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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EQUIDEOCULTURA - Desafio para a Cavalaria da PM/SC

Que raça de maravilhosos - do ponto de vista da coragem - animais estará sendo usada pela companhia que aparece no vídeo?
Conquanto o vídeo sugira que são animais da "marca" Árabe, a morfologia deles retira credibilidade de tal informação. Parecem-me, mais, com exemplares Berberes.

Líder de polícia secreta nazista foi enterrado em cemitério judeu

Heinrich Müller, chefe máximo da Gestapo, foi dado como desaparecido em 1945, e não se sabia onde ele havia sido sepultado

Heinrich Müller, um dos principais líderes da Gestapo (Geheime Staatspolizei) e desaparecido desde 1945, foi enterrado em um cemitério judeu em Berlim, revelou nesta quinta-feira (31/10) um historiador, citado pelo jornal alemão Bild. Müller foi chefe máximo da polícia secreta da Alemanha nazista e arquiteto da execução de judeus durante o Holocausto.

A descoberta foi feita pelo professor Johannes Tuchel, diretor do Memorial à Resistência Alemã, com sede na capital do país.

Reprodução / French MacLean
Heinrich Müller (ao centro) é visto por historiadores como um dos grandes líderes do nazismo

"Gestapo Müller", como era conhecido na polícia nazista, diz o estudo divulgado na Bild, foi visto pela última vez em 26 de abril de 1945, enquanto dirigia o interrogatório - que culminou na execução - de Hermann Fegelein, general da SS (Schutzstaffel, organização paramilitar ligada ao partido nazista) e cunhado de Eva Braun, a companheira de Adolf Hitler. Quando percebeu que a Alemanha tinha perdido a guerra, Fegelein tentou fugir com a amante para a Suécia mas foi capturado, torturado e fuzilado, sob ordens do líder alemão.

Segundo informações da Agência Efe, a informação contradiz a versão que persistia no serviço secreto da Alemanha Ocidental, segundo a qual Müller sobreviveu ao fim da Segunda Guerra Mundial e foi viver na cidade tcheca de Karlovy Vary. O corpo do hierarca nazista teria sido encontrado e identificado, em agosto de 1945, em um túmulo provisório próximo ao que foi o Ministério de Aviação do Reich.


Müller foi identificado porque ainda usava seu uniforme de general e sua folha de serviços no bolso, após o qual foi levado para uma vala comum do citado cemitério judeu.

O presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, qualificou como de "mau gosto monstruoso" o fato de que tenha se decidido enterrar a "um dos mais sádicos nazistas" justamente em um cemitério judeu, questão que considera um insulto à memória das vítimas.


Müller foi identificado porque ainda usava seu uniforme de general e sua folha de serviços no bolso, após o qual foi levado para uma vala comum do citado cemitério judeu.


O presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Dieter Graumann, qualificou como de "mau gosto monstruoso" o fato de que tenha se decidido enterrar a "um dos mais sádicos nazistas" justamente em um cemitério judeu, questão que considera um insulto à memória das vítimas.


Fonte: OPERA MUNDI

Juiz da Fazenda afastado por suspeita de enriquecimento ilícito pode voltar ao cargo

Manifestação do procurador de Justiça Marco Vinício Petrelluzzi pode abrir caminho para retorno de Elcio Fiori, que comprou 41 imóveis de alto padrão em menos de 3 anos.

por Fausto Macedo

Afastado de suas funções desde maio por suspeita de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, o juiz Elcio Fiori Henriques, do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) da Secretaria de Estado da Fazenda, pode retornar ao posto.

Manifestação ao Tribunal de Justiça, subscrita pelo procurador Marco Vinício Petrelluzzi. pode abreviar o retorno de Fiori às suas atividades de magistrado da Fazenda e agente fiscal de Rendas.

O procurador reconhece a “gravidade da conduta” de Fiori e “a existência de prova robusta no sentido de ter ele enriquecido ilicitamente”, mas ainda assim argumenta que não está caracterizada a hipótese prevista no parágrafo único do artigo 20 da Lei 8429/92 (Lei da Improbidade Administrativa) – a norma dispõe que a perda do cargo, emprego ou função somente se efetivará com o trânsito em julgado da sentença condenatória e que o afastamento cautelar só é permitido quando necessário à garantia da instrução processual.

Fiori é alvo de ação por improbidade administrativa. Em menos de três anos, entre 2010 e 2013, ele adquiriu 41 imóveis de alto padrão, embora seu contracheque mensal no Fisco estadual não passe de R$ 13,02 mil.

Fiori registrava os bens em cartório por valores subestimados e os revendia quase imediatamente a preço de mercado, operação típica de lavagem, segundo linha de investigação do Ministério Público Estadual.

Apenas no período de 4 de março de 2010 a 5 de outubro de 2012, ele comprou em nome próprio ou de sua empresa, a JSK Serviços, Investimentos e Participações Ltda, 19 apartamentos residenciais e salas comerciais em áreas nobres, patrimônio que registrou por R$ 15,28 milhões. O valor real do quanto desembolsou é calculado em R$ 30,75 milhões.

O Ministério Público fez um perfil do juiz da Fazenda. Ele afirma ter amigos influentes, na Justiça e na polícia. Também diz ter boas relações na política. Alardeia proximidade com o deputado estadual Bruno Covas (PSDB), secretário do Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin e secretário-geral da sigla. Bruno é neto do ex-governador Mário Covas (PSDB), morto em 2001.

O juiz foi afastado das funções, inicialmente, por decisão administrativa da Fazenda. Em setembro passado, a Justiça acolheu pedido da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social, braço do Ministério Público que investiga corrupção na administração, e também decretou a saída de Fiori.

“A situação funcional (de Fiori) é incompatível com o regular andamento processual, e representa afronta à lisura administrativa porque o réu poderá continuar a usar e a movimentar a estrutura pública para fins ilícitos, abusando de seu poder para atrasar, impedir investigações ou dificultar a produção probatória”, sentenciou a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9.ª Vara da Fazenda Pública da Capital.

Fiori assumiu a cadeira de juiz do TIT em 2008. O tribunal tem caráter administrativo e competência para rever ou não autuações a empresas por sonegação e irregularidades tributárias. O juiz do TIT não é juiz de Direito. A suspeita do Ministério Público é que ele enriqueceu cobrando propina para votar pela anulação de multas milionárias aplicadas a empresas.

A juíza também nomeou um administrador judicial para cuidar da prestação de contas dos rendimentos obtidos com aluguéis dos imóveis que Fiori adquiriu e estão sob regime de bloqueio.

A juíza foi alertada pelo promotor de Justiça César Dario Mariano da Silva, que atua na Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital – braço do Ministério Público que investiga corrupção e improbidade. “Élcio sequer está sendo encontrado em seu local de trabalho”, assinalou o promotor. “Como agente público, não deveria haver essa dificuldade, notadamente por ter ele total ciência da existência da ação, tanto que teve os bens bloqueados.”

Contra a decisão judicial, a defesa do juiz do TIT ingressou com recurso no Tribunal de Justiça, denominado agravo de instrumento, por meio do qual pede a desnomeação do administrador e a cassação da decisão que o afastou das funções de juiz e agente fiscal.

A defesa sustentou que a decisão de primeiro grau (juíza Simone Casoretti) “não pode subsistir em razão de que o artigo 20 da Lei 8429/92 dispõe que a perda do cargo, emprego ou função somente se efetivará com o trânsito em julgado da sentença condenatória, e que o afastamento cautelar só é permitido quando necessário à garantia da instrução processual”.

Segundo a defesa, “não há prova nos autos de que o agravante (Fiori) estivesse agindo de modo a tumultuar, procrastinar ou impedir a produção de provas”.

Em caráter liminar, o desembargador Décio Notarangelli, da 9.ª Câmara de Direito Público do TJ, negou os pedidos de Fiori.

Agora, o recurso vai a julgamento de mérito.

O procurador Marco Vinício Petrelluzzi, da Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, manifestou-se nos autos.

Petrelluzzi foi secretário especial e secretário de Segurança Pública do governador Mário Covas (PSDB).

O procurador destacou que o Superior Tribunal de Justiça “vem entendendo que (o afastamento cautelar do agente público, antes do trânsito de sentença condenatória) se trata de medida cautelar excepcional de modo que somente pode ser decretada mediante prova de que o agente público embaraça o andamento processual”.

“Malgrado a farta documentação acostada ao processo, não foi apresentada prova capaz de demonstrar que (Fiori) tivesse causado embaraço ao regular trâmite processual, em particular por sua condição de agentes fiscal e membro do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda do Estado”, argumenta o procurador.

Petrelluzzi concorda com a nomeação do administrador judicial para os bens de Fiori. “Nesse caso há prova segura, firme e abundante de que (Fiori) maneja seus bens de forma ilícita, de sorte que no exercício do poder geral de cautela do juízo, era mesmo o caso de tomar-se tal providência.”

“Saliento que há farta prova documental e testemunha dando conta de que (Fiori) tem o hábito de praticar subfaturamento ou superfaturamento, tudo para ocultar seus ganhos ilícitos e ‘lavar’ dinheiro”, observa Petreluzzi. “Dessa forma, para que essas práticas não se perpetuem e garanta-se o juízo contra quaisquer manobras por parte (de Fiori), foi mesmo adequada a nomeação de administrador judicial.”

Ao final, Petrelluzzi manifestou-se “na direção do provimento parcial do agravo” – ou seja, mantido o administrador judicial e acolhido o pedido da defesa para cessar o afastamento de Fiori de suas funções.

O advogado Ricardo Sayeg, que defende Elcio Fiori, disse que acompanha com tranquilidade o caso. “A defesa está serena. Com o caminhar do processo as coisas vão se esclarecendo. Ao final, os esclarecimentos apresentados prevalecerão”, ponderou Ricado Sayeg.

Fonte: ESTADO DE SP

Deputado do PT recebeu R$ 100 mil em doação de empreiteira da Máfia do Asfalto

Devanir Ribeiro aparece como suposto beneficiário de propina de grupo que fraudou licitações em 78 municípios em São Paulo

por Fausto Macedo e Ricardo Chapola

O deputado federal Devanir Ribeiro (PT/SP) recebeu, em 2010, R$ 100 mil em doações de campanha da Scan Vias Construções e Empreendimentos Ltda, empreiteira do Grupo Demo - controlado pelo empresário Olívio Scamatti, acusado pelo Ministério Público de liderar a Máfia do Asfalto.

O nome Devanir aparece em uma planilha de Ilso Donizete Dominical, contador da organização criminosa que teria se infiltrado em pelo menos 78 municípios da região noroeste de São Paulo para fraudar licitações com recursos de emendas parlamentares.

O documento é uma tabela Excel de quatro colunas, 81 linhas e 22 nomes. Devanir teria recebido R$ 45 mil em agosto e novembro de 2011, segundo as anotações.

Para os promotores que denunciaram Scamatti e outros 29 empresários, lobistas e servidores públicos à Justiça como integrantes da Máfia do Asfalto, a planilha representa “indicativo de possível contabilidade do pagamento de propina a alguns parlamentares”.

A Máfia do Asfalto foi desmantelada em abril pela Operação Fratelli, missão integrada da Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.

Nos computadores da Scan Vias, sediada em Monções (SP), apreendidos pela força tarefa, um documento expõe longa série de emendas parlamentares, inclusive duas de autoria de Devanir, que somam R$ 7,7 milhões. Uma delas (R$ 2,18 milhões) destinada a “Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano” e a outra (R$ 5,52 milhões) para “Apoio ao Projeto de Infraestrutura Turística”.

O apenso 8-A dos autos da Operação Fratelli contém detalhes da investigação que aparentemente mostram laços estreitos de Devanir com Olívio Scamatti, que está preso há quase 8 meses, por ordem judicial.

Nesse apenso, volume II, o Ministério Público transcreve diálogos de Olívio Scamatti com um irmão dele, Pedro.

Por exemplo, no dia 28 de maio de 2010, às 10h18, o empreiteiro diz que na noite anterior “foi na festa de Fernandópolis (SP) e se encontrou com o deputado Devanir e o pessoal da Valec”.

Scamatti diz a Pedro: “Valec é os contratantes, Valec é o governo. O seu Luiz (prefeito) conseguiu uma zona franca aqui em Fernandópolis igual à zona franca de Manaus, o Devanir conseguiu e vai desviar uma moto da ferrovia prá passar perto, e os caras tavam aí prá fazer o projeto, aí eu bati um papão com os caras. Foi muito bom.”

Em outro grampo, Scamatti conversa com um homem não identificado. Eles falam sobre Devanir.

“Ó, tem do Devanir de cem mil teu, que tá aí, certo?”, diz Scamatti.

O interlocutor do empreiteiro responde. “Não, do Devanir você fez também. É, do Devanir você fez também. Você já até fez, é recape, já acabou. Pode ver e fala com o Marco, se eu coloquei algum obstáculo.”

Procurado pela reportagem do Estado, a assessoria de imprensa do deputado federal Devanir Ribeiro informou que ele “não vai se manifestar”.

Odebrecht, uma transnacional alimentada pelo Estado


O CUSTO DO NEODESENVOLVIMENTO

Em junho de 2013, o descontentamento social levou os brasileiros a se manifestar em massa nas ruas do país. No alvo, as desigualdades, as condições indignas de transporte, a corrupção e... a transnacional Odebrecht: aos olhos de muitos, a empresa encarna os excessos de um capitalismo de compadrio

por Anne Vigna





Você conhece alguma transnacional brasileira?”, perguntava em 2000 a The Economist. “Difícil, não? Mais do que lembrar o nome de um belga famoso.”1 Estaria a revista britânica querendo fazer graça ou não suspeitava de que os grandes grupos brasileiros entrariam de maneira rápida e espetacular na dança do grande capital? Como a Odebrecht, que é hoje no Brasil o que a Tata é na Índia e a Samsung é na Coreia do Sul.2 Em São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires ou Assunção, é difícil passar um dia sem usar a eletricidade que a empresa produz, as estradas que ela constrói ou o plástico que fabrica.

Geralmente descrita como uma empresa de engenharia de construção, na verdade a Odebrecht foi se diversificando ao longo do tempo até se tornar o maior grupo industrial do Brasil. Energia (gás, petróleo, nuclear), água, agronegócio, setor imobiliário, defesa, transportes, finanças, seguros, serviços ambientais e setor petroquímico: sua lista de atividades constitui um inventário interminável. Mas, embora a brasileira seja a maior construtora de barragens do mundo, com onze projetos tocados simultaneamente em 2012, é o setor petroquímico que gera mais de 60% de suas receitas. A Braskem, “joia” compartilhada com a Petrobras, produz e exporta resinas plásticas para sessenta países.

O grupo – desculpe!, “a organização”, como pede para ser chamada – tem escritórios em 27 países e emprega mais de 250 mil pessoas, sendo 80 mil indiretamente. Em dez anos, seu volume de negócios aumentou seis vezes, passando do equivalente a R$ 15 bilhões em 2002 para R$ 96 bilhões em 2012. “A Odebrecht é um dos grupos brasileiros que mais espetacularmente cresceram nos últimos dez anos, tornando-se de certa forma a espinha dorsal da economia brasileira”, diz João Augusto de Castro Neves, encarregado da América Latina no centro de análise econômica Eurasia Group.

De origem alemã, a família Odebrecht emigrou em 1856, chegando ao estado brasileiro de Santa Catarina para em seguida se estabelecer em Salvador, na Bahia, onde sua empresa familiar foi fundada em 1944. Aos 93 anos, Norberto, fundador, teórico e encarnação da empresa que carrega seu sobrenome, continua sendo o homem por trás do grupo, hoje dirigido pela terceira geração, o neto Marcelo. Aqui, nada muda: a filosofia do chamado “doutor Norberto” seria a chave para o sucesso.

Empresários abalados pelo livre-comércio

“O risco”, diz Marcio Polidoro, porta-voz do grupo, “é crescer rápido demais, e nossos novos integrantes [aqui não se fala em ‘funcionários’] não terem tempo para aprender o que faz a nossa força: a TEO”. TEO? A “tecnologia empresarial Odebrecht”, que “comunidades de conhecimento” são encarregadas de disseminar entre os trabalhadores. A ideia principal desse mecanismo de “transmissão de experiência”: alcançar uma “educação constante por meio do trabalho” entre os “líderes educadores” e os “jovens talentos”. Um modelo de empresa-escola no qual o conhecimento visa menos emancipar do que aumentar a produtividade.

“A organização deve ter uma estrutura horizontal, na qual as decisões e os resultados, em vez de subirem e descerem, fluem e refluem”, escreve Norberto Odebrecht em suas obras completas, publicadas sob o título de Educação pelo trabalho, que cada novo membro contratado é obrigado a ler. Educado por um pastor luterano, primeiro em alemão depois em português, Odebrecht é apaixonado pelos valores morais de sua educação: “O primeiro dever do empresário é cuidar de sua saúde, levando uma vida simples, longe dos prazeres mundanos e dos vícios”, escreve o patriarca. Mas sua máxima favorita continua sendo: “A riqueza moral é a base da riqueza material”.

Sem a intenção de ofender Norberto, o fato é que, tanto no caso da Odebrecht como no da maioria das transnacionais brasileiras, outros fatores pesaram pelo menos tanto quanto a exemplaridade espiritual. A começar pelo Estado.

A partir da década de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas, e durante a ditadura militar (1964-1985), a estratégia de desenvolvimento econômico autônomo e substituição das importações levou o poder a assumir aquilo que o economista Peter Evans chamou de papel de “parteira” na “emergência de novos grupos industriais ou expansão daqueles já existentes rumo a novos tipos de produção, mais arriscados”.3 Construção de barragens, estradas, ferrovias, instalações petrolíferas, usinas nucleares: o “milagre econômico” gerado pelas políticas voluntaristas (e antissociais) da ditadura foi um maná para a Odebrecht.

À sombra do Estado, a empresa conseguiu socializar o custo de seu desenvolvimento tecnológico: os contribuintes pagam mais caro pelos produtos e serviços que o país se recusa a importar. O resultado desafia os pressupostos ideológicos do Brookings Institution, um think tankliberal norte-americano: “paradoxalmente,” o protecionismo brasileiro teria “oferecido uma base sólida para a próxima geração de empresas privadas, voltadas para o exterior e envolvidas na competição globalizada”.4

Quando o “milagre” brasileiro terminou, na virada da década de 1980, os grandes grupos verde-amarelos tinham tecnologia e recursos suficientes para conquistar o mercado internacional. Para a Odebrecht, foram o Peru e o Chile em 1979, Angola em 1980, Portugal em 1988, Estados Unidos em 1991 e, finalmente, o Oriente Médio na década de 2000.

A empresa reencontrou sua relação privilegiada com o Estado quando o ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Presidência, em 2003. Para a surpresa de muitos, Lula buscou contatos e apoio dentro de um patronato que, em parte, se sentia meio abalado pelas políticas de livre-comércio de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). E conseguiu.

“Com Lula”, explica Pedro Henrique Pedreira Campos, pesquisador em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “o capital privatizado ao longo da década de 1990 volta para mãos públicas”. Mas sem ser nacionalizado. Como? “Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES], da Petrobras e dos grandes fundos de pensão,5 o Estado brasileiro está hoje presente em 119 grupos, contra 30 em 1996.” Assim, o grupo Odebrecht pode contar com o dinheiro do fundo de garantia FI-FGTS – que indeniza os desempregados brasileiros e possui 27% da Odebrecht Ambiental e 30% da Odebrecht Transport – ou do BNDES, que desde 2009 controla 30% da Odebrecht Agroindustrial. Por fim, a Petrobras é acionista da Braskem, com 38% de participação. A estratégia do governo brasileiro? Promover “campeões” que possam revelar-se competitivos no cenário internacional.

O “carisma” do presidente Lula e uma nova política externa – menos voltada para os Estados Unidos e a Europa, e mais para a América Latina e a África – também contribuíram para o sucesso internacional dos grupos brasileiros. Ao longo de seus dois mandatos (2003-2010), o presidente Lula viajou, por exemplo, para vinte países da África e abriu o continente a 37 embaixadas e consulados. A cada vez, o BNDES ofereceu empréstimos para as empresas brasileiras ganharem mercados, especialmente contra a concorrência chinesa: “É preciso saber que o BNDES tem um orçamento superior ao do Banco Mundial. E os empréstimos ao estrangeiro são reservados para as exportações de bens e serviços brasileiros. Isso quer dizer que apenas uma empresa brasileira pode conseguir um mercado, mesmo que um Estado estrangeiro vá pagar a conta”, explica Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. Em dois anos, o banco financiou cerca de R$ 5,4 bilhões em projetos realizados pela Odebrecht na África e na América Latina. Qual é a surpresa? A Odebrecht foi encarregada da construção dos principais estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador) e recebeu os maiores projetos dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro: o complexo olímpico, a nova linha de metrô, a urbanização do porto.

Daí a falar em favoritismo é um passo que muitos analistas não hesitam em dar. A imprensa insiste nas relações privilegiadas entre a família Odebrecht e Lula, na medida em que isso lhe permite alimentar a retórica da corrupção do Partido dos Trabalhadores (PT), único ângulo de ataque do qual dispõe a oposição.

Primeira empresa a apoiar o PT

Autorizada pela lei eleitoral brasileira, a contribuição da Odebrecht ao partido fundado por Lula aumentou entre as duas últimas eleições presidenciais – mas, prudente, a empresa toma o cuidado de financiar todos os grandes partidos políticos, sobretudo nas eleições locais. Em 2006, o grupo desembolsou R$ 7,8 milhões; em 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita, a contribuição chegou a R$ 10,8 milhões. Embora o PT não queira nem saber de responder às nossas perguntas sobre esse tema, o atual presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, explicou recentemente à revista Época Negócios: “Somos, sim, alinhados com o governo e não vemos nenhum conflito nisso, afinal, o governo foi eleito e representa o interesse da população”.6

O intelectual uruguaio Raúl Zibechi, que por quatro anos investigou a ascensão do Brasil e seus principais grupos, acredita que há uma “relação muito estreita entre Lula e Emilio Odebrecht, presidente do grupo entre 1991 e 2004. Essa amizade começou na primeira candidatura de Lula, durante a eleição presidencial em 1989, e ao longo dos anos ganhou um caráter estratégico. A Odebrecht foi uma das primeiras empresas a apoiar o PT, numa época em que havia muito poucas ligações entre esse partido e o patronato”.

Para o grupo, essa proximidade não é desinteressada. Em 2006, o presidente do Equador, Rafael Correa, aliado político de Lula, inaugurou com grande pompa a barragem de San Francisco, construída pela Odebrecht com um empréstimo de US$ 241 milhões concedido pelo BNDES. Um ano depois, a central foi fechada por causa de deficiências técnicas graves. Diante da recusa da empresa em reconhecer seus erros, o presidente Correa a expulsou do país, recusando-se a pagar o BNDES enquanto a central não estivesse em estado de funcionamento. Em um gesto qualificado na época de excepcional, o Brasil chamou seu embaixador e rompeu as relações diplomáticas com Quito: “Para nós, foi um desastre, porque nossa relação com o Brasil é vital”, confessa Horacio Sevilla, embaixador equatoriano em Brasília.

O conflito agravou-se durante a cúpula que reuniu os chefes de Estado da América Latina na Bahia, em dezembro de 2008. A Odebrecht, cuja sede fica exatamente nessa cidade, apresentava-se, em grandes anúncios publicitários oportunamente espalhados ao longo da rota tomada pelos chefes de Estado, como “a empresa da integração regional”. Em uma coletiva de imprensa paralela à cúpula, o presidente venezuelano Hugo Chávez, apesar de aliado de Correa, cutucou a ferida, chamando a Odebrecht de “empresa amiga da Venezuela”...

Mas uma comissão independente no Equador revelou erros técnicos e irregularidades na obtenção do contrato e do empréstimo. A comissão, que investiga vários projetos do poderoso grupo brasileiro, revela um conjunto de “problemas” que custarão caro para o Estado equatoriano: no caso de San Francisco, o orçamento inicial foi ultrapassado em “apenas” 25%; mas, em um projeto de irrigação de 100 mil hectares na província equatoriana de Santa Elena, chegou a ficar 180% maior.7

Pouco importa: foi o Equador que teve de dar o primeiro passo. Quito enviou Sevilla a Brasília para reatar as relações com o Palácio do Planalto. E o pequeno país andino conseguiu um acordo com a empresa: “Todo mundo fez concessões... mas especialmente o Equador”, resume o embaixador. Mais uma vez, no Brasil, nem o Ministério das Relações Exteriores, nem os conselheiros internacionais de Lula na época, nem seu instituto, ninguém quis comentar o episódio.

Lula, um embaixador de alto nível

Encontram-se ambiguidades semelhantes na concessão de um contrato de equipamentos do Comando da Marinha para a construção de cinco submarinos, quatro convencionais e um nuclear. Em 2008, esse contrato de US$ 10 bilhões foi concedido sem licitação pública para a Odebrecht (49%) e a empresa francesa DCNS (50%), ficando o restante para a Marinha. Até 2047, devem ser construídos mais vinte submarinos. Mas esse contrato – que envolve a transferência de tecnologia nuclear francesa – foi apenas o primeiro da Odebrecht no setor armamentício. Em 2010 o grupo aliou-se à European Aeronautic Defence and Space (Eads) para a construção de aeronaves, mísseis e sistemas de vigilância, e em 2011 assumiu o controle da Mectron, maior fabricante brasileira de mísseis.

Simples estratégia de diversificação das atividades? Não é bem assim. Essa incursão no setor de defesa acompanha a política de modernização das Forças Armadas de Lula. Durante o segundo mandato do presidente (2007-2010), o orçamento da defesa aumentou 45%, e foi adotada a Estratégia Nacional de Defesa. Principais beneficiários: a Embraer, na aviação, e a empresa do doutor Norberto, na Marinha.

O terreno tinha sido preparado muito antes da chegada de Lula ao poder: “A Odebrecht forjou valiosos laços com os militares em 1950, através da Escola Superior de Guerra [ESG] do Ministério da Defesa, principal think tankbrasileiro, onde militares e industriais estão lado a lado. A família Odebrecht e vários executivos do grupo passaram por cursos de formação ali, o que facilitou a assinatura de contratos, tanto durante a ditadura como hoje”, conta Zibechi.8 Aliás, o próprio Marcelo Odebrecht destaca que a empresa dissemina, em suas “comunidades de conhecimento”, a mesma doutrina ensinada na ESG:9 uma visão nacionalista do desenvolvimento como vetor de soberania e independência.

“Dadas as dimensões das grandes empresas, cujo volume de negócios muitas vezes ultrapassa o PIB de algumas nações, já não são os países que dispõem de empresas, mas as empresas que dispõem de países”, explicava em 2010 Marcio Pochmann, quando dirigia o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Nessas condições, não há nenhuma outra solução, a meu ver, que não a construção de grandes grupos.”10 Erigida em estratégia econômica, a promoção de mastodontes verde-amarelos tornou-se uma prioridade para o ex-sindicalista.

Essa prioridade parece continuar a mobilizá-lo em sua aposentadoria. Em 22 de março de 2013, a Folha de S.Paulorevelou que metade das viagens de Lula desde sua saída da Presidência foi financiada pelas três grandes construtoras brasileiras: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. Telegramas diplomáticos publicados pelo jornal sugerem que essas viagens ajudaram a “vencer resistências” encontradas pelas empresas brasileiras, principalmente em Moçambique, onde parte da população se revoltou contra o deslocamento forçado imposto por uma mina de carvão.11

Para o futuro, os setores identificados pelo grupo como estratégicos estão todos no nicho ligado à expressão “desenvolvimento sustentável”. E o que significa isso, nos quartéis-generais da Odebrecht? Uma mistura lucrativa que envolve energia, água e alimentos.

No Peru, a Odebrecht, pela primeira vez, cavou um túnel através dos Andes, desviou um rio e construiu barragens e lagos artificiais para irrigar uma zona árida. Depois de concluído, o projeto, chamado Olmos, continuou sendo administrado pela Odebrecht, que revende os “serviços” de água, eletricidade e terra para pagar seu investimento inicial (que, como de costume, aumentou com o passar dos meses). As concessões dos primeiros 110 mil hectares foram todas para grandes empresas agroalimentares, cada lote estendendo-se por pelo menos mil hectares − o que torna impossível que os agricultores locais tirem proveito das terras irrigadas, embora o projeto inicial tenha sido concebido em torno de suas necessidades específicas. O grupo não pode ser considerado responsável nem pela concessão de terras nem pelo reassentamento, em um desfiladeiro perigoso, da população deslocada, já que tudo foi feito pelas autoridades peruanas. Também não está provado que sua “relação privilegiada” com o presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011) tenha influenciado a obtenção do contrato. A Odebrecht avalia simplesmente que “respondeu a uma concessão pública, uma necessidade do país, em conformidade com o que considera ser seu papel: estar a serviço da humanidade”, como nos explicou seu porta-voz.

Em uma troca de gentilezas, a Odebrecht ofereceu ao Peru o “Cristo do Pacífico”: uma escultura de 36 metros de altura, réplica do Cristo Redentor do Rio de Janeiro: “A viagem de barco do Cristo durou 33 dias, para celebrar nossos 33 anos de atuação no Peru".



Anne Vigna é jornalista.

Ilustração: Adao Iturrusgarai


1 “Who dares wins” [Quem ousa vence], The Economist, Londres, 21 set. 2000.
2 Ler Martine Bulard, “Samsung ou l’empire de la peur” [Samsung ou o império do medo], Le Monde Diplomatique, jul. 2013.
3 Peter Evans, Embedded autonomy: States and industrial transformation [Autonomia e parceria: Estados e transformação industrial], Princeton University Press, 1995.
4 Lael Brainard e Leonardo Martinez-Diaz (orgs.), Brazil as an economic superpower? Understanding Brazil’s changing role in the global economy [O Brasil é uma superpotência econômica? Entendendo a mudança de papel do Brasil na economia global], Brookings Institution Press, Washington, 2009.
5 Previ, Funcep e Petros.

6 Época Negócios, São Paulo, n.70, dez. 2012.
7 Relatório final da comissão sobre a dívida equatoriana, 2008.
8 Raúl Zibechi, Brasil potencia. Entre la integración regional y un nuevo imperialismo [Brasil potência. Entre a integração regional e um novo imperialismo], Ediciones Desde Abajo, Bogotá, 2013.
9 ADESG, revista da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, edição especial, Rio de Janeiro, 2011.
10 Marcio Pochmann, “Estado brasileiro ativo e criativo”, IHU, n.322, São Leopoldo, 22 mar. 2010.
11 “Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior”, Folha de S.Paulo, 22 mar. 2013.

Fonte: LE MONDE DIPLOMATIQUE

Deputadas entram pela primeira vez com véu islâmico no Parlamento turco

Em 1999, a deputada turco-americana Merve Kavakci foi ao parlamento com véu islâmico para sua cerimônia de posse, da qual foi excluída

France Presse

Ancara - Três deputadas do partido islâmico-conservador no poder participaram na sessão do Parlamento nesta quinta-feira (31/10) usando o véu islâmico, um fato inédito há 14 anos na Turquia.


Legisladora Gonul Bekin Sahkulubey participa de assembleia geral vestida com véu no Parlamento turco em Ancara


As deputadas foram eleitas nas legislativas de 2011 nas listas do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), islamita moderado) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. Erdogan aboliu recentemente a proibição de usar véu islâmico na função pública. Em 1999, a deputada turco-americana Merve Kavakci foi ao parlamento com véu islâmico para sua cerimônia de posse, da qual foi excluída. Posteriormente, abriu mão da nacionalidade turca.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE

MEAT SHOP - PROGRAMAÇÃO

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MUITAS NOVIDADES

O verão se aproxima e a partir desta quinta-feira a Meat Shop Grill passa a abrir também nas noites de quinta! A partir de agora você passará a receber nossa programação semanal com todas as atrações programadas para as noites de quintas, sextas e sábados!
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Hoje 31 de Outubro 21 hs.

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Sexta-feira 1 de Novembro 21 hs.

Cristiano Mendonça
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Possui variado repertório dos clássicos internacionais, MPB, fado, músicas francesas e italianas.

Rhay Silva
Cantora profissional desde 1993, atuou na Europa por 12 anos e retorna ao Brasil trazendo na bagagem larga experiência musical nos mais variados estilos.

Sábado, 02 de novembro 21 hs.

Música Latino Americana com a cantora Ana Negrello. A cantora e violonista Ana Negrello nos levará por uma inesquecível viagem musical pelos mais belos temas do cancioneiro Latino Americano.

Couvert artístico R$ 9,00

Nossa cosinha encerra as 23:30 hs

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Matéria ultra-polêmica


Cristãos revoltados após pedofilia ser oficialmente aceita como “opção sexual”

Associação Americana de Psiquiatria muda classificação e gera polêmica

por Jarbas Aragão


 
Pedofilia passa a ser oficialmente aceita como "opção sexual"

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Desde 1886 ela era tratada como um caso de saúde pública.

A Associação Americana de Psiquiatria publicou, em 1952, em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, que a homossexualidade era uma desordem ou transtorno. Após anos de debate entre psiquiatras, em 1973 a Associação Americana de Psiquiatria retirou a opção sexual da lista de transtornos mentais. Pouco depois a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição.

Esse foi o primeiro passo para que a Organização Mundial de Saúde acatasse essa decisão e mudasse sua situação na classificação internacional de doenças (CID). De lá para cá ativistas LGBT fizeram sucessivas investidas para que a questão gay fosse tratada apenas como “opção sexual”. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a opção sexual como doença em 1985.

Na maioria dos países do mundo, grupos de cristãos tradicionais (evangélicos e católicos) sempre se opuseram a essa abordagem, classificando apenas como uma questão de “escolha” ou simplesmente “pecado”.

Em outubro de 2013, está começando uma nova guerra dos cristãos contra a questão do que é aceitável e inaceitável do ponto de vista médico. A Associação Americana de Psiquiatria acaba de mudar a classificação de pedofilia. De um transtorno, passou a ser uma orientação ou preferência sexual. A mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-V). Trata-se de um manual para diagnóstico de doenças mentais. Ele é usado para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais.

A pedofilia é definida na nova edição como “uma orientação sexual ou preferência sexual desprovido de consumação, enquanto o ‘distúrbio pedófilo’ é definido como uma compulsão e usado para caracterizar os indivíduos que usam assim a sua sexualidade”. O referencial são crianças com menos de 13 anos de idade.

Grupos cristãos estão se manifestando nos EUA, temendo que ocorra o mesmo processo que aconteceu com a homossexualidade, onde o primeiro passou foi justamente a mudança de classificação da Associação Americana de Psiquiatria.

Por outro lado, associações defensoras da pedofilia, como a B4U-ACT, aprovaram a medida. Paul Christiano, porta-voz do grupo afirma que ficará mais fácil distinguir quem sente atração sexual e quem comete a violência (configurando crime). Christiano, que é formado em psiquiatria, defende a “autonomia sexual” das crianças, e acredita que “mais educação sexual nas escolas iria ajudá-los a compreender melhor seus limites”.

Sandy Rios, da ONG evangélica Associação da Família Americana, disse em comunicado oficial: “Assim como a Associação Americana de Psiquiatria declarou a homossexualidade uma ‘orientação’ após uma tremenda pressão de ativistas homossexuais em meados dos anos 1970, agora, sob pressão dos ativistas pedófilos, declararam o desejo de fazer sexo com crianças também uma ‘orientação’. Não é difícil ver onde isso vai levar. Mais crianças se tornarão presas sexuais se não agirmos”.

No Brasil, em meio ao debate do Projeto de lei PLC 122, proposto pelo PT, o senador Magno Malta, declarou: “Se aprovarmos um projeto desses, de você ser criminoso por não aceitar a opção sexual de alguém, é como se você estivesse legalizando a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade… O advogado do pedófilo vai dizer, senhor juiz a opção sexual do meu cliente é criança de nove anos de idade. O juiz vai decidir como, se está escrito que é crime?”

Esta semana, nos EUA, o Dr. Gregory Popcak , do Instituto de Soluções Pastorais, organização católica dedicada a tratar, do ponto de vista da fé, questões relacionadas ao casamento e a família, alerta: “se chamarmos de ‘orientação’ algo que pode ser utilizado por algum grupo de defesa, acabaremos ouvindo que a pedofilia é “apenas mais uma expressão normal do desejo sexual, o que seria extremamente problemático”.

No início deste ano, um Tribunal Federal da Holanda aprovou a existência da Associação Martijn, defensora do sexo consensual entre crianças e adultos. O veredito oficial reconhece que o trabalho da associação é “contrário à ordem pública, mas não há uma ameaça de desintegração da sociedade”.

Com informações Charisma News e Women of Grace,via GOSPEL PRIME.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Bispo sorteará iPad mini em missa de capela de cemitério



Dom Guedes vai usar o
aparelho para iscar fiéis

O bispo Luiz Antônio Guedes (foto), da Diocese de Campo Limpo, em São Paulo, vai sortear um iPad mini no Dia de Finados, 2 de novembro, durante a missa das 8h da capela do Cemitério Gethsêmani. Essa versão do dispositivo móvel custa de R$ 1.200 a R$ 1600, dependendo de sua configuração.

Dom Guedes espera que o aparelhinho da Apple atraia mais fiéis para missa, que, principalmente nesse horário, tem despertado pouco interesse, mesmo no dia em que os cristãos reverenciam os seus mortos.

O sorteio foi comunicado aos parentes de mortos sepultados no Gethsêmani por intermédio do correio. Algumas pessoas ficaram indignadas ao receber a correspondência, por acharem que a iniciativa banaliza a missa.

O cemitério Gethsêmani fica no bairro do Morumbi, uma região nobre de São Paulo. Foi fundado em 1965 pela Arquidiocese de São Paulo. O presidente do cemitério é o próprio Guedes. Ele é tido como um bispo conservador, o que contribuiu para que fiéis ficassem mais surpresos com a iniciativa dele de sortear o objeto endeusado por todos os jovens.

O esvaziamento dos templos católicos e de outras religiões em todo o mundo tem levado alguns sacerdotes a adotarem medidas inusitadas e até bizarras para atrair os fiéis. Um padre anglicano, por exemplo, cospe fogo durante a missa.

Com informação deste site.


Leia mais em http://www.paulopes.com.br


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Notícia anterior:

Na Inglaterra, padre cospe fogo durante missa para atrair fiéis




Espetáculo do
padre circense

O rápido processo de secularização que se tem verificado nos últimos anos na Inglaterra deve estar levando os líderes religiosos ao desespero.

Pelo menos é o que se pode especular diante do que o reverendo Nick Davies (foto), da Igreja de St. James em Cheltenham, região sudoeste da Inglaterra, está fazendo para atrair fiéis.

Ele está literalmente cuspindo fogo durante a missa, de acordo com o vídeo abaixo da BBC Brasil.


A igreja que virou circo


Apesar do esforço malabarista de Davies, em 20 anos a população britânica deixará de ser predominantemente cristã, de acordo com um recente estudo. 

A situação é mesmo de dar desespero à Igreja Anglicana e à Católica: desde 2004, o cristianismo teve uma perda média anual de 500.000 fiéis. Em contrapartida, houve no período aumento médio anual de 750.000 ateus e agnósticos. 

Leia mais em http://www.paulopes.com.br

O vinho que Cabral trouxe para o Brasil


Apresentada pelo enólogo Pedro Baptista, a safra 2010 do mítico Pêra-Manca se mostra poderosa como as melhores da história recente do rótulo – e digna de seus R$ 996,60

CELSO MASSON
29/10/2013 11h57 - Atualizado em 29/10/2013 12h38


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Anúncio publicitário que inspirou o rótulo atual do Pêra-Manca (Foto: Divulgação)
A origem do vinho Pêra-Manca perde-se na escuridão medieval. Seus vestígios remontam aos idos de 1300, quando uma aparição de Nossa Senhora a um pastor teria fixado nos arredores de Évora, no Alentejo, um local de peregrinação religiosa, mais tarde sede de uma igreja e de um convento da Ordem de São Jerónimo. A mesma história reza que os frades mantiveram ali vinhedos nos séculos XV e XVI, onde produziam o vinho Pêra-Manca, o mesmo que acompanhou navegantes portugueses a bordo de suas naus em direção às Índias na era dos descobrimentos. Diz a lenda que até mesmo Pedro Álvares Cabral trouxe tonéis de Pêra-Manca nas caravelas que desembarcaram na costa brasileira. Acredite-se ou não em tudo isso, é certo que há uma longa história para ser sorvida em cada taça desse vinho de exceção feito desde 1990 pela Fundação Eugénio de Almeida – e ninguém melhor para contá-la que seu atual enólogo, Pedro Baptista, natural de Évora. Ele esteve no Brasil a convite da Adega Alentejana, a importadora oficial dos vinhos e do azeite da Fundação (que incluem os rótulos EA e Cartuxa), e apresentou uma seleção de vinhos harmonizados com pratos do Rancho Português, o mais novo restaurante de São Paulo especializado na cozinha lusitana.
Antes de detalhar o que Pedro tem a dizer sobre a safra de 2010, uma curiosidade quanto ao nome: Pêra-Manca deriva de pedra manca (ou oscilante), uma formação granítica de blocos arredondados em desequilíbrio sobre a rocha firme. Trata-se, portanto, de uma toponímia e não do nome da fruta, como se pode pensar.
Garrafa da safra 2010 do vinho português Pêra-Manca, importado pela Adega Alentejana (Foto: Divulgação)
"O Pêra-Manca Tinto 2010 foi elaborado com 55% da casta Aragonez e 45% casta Trincadeira, plantadas numa das vinhas mais velhas da Fundação Eugénio de Almeida", diz o enólogo. Depois de vinificado na nova Adega Cartuxa, na Herdade dos Pinheiros, o vinho estagiou em tonéis de carvalho francês por 18 meses antes de ser engarrafado e repousar por mais oito meses nas caves subterrâneas do Convento da Cartuxa, em Évora. Com 14,5% de álcool e coloração granada forte, tem aroma intenso de frutas vermelhas, pimenta rosa e ameixa seca. Concentrado e fresco na boca, tem um final longo em se que destacam notas de chocolate amargo. "As condições de umidade e temperatura durante a primavera e o inverno de 2010 permitiram à vinha uma boa expressão vegetativa", afirma Pedro, orgulhoso de ter produzido mais uma edição do Pêra-Manca (a 11ª em 23 anos). "Um vinho que nos honra", diz.
Onde encontrar
Adega Alentejana, tel. 5094-5790, adegaalentejana.com.br. Preço: R$ 996,60