Parlamentares e ativistas defendem fim do uso de animais em testes de cosméticos
- Ato simbólico é realizado na Câmara dos Deputados em apoio à campanha “Liberte-se da Crueldade”
BRASÍLIA - Com a retirada dos beagles do Instituto Royal, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Animais, espera sensibilizar os colegas e, assim, conseguir desengavetar um pedido de abertura de CPI sobre maus tratos a animais. A coleta de assinaturas já havia sido feita, mas a CPI nunca foi instalada. Será votado um pedido de urgência que, caso aprovado, poderá acelerar a criação da comissão. Uma vez aprovada a urgência, haverá a apreciação do mérito de um projeto de resolução. Caso ele também seja aprovado, isso garantirá o funcionamento da CPI, independentemente de haver outras comissões a serem instaladas antes.
Parlamentares e ativistas dos direitos dos animais defenderam na manhã desta quarta-feira o fim do uso de animais em testes de cosméticos. Eles participaram de um ato simbólico na Câmara dos Deputados em apoio à campanha Liberte-se da Crueldade, promovida pela organização Humane Society International (HSI).
O debate em torno do uso de animais em experimentos ganhou destaque depois que 178 cães da raça beagle foram levados na semana passada do Instituto Royal, em São Roque (SP). Os ativistas alegaram que os animais sofriam maus-tratos. O laboratório nega e afirma que seguia todas as regras para testes com animais e que os cães eram importantes para a realização de pesquisas científicas.
Ricardo Izar afirmou nesta quarta que, além da questão moral, o uso de animais em testes de cosméticos também traz prejuízos econômicos ao Brasil.
- É também uma questão mercadológica. Hoje o Brasil não pode vender cosméticos para a União Europeia, porque lá não é aceito. Não vai ser melhor só moralmente, mas também economicamente - disse Izar.
Os ativistas dos direitos dos animais discordam do uso de animais em testes como um todo, mas entendem que, neste momento, é mais fácil acabar com aqueles que envolvem cosméticos.
- Trata-se não de achar que testes para outros domínios sejam justificáveis, mas por ter viabilidade imediata (o fim dos testes de cosméticos). Existem métodos alternativos, inclusive mais seguros, para a eliminação de testes de cosméticos - disse a diretora da organização não governamental (ONG) ProAnima, Simone de Lima.
A HSI informou que enviou recentemente um relatório ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), pedindo a proibição dos testes de cosméticos com animais. O Concea é presidido pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp. Izar disse que ele e outros parlamentares terão um encontro às 15h com Raupp.
Na terça-feira, a Câmara criou uma Comissão Externa para acompanhar as investigações das denúncias contra o Instituto Royal. A comissão é composta por seis deputados.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/caso-dos-beagles-pode-desengavetar-pedido-de-cpi-10498124#ixzz2ia4l2mxA
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