vez, as overdoses mataram mais de 100 mil pessoas em todo o país em um único ano.

Cada vez mais estadunidenses morrem diariamente por overdose de drogas, principalmente a droga fentanil, representando 66% das últimas mortes por overdose no país. Recentemente, agentes federais afirmaram ter apreendido 379 milhões de doses de fentanil no território dos EUA, o suficiente para matar toda a população local.

O fentanil é um opióide utilizado como medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com outros medicamentos para a anestesia. O uso desta droga sintética é 50 vezes mais forte que a heroína e mata quase 300 pessoas por dia nos Estados Unidos.

Mortes e lucro das indústrias farmacêuticas e das clínicas de reabilitação

A prescrição excessiva e desenfreada de opióides serve para aumentar os lucros da indústria farmacêutica. De acordo com o jornal Al Jazeera, em dois anos, nove milhões de comprimidos de opiáceos foram enviados para uma única farmácia numa cidade com uma população de 400 pessoas, na Virgínia Ocidental. Não à toa, quando voltam das guerras, os veteranos militares dos EUA possuem duas vezes mais probabilidades de morrer de overdose de opiáceos do que o restante da população.

De fato, a falta de um sistema público de saúde que regule a indústria farmacêutica, como temos no Brasil, ajuda o fentanil a expandir mais. Como é uma droga legalizada, a comercialização da droga em sua versão adulterada, clandestina, não tem como ser descoberta com facilidade. Nem como saber se as próprias farmacêuticas não traficam a droga desta forma.

O caminho que traçam para os trabalhadores nos EUA é ser jogado no vício em drogas e não conseguir nunca se recuperar pelo fato de não existir um sistema público de saúde que possa ajudar na reabilitação. De acordo com o American Addiction Centers, custa no mínimo 250 a 800 dólares para ficar internado em uma clínica de reabilitação privada estadunidense.

Atualmente, o salário mínimo federal nos Estados Unidos é de 7 dólares por hora. Se forem trabalhadas 24h por dia, recebem 174 dólares. A verdade é que só os ricos conseguem custear as clínicas de reabilitação privadas. Os pobres possuem duas opções: ou são impedidos de serem reabilitados, ou vivem endividados para o resto de suas vidas tentando pagar as rehabs.
SISTEMA DESUMANO. Nos Estados Unidos, a população em situação de rua é incapaz de de recuperar gratuitamente do vício em drogas, pois não há saúde pública. (Foto: Reprodução)

EUA: maior financiador da indústria da morte e consumidor de drogas em todo o mundo

É de conhecimento geral que os imperialistas forçam o povo estadunidense a morrer de overdose e fome. A atual epidemia de opióides é uma das maiores epidemias de drogas registradas nos EUA. De 1999 a 2017, houve quase 400.000 mortes por overdose envolvendo opióides nos EUA. Em 2018, 10,3 milhões de pessoas usaram indevidamente opióides, incluindo opióides prescritos e heroína, e dois milhões tiveram transtornos por uso deste tipo de droga.

Os EUA são o país que mais consome drogas no mundo, com 4 milhões de consumidores no último ano. A causa principal para essa estatística é a miséria que assola o povo estadunidense. Segundo pesquisa divulgada este mês pelo Centro de Prioridades Orçamentais e Políticas (CBPP), foi revelado o crescimento da pobreza de 7,8% para 12,4% no principal país capitalista do mundo, afetando 40,9 milhões de pessoas

Após os EUA, o segundo que mais consome drogas é o Brasil, com 2,8 milhões de consumidores. Depois do Brasil seguem vários países sul-americanos. Isso não ocorre à toa. O governo estadunidense financia indústria da morte ligada ao narcotráfico na América Latina como pretexto para ceifar diariamente vida de jovens negros e pobres.

Apenas o fim do sistema capitalista encerrará com a epidemia de opióides

Entre 1890 e 2012 os EUA invadiram ou bombardearam 149 países. Nas décadas de sessenta e setenta, os dirigentes dos Estados Unidos fomentaram golpes militares que se sucederam em vários países, inclusive no Brasil. Sob seu comando direto, alastraram-se as ditaduras fascistas de Norte a Sul.

De outro lado, como mostra a realidade, o povo estadunidense é também vítima da política de repressão dos líderes dos EUA. As comunidades e ruas das grandes cidades dos Estados Unidos estão tomadas por uma legião de pessoas dominadas por um vício destrutivo em drogas, sintoma da crise da civilização burguesa.

Como dizia Michael Cetewayo Tabor, um dos 21 presos políticos dos Panteras Negras de Nova York em 1969 no texto “Capitalismo + drogas = genocídio”, o governo estadunidense é totalmente incapaz de dirigir-se para as verdadeiras causas da dependência de drogas. Isso ocorre pois ao fazê-lo, “seria necessário efetuar uma transformação radical da sociedade. A consciência social desta sociedade, seus valores, morais e tradições teriam que ser alterados. E isto seria impossível sem mudar totalmente a forma da propriedade dos meios de produção de riqueza social e sua distribuição. Apenas uma revolução pode eliminar a praga.”

https://averdade.org.br/2023/09/100-mil-pessoas-morreram-de-overdose-nos-eua-em-um-ano/

Revezamento de judeus na presidência do STF - Sai Rosa Weber entra Luis Roberto Barroso

 Rosa WEBER, de origem judaica asquenazita, cujo sobrenome, em alemão, significa TECELÃO, está desocupando a presidência 

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Luís Roberto Barroso

Luís Roberto Barroso em 2023

Período: 26 de junho de 2013
até a atualidade
Nomeação por: Dilma Rousseff
Antecessor(a): Ayres Britto
Vice-presidente do Supremo Tribunal Federal do Brasil
Período: 12 de setembro de 2022
até a atualidade
Antecessor(a): Rosa Weber
Período: 25 de maio de 2020
até 22 de fevereiro de 2022
Antecessor(a): Rosa Weber
Sucessor(a): Edson Fachin
Período: 1985 - 2013
Dados pessoais
Nascimento: 11 de março de 1958 (65 anos)
Cônjuge: Tereza Cristina van Brussel (c. 1995; v. 2023)[1]

Assinatura:


Luís Roberto Barroso (Vassouras, 11 de março de 1958)[3][4] é um jurista, professor e magistrado brasileiro, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), do qual é vice-presidente.[5] É ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).[6][7]

Formado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é mestre pela Universidade Yale e doutor pela UERJ, tendo realizado estudos de pós-doutorado na Harvard Law School. É professor titular de direito constitucional e livre docente na UERJ. Leciona também na Universidade de Brasília[8] e no programa de pós-graduação em direito do Centro Universitário de Brasília.[9]

Tornou-se conhecido por seu trabalho acadêmico voltado ao direito público, bem como por sua atuação como advogado em casos de grande repercussão perante o Supremo Tribunal Federal, tais como a defesa da pesquisa com células tronco embrionárias, da união entre pessoas do mesmo sexo e da proibição do nepotismo. Além de ter exercido a advocacia a partir de 1981, foi também procurador do Estado do Rio de Janeiro desde 1985 até sua indicação para o cargo de ministro do STF pela presidente Dilma Rousseff em 2013.

É considerado um jurista de visões liberais e progressistas.[10][11]
Atuação

Atividade acadêmica e docente

Barroso nasceu em Vassouras, mas ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro.[12] É neto de judeus gregos que vieram para a América do Sul na década de 1920 e se estabeleceram inicialmente em Montevidéu, onde sua mãe viveu até os 17 anos e militou no movimento sionista local.[13][14][15] Seu pai foi promotor de justiça e sua mãe, advogada.[12]

Formou-se bacharel em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1980. Simultaneamente cursou, por dois anos e meio, graduação em administração e economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), sem a concluir. Durante o curso de direito da UERJ, atuou no movimento estudantil e foi um dos fundadores do Centro Acadêmico Luiz Carpenter.[16]

Tornou-se mestre (Master of Laws) pela Yale Law School (Estados Unidos) em 1989 e doutor pela UERJ em 2008.[3][8] Em 2011, realizou estudos de pós-doutorado como pesquisador visitante na Universidade de Harvard.

Atua voltado ao direito público, especialmente teoria constitucional, direito constitucional contemporâneo, interpretação constitucional, controle de constitucionalidade, direito constitucional econômico, administrativo e regulação. Barroso é professor da Faculdade de Direito da UERJ desde 1982, sendo livre docente desde 1990 e professor titular de Direito Constitucional desde 1995. Também é professor visitante da Universidade de Brasília desde 2009. Foi professor visitante da Universidade de Poitiers (França) em fevereiro de 2010, e da Universidade de Breslávia (Polônia) em outubro de 2009.[17]

Foi um dos criadores do programa de pós-graduação em Direito Público da UERJ, um dos mais reconhecidos do Brasil e de onde saíram muitos nomes de sucesso no Direito Constitucional brasileiro.

Barroso tem sido convidado a palestrar em diversas universidades no Brasil e no exterior, incluindo nas prestigiadas New York University School of Law, nos Estados Unidos, e London School of Economics e Oxford University, na Inglaterra.[18][19]

Considerado como politicamente de esquerda, Barroso indica como suas influências Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Norberto Bobbio. Afirmou, porém, que progressivamente abandonou a ideia de que o Estado deve ter protagonismo na economia.[12]


Advocacia

O advogado da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, Luís Roberto Barroso, fala durante sessão do STF sobre aborto de anencéfalos.

Barroso ficou conhecido por sua atuação, como advogado, em casos de grande repercussão perante o STF. Entre eles, destacam-se: defesa das pesquisas com células tronco embrionárias, defesa da equiparação das uniões homoafetivas às uniões estáveis tradicionais, defesa da interrupção da gestação de fetos anencefálicos[20] e defesa da proibição do nepotismo no Poder Judiciário. Também foi advogado do militante da esquerda Cesare Battisti, condenado por assassinato e terrorismo na Itália, num caso de grande projeção internacional.[21] Sua banca de advocacia chegou a ser considerada uma das mais importantes do país.[12]

Além de sócio em seu escritório de advocacia, iniciado em 1981, Barroso foi procurador do estado do Rio de Janeiro (tendo sido o 1º colocado no concurso público de provas e títulos) desde 1985 até sua indicação ao Supremo Tribunal Federal em 2013. Também foi assessor jurídico da Secretaria de Justiça do Rio de Janeiro, na gestão do secretário Eduardo Seabra Fagundes, durante o primeiro governo de Leonel Brizola.[3]

Foi membro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (2000-2005) e de diversas comissões do Ministério da Justiça e do Senado Federal que elaboraram anteprojetos de leis, como os que resultaram na criação das leis 9.868/99, que dispõe sobre a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade, e 12.016/09, que trata sobre o mandado de segurança. Em 2012, participou de comissão constituída no âmbito do Senado que elaborou diversas propostas para equacionar problemas do federalismo fiscal brasileiro.[3]
Supremo Tribunal FederalLuís Roberto Barroso em 2020
Indicação e sabatina

Em 23 de maio de 2013, a presidente da República, Dilma Rousseff, indicou-o para ocupar a vaga aberta pela aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal.[22] Anteriormente, Barroso havia sido considerado como cotado para o cargo em outras ocasiões.[23][24] Após ser sabatinado pelo Senado Federal, foi aprovado com 26 votos favoráveis e 1 contrário na Comissão de Constituição e Justiça e 59 votos favoráveis e 6 contrários no Plenário.[25][26]

Na sabatina, um dos temas predominantes foi o ativismo judicial, sobre o qual Barroso defendeu que "quando o Legislativo atua, o Judiciário deve recuar, a menos que haja uma afronta evidente à Constituição. Quando o Legislativo não atua, mas existem interesses em jogo, o Judiciário deve atuar". Sobre o julgamento do mensalão, declarou que o posicionamento do STF foi mais duro do que costumava ser em decisões penais, sendo "um ponto fora da curva", mas recusou-se a opinar fora dos autos sobre questões que deveria apreciar enquanto membro do tribunal, tais como a possibilidade de serem cabíveis embargos infringentes em favor dos condenados nesse julgamento.[27] Sobre a prerrogativa do Ministério Público de conduzir investigação, opinou que é possível, mas apenas excepcionalmente, não devendo ser a regra.[28] Afirmou, também, que sua indicação teria ocorrido através do apoio dos advogados Beto Vasconcelos, então subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidência, e Sigmaringa Seixas, ex-deputado federal.[12]
Rito do processo de impeachment

Em dezembro de 2015, o ministro Barroso apresentou voto, que foi seguido pela maioria da Suprema Corte naquele julgamento, no qual definiu o rito a ser seguido no processo de impeachment de Dilma Rousseff, proibindo candidaturas ou chapas avulsas e voto secreto na formação de comissão especial de impeachment e entendendo que o Senado pode recusar a denúncia autorizada pela Câmara dos Deputados.[29]
Concessão de indulto a José DirceuComissão de Meio Ambiente do Senado (CMA) e a Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, promovem um Colóquio Judicial para a América Latina e o Caribe sobre Constituições, Ambiente e Direitos Humanos.

Em 17 de outubro de 2016, concedeu perdão a José Dirceu na pena de 7 anos imposta pelo Mensalão.[30] Em seu voto, disse: "Entendo que o sentenciado preenche os requisitos objetivos e subjetivos, fixados de modo geral e abstrato pelo ato presidencial, para o gozo do benefício do indulto". Dirceu foi condenado a 20 anos pelo juiz Sergio Moro em outro processo, o que poderia evitar o perdão por má-conduta, mas Barroso decidiu que, "(...) seja porque o condenado não praticou falta disciplinar de natureza grave nos doze meses anteriores contados retroativamente desde o dia 25.12.2015, seja porque a sentença condenatória superveniente diz respeito a condutas praticadas antes mesmo de iniciado o efetivo início do cumprimento de sua reprimenda, não vejo como negar a concessão do indulto."

No entanto, Dirceu permaneceu preso, em razão do mandado de prisão preventiva na Operação Lava Jato,[31][32] sendo posteriormente solto pelo voto do ministro Gilmar Mendes.[33]
Aborto

No dia 29 de novembro de 2016, a Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Barroso, concedeu habeas corpus para revogar a prisão preventiva de funcionários de uma clínica que realizava abortos. Em seu voto, que foi seguido pelos ministros Edson Fachin e Rosa Weber, Barroso entendeu que não é crime a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre, com base na legislação de outros países, e afirmou que, em temas moralmente divisivos, o Estado não pode tomar partido e impor uma visão, devendo permitir que as mulheres tenham o direito de escolher. Também fundamentou a decisão nos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, na integridade física e psíquica da gestante, e na igualdade da mulher em relação ao homem. A decisão teve imediata repercussão na Câmara dos Deputados,[34] que reagiu criando uma comissão para legislar em sentido contrário ao decidido pelo tribunal.[35]
Operação Lava Jato

Em 29 de março de 2018 o ministro Barroso autorizou a operação da Polícia Federal batizada Operação Skala com o propósito de coletar provas para o Inquérito dos Portos. Além de vinte mandatos de busca e apreensão, foram expedidos treze mandados de prisão temporária.[36][37]
Operação Abafa
Ver artigo principal: Operação Abafa

Em agosto de 2017, o ministro Barroso disse, em entrevista no programa Conversa com Bial ao apresentador Pedro Bial da Rede Globo, que existe uma "Operação abafa", cujo objetivo seria paralisar a Operação Lava Jato. Barroso disse ainda que: "a Lava-Jato é vítima de uma grande operação abafa, a sociedade tem que estar mobilizada. A Lava-Jato sobreviveu pela sociedade e pela imprensa. Há uma semente plantada, nunca mais será como antes". Ele destacou a coragem do país em não "empurrar a poeira para debaixo do tapete" e em avançar com as investigações. "Talvez nenhum país no mundo tenha tido a coragem de fazer o que o Brasil está fazendo. Temos que aproveitar essa oportunidade com determinação. Vamos criar um país em que a integridade é o ponto de partida."[38][39]O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, visita o Centro de Divulgação das Eleições 2020 (CDE2020) e concede entrevista sobre o 1º turno da eleições municipais 2020 no Brasil

Anteriormente, em maio de 2017, Barroso já havia alertado que as críticas a delações premiadas da Operação Lava Jato são parte de uma "operação abafa" para desacreditar os delatores. Na opinião do ministro, as críticas ao instrumento servem para intimidar os colaboradores e impedir que contem o que sabem sobre crimes.[40] No inicio de agosto de 2017, em participação em um simpósio de direito, o ministro afirmou que "A operação abafa é uma realidade visível e ostensiva no Brasil de hoje. Há muita resistência às mudanças que precisam ser feitas".[41]

Em discussão na sessão plenária do dia 26 de outubro de 2017, Barroso acusou o também ministro Gilmar Mendes de ser leniente com os crimes de colarinho branco e de mudar de jurisprudência de acordo com o réu, em referência ao fato de Mendes haver concedido a soltura de vários presos na Operação Lava Jato.[42]
Candidaturas avulsas

Com Barroso como relator, o STF reconheceu em 5 de outubro de 2017, a existência de repercussão geral em uma ação favorável à possibilidade de candidatos sem filiação partidária concorrerem em eleições majoritárias (presidente, governador, senador e prefeito).[43]
Obras
LivrosSem Data Venia: Um Olhar Sobre o Brasil e o Mundo. Rio de Janeiro: Editora História Real, 2020.Constitucionalismo Democrático: a ideologia vitoriosa do século XX. Ribeirão Preto: Migalhas, 2019.
Um outro país: transformações no direito, na ética e na agenda do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fórum, 2017.
A Judicialização da Vida e o Papel do Supremo Tribunal Federal. Rio de Janeiro: Editora Fórum, 2017.
Migalhas de Luís Roberto Barroso. São Paulo: Migalhas, 2016.
A Vida, o Direito e Algumas Ideias para o Brasil. São Paulo: Migalhas, 2016.
La dignidad de la persona humana en el derecho constitucional contemporáneo: La construcción de un concepto jurídico a la luz de la jurisprudencia mundial. 1. ed. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 2014 (tradução para o espanhol do artigo Here, there and everywhere: human dignity in contemporary law and in the transnational discourse).
Direitos Sociais em debate. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2012.
A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional Contemporâneo: A Construção de um Conceito Jurídico à Luz da Jurisprudência Mundial. 1. ed. Belo Horizonte: Editora Forum, 2012 (tradução para o português do artigo Here, there and everywhere: human dignity in contemporary law and in the transnational discourse).
O Novo Direito Constitucional Brasileiro: contribuições para a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. 1. ed. Belo Horizonte: Editora Forum, 2012.
Doutrinas Essenciais Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Editora Revista dos Tribunais, 2011. v. 7 (Organizador, junto a Clèmerson Merlin Clève).
Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 1. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2009.
Temas de Direito Constitucional, tomo IV. 1. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2009.
O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites e possibilidades da Constituição brasileira. 9. ed. Rio de Janeiro-São Paulo: Renovar, 2008.
O controle de constitucionalidade no direito brasileiro - Exposição sistemática da doutrina e análise crítica da jurisprudência. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
Direito constitucional contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2011.
El neoconstitucionalismo y la constitucionalización del derecho. Universidad Nacional Autónoma de México, 2008.
A reconstrução democrática do direito público no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
Constituição da República Federativa do Brasil anotada. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
O direito internacional contemporâneo: Estudos em homenagem ao Prof. Jacob Dolinger. 1. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006 (Organizador, junto a Carmen Tiburcio)
Temas de Direito Constitucional, tomo III. Rio de Janeiro-São Paulo: Renovar, 2005.
Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Temas de direito constitucional, tomo II. Rio de Janeiro-São Paulo: Renovar, 2003.
Temas de direito constitucional, tomo I. 2. ed. Rio de Janeiro-São Paulo: Renovar, 2002.
Direito constitucional brasileiro: o problema da federação. Rio de Janeiro: Forense, 1982.
Notas
Barroso é reconhecido como judeu pela comunidade judaica por ser filho de mãe judia, porém declarou que não segue a religião judaica de modo formal, tendo afirmado: "Sou espiritualizado, medito algumas vezes por dia, mas não sou religioso em sentido formal. Tenho uma religião feita por mim mesmo: tem Torá, Evangelhos, Buda, Aristóteles, Kant (filósofo que viveu de 1724 a 1804) e influência de textos de uma organização espiritual chamada Brahma Kumaris, de filosofia oriental".[2]

Referências
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«Entenda a Operação Skala, da Polícia Federal, que prendeu amigos de Temer». G1. Globo. 29 de março de 2018. Consultado em 20 de maio de 2018
«Do que são acusados os 13 presos da Operação Skala, que encurralou Temer». Gazeta do Povo. 29 de março de 2018. Consultado em 20 de maio de 2018
«Barroso defende mobilização da sociedade contra 'grande operação abafa' da Lava-Jato». AMAERJ. 25 de agosto de 2017. Consultado em 26 de agosto de 2017
Carolina Freitas. «Barroso afirma na TV que Lava-Jato é vítima de "operação abafa"». Valor Econômico. Consultado em 26 de agosto de 2017
«"Operação abafa" quer desacreditar delatores, diz ministro Barroso». Consultor Jurídico. 30 de maio de 2017. Consultado em 26 de agosto de 2017
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«Supremo reconhece repercussão geral em recurso sobre candidatura avulsa». Consultor Jurídico. 5 de outubro de 2017. Consultado em 20 de maio de 2018