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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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terça-feira, 20 de junho de 2023

OPUS DEI ESTIMULOU O GOLPE? - PT aponta Ives Gandra como "mentor teórico do golpe" e cobra explicações após descoberta de documento no celular de Cid

O QUE A CÚPULA PETISTA NÃO TEM CORAGEM DE DESTACAR É QUE  O JURISTA GOLPISTA  É MEMBRO DA OPUS DEI, UMA PRELAZIA PESSOAL, FUNDADA EM 1928,  CONHECIDA BRAÇO DIREITO RADICAL DA IGREJA CATÓLICA.
O filho dele, no TST, também deu seguidos mostras de fascismo.

E, O PIOR DE TUDO, É QUE DIZEM O VICE DE LULA (Geraldo Alckmin) TAMBÉM É MEMBRO DA OPUS DEI.
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Segundo o partido, a contribuição de Gandra para a tentativa de golpe em 8 de janeiro ocorreu também por meio de críticas constantes ao que ele chama de "ativismo judicial"

19 de junho de 2023, 20:25 h Atualizado em 19 de junho de 2023, 20:43
Ives Gandra Martins (Foto: Divulgação)

247 - O nome do jurista Ives Gandra Martins ganha destaque à medida que as investigações sobre os responsáveis pelo atentado contra a democracia em 8 de janeiro avançam. Tanto é assim que o Partido dos Trabalhadores afirma que ele foi o "mentor teórico" por trás do plano de golpe contra o presidente Lula, usando sua reputação para "distorcer" a lei e disseminar a ideia de que a Constituição permitiria que as Forças Armadas fossem empregadas como instrumento de um golpe bolsonarista. A avaliação foi publicada no site oficial do partido.

Segundo o partido, a contribuição de Gandra para a tentativa de golpe bolsonarista ocorreu por meio de críticas constantes ao que ele chama de "ativismo judicial" do Supremo Tribunal Federal (STF) e, especialmente, pela tese de que o artigo 142 da Constituição conferiria aos militares a competência para atuar como um "poder moderador" em caso de "crise entre os Três Poderes".

Agora, com a divulgação dos planos golpistas encontrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o PT aponta que Gandra se vê inextricavelmente ligado à tentativa de golpe. Cid citou Gandra com o objetivo de reforçar argumentos para uma ruptura institucional, mas o próprio jurista havia dito, em 2021 no Conjur, que, se houver crise entre os Três Poderes, as Forças Armadas podem ser "convocadas para garantir a lei a ordem, e não para rompê-las".

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Em Portugal - Secretário de Estado diz que pressuposto de que só advogados podem exercer atividade jurídica é “erro de base”


Lusa
O secretário de Estado Adjunto e da Justiça defendeu hoje que "é um erro de base" considerar que quem não está inscrito na Ordem dos Advogados não tem competências para exercer atividade jurídica, à exceção do mandato forense


“Esse é o erro de base, ou seja, quem não está inscrito na Ordem não tem qualificações, não tem adequação para exercer aquela atividade. Não podemos partir desse pressuposto que quanto a nós – e respeitamos muito a Ordem dos Advogados, a senhora bastonária e os advogados em geral -, não pode significar a adesão à realidade”, disse hoje o secretário de Estado Adjunto e da Justiça, Jorge Alves Costa, numa conferência de imprensa do Governo sobre a revisão dos estatutos das Ordens profissionais, no âmbito da alteração da lei-quadro que as regula.

Ao lado da ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tem liderado o processo de revisão da lei-quadro e estatutos das ordens profissionais dentro do Governo, e do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que tem, a par do setor da Justiça, enfrentado fortes críticas das Ordens em relação às mudanças propostas pelo executivo, Jorge Alves Costa reiterou, tal como os seus colegas de Governo, por diversas vezes, que “esta reforma não se faz contra as Ordens nem sem as Ordens”.

E defendeu que, no caso dos advogados, abrir a prática de alguns atos jurídicos a licenciados em Direito não inscritos na Ordem dos Advogados, alterando o paradigma vigente de atos próprios exclusivos da advocacia, não representa uma perda de poderes e de competências para a Ordem dos Advogados nem uma desproteção jurídica dos cidadãos.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Justiça, há uma “diferença fundamental” entre ser licenciado em Direito e estar inscrito na Ordem dos Advogados, que traça uma linha no exercício de atividade na área jurídica, com o Governo a defender que “ter passado pela academia”, ou seja, ter a licenciatura em Direito, deve permitir ao profissional licenciado em Direito poder fazer aconselhamento jurídico, elaborar contratos ou cobrança de créditos.

“Qual é que é a atividade fundamental de um advogado e de uma Ordem dos Advogados? 

O mandato forense, patrocínio judiciário do cidadão nos tribunais. 

Para lá dessa atividade principal, que é a essência da advocacia, temos depois a consulta jurídica, temos a elaboração de contratos, temos eventualmente a cobrança de créditos. Não há em lado nenhum da proposta de lei algo que diga: o advogado agora vai deixar de poder praticar o mandato forense, fazer consulta jurídica, elaborar contratos ou fazer cobrança de créditos”, disse.

Só se a lei impedisse os advogados de exercer essas competências “é que se poderia dizer [que um advogado] perdeu competências ou perdeu atribuições”, defendeu Jorge Alves Costa, acrescentando que a proposta do Governo veio “criar melhores condições para os jovens poderem aceder a determinadas atividades que até agora estavam circunscritas a advogados e a solicitadores e agentes de execução”.

“Não há aqui falha nenhuma, do nosso ponto de vista, naturalmente, nem há nenhuma perda de poderes ou de atribuições da Ordem dos Advogados porque vai continuar a poder fazer todas estas atividades que já hoje faz”, disse o governante.

IMA // JMR

Fonte: REVISTA ELETRÔNICA VISÃO - PT

Noticia omissa

O Antagonista noticiou que o Ibama apreendeu toneladas de barbatanas de tubarões, de uma empresa de Itajaí-SC, mas não se divulgou o nome da infratora. 

Deu na DW

A tinta usada em grafites nas paredes está contaminando o solo com microplásticos. Pesquisadores examinaram como isso afeta o crescimento das plantas e os resultados são surpreendentes

Boicotemos a Fiat!!!

Fiat mantinha sistema de espionagem e sala para interrogar funcionários na ditadura
Publicado por Leticia Virginia
- Atualizado em 19 de junho de 2023 às 0:07


Estrutura atual da Fiat em Betim (MG) – (Foto: Reprodução -Fiat)

Por Vasconcelo Quadros

A Fiat Automóveis S.A. consolidou-se no mercado automobilístico brasileiro nos anos 1980 recebendo benefícios financeiros e isenções fiscais sem precedentes da ditadura militar. Em contrapartida, ela abriu as portas para a espionagem, violação a direitos civis e repressão política no período mais agudo dos anos de chumbo.

A conclusão é da pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), obtida com exclusividade pela Agência Pública, que faz parte do projeto “A responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a ditadura”. O levantamento envolveu 55 pesquisadores e foi conduzido pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf/Unifesp), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).


De acordo com os documentos, a montadora italiana e suas consorciadas empregaram por muitos anos um ex-guerrilheiro infiltrado na esquerda cuja traição ajudou a ditadura a destruir a Ação Libertadora Nacional (ALN), uma organização de luta armada que enfrentava o regime. José Silva Tavares, conhecido como Severino ou Vitor, não era um militante qualquer: tinha feito treinamento em Cuba como quadro enviado pela ALN e conhecia por dentro a estrutura e os segredos da esquerda armada. Preso em setembro de 1970 em Belém (PA), foi cooptado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e por agentes do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), com quem fez um acordo para delatar companheiros, que acabaram presos, torturados e assassinados.

Foi através das informações de Tavares que a equipe de Fleury prendeu e matou o jornalista Joaquim Câmara Ferreira, o “Toledo”, sucessor de Carlos Marighella no comando da ALN, numa emboscada executada em 23 de outubro de 1970 em Indianópolis, zona sul de São Paulo. A pesquisa da Unifesp mostra que a traição dele foi recompensada com alterações em seu perfil nos arquivos policiais, antes classificado como subversivo, o que permitiu, independentemente de suas qualificações profissionais, que a Fiat o contratasse.

O caso confirma também, segundo a pesquisa, que a ditadura se utilizou de empresas amigas para “honrar” sua parte em pactos ilegais e sigilosos arrancados nos porões do regime, nos quais militantes da esquerda eram torturados e pressionados a mudar de lado, tornando-se delatores responsáveis por assassinatos e desaparecimentos.


O reaparecimento de Tavares entre os metalúrgicos mineiros, nos anos 1980, demonstra, de acordo com os pesquisadores, que a Fiat colaborou com o aparelho repressivo através de seu sistema de segurança comandado por agentes ligados aos órgãos de repressão. Reportagem da revista Exame, de 14 de outubro de 2010, anexada à pesquisa, noticia que Tavares tinha assumido o cargo de diretor financeiro de operações internacionais da Fiat mundial, na Itália. A matéria informa ainda que, desde 1983, ele ocupava o cargo de diretor administrativo e financeiro da Fiat Automóveis América Latina.

Indiretamente, a empresa deu apoio a acordos secretos e ilegais, segundo os quais os “virados”, como eram conhecidos os militantes que trocavam de lado, como Tavares, eram também protegidos do regime.

Dados do relatório “Direito à memória e à verdade”, um documento oficial do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, revelam que, de um total de 434 mortos e desaparecidos no Brasil no período ditatorial, pelo menos 52 militantes pertenciam à ALN e foram eliminados entre 1969 e 1974 durante a guerrilha urbana, a maior parte sob tortura após as prisões. Pelo menos 33 deles foram mortos entre 1971 e 1973, quando as traições, infiltrações e execuções se transformaram em decisões envolvendo a cúpula militar para eliminar os focos de resistência urbana.


Agentes infiltrados nas fábricas

O principal agente do regime dentro da fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais, era o coronel da reserva Joffre Mario Klein, já falecido. Ele foi contratado antes mesmo de a montadora entrar em atividade, em 1976, e coordenava o aparato clandestino de segurança dentro da empresa, que, segundo reportagem do site The Intercept Brasil de 2019, anexada à pesquisa, contou com 145 agentes.

A pesquisa da Caaf/Unifesp mostra que relatórios com nomes de empregados eram enviados para averiguação ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e à Coordenação-Geral de Segurança Pública (Coseg), órgãos do governo mineiro controlados diretamente pela ditadura. O coronel responsável pela segurança da Fiat também era demandado pela polícia política.


Um documento acessado pela pesquisa no arquivo da Coseg registra uma conversação entre agentes em que um deles pede que Joffre seja acionado por telefone para informar o órgão sobre a qualificação de dois trabalhadores da fábrica em Betim, Judas Tadeu Barbosa e Cesar Antônio dos Santos, demitidos por terem liderado uma “operação tartaruga” por melhores salários. No pedido havia nomes e endereços. Três dias depois, o papel estava preenchido com qualificação completa dos dois, confirmando a perfeita sinergia entre a polícia política e a segurança da Fiat.

O pesquisador Gustavo Seferian, que coordenou o levantamento, diz que a colaboração com a repressão e os privilégios com os quais contou mostram “um profundo grau de promiscuidade e fisiologia” na relação da Fiat com a ditadura. Segundo ele, a montadora italiana se favoreceu largamente da “ditadura empresarial-militar”, mas também subornou autoridades brasileiras.

Documentos encontrados nos arquivos da montadora em Turim, na Itália, aos quais a Agência Pública teve acesso revelam que militares e autoridades civis mineiras, receberam joias (pingentes de ouro, relógios, tinteiros e outros objetos de valor) no momento em que a Fiat buscava aproximação com a ditadura para a implantação de sua fábrica em Betim no início de 1973.


Uma das listas tem 18 nomes de agraciados com brindes, entre os quais está o então secretário de governo de Minas Gerais Abílio Machado, o qual o comunicado interno da empresa orientava que fosse presenteado com um “mimo de ouro”, presente que se repete a várias outras autoridades. Também aparecem na lista o chefe da polícia de Minas, coronel Celso Ferreira, um delegado da cúpula da Polícia Civil, Edson Derona, e vários secretários de governo.

Os brindes eram parte dos preparativos para a visita do presidente da montadora ao Brasil, Giovanni Agnelli, em março de 1973, para fechar o acordo sobre a construção da fábrica em Betim. Ele foi recebido pelo então ministro das Minas e Energia Pratini de Moraes.

Há, no comunicado, recomendação expressa para que se agraciasse o presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici com a “1ª macchina Fiat”. Gustavo Seferian diz que, ao que tudo indica, se tratava de uma réplica em miniatura de um trator da Fiat, cujas características não foram explicadas no comunicado.
Lista de militares e civis agraciados com “brindes” pela empresa. (Foto: Reprodução)

Para o pesquisador, o conteúdo apurado leva à conclusão de que a Fiat e o regime ditatorial mantiveram relação de profunda articulação e colaboração. “Isso se percebe não só por manter em seu quadro de empregados militares, contar com um sistema de vigilância impulsionado por seus próprios funcionários e facilitado pela P2 (polícia secreta da PM mineira), denunciando sobretudo militantes sindicais, mas também pelo beneficiamento econômico que obteve.”

Segundo Seferian, ocorreram “tratativas diretas entre o governo de MG e o Governo Militar, com o então presidente mundial da Fiat, Gianni Agnelli, com vistas à concessão desses benefícios. Documentos e pessoas entrevistadas pelos pesquisadores afirmam também ter ocorrido “violações sistemáticas a direitos trabalhistas, práticas precarizadoras e atos antissindicais”.

Sistema de espionagem


Segundo relatos de metalúrgicos que testemunharam os episódios em Betim, o sistema de espionagem era constante. Dentro da empresa havia uma dependência, conhecida como “sala do corpo de bombeiros”, usada exclusivamente para interrogar, ameaçar e constranger trabalhadores suscetíveis a delatar seus companheiros por medo de perder o emprego.

O sistema de espionagem, segundo a pesquisa, não se restringia ao ambiente interno: trabalhadores e sindicalistas suspeitos de “subversão” eram monitorados também em locais que frequentavam nas cercanias da fábrica, nas sedes do sindicato e até em suas casas.

Os pesquisadores afirmam que a Fiat tinha por hábito ameaçar seus empregados, especialmente os que tinham proximidade com dirigentes sindicais ou simplesmente conheciam a rotina sindical. Havia um estímulo às delações. Até infrações corriqueiras, como condutas não admitidas no ambiente de trabalho, eram usadas para pressionar.


“Maior gravidade, porém, foram os relatados casos em que se forjavam furtos da parte dos trabalhadores, com vistas a ameaçá-los de dispensa por justa causa e de entregá-los à polícia, resultando o procedimento de constrangimento no pedido de demissão dos mesmos ou a denúncia de colegas por suas práticas políticas”, diz o relatório.

A pesquisa ressalta que a colaboração da Fiat estava ligada diretamente aos atos de repressão, que eram organizados e executados através de informações levadas por “prepostos” da empresa aos órgãos de informação da polícia mineira ou do regime militar. A montadora também permitiu que arapongas agissem dentro da fábrica e, em sintonia com os órgãos de segurança, deu guarida à cavalaria da Polícia Militar (PM) nos momentos de greve, acomodou e alimentou em seu refeitório policiais chamados para reprimir.

O clima de terror imposto pela polícia contribuiu, segundo anotado no relatório dos pesquisadores, para uma tragédia ocorrida no movimento grevista de 1979: a morte, por atropelamento, do operário Guido Leão dos Santos, em 27 de setembro daquele ano.


Aos 23 anos de idade, Guido participava de ato em frente à fábrica quando a cavalaria da PM investiu contra manifestantes provocando dispersão. Assustado, ele correu em direção à Rodovia Fernão Dias e acabou sendo atingido gravemente por um ônibus. O operário morreu numa ambulância da Fiat a caminho do Hospital Nossa Senhora do Carmo, em Betim.

Em 24 dissídios coletivos analisados, dez são relacionados ao período da ditadura, nos quais a pesquisa encontrou ações de violência contra sindicalistas, prisões arbitrárias e violações aos direitos trabalhistas. Diferentemente do regime aplicado em fábricas sediadas na Europa, no Brasil a empresa abriu um precedente grave para os direitos trabalhistas adotando o sistema de terceirização de mão de obra, o que era contra uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST), só permitida para serviço de vigilância ou contratação temporária.

A terceirização reduziu salários e precarizou as relações de trabalho. Há, também, denúncias de assédio moral e de outras práticas irregulares, como retenção de salários e de verbas rescisórias, demissões não justificadas, exposição dos trabalhadores a riscos pela falta de segurança, péssimas condições de saúde e de higiene, práticas que se prolongaram até 1988, quando a nova Constituição que substituiu o regime dos generais entrou em vigor. “Esteve assim a Fiat na ponta de lança da precarização de atividades de trabalho até então entendidas como ilícitas no país”, ressalta o relatório da pesquisa.


Relações com a ditadura alavancaram lucros

A relação da Fiat com a ditadura teve início em 1970, quando o então governador de Minas Gerais Rondon Pacheco, durante visita à empresa, em Turim, ofereceu excessivos incentivos e concessões nunca feitas a outras montadoras. De 1973 até a conclusão das obras da fábrica, em 1976, a Fiat ganhou tudo o que reivindicou em facilidades econômicas, fiscais, tributárias e uma série de outros privilégios.

Entre as benesses foram instituídas até isenções de impostos para conversão de moedas e repatriação dos lucros à Itália. A prefeitura de Betim, a pedido dos governos, abriu mão de cobrar impostos sobre serviços, construção, territorial (relacionado ao terreno da fábrica) e circulação de mercadorias.


O contrato previa também abertura de linhas de crédito para capital de giro, um programa habitacional a operários, executado pela Cohab-MG e toda a infraestrutura para a empresa produzir e comercializar seus automóveis: estradas ligando o complexo à Rodovia Fernão Dias, rede elétrica, esgoto, água, telefone e telex, que era o meio de comunicação moderno à época. A Fiat não arcou nem com despesas cartorárias de transferência do imóvel para seu nome.

A cereja do bolo para a montadora foi, no entanto, a parceria acionária do governo mineiro, que, de um capital inicial total previsto de US$ 231 milhões para a nova empresa constituída no Brasil, aportou US$ 71,499 milhões ante os US$ 71,5 milhões injetados pela Fiat, o que tornou o governo mineiro sócio minoritário e a montadora, controladora do empreendimento por uma diferença mínima de valores. O restante dos recursos seria captado de outros cotistas.

Em 1977, para garantir sua parte na parceria e fazer avançar o empreendimento, a Fiat captaria um empréstimo de US$ 165 milhões de um pool de bancos europeus, do qual o governo mineiro seria o avalista. As dificuldades financeiras enfrentadas pela Fiat para honrar os compromissos nos anos seguintes exigiriam mais e mais aportes do governo mineiro, até que, num quarto aditamento ao contrato societário, em 1980, os sócios decidiram por um novo aumento de capital, dessa vez US$ 300 milhões, de cujo montante o governo mineiro aportaria US$ 110 milhões.


O extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), agência de espionagem política no regime militar, acompanhava o desenrolar da parceria e, num informe da agência de Belo Horizonte, de 29 de outubro de 1980, registraria duras críticas do presidente da Volkswagen do Brasil, Wolfgang Sauer, ao governo mineiro por este ter participado de um projeto de grande investimento junto com detentor de capital privado insuficiente.

“Quem não tem condições que fique fora do jogo”, alfinetou Sauer se referindo a negociações que o agente do SNI observou como “críticas que ‘acerbam’ por envolver vice-presidente Aureliano Chaves”.

Em 1975, Aureliano sucedeu Rondon Pacheco — ambos eram nomeados pela ditadura numa época em que nem eleição para presidente e governador era permitida — no governo de Minas e é considerado, mantendo ou ampliando os privilégios, o responsável pela implantação da Fiat no estado. O acordo amarrou as finanças do governo mineiro à Fiat, que só concluiria a integralização do capital como acionista em 1988, com gastos que afetavam o orçamento. Por lei estadual, o volume de aportes acabou sendo limitado pela Assembleia Legislativa estadual ao máximo de 1% da arrecadação.


“A convergência de capitais, que alçaria a Fiat no Brasil a quase uma empresa pública, revela a promiscuidade dos interesses econômicos, sociais e políticos existentes entre o Estado brasileiro no período ditatorial e os capitalistas italianos”, observam os pesquisadores, que anotaram no relatório uma declaração dada à época pelo deputado Genival Tourinho (MDB-MG), classificando o acordo com a Fiat como o “affaire mais duvidoso da história administrativa de Minas Gerais”.

O coordenador da pesquisa sobre empresas e ditadura afirma que a política financeira do Estado como um todo, de uma das maiores economias do país, passou a orbitar o projeto, favorecimento que desagradou à elite industrial no país por representar concorrência desleal, como reclamou a Volkswagen na época.

“A Fiat abriu fronteiras para negócios e tomou vantagens concorrenciais explícitas com a instalação da fábrica em Betim. A empresa passa a ter empenho massivo no país em período posterior ao golpe, o que leva também a ter particularidades quando comparada a outras empresas: nota, por exemplo, vantagens monetárias e econômicas no que assim considerava ser uma “estabilidade política” do regime ditatorial. Inaugurou, por exemplo, práticas de guerra fiscal e favorecimentos econômicos conferidos por estados, que hoje se disseminam largamente no país”, disse o pesquisador à Agência Pública.


Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Fiat informou por nota que não iria se pronunciar sobre as afirmações do relatório. “Consultamos várias fontes da empresa, mas realmente não há memória de tais fatos. Por esta razão a empresa prefere não se pronunciar.”

Por que todo golpísta do Brasil foge para os EUA?

A última notícia que se tem é da fuga de DELTAN DALANGNOL, o parceiro mais conhecido (muitos outros ainda estão no Ministério Público Federal e na magistratura) de Sérgio Moro nas maracutaias da Lavajato.

Prepostos (paus mandados) procuram os preponentes (mandantes), em busca de proteção. Em outros termos: o golpe foi articulado pelos norte-americanos e é natural que aqueles traidores que os serviram, quando descobertos, processados e prestes a irem para a cadeia, procurem proteção dos ianques, esse povo abominável, que desrespeita, sistematicamente, a soberania popular de outras nações.

Aduzo: considero tão traidores quanto os tais golpistas fujões  os que lhes mandam "pix" para que vivam confortavelmente nos seus refúgios, tramando contra o Brasil. 


quarta-feira, 14 de junho de 2023

De novo entra em cena Lula, o putchipu´u



11 de junho de 2023

José Bessa Freire

“Qual a invenção humana mais importante? O diálogo”.
Jorge L. Borges, 1972
A má vontade da “grande mídia” em relação ao governo Lula se manifesta em vários campos, especialmente no da política externa. Jornalistas como Eliane Cantanhede – a Lili, William Waack – o Wiwa e Merval Pereira – o Mer são mesquinhos em suas afirmações.
O Mer da Globo formula a pergunta com apenas duas alternativas:
– “O presidente Lula é ingênuo ou megalomaníaco?”
Busca a resposta em jornais dos Estados Unidos (sem nomear nenhum deles), que teriam rotulado Lula de ingênuo “sem qualquer influência na política internacional”. Omite a matéria de capa da Time, a maior revista semanal do planeta, em maio do 2022, que rasga elogios a Lula.
Já o William Wack, demitido da Globo depois que vazou seu comentário racista, classifica a diplomacia de Lula como “papo de boteco”, cuja “política externa se diz neutra, mas escolheu um lado, no caso, o lado da China e da Rússia”. Trata-se de uma projeção, porque quem escolheu um lado e se diz neutro é o próprio Wiwa, um gozador, que falou algo que requer sonora gargalhada:
“Lula desafia a ordem internacional garantida pelos Estados Unidos, baseada em respeito a tratados e onde não vale a lei do mais forte”. Juro que ele disse isso na maior cara-de-pau, cometendo um atentado à história desde o faroeste de extermínio dos índios americanos às guerras mais recentes: Afeganistão, Iraque, Vietnam e centenas de outros.
O facho de Lula
Para Eliane Cantanhede, “Lula se excede em viagens internacionais, o presidente deve abaixar o facho e parar de falar besteira”. Deve “deitar e descansar como fazem as pessoas doentes, principalmente as que têm quase 80 anos de idade”. Velhofóbica? Lili, seis anos mais nova que Lula, ofende a si mesma e a seu falecido avô Raimundo, usineiro de algodão. Equiparar Zelenski a Putin foi um erro – diz Lili – para quem a capital da Ucrânia é Zagreb e não Kiev. A besteira dela está gravada.
– Lula prioriza política externa, mas até agora colheu fracassos – reforça Tiago Mali, editor sênior do Poder 360, que espinafrou Lula “por receber o presidente autocrata da Venezuela”. O que ele quer? Que o Brasil receba o autoproclamado presidente Juan Guaidó?
Felizmente Lula está vagando e andando para os “conselhos” desses “sábios”, que em vez de vomitar preconceitos e disparates deviam se informar melhor e dialogar com a produção sobre o tema dos cientistas políticos composta por dezenas de livros e artigos.
Um deles, Kjeld Aagaard Jakobsen, um dinamarquês radicado no Brasil desde a infância, doutor em relações internacionais pela USP (2016), defendeu tese sobre continuidade, mudanças e rupturas da Política Externa Brasileira. No capítulo 4 aborda a diplomacia do Governo Lula (2003-2010) e mostra o fluxo intenso de viagens internacionais durante oito anos, com 470 dias passados no exterior, o que dá menos de 5 dias por mês.
O custo para o governo foi grande, mas compensou pelo “aumento das relações econômicas com as outras nações, a conquista de novos parceiros comerciais, o aumento das exportações brasileiras e a abertura e ampliação de mercados para investimentos” – escreve Jakobsen, apoiado em dados.
Cientista político
Na tese, Jakobsen conclui que Lula foi capaz de passar uma nova imagem do país no cenário internacional e de redemocratizar a política externa, “devido à sua postura e a seu interesse pelas políticas sociais, pelo enfrentamento da pobreza e pela luta por igualdade entre as nações. Lula tornou-se uma voz em fóruns internacionais da ONU e da OMS no combate contra o protecionismo das economias hegemônicas”.
O cientista político dinamarquês que se abrasileirou – “um viking na periferia do capitalismo” – faleceu em dezembro de 2020, mas nos deixou “seu olhar sobre o mundo”. Ele pesquisou a política externa do Brasil e concluiu:
“Lula é um estadista que conseguiu se relacionar com chefes de Estado com posições políticas absolutamente opostas às suas como George Bush, Jacques Chirac, Alvaro Uribe, entre outros, provavelmente uma herança de seu passado como sindicalista”.
É esse passado do tempo em que liderou as greves em São Bernardo e intermediou as negociações com a FIESP, que fez com que Lula não rosne nem ataque como um Pitt Bull, mas negocie e dialogue, sempre aberto a conversar “com quem discorda de mim”. Isso contribuiu para que Lula se tornasse um Pütchipü´u, personagem central na cultura do povo Wayuu, conhecido como Guajiro na Venezuela e na Colômbia.
Resumo aqui coluna de 30 de maio de 2010, que explica quem é o Pütchipü´u, previsto no direito consuetudinário dos Wayuu, cujo princípio é o de que os conflitos são inevitáveis em todas as sociedades e que cada uma desenvolve mecanismos para manter a ordem, a paz, a harmonia e a coesão social. Para isso, algumas sociedades criaram instituições como polícia, cadeia, tribunal, lei. Os Wayuu criaram um sistema jurídico singular onde quem se destaca é o pütchipü´u.
Mestre do diálogo
Segundo as narrativas míticas, o precursor do pütchipü´u é um pássaro, cuja retórica, similar ao canto das aves, busca a harmonia. O pütchipü´u é o “mestre da palavra’, o “dono do verbo”, enfim um sábio, especialista no manejo da linguagem. Tem a fala envolvente, convincente, sedutora e o dom da clarividência, do bom humor. Sua função é usar tais qualidades para solucionar disputas familiares e conflitos intra-étnicos.
Quando alguém se sente prejudicado, chama logo o pütchipü´u. Ele vem, analisa, conversa com as partes em litigio, persuade, insinua, negocia, cria cenários às vezes ameaçadores sobre possíveis desdobramentos do caso, onde todo mundo pode perder. Não é bem um juiz, mas um intermediário, um mediador na solução das brigas, e isso porque o sistema jurídico Wayuu não é um sistema de “justiça punitiva”, mas de “justiça de compensação”, “justiça de restituição”.
Por isso, a intervenção do pütchipü´u não se conclui com um “ganhador” e um “perdedor”, mas com a restauração da harmonia entre as partes em litígio. O principal é o reconhecimento do dano por parte de quem o fez e uma compensação ao prejudicado, em geral, com o pagamento de indenização, o que é decidido não por uma sentença imposta às partes, mas por consenso, pelo acordo através da conversa, do papo, da negociação, da conciliação.
Dessa forma, os Wayuu consideram os conflitos sociais não como formas indesejadas de patologia social, mas como eventos cíclicos inerentes à vida comunitária, que abrem a possibilidade de recompor as relações sociais, solucionando as desavenças através do diálogo, a mais criativa invenção do ser humano, segundo Borges, mais importante do que a bomba atômica. Contra o canhão, a palavra.
É isso que Mer, Wiwa e Lili não querem admitir: Lula, que veio do mundo da oralidade, construiu seu saber na luta sindical e política, na negociação cercado por baionetas da ditadura. Ele é um sábio pütchipü´u. Só esperamos que imponha um freio ao Centrão e não mude em hipótese alguma a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde, Nísia Trindade Lima.

Ver: https://www.taquiprati.com.br/cronica/863-lula-o-putchipuu-do-mundo, via PÁTRIA LATINA. 

O segredo do musgo, ancestral de todas as plantas e vital para o planeta

 

Macromitrium microstomum

CRÉDITO,SILVIA PRESSEL

Legenda da foto,

O musgo Macromitrium microstomum é encontrado em toda a Nova Zelândia

  • Author,
    Katie Field e Silvia Pressel
    Role,The Conversation*
    13 junho 2023
    Atualizado 14 junho 2023


    Quando as pessoas pensam em plantas extraordinárias, dificilmente elas se lembram do musgo.

    Os musgos se misturam no ambiente verde da vida vegetal e parecem crescer em toda parte, quer você queira ou não.

    Mas este grupo de plantas – que, na verdade, compreende de 12 mil a 15 mil espécies – é surpreendente. Sua resiliência quase única permite que eles cresçam em praticamente todos os lugares da Terra.

    Os musgos ajudam os cientistas a entender a evolução da vida e formam um dos grupos vegetais mais antigos ainda vivos.

    Um estudo recente de uma equipe australiana descobriu que os musgos são a força vital dos habitats em todo o mundo, melhorando as plantas e o solo em quase todos os lugares onde crescem.

    Mas, apesar da sua importância, o musgo é muitas vezes menosprezado devido ao seu tamanho diminuto. Os musgos menores, conhecidos como micromusgos, medem apenas alguns milímetros de comprimento.

    E até o maior musgo do mundo – Dawsonia superba, uma espécie nativa da Austrália, Nova Zelândia e das ilhas do Pacífico – atinge apenas 50 cm de altura.

    É um gigante entre os musgos, mas ainda é menor do que a média das plantas domésticas.

    A verdade é que os musgos ajudam a sustentar ecossistemas inteiros.

    'Serviços essenciais'

    A contribuição do musgo para a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas modernos, muitas vezes, é ignorada. Nosso conhecimento sobre as plantas mais complexas é muito maior.

    O estudo australiano examinou detalhadamente a relação entre os musgos e os seus habitats, e concluiu que eles são fundamentais para a saúde do solo.

    Os pesquisadores recolheram amostras de musgo de ecossistemas de todo o mundo, desde as florestas tropicais até os ambientes polares e áridos desertos.

    E, combinando as descobertas obtidas com essas amostras e a análise de pesquisas anteriores, seus resultados demonstraram que os musgos são fundamentais em todos os habitats onde são encontrados.

    Os musgos armazenam enormes quantidades de carbono e ajudam no ciclo de nutrientes do solo e na decomposição de matéria orgânica.


    CRÉDITO,SILVIA PRESSEL
    Legenda da foto,

    O Macromitrium urceolatum é encontrado principalmente no hemisfério sul


    Os musgos podem até auxiliar no resgate de ecossistemas desestabilizados.

    Pesquisas na área em volta do vulcão do Monte Santa Helena, nos Estados Unidos, concluíram que os musgos foram uma das primeiras formas de vida a reaparecer após uma erupção devastadora no início dos anos 1980.

    Alguns tipos de musgo, incluindo as espécies do gênero Sphagnum, absorvem e retêm água nos seus tecidos. Isso regula o fluxo de água na região, evitando enchentes e criando habitats de turfa que abrigam plantas e animais raros.

    Os musgos também fornecem habitats únicos para a vida microscópica. Os tardígrados, por exemplo, são microanimais de oito pernas, também conhecidos como ursos-d’água.

    Em inglês, eles são chamados de "ursos-do-musgo", pois vivem escalando "selvas" de musgo em busca de alimento.

    Os tardígrados são quase indestrutíveis e podem sobreviver até no espaço, entrando em um estado parecido com a morte chamado criptobiose.


    CRÉDITO,GETTY IMAGES
    Legenda da foto,

    Os tardígrados são os menores animais com pernas conhecidos

    Ancestrais distantes

    O musgo, as hepáticas e os antóceros fazem parte de um grupo de plantas conhecidas como briófitas.

    Elas evoluíram há mais de 400 milhões de anos e ainda apresentam muitas características comuns com as primeiras plantas que surgiram na superfície terrestre do planeta, como seu pequeno tamanho e a falta de raízes verdadeiras.

    E, ao contrário da maioria das plantas, os musgos não têm uma coluna contínua de água que flui no seu interior por meio do xilema e do floema – da mesma forma que algumas das plantas mais antigas da história da Terra.

    Em vez disso, essas plantas minúsculas têm seus próprios sistemas condutores para mover substâncias pelos seus corpos.

    Elas absorvem água e nutrientes da água da chuva e depósitos de poeira na sua superfície. E suas "raízes" parecidas com cabelos, chamadas rizoides, fixam os musgos à superfície onde eles crescem.

    A capacidade dos musgos de sobreviver em ambientes hostis quase não tem paralelos. Por isso, eles são excelentes para estudar a evolução das plantas, que ocorreu, em grande parte, em condições inóspitas no planeta.

    O estudo da genética e da fisiologia dos musgos e das outras briófitas modernas forneceu aos pesquisadores informações sobre as adaptações que permitiram que as plantas fizessem a transição da água para a terra, como a formação de parcerias com os fungos para ter acesso aos nutrientes do solo, por exemplo.

    Sua incrível resistência a tensões ambientais como a seca e a radiação ultravioleta também foi fundamental para desenvolver sua capacidade de evoluir na terra.

    Uma das características mais importantes dos musgos terrestres é a sua tolerância à quase completa desidratação.

    Quando a água é escassa, os musgos podem entrar em um estado de animação suspensa, o que reduz muito sua atividade metabólica, permitindo que eles sobrevivam até que as condições melhorem.

    Algumas espécies, como o musgo do deserto Syntrichia caninervis, podem sobreviver por cem anos nesse estado dormente e "renascer" em questão de horas após serem umedecidos novamente.


    CRÉDITO,SILVIA PRESSEL
    Legenda da foto,

    O musgo-das-canárias disseminou-se pelo Reino Unido

    O estudo dos mecanismos desta capacidade nas plantas modernas ajuda os cientistas a entender como as plantas antigas podem ter se adaptado à terra.

    É possível que o estudo da tolerância à desidratação dos musgos possa ajudar os cientistas a descobrir novas formas de proteger safras agrícolas contra secas extremas no futuro.

    Estas plantas minúsculas também estão interligadas com a história humana.

    Desde as propriedades antissépticas do musgo para a cura de feridas até o uso do musgo Dicranum scoparium para alívio da prisão de ventre, os musgos vêm desempenhando papel substancial na redução do sofrimento humano.

    Por tudo isso, talvez devêssemos pensar duas vezes antes de arrancar musgos do gramado.

    Em vez disso, dedique um momento para contemplar a beleza natural de suas delicadas gavinhas verdes – e sua história como um dos exploradores mais destemidos da história do planeta.

    *Katie Field é professora de processos entre as plantas e o solo da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

    Silvia Pressel é chefe de pesquisa de ciências da vida do Museu de História Natural de Londres.

    Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original em inglês.

Produção agrícola é destruída em ação de despejo de acampamento na Bahia


Acampamento Abril Vermelho, ligado ao MST, era responsável pelo abastecimento de quatro cidades da região
Bruna Caetano, Caroline Oliveira e Emilly Dulce
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 26 de Novembro de 2019 às 09:46

Cerca de 700 famílias perderam as suas casas - Foto: MST Bahia


A professora Alexandra de Santos, 39 anos, se gaba da produção agrícola do acampamento Abril Vermelho, no município de Juazeiro (BA): “era gigantesca”. Segundo ela, as plantações foram destruídas durante a ação de despejo nesse e em outros dois acampamentos da região, que desalojou um total de 700 famílias nesta segunda (25).

No acampamento Abril Vermelho, as forças de segurança federais e militares retiraram cerca de 200 famílias – 800 pessoas. Alexandra, que vivia ali há oito anos, ajudava na organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A área é da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e, segundo as famílias, a ocupação existia desde 2007, quando foi feito um acordo entre a empresa, os governos federal e estadual, o Incra, Ouvidoria Agrária e o Ministério Público Federal. Conforme a PF, entretanto, o início da ocupação se deu em 2012, quando a Codevasf entrou com o pedido de reintegração de posse, determinada nesta segunda-feira (25).

A vida no acampamento

O acampamento Abril Vermelho, com uma área de aproximadamente 700 hectares, era bem estruturado: possuía padaria, mercearias, sorveterias, lanchonetes e uma escola com 17 alunos e três professores remunerados pelo município de Juazeiro. O forte era a produção agrícola, totalmente destruída pelas forças de segurança, de acordo com Alexandra. “A produção era gigantesca. Quando eu estava saindo de lá, eles [forças policiais] estavam destruindo toda a nossa produção. Tinha batata, feijão, goiaba, manga, macaxeira... de tudo”, afirmou.

De acordo com a professora, o acampamento abastecia as cidades de Juazeiro, Petrolina, Sobradinho e Casa Nova, além remessas que iam para fora do país. A produção era dividida entre cultivos temporários, como feijão, milho, cebola, melão, melancia; cultivos permanentes, como manga, goiaba, acerola, limão; e cultivos semi-perene, como a plantação de maracujá.

A área faz parte do Projeto Salitre, um programa de irrigação da Codevasf, no município de Juazeiro, que tem como objetivo “contribuir para o desenvolvimento da região semiárida através da agricultura irrigada”, de acordo com o site da companhia. O rio Salitre é uma sub-bacia da bacia do rio São Francisco.

Segundo a empresa, a ocupação prejudicava o projeto de irrigação na região, que fica ao lado do rio São Francisco. Para o acampamento, este era o principal recurso hídrico disponível, além dos afluentes que passam pela área e desaguam no Velho Chico e de reservatórios.

Relembre o caso

Junto com o Abril Vermelho, outros dois acampamentos foram alvos de despejo na mesma operação: os assentamentos Irmã Dorothy e Irani de Souza, todos ligados ao MST, entre os municípios de Juazeiro e Casa Nova. No total, cerca de 700 famílias perderam as suas casas. Na madrugada de domingo para segunda-feira, por volta de 5h20, quando ainda era noite, “chegaram vários carros da polícia ao mesmo tempo”, e um helicóptero começou a rondar a área sem parar, segundo Alexandra de Santos. Os moradores, que estavam reunidos, começaram a entoar canções do movimento e palavras de ordem.

A reação do outro lado foi soltar tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo de forma desproporcional, de acordo com o movimento. Um morador foi atingido na cabeça, outro precisou ser socorrido e levado às pressas para uma Unidade de Pronto Atendimento da região. Alguns ainda passaram mal devido às consequências do gás lacrimogêneo, como Alexandra, que sentiu forte ardência nos olhos e na garganta.

Ela relatou que os policiais chegaram junto com uma ambulância ao local caso ocorresse alguma emergência. Em nota, a Polícia Federal afirmou que a operação foi deflagrada de forma pacífica.

Com a repressão, as pessoas recuaram e foram para as suas casas. A orientação foi retirar todos os pertences, caso contrário, passariam por cima. “A gente estava tirando as coisas de dentro e ao lado eles estavam passando por cima de todas as casas e barracos”, afirmou Alexandra. Foram disponibilizados caminhões para os moradores, caso estes tivessem algum lugar para ir. Alexandra foi levada para o assentamento Vale da Conquista, do MST, no município de Sobradinho, para onde está previsto o destino da maioria dos assentados.

Edição: Julia Chequer

Fonte: Brasil de Fato

UM JUDICIÁRIO SUBSERVIENTE, COLONIZADO, LOTADO DE TRAIDORES DOS INTERESSES NACIONAIS

A República de Curitiba é uma autêntica filial dos interesses ianques. Além de DELTAN, MORO, PALUDO, LIMA E OUTROS, agora revela-se a maracutaia proposta por RAQUEL DODGE. 

Essa cambada precisa ser processada por traição, juntamente com muitos magistrados do TRF-4 e até do  STJ, igualmente já conhecidos, por suas decisões estapafúrdias, tendenciosas, cujo escopo é fragilizar a economia brasileira e favorecer outros países.

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Raquel Dodge sugeriu entregar 'para os americanos' valor recuperado da Petrobrás

Havia uma briga em torno do destino dos recursos. Procuradores da força-tarefa queriam o dinheiro para a Lava Jato; já Dodge defendia o encaminhamento para os “americanos”
14 de junho de 2023, 07:14 h Atualizado em 14 de junho de 2023, 07:23

Raquel Dodge (Foto: Nelson Jr./SCO/STF (12/09/2019))

Conjur - Diálogos entre procuradores da finada "lava jato" aos quais a revista eletrônica Consultor Jurídico teve acesso mostram que eles ficaram revoltados com uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a tentativa de integrantes da autodenominada força-tarefa de criar uma fundação privada bilionária de "combate à corrupção" com fundos da Petrobras.

Na conversa, de 12 de março de 2019, os procuradores reagem a uma ADPF da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra a fundação. A ação sepultaria os planos da "lava jato". Em um dos diálogos, uma procuradora sugeriu, como reação à ação da PGR, devolver aos Estados Unidos todo o valor recuperado da Petrobras, desfazendo um acordo firmado com o Departamento de Justiça dos EUA.

"RD (Raquel Dodge) passou dos limites com essa ADPF. Desfaçam esse acordo, devolvam o $ pro americanos. [...] A PGR e os intelectuais desse país acham que não precisamos desse $ aqui", disse a procuradora, identificada apenas como "Carol PGR" — os diálogos reproduzidos nesta reportagem aparecem em sua versão original.

"Agora a solução tem de ser de fácil comunicação. Eh devolver os recursos pro americanos, reais donos deles", prosseguiu ela. O então coordenador da "lava jato" de Curitiba, Deltan Dallagnol, respondeu: "Valeu Kérol, mas não podemos fazer isso, embora desse vontade às vezes rs. Vamos trabalhar numa solução".

Em seguida, Carol PGR falou que iria "rezar" para "Deus iluminar" os procuradores de Curitiba. "Estou tão indignada que não sei se vou conseguir dormir", concluiu.

O diálogo é do dia em que a PGR entrou com a ação no Supremo Tribunal Federal contra o fundo. E a ADPF trouxe resultados: o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o acordo firmado com a Petrobras que viabilizaria a fundação.

O acordo envolvia U$ 853 milhões, dos quais U$ 682,5 milhões seriam pagos a "autoridades brasileiras". Alexandre determinou o bloqueio dos valores depositados na conta da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Clima 'péssimo' com o Itamaraty - Outra conversa entre os mesmos personagens mostra que havia preocupação quanto a possíveis críticas à "lava jato" por causa de acordos com os Estados Unidos que poderiam prejudicar empresas brasileiras.

"O clima com o itamarati está péssimo. A história Eh q vc chamou os americanos e eles estão aí ouvindo pessoas e juntando provas p ferrar a BR (Distribuidora, então subsidiária da Petrobras).To com receio deles plantarem isso na imprensa. Temos q fazer um trabalho com os jornalistas p esclarecer o q realmente está acontecendo. Se houve convite nosso, se eles estão colhendo provas etc", disse Carol PGR a Dallagnol. A mensagem é de 8 de outubro de 2015.

Em outra mensagem, de 7 de outubro do mesmo ano, a procuradora se disse preocupada com a "repercussão na imprensa" da colaboração entre autoridades do Brasil e dos EUA.

"Deltan, Miller me mandou uma mensagem preocupada com a repercussão na imprensa da vinda dos americanos. (...) Vlad me falou de uma multa que foi ou será aplicada à empresa. Acho que quando isso vier a tona pode gerar alguns problemas internos. Podem dizer que estamos ajudando os americanos a ferrarem com a Petrobras. Sei que eles não precisam de nós pra nada, mas se nós pudermos esclarecer em que consiste nossa ajuda a eles, acho que seria importante."

"Ok. Falei com Vlad. Faremos nota (Vc e ele e depois eu). Não há perspectiva logo de multa", respondeu Dallagnol.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Homem atira no próprio filho após ser chamado de 'velho safado' por desligar roteador de internet em Uberaba


Preso em flagrante, homem contou à PM que era ameaçado pelo filho e atirou para se defender. Caso foi registrado no Bairro Pontal, no domingo (11).


Por g1 Triângulo — Uberaba

12/06/2023 12h09 

Um homem de 53 anos foi preso em flagrante na manhã de domingo (11) após atirar no próprio filho no Bairro Pontal, em Uberaba.

A esposa do suspeito e mãe do rapaz contou para a Polícia Militar (PM) que estavam dormindo quando o filho entrou no quarto de forma agressiva, xingando o pai de "velho safado" e reclamando porque ele havia desligado o roteador de internet da casa.

Com isso, pai e filho começaram a brigar. Em determinado momento, o jovem foi até um quartos nos fundos do imóvel, onde ele mora. Em seguida, o pai pegou um revólver e atirou para cima, mandando ele sair da casa.

O filho, porém, permaneceu no local. Foi quando o homem atirou duas vezes contra o jovem, fugindo de carro em seguida.

Após receber os primeiros socorros, o rapaz foi encaminhado para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), onde passou por cirurgia. Conforme a PM, o quadro dele era estável.

Pai preso

Horas depois do crime, o pai do jovem foi encontrado no Bairro Univerdecidade. À PM, o homem contou que era ameaçado e agredido pelo filho com frequência e que, no momento da briga, pegou o revólver para se defender.

Fonte: G1

Associação e três empresas são condenadas a pagar R$ 55 milhões por publicidade ilícita de medicamentos


26/05/2023 - 13h48

A 5ª Vara Federal de Porto Alegre condenou uma associação médica, um grupo empresarial, uma indústria farmacêutica e um centro educacional por terem publicado um manifesto, em jornais de grande circulação, promovendo os remédios para ‘tratamento precoce’ da Covid-19, de forma contrária ao normatizado em resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Eles foram condenados a pagar indenização por dano moral coletivo de R$ 55 milhões. As duas sentenças, publicadas na quarta-feira (24/5), são do juiz Gabriel Menna Barreto Von Gehlen.

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com as ações também contra a agência reguladora. Narrou que a associação divulgou um informe publicitário na imprensa sobre os possíveis benefícios do tratamento precoce. Tanto o manifesto quanto o site dela tinham a finalidade de estimular o consumo dos medicamentos que compõe o ‘tratamento precoce’.

O autor pontuou que as empresas, de forma oculta, financiaram a associação para divulgar um dos remédios produzidos por uma delas. Isso seria mais grave do que a publicidade irregular ou ilegal de medicamentos feita diretamente pelo fabricante em seu nome.

A associação defendeu o ‘tratamento precoce’ e argumentou que, para enfrentar uma situação de calamidade pública de ordem mundial e uma doença nova, devam ser divulgados todos os tratamentos possíveis. As empresas sustentaram que o manifesto não foi direcionado ao público consumidor, mas aos médicos para os fazer refletir sobre a adoção do ‘tratamento precoce’ como forma de minimizar os efeitos da pandemia.

Já a Anvisa pontuou que o caso não caracteriza publicidade de medicamentos, pois o material não menciona produto ou marca específica. Destaca que o manifesto menciona diversos princípios ativos, além da classe dos anticoagulantes, para os quais existem diversas marcas e dosagens de remédios disponíveis no mercado. Assim, não são aplicáveis as normas que versam sobre publicidade de medicamentos: Lei nº 6.360/1976; Lei 9.294/1996 e Resolução-RDC 96/2008.

Publicidade ilícita

Ao analisar o caso, o juiz federal substituto Gabriel Menna Barreto Von Gehlen pontuou que a agência possui um manual, com mais de 60 folhas, com perguntas e respostas sobre a aplicação da RDC 96/2008, e que, logo em seu início, esclarece que a resolução aplica-se de forma mais ampla sobre quaisquer técnicas de comunicação tendentes a promover o uso de medicamentos, além disso, afirma que a ausência de marca ou nome na publicidade é irrelevante.

“À toda evidência, a ANVISA dissociou-se nestes autos do seu próprio manual interpretativo da RDC 96/2008, sem justificativa plausível”, ressaltou. Ele também afirmou que a agência está defendendo, nos processos, que o nome comercial ou a marca são tão relevantes nos chamados produtos não maduros.

“É justamente o caso dos medicamentos do kit precoce propagandeados no "manifesto pela vida". São produtos não maduros para os fins pretendidos pela associação ré (uso off label e novo para tratamento de covid19); trata-se de primeiro chamar atenção do público para seu novo uso, e para isso pouco importa a marca; mercado haverá para todos que o fabriquem”.

O magistrado também pontuou que o manifesto da associação indicou uma série de medicamentos, sendo o laboratório de um deles o seu patrocinador. Assim, a empresa farmacêutica tinha e tem muito interesse na divulgação de seu remédio, principalmente sem aos regramentos a que esta submetida. “E a associação, por sua diretoria, conluiou-se com o laboratório para dissimular o que é expressamente proibido pela RDC 96/2008”.

Von Gehlen concluiu que “o ‘manifesto pela vida’ foi mecanismo ilícito de propaganda de laboratório fabricante de medicamento, servindo a ré do triste papel de laranja para fins escusos e violadores de valor fundamental, a proteção da saúde pública”. Ele julgou parcialmente procedente as duas ações condenando a Anvisa por omissão na aplicação de sua resolução.

As empresa foram condenadas ao pagamento solidário de R$ 55 milhões por dano moral coletivo. Cabe recurso das decisões ao TRF4.



Secos/JFRS (secos@jfrs.jus.br)

Por trás da força-tarefa se escondia uma gangue judicial que tinha sede, sucursal e ramificações em altas esferas


Jeferson Miola: 09/06/2023 - 15:21 
Reprodução de ilustração de Renato Aroeira (@arocartum)


Por trás da força-tarefa se escondia uma gangue judicial


Por trás da formalidade da força-tarefa da Lava Jato se escondia uma verdadeira gangue judicial. Uma gangue que se organizava e atuava em moldes mafiosos.

Uma sociedade secreta, integrada por elementos da elite que tinham identidades intestinas entre si.

Ali coexistiam laços familiares, societários, de consogros, de amizade e, sobretudo, de compartilhamento de uma cosmovisão fascista, ultradireitista e antipetista de mundo.

Nada a ver com um estamento jurídico estatal.

Assim como na época do embolorado anticomunismo da Guerra Fria, a retórica falsa-moralista de combate à corrupção escamoteava, para os desavisados, os reais propósitos político-ideológicos e de benefícios materiais da “Operação”.

A força-tarefa – ou organização criminosa, como Gilmar Mendes batizou a Lava Jato – tinha sede na “República de Curitiba”.

E de lá fazia um grande marketing nacional.

E, também, um marketing internacional. Tanto que, ironicamente, acabou sendo mundialmente considerada como o maior escândalo de corrupção judicial da história.

Um outdoor ufanista instalado por um colega/comparsa de Deltan Dallagnol recepcionava os incautos que desembarcavam no aeroporto da capital paranaense com uma mensagem alvissareira dos embusteiros: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre”.

Em Porto Alegre, no TRF4, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, operava a sucursal da gangue, onde desembargadores amigos e compadres agiam em conluio e em azeitada sincronicidade com a matriz na condenação ilegal e criminosa do Lula.

A gangue tinha, ainda, ramificações orgânicas em tribunais superiores e nas altas esferas do Ministério Público e da Polícia Federal.

Claro que esta engrenagem criminosa só pôde funcionar como funcionou e só conseguiu produzir o desastre e a barbárie que produziu porque teve apoio material, econômico e propagandístico das classes dominantes, da mídia hegemônica, empresários, militares, políticos e etc – o que inclui os Departamentos de Estado e de Justiça dos EUA.

Está claríssimo, portanto, que a gangue não agiu sozinha e não foi tão longe só com pernas próprias.


Por isso o julgamento da gangue da Lava Jato deverá ser, também, o julgamento dos cúmplices dessa farsa terrível que jogou o Brasil no precipício.

Os meios de comunicação, por exemplo, poderão pagar sua dívida pelo crime cometido contra a democracia fazendo uma sincera autocrítica.

Essa autocrítica midiática, para ser sincera, deverá se materializar na forma de um compromisso com a reconstrução da verdade factual com as idênticas carga e intensidade simbólica dedicadas ao bombardeio fracassado, feito para causar a derrota semiótica do Lula, do PT e da esquerda.

No banco dos réus, portanto, deverá haver espaço de tamanho suficiente o bastante para acomodar, lado a lado, as empresas de comunicação, políticos, empresários e militares com os notáveis da gangue – Moro, Dallagnol, Gabriela Hardt, Malucelli, Delegada Érika, Carlos Fernando, Zucolotto, Pozzobon, Januário e quejandos.

Fonte: https://www.viomundo.com.br/politica/jeferson-miola-por-tras-da-forca-tarefa-se-escondia-uma-gangue-judicial-que-tinha-sede-sucursal-e-ramificacoes-em-altas-esferas.html

Juiz que faz a correição da Lava Jato mira depósitos judiciais e deve quebrar sigilos bancários

Ministro Luís Felipe Salomão apura o destino de cerca de R$ 300 milhões obtidos pela força-tarefa

12 de junho de 2023, 04:54 h Atualizado em 12 de junho de 2023, 04:54

Ministro Luís Felipe Salomão, do TSE (Foto: Roberto Jayme / TSE)

247 – Uma correição extraordinária está sendo realizada na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pela operação Lava Jato, a fim de examinar cerca de R$ 300 milhões em depósitos judiciais, segundo informa a jornalista Juliana Braga, na coluna Painel, da Folha de S. Paulo. O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, pretende analisar detalhadamente as decisões relacionadas a esses recursos, assim como sua origem e destino, podendo solicitar a quebra de sigilo bancário, se necessário.

Essa inspeção extraordinária foi aberta após o afastamento do juiz Eduardo Appio de suas funções, em meio a alegações de uma suposta ameaça ao desembargador federal Marcelo Malucelli. Appio nega as acusações. Antes de ser afastado, ele estava revisando as decisões do ex-juiz Sergio Moro, seu antecessor.

Salomão também tem a intenção de examinar minuciosamente os acordos de cooperação internacional e a condução das delações premiadas. O ministro estará em Curitiba esta semana para acompanhar de perto os trabalhos. 

Em 2019, um acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já havia estabelecido que os R$ 2,6 bilhões, originalmente destinados a um fundo a ser administrado pelo Ministério Público Federal (MPF), fossem depositados na conta única do Tesouro para serem utilizados em gastos com saúde e educação.

https://www.brasil247.com/regionais/sul/juiz-que-faz-a-correicao-da-lava-jato-mira-depositos-judiciais-e-deve-quebrar-sigilos-bancarios


terça-feira, 6 de junho de 2023

JUDICIÁRIO QUE FEDE A PODRE, EM CURITIBA, P. ALEGRE E BRASÍLIA - Juíza Gabriela Hardt se declara suspeita para julgar Tony Garcia

A súcia: CUNHA, DELTAN (E OUTROS DO MPF), MORO, HARDT,   PATETAS DO TRF 4, FISCHER E SABE-SE LÁ MAIS QUEM ...

Além dos entes imundos mencionados, parece-me óbvio que há, ainda, o dedo ianque - de quem Sérgio Moro é notório capacho - e da milicada golpista (que tem adeptos notórios dentro do TRF-4)  por detrás de tudo, o que não está sendo referido pelo noticiário.

Mas as revelações de Tony Garcia estão só começando e quem se prestou às sujeiras que estão a aparecer, bom  que se ressalve, não é minimamente confiável. 

-=-=-=-

5 de junho de 2023, 20h17

A juíza Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, declarou-se suspeita por motivo de foro íntimo para julgar ações contra o empresário Tony Garcia. A julgadora também informou que protocolou representação criminal contra o delator da finada "lava jato" no Ministério Público.

O despacho foi proferido por Hardt nesta segunda-feira (5/6), uma hora depois de a defesa de Garcia arguir a exceção de suspeição da magistrada para julgar os processos envolvendo o empresário e Antonio Eduardo de Souza Albertini, que também firmou acordo de delação no âmbito da "lava jato".Hardt se declarou suspeita para julgar Tony Garcia e informou que apresentou uma representação criminal contra o empresário
Enéas Gomez/Divulgação

Hardt diz que foi vítima de crime contra a honra cometido por Garcia em decorrência de sua atuação como magistrada. Ela assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba após o afastamento do antigo titular, Eduardo Appio, por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Antigo delator do consórcio de Curitiba, Garcia ganhou recentemente o noticiário nacional por acusar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil) de coagi-lo a atuar como um "agente infiltrado" para perseguir desafetos. Ele também revelou que chegou a gravar o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e outras autoridades a pedido do então juiz.

Na arguição de suspeição, assinada pelos advogados Antonio Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores e Tomás Chinasso Kubrusly, o empresário diz que informou a juíza de crimes cometidos por Moro e alguns procuradores da República em interrogatório promovido no dia 4 de março de 2021, e que em 3 de novembro de 2022, após manifestação do Ministério Público Federal, a magistrada decidiu rescindir o acordo de colaboração premiada firmado entre Garcia e o MPF.

A peça também sustenta que, após reassumir a titularidade dos processos envolvendo o empresário, a juíza tem despachado de forma "atabalhoada e suspeita" e indeferiu a oitiva de todas as testemunhas arroladas por Tony Garcia sem sequer dar ao empresário a oportunidade de apresentar outras em substituição.

Além disso, os advogados afirmam que a audiência relativa a um processo foi marcada no dia 25 de maio para a próxima sexta-feira (9/6) sem que os advogados fossem intimados, o que só ocorreu entre os dias 31 de maio e 1º deste mês.

"Diante dos absurdos e das ilegalidades aqui relatadas, os Excipientes, sob a orientação destes Defensores, não veem outra solução a não ser arguir a parcialidade desta Magistrada, que, além de impedida, é suspeita", diz trecho do documento.

Por fim, a defesa de Garcia apontou três razões para justificar o pedido de suspeição de Gabriela Hardt: demonstração de pesada convicção a respeito dos fatos pelas quais irá julgá-lo; irregularidade ao se manter inerte diante das denúncias contra Moro e procuradores da República; e, por fim, mudança de postura na condução dos feitos relativos aos processos do empresário.

'Festa da cueca'

Além de acusar Moro de coagi-lo a atuar como um infiltrado, Tony Garcia disse à TV 247 que desembargadores do TRF-4 eram chantageados por personagens da "lava jato". A extorsão seria por causa da informação de que teriam participado de orgias com prostitutas na suíte presidencial de um hotel em Curitiba, por volta de 2003, em episódio chamado por Garcia de "festa da cueca".

"Teve desembargador com medo de aparecer a gravação. Não vou falar quem é, mas teve desembargador que contou para a mulher e acabou arranjando separação", acrescentou Garcia, que disse ter sido procurado por Moro para que conseguisse um vídeo com imagens da festa.

O empresário também citou o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Felix Fischer, que teria sido pressionado pela "lava jato" devido a supostos pagamentos feitos a seu filho.

O relato de Garcia constou de depoimento feito em sigilo a Gabriela Hardt em 2021. O caso ficou parado na 13ª Vara Federal de Curitiba até que foi remetido por Eduardo Appio ao Supremo Tribunal Federal.

Revista Consultor Jurídico, 5 de junho de 2023, 20h17