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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sábado, 31 de agosto de 2019

EMBRIAGUEZ E VERDADE

KATHERINE ANNE PORTER - A nau dos insensatos - Edit. Círculo do Livro S. A./SP/1973, p. 204: Há uma espécie de verdade na embriaguez. Eu sei que o que faço e digo quando me embriago é tão verdadeiro quanto as outras coisas que faço e digo quando no meu juízo perfeito. é simplesmente outra parte da minha pessoa que vem à tona para se arejar!. 

 -=-=-=-=

ISTO FAZ LEMBRAR O DITADO ROMANO "IN VINO VERITAS".

O que é a civilização?

KATHERINE ANNE PORTER - A nau dos insensatos - Edit. Círculo do Livro S. A./SP/1973, p. 199:

A civilização - retrucou com rude desprezo, -  vou lhe dizer o que ela é. 
Primeiro o soldado, depois o mercador, depois o sacerdote, depois o advogado. 
O mercador paga o soldado e o sacerdote a fim de conquistarem o país para ele. primeiro o soldado um assassino; depois o sacerdote, um mentiroso; depois o mercador, um ladrão; e todos os três chamam o advogado para fazer as suas leis e defender os seus atos - e aí está a sua civilização!

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

ESTUPIDEZ ESTÁ NA MODA

KATEHRINE ANNE PORTER, no seu maravilhoso "A nau dos insensatos", escreveu: (...) à estupidez só ocorre fazer maldades, pois não é capaz de outras coisas". 

Bolsonaro, seus filhos e sequazes (ministros e alguns simpatizantes sem cargo no governo) são a encarnação perfeita da estupidez, portanto.
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Queimadas na Amazônia levam Timberland, Vans, Kipling e mais 15 marcas a suspender compra de couro do Brasil


'Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país', diz Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil



Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
28 de ago de 2019 às 10:30



Marcas internacionais como Timberland, Vans e Kipling, em uma lista que ainda contém mais 15 empresas, suspenderam a compra de couro brasileiro por conta das queimadas na Amazônia. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi informado da decisão nesta terça (28/08) pela CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil), de acordo com a Folha de S.Paulo.

"Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país", disse o presidente da CICB, José Fernando Bello, em comunicado enviado ao governo.

Além de Timberland, Vans e Kipling, estão JanSport, The North Face, Eastpack, Icebreaker , Dickies, Eagle Creek, Horace Small , Kodiak, Walls, Workrite, Napapijri, Bulwark, Altra, Smartwoll e Terra.

No entanto, a CICB fala que há uma “interpretação errônea” do que acontece no Brasil. "Entendemos com muita clareza o panorama que se dispõe nesta situação, com uma interpretação errônea do comércio e da política internacionais acerca do que realmente ocorre no Brasil e o trabalho do governo e da iniciativa privada com as melhores práticas em manejo, gestão e sustentabilidade".

(*) Com Brasil 247

Steve Schwarzman, apoiador de Donald Trump, impulsiona o desmatamento na Amazônia







Ryan Grim
28 de Agosto de 2019, 20h33
 
Caminhões dirigem ao lado de campos queimados na rodovia BR-163, no estado do Mato Grosso, em 23 de agosto de 2019. Foto: Leo Correa/AP



Duas empresas brasileiras têm uma parcela significativa de responsabilidade sobre a destruição em curso na floresta amazônica, que se desdobrou em queimadas que chamaram a atenção mundial. Ambas são controladas por um dos principais doadores da campanha de Donald Trump e do líder da maioria no Senado americano, Mitch McConnell.

Essas empresas tomaram posse das terras, promoveram o desmatamento e ajudaram a construir uma controversa estrada até o seu novo terminal portuário, localizado numa área que antes era de mata, com o único objetivo de facilitar o cultivo e a exportação de grãos e de soja. O porto de Mirituba, localizado em meio à floresta amazônica no Pará, permite aos produtores escoar a soja em barcas, que a levam então até portos maiores, de onde é enviada para o resto do mundo.

O terminal amazônico é operado pela Hidrovias do Brasil, uma empresa da qual a Blackstone, um dos maiores grupos de investimento dos EUA, é relevante acionista. Outra empresa da Blackstone, chamada Pátria Investimentos, detém mais de 50% da Hidrovias, e a própria Blackstone possui diretamente mais 10% de participação. O co-fundador e CEO da Blackstone, Stephen Schwarzman, é um aliado bastante próximo de Trump, e doou milhões de dólares para McConnell recentemente.

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“A Blackstone está comprometida com o gerenciamento ambiental responsável”, declarou a empresa em um comunicado. “Nosso foco e nossa dedicação estão embutidos em cada uma das decisões de investimento que tomamos e guiam nosso modo de agir como operadores. Neste caso, embora não tenhamos controle operacional, sabemos que a empresa promoveu uma importante redução no total das emissões de carbono por meio da redução dos congestionamentos, e permitiu aos agricultores brasileiros um fluxo mais eficiente de produtos agrícolas.”

O porto e a estrada geraram muita controvérsia no Brasil, e foram alvo de uma investigação pelo The Intercept Brasil em 2016. A Hidrovias anunciou no começo de 2016 que em pouco tempo começaria a exportar soja do Mato Grosso por transporte rodoviário pela BR-163. A estrada, à época, quase não estava pavimentada, mas a empresa disse que pretendia continuar a aprimorá-la e desenvolvê-la. Em meados de 2019, o governo de Jair Bolsonaro, eleito no final de 2018, anunciou uma parceria com a Hidrovias para privatizar e desenvolver centenas de quilômetros da BR-163. A expansão da rodovia, por si só, já causa desmatamento, mas principalmente possibilita uma transformação mais ampla da floresta amazônica em área de cultivo.

A BR-163 teve um efeito perceptível sobre o desmatamento. Depois da devastação que se iniciou na ditadura militar e se intensificou ao longo das décadas de 1970 e 1980, o índice de desmatamento se reduziu à medida que uma aliança entre comunidades indígenas e outros defensores da preservação da floresta começou a lutar contra a ocupação. Esse progresso começou a ser revertido em 2014, quando as tendências políticas convergiram à direita e os preços mundiais das commodities se elevaram. E o desmatamento passou a avançar de verdade depois do golpe branco que removeu do poder a Presidenta Dilma Rousseff, do PT, em 2016. O governo de direita que tomou o poder, liderado por Michel Temer, nomeou Blairo Maggi, magnata da soja e ex-governador do Mato Grosso, como ministro da Agricultura.

No entanto, mesmo durante o período de redução no desmatamento, antes do golpe, a área do entorno da rodovia estava sendo destruída. “Ao longo de todos os anos entre 2004 e 2013, exceto 2005, enquanto o desmatamento total na Amazônia se reduzia, o da região no entorno da BR-163 aumentava”, noticiou o jornal Financial Times em setembro de 2017. Isso desencadeou uma reação dos defensores indígenas da Amazônia. Em março, a Hidrovias admitiu que seus negócios estavam sofrendo com o aumento dos bloqueios na BR-163, em que pessoas colocavam seus corpos no caminho da destruição. Apesar disso, a empresa está avançando. Recentemente, declarou que, graças a um alto investimento, planejava dobrar sua capacidade de movimentação de grãos para 13 milhões de toneladas.


Mapa: Soohee Cho/Intercept


A Amazônia, que vem ardendo em um número recorde de queimadas, é a maior floresta tropical do mundo. Ela absorve um volume significativo de dióxido de carbono, um dos principais causadores da crise climática. A Amazônia tem uma vegetação tão densa que produz em torno de um quinto do suprimento mundial de oxigênio. A umidade que evapora da floresta amazônica é importante para a agricultura não apenas da América do Sul, mas também do Meio Oeste americano, onde chega como chuva. A proteção da Amazônia, cujo território está 60% localizado no Brasil, é essencial para a continuidade da existência da civilização como a conhecemos.

A tentativa de transformar a floresta amazônica em fonte de lucro para o agronegócio é o cerne do conflito, e está diretamente ligada às queimadas que hoje fogem do controle. A linha de frente da invasão da floresta é capitaneada pelos grileiros, que atuam ilegalmente com motosserras. Eles então vendem a terra recém-desmatada para os interessados do agronegócio, cuja colheita é levada pela rodovia até o terminal portuário antes de ser exportada. Bolsonaro há muito propõe que a Amazônia seja entregue ao agronegócio, e foi rápido em desmobilizar as agências responsáveis pela proteção da floresta e empoderar os líderes do agronegócio que pretendiam devastá-la. Os grileiros se sentiram encorajados.

“Com Bolsonaro, as invasões pioraram e vão piorar ainda mais”, disse Francisco Umanari, 42, um cacique apurinã, a Alexander Zaitchik, em uma matéria recente do The Intercept. “O projeto dele para a Amazônia é o agronegócio. Se ninguém fizer nada, ele vai atropelar os nossos direitos e permitir uma invasão enorme da floresta. A grilagem não é nenhuma novidade, mas agora virou uma questão de vida ou morte.”

As queimadas na Amazônia, muitas delas provocadas por fazendeiros e outras pessoas que pretendem liberar a terra para cultivo ou pastagem, estão produzindo uma devastação considerada sem precedentes. Bolsonaro inicialmente minimizou as queimadas como algo que não era digno de atenção. Há algumas semanas, o presidente demitiu Ricardo Galvão, um dos principais cientistas do governo, alegando que os números de um relatório do INPE sobre o intenso aumento do desmatamento durante seu mandato teriam sido falsificados.

Desde a ditadura militar, quando o agronegócio se tornou integralmente fortalecido, até meados dos anos 2000, aproximadamente 20% da floresta já havia sido destruído. Se a Amazônia perder mais um quinto de sua massa, existe o risco de que se atinja um ponto sem volta, um ciclo vicioso chamado dieback, em que a floresta se torna tão seca que acaba, como descreve Zaitchick, “além do alcance de qualquer intervenção ou arrependimento humano”.




O CEO do Grupo Blackstone, Steve Schwarman, em entrevista à Fox Business Network em 27 de abril de 2018.

Foto: Richard Drew/AP


Schwarzman, um dos fundadores da Blackstone, detém aproximadamente um quinto da empresa, o que o torna um dos homens mais ricos do mundo. Em 2018, ele recebeu aproximadamente 568 milhões de dólares, o que foi, na verdade, uma redução em relação aos 786 milhões que recebera no ano anterior. Ele tem usado essa riqueza para apoiar generosamente McConnell e Trump. Em 2016, fez uma doação de 2,5 milhões de dólares para o Fundo de Liderança do Senado, nome do fundo de campanha de McConnell, e colocou Jim Breyer, o cunhado bilionário de McConnell, no conselho da Blackstone. Dois anos depois, Schwarzman entregou mais 8 milhões de dólares para o fundo de McConnell.

Os funcionários da Blackstone já doaram mais de 10 milhões de dólares para McConnell e seu fundo de campanha ao longo dos anos, o que os tornou a principal fonte de financiamento direto da carreira do senador. A campanha de McConnell ao Senado se recusou a comentar.

Schwarzman é amigo próximo de Trump e seu consultor, e foi membro do conselho do Fórum Estratégico e de Políticas até sua desintegração, na esteira da manifestação neonazista em Charlottesville – o conhecido episódio em que Trump afirmou existirem “ótimas pessoas de ambos os lados”. Em dezembro de 2017, enquanto estavam sendo negociados os últimos detalhes da redução de impostos promovida pelo Partido Republicano, Schwarzman ofereceu um jantar em benefício de Trump, com entradas ao custo de 100 mil dólares por cabeça. Alguns dos companheiros de jantar do presidente reclamaram do projeto de lei tributária, e dias depois Trump cortou a alíquota máxima do pacote final, de 39,6% para 37%.

Nos últimos meses, a família Sackler, cujos membros fundaram a indústria farmacêutica Purdue Pharma e continuam a ser seus proprietários, tornou-se proscrita por seu papel de facilitadora na crise dos opiáceos e na morte de dezenas de milhares de pessoas. As contribuições de Schwarzman para a destruição da Amazônia, uma das últimas fronteiras entre a humanidade e um planeta inabitável, podem ao fim torná-lo um pária tão ostracizado quanto os Sacklers, dada a escala das consequências da destruição da floresta tropical.

Em defesa do projeto, um representante da Blackstone observou que ele havia sido aprovado pela Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), uma afiliada do Banco Mundial, que determinou que o projeto iria, na verdade, reduzir as emissões de carbono. A Blackstone encaminhou ainda um comunicado creditado à Hidrovias, que também enfatizava o apoio da IFC:


A Hidrovias sempre atuou dentro dos mais estritos padrões Ambientais, Sociais e de Governança (“ASG”), continuamente avaliados em auditorias de agências multilaterais internacionais, tais como a IFC (Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial. Além disso, a Hidrovias mantém todas as licenças ambientais exigidas pelas autoridades competentes.

A IFC financiou alguns dos projetos mais ecologicamente destrutivos do mundo, por isso sua aprovação não é especialmente convincente. Mas, mesmo nesse contexto, o estudo do projeto da Blackstone feito pela IFC questiona sua sustentabilidade. De fato, como a IFC observou corretamente em seu relatório, transportar soja e grãos por meios hidroviários é um método de transporte com menos uso de carbono. Ainda segundo o relatório, porém, essa avaliação não leva em conta a realidade de que “a construção do porto de Mirituba, próximo a áreas ainda intactas da floresta amazônica, tende a reduzir os custos de transporte dos produtores, e, dessa forma, a acelerar a conversão de habitats naturais em áreas agrícolas, especialmente voltadas para a produção de soja”.

O banco defendeu que o projeto está aceitável porque é possível confiar que a Hidrovias e seus clientes serão responsáveis, e que “o porto de Mirituba está sendo construído com o propósito de escoar a soja negociada apenas por produtores responsáveis e sensíveis à preservação dos habitats naturais”. O banco assegurou que “100% da capacidade de escoamento do Sistema Norte está contratada por grandes produtores, que atendem a altos níveis de governança e respeitam a Moratória da Soja na região amazônica. A Moratória, que proíbe a compra de soja produzida em terras desmatadas de forma ilegal, foi originalmente negociada em 2006 entre os grandes produtores, a organização Greenpeace e as autoridades brasileiras. Ela vem sendo renovada anualmente desde então.”

A força dessa moratória, porém, depende da capacidade do governo de monitorar seu cumprimento. É extremamente difícil comprovar que a soja foi cultivada em áreas de desmatamento ilegal, uma vez que os grileiros são rápidos em derrubar a floresta e vender a área recém-desmatada para fazendeiros e operadores do agronegócio. Estes logo iniciam o cultivo nas terras, e alegam depois que não tinham como saber que havia sido desmatada ilegalmente. O esquema também presume que o governo esteja interessado em regular o agronegócio; o governo Bolsonaro, porém, tem deixado bastante claro que não está interessado em fazê-lo, ao colocar importantes representantes do agronegócio em posições de autoridade e minguar o financiamento das agências regulatórias.

Ainda que fosse verdade, em alguma medida, que toda a soja transportada pelo porto da Hidrovias cumpre integralmente os requisitos da moratória, os mercados de commodities são fluidos. Um novo porto para os grandes produtores reduz os congestionamentos e os custos de transporte dos pequenos produtores em outros locais, o que encoraja mais desenvolvimento e mais cultivo. (A IFC destacou que a Hidrovias se comprometeu a observar de perto seus clientes de soja: “A HDB irá criar e manter procedimentos internos para revisar o cumprimento pelos clientes de todas as disposições da Moratória da Soja na Amazônia e de quaisquer outros requisitos legais relevantes destinados a prevenir a comercialização de soja produzida em áreas ilegalmente desmatadas. Caso o objetivo do porto ou a carteira de clientes da HDB mude, a IFC será notificada pela empresa dessas mudanças, e poderá requerer que sejam tomadas outras medidas de auditoria e controle para assegurar que disso não decorram impactos indiretos indesejáveis.”)

A justificativa final dada pela IFC para o projeto se resume na ideia de incrementalismo. Outros tipos de desenvolvimento também estão acontecendo, reportou o banco, e por isso esse único porto não tem como causar tanto dano. Eles concluem dizendo que “a contribuição incremental do porto para a redução total dos custos de transporte é considerada marginal, dada a miríade de outros fatores (pavimentação da BR-163, instalação de outros portos no distrito de Mirituba, etc.) que estão contribuindo para o desenvolvimento da região”. Bolsonaro tem planos de pavimentar diversas outras estradas na Amazônia, que atualmente permanecem inutilizáveis boa parte do ano, um projeto viabilizado pelo financiamento internacional.

Obviamente, a Hidrovias também está envolvida na pavimentação da BR-163 e nos demais projetos de desenvolvimento da região. Esses projetos, como o asfaltamento da rodovia, têm outras consequências indiretas – embora completamente previsíveis – à medida que estimulam a abertura de estradas vicinais que permitem que a mineração, a exploração madeireira e ainda mais desmatamento atinjam áreas da floresta que permaneciam até então de difícil acesso.

Um representante da Blackstone destacou que o fundo detém apenas 9,3% da Hidrovias. Esse número ignora, porém, que 55,8% da Hidrovias é de propriedade da Pátria Investimentos. No site da Hidrovias, a Pátria é descrita como “parceira da Blackstone”, e é conhecida no setor financeiro como uma empresa do grupo Blackstone. Um artigo de novembro de 2018 na revista Private Equity News sobre a eleição de Bolsonaro trazia a seguinte manchete: “A democracia brasileira não corre perigo, diz a Pátria, da Blackstone.”

A matéria cita o principal economista da empresa, assegurando ao público que “a descida ao autoritarismo é extremamente improvável”. Essa previsão não se mostrou muito confiável, mas a Blackstone aparentemente permanece firme no apoio a Bolsonaro. O presidente brasileiro viajou a Nova York em maio para ser homenageado em um jantar de gala, patrocinado pela Refinitiv – uma empresa de que a Blackstone é acionista majoritária.
Ryan Grim é autor do livro “We’ve Got People: From Jesse Jackson to Alexandria Ocasio-Cortez, the End of Big Money and the Rise of a Movement” (“Nós temos o povo: de Jesse Jackson a Alexandria Ocasio-Cortez, o fim do grande capital e a ascensão de um movimento”, ainda sem tradução no Brasil).
Tradução: Deborah Leão

"Nem tudo são flores" ou a "melhor idade"

VICTOR HUGO - Os trabalhadores do mar - Edit. Nova Cultural/SP/2002, p. 49: (...) alcançou a um tempo o reumatismo e a abastança. Estes dois produtos do trabalho acompanhavam-no voluntariamente. Quem chega a ser rico, fica inutilizado. É a coroa da vida.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

DESASTRE NA CERTA

Uma receita  para o desastre  em qualquer sociedade  é a elite conseguir isolar-se.

JARED DIAMOND, citado por McKENZIE FUNK - Caiu do céu/O promissor negócio do aquecimento global - Edit. Três Estrelas/SP/2016, p. 216.

Exclusivo: Justiça descobre contas não declaradas do PSDB; partido alega que não sabe quanto dinheiro tem




João Doria em convenção do PSDB



A Justiça Eleitoral e a Receita Federal descobriram três contas bancárias do PSDB de São Paulo que não foram declaradas pelo diretório estadual do partido nas eleições de 2016, em que o tucano João Doria foi eleito prefeito.

As três contas são do Banco Santander. De acordo com requerimento a que o DCM teve acesso, a Justiça Eleitoral informou ao PSDB, já no dia 27 de fevereiro de 2019, já em segunda instância de julgamento das contas eleitorais do partido, que estava ciente de que o diretório estadual da sigla deixara de declarar as contas de números 422000000001, 423000000001 e 448000000001. Assim, como se vê abaixo, a Justiça oficiou o partido para que fossem apresentados:


Trechos de ofício de processo correndo em segunda instância sobre as contas eleitorais do PSDB-SP referentes às eleições de 2016, publicado em fevereiro deste ano

Ocorre que o PSDB, desde então e até hoje, não informou à Justiça quanto dinheiro tem nas referidas contas que mantinha sem declarar e que ainda mantém no banco Santander. Foi só em junho deste ano, quando se esgotaram as medidas protelatórias possíveis no âmbito do processo eleitoral, que o PSDB resolveu esboçar alguma tentativa de explicação sobre as tais contas.


E o que o partido alegou? Que ficou surpreendido quando a Justiça Eleitoral lhe informou sobre a existência dessas contas bancárias. Disse não apenas que não sabia que era titular das contas, mas que também não sabia quanto dinheiro tinha ali, e que também o banco Santander insiste em não lhe fornecer nenhuma dessas informações.

Parece mentira, mas é não é. É o que consta no processo 1058358-68.2019.8.26.0100, que tramita na 29ª Vara Cível da Justiça de São Paulo desde 19 de junho deste ano e que tem o próprio PSDB como autor da causa.

Nos autos da referida ação judicial – aos quais a reportagem também teve acesso – o advogado que representa a legenda diz com todas as letras que o partido não sabia que tinha essas contas, não sabia nem nunca soube quanto dinheiro tem nelas e que o banco está escondendo essas informações.

Sim, o advogado do PSDB-SP, no dia 18 de junho deste ano, admitiu em juízo que o partido efetivamente possui três contas no banco Santander que não constaram em sua prestação patrimonial à Justiça Eleitoral, contrariamente ao que manda a lei.
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Afirmou que o partido omitiu esta informação porque era desconhecedor do fato de possuir tais contas, que apenas tomou conhecimento de tais contas quando a própria Justiça lhe informou.

Sustentou ainda que estava disposto a esclarecer todos os fatos perante à Justiça, mas que só não o fazia porque o banco Santander, a despeito dos esforços do partido, se recusava em prestar quaisquer informações sobre as tais contas, mesmo sendo elas de sua (do PSDB) titularidade. Conforme se vê abaixo: Trecho de ação judicial movida pelo PSDB-SP contra o Santander, em que o partido afirma que o banco se recusa a lhe prestar informações a respeito de contas de sua titularidade

Assim, a Justiça, prenhe em saber a respeito dos detalhes das tais contas, cujo próprio dono (PSDB) alega estar sendo impedido de conhecer, passou a exigir, por meio de citação posta em vigor no dia 19 deste mês, que o banco Santander apresente sem demora as informações requeridas, posto que a eleição de 2016 já foi sucedida por outra, em 2018, e que o próprio prefeito eleito em 2016 já foi às urnas uma vez mais, tendo sido eleito governador do Estado de São Paulo e abandonado o posto anterior, e que até hoje não foram aprovadas as suas contas da eleição primeira, já que o partido alega estar impedido de prestar informações sobre algumas de suas contas bancárias por estarem essas mantidas às sombras pelo banco Santander. Conforme pode se ver abaixo:

Trechos de citação da Justiça para que o Santander apresente ao PSDB, à Justiça e ao Brasil as informações a respeito de três contas que o partido mantém no banco à distância dos olhos da Justiça

O prazo atual que o Santander tem para cumprir o mando judicial se encerra no dia 29 de agosto. O setor jurídico do banco espanhol, querendo, saberá como protelar a exigência. Que esta reportagem, porém, o desencoraje a fazê-lo.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/exclusivo-justica-descobre-contas-nao-declaradas-do-psdb-partido-alega-que-nao-sabe-quanto-dinheiro-tem/

EXTREMOS - para refletir sobre o que está acontecendo em vários lugares do mundo, inclusive na Amazônia



McKENZIE FUNK - Caiu do céu/O promissor negócio do aquecimento global - Edit. Três Estrelas/SP/2016, p. 118:


O úmido vai ficar mais úmido. O seco vai ficar mais seco. O que queima vai queimar mais vezes. Os cientistas da Califórnia não conseguiam dizer de maneira definitiva se a seca da Califórnia naquele momento estava especificamente ligada com a mudança climática, mas o Estado, assim como boa parte do Ocidente, estava a caminho de tornar-se aquilo que os modelos computacionais previam: uma bacia de poeira, muito frequentemente em chamas.

Asfalto é bom ou ruim?


Pensando na Operação Asfaltaço, do Prefeito Gean Loureiro, lembrei-me do trecho que segue reproduzido, que faz parte de um vocabulário geológico e ambiental que estou a organizar, para meus estudos de Direito Ambiental:


- McKENZIE FUNK - Caiu do céu/O promissor negócio do aquecimento global - Edit. Três Estrelas/SP/2016, p. 111: Em Israel, os semeadores de nuvens tradicionais ainda eram uma legião, e um grupo de pesquisadores também tinha proposto cobrir uma extensão de 2 mil acres do Neguev com material negro, que absorveria o calor, a fim de criar uma ilha artificial de calor, induzindo chuvas ao sabor dos ventos. (...) 
 
 

domingo, 25 de agosto de 2019

História da Shell mostra que lobby e corrupção estão no DNA da empresa


Empresa responde a acusações por desvio de recursos públicos e pagamento de propinas durante compra de campo de petróleo
Redação


Rede Brasil Atual, 24 de Novembro de 2017 às 11:19
"Servir bom para servir sempre, esse é meu lema", diz a imagem / Reprodução

Beneficiada pelo lobby britânico que resultou em uma série de vantagens fiscais e concessões feitas pelo governo Temer, a Shell já é velha conhecida na indústria de petróleo por modi operandi que passam ao largo da lei. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nota nesta quarta-feira (22) sobre o histórico de atuação da empresa. A anglo-holandesa responde a acusações criminais na Suprema Corte da Nigéria por desvio de recursos públicos e pagamento de propinas durante a compra de um dos maiores campos de petróleo do país, vendido por US$ 1,3 bilhão, dos quais apenas US$ 210 milhões chegaram aos cofres do governo.

Junto com a petrolífera italiana Eni, a Shell é acusada de desviar US$ 801 milhões para as contas de ex-ministros nigerianos, além de um empresário local, que teriam intermediado a venda e a licença de exploração do campo, com reservas estimadas em nove bilhões de barris de petróleo. O caso ocorreu em 2011, mas veio à tona no início de 2017, por meio de reportagem da rede de TV britânica BBC, que teve acesso a e-mails de representantes da Shell durante o processo de negociação.

O fato gerou investigações nos Estados Unidos, França, Suíça, Holanda e na Itália, onde promotores pediram que executivos da Shell e da Eni sejam julgados por corrupção. Em janeiro, a Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros da Nigéria garantiu na Justiça a determinação para que o controle do bloco petrolífero fosse devolvido ao governo local.

Essa não é a primeira acusação de corrupção que a Shell responde no país africano. Em 2010, a empresa já havia sido multada em US$ 30 milhões por subornos e lavagem de dinheiro envolvendo funcionários do governo e a Companhia Nigeriana de Gás Natural Liquefeito, em um esquema que teria movimentado US$ 180 milhões.

O recente lobby que a Shell e o governo britânico articularam no Brasil para flexibilizar e desmontar as regras de exploração e produção do Pré-Sal segue a mesma lógica predatória aplicada na Nigéria. Um escândalo que está na contramão dos esforços que o país vem fazendo para combater a corrupção. É de se estranhar, portanto, o silêncio da mídia e das autoridades locais com fatos que escancaram a subserviência do governo brasileiro aos interesses estrangeiros, em detrimento da soberania e do desenvolvimento nacional.

No dia 18 de outubro, durante os trabalhos da Comissão Mista Parlamentar que analisou a Medida Provisória 795 (feita sob encomenda por Temer para atender as demandas das multis), um representante da Shell teve acesso livre ao relator, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), passando-lhe informações ao pé do ouvido, num lobby explícito em plena sessão do Senado. Horas depois, o relatório foi aprovado, isentando de impostos as petrolíferas estrangeiras, que poderão importar livremente plataformas, navios, equipamentos, peças e demais produtos da cadeia do setor, sem qualquer taxação. Ou seja, os empregos e rendas que o petróleo criava no país por meio da política de conteúdo local agora beneficiarão as nações estrangeiras, desmobilizando completamente o setor naval e a indústria nacional.

É bom lembrar que no Brasil o lobby não é regulamentado, o que o torna uma porta aberta para a corrupção. Além de crime de lesa-pátria, a interferência direta da Shell, BP e de tantas outras multinacionais em questões que são estratégicas para o nosso país é a confirmação de que o discurso inflamado de combate à corrupção só serviu para tentar justificar o golpe e deixar o caminho livre para a entrega da Petrobras e do pré-sal.
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2017/11/24/historia-da-shell-mostra-que-lobby-e-corrupcao-estao-no-dna-da-empresa/
Edição: RBA

A hidra financeira que ameaça o Brasil

Enquanto bancos têm lucros bilionários, famílias brasileiras seguem endividadas para pagar essas instituições
Juberlei Bacelo*


Sul 21, 24 de Agosto de 2019 às 14:05
Os quatro maiores bancos do país registraram alta de 22% em seus lucros no primeiro trimestre de 2019 / Foto: Arquivo EBC

Durante a pior recessão da história do País, o lucro dos bancos não para de crescer. Após terem chegado a inacreditáveis R$ 98,5 bilhões em 2018, o primeiro trimestre de 2019 voltou a sorrir para os banqueiros. Apenas os quatro maiores bancos registraram uma alta de 22% no primeiro trimestre, chegando R$ 20 bilhões de lucro consolidado nos três primeiros meses do ano.

Como é possível que resultados tão espetaculares sejam obtidos em um momento em que 15 milhões de brasileiros estão desempregados e a economia não dá nenhuma mostra de reação?

Este é o paradoxo que terá de ser resolvido, se quisermos pensar no futuro da economia brasileira, seu povo e até sua democracia. Os bancos usualmente escondem suas tarifas atrás de cálculos mensais, omitindo o efeito de juros compostos.

A tarifa média praticada neste ano, para pessoas físicas, foi de 118%. Ou seja, um trabalhador que comprou uma geladeira a crédito pagará duas ao final de doze meses. Para se ter uma ideia, a mesma taxa, na França, é de 3,5% ao ano. Se tomarmos o crédito rotativo (cheque especial e cartão de crédito) esta taxa chega facilmente a 300%, um juro de agiota, sem dúvida nenhuma. Este não é um problema pequeno.

Neste momento, 64 milhões de famílias são devedoras e têm sua renda drenada do consumo para o pagamento a bancos. Não é de estranhar que a economia não ande.

Para as empresas, não é muito diferente. As taxas de juros anuais alcançam 52%. Basta perguntar qual investimento, hoje, rende acima deste percentual, para entender porque a taxa de investimento é a menor em décadas.

Por fim, também o governo tem seus recursos drenados para o sistema financeiro. Em 2018, foram nada menos de R$ 310 bilhões (10 vezes o Bolsa família) ou 6,5% do PIB. Somados com os 16% do PIB pagos pelas empresas e famílias, significa dizer que quase um quarto de tudo o que o País produz em produtos e serviços, no período de um ano, é esterilizado na renda do sistema financeiro.

Mas para onde vai este dinheiro? Parte relevante vai para aplicações em títulos do governo, investimento sem risco, que drena o dinheiro dos impostos, parte vai para a agiotagem descrita e uma parte relevantíssima é destinada aos chamados paraísos fiscais. Estudos internacionais recentes revelam que R$ 2 trilhões de origem brasileira estão em paraísos fiscais, cerca de 30% do nosso PIB, ou seja, não são investidos e nem tributados.

Mesmo na distribuição de lucro a máquina de desigualdade não para. Os clãs Setúbal, Villela e Moreira Sales, controladores do Itaú, receberam 9,1 bilhões de reais em dividendos. Sabe quanto pagaram de impostos sobre esta bolada? Nada. Nenhum centavo, pois o Brasil é um dos poucos países do mundo a não cobrar nenhum imposto sobre os lucros. Não é possível que um modelo em que o bancário paga mais imposto que o banqueiro funcione.

Ok, você pode achar que tudo isto é muito injusto, mas que não seria a função de um dirigente sindical bancário denunciar o lucro dos bancos, porque se o setor cresce, o bancário também ganha, certo? Errado. Quanto mais poder e dinheiro acumulam os banco pior fica a situação laboral dos bancários.

Os bancos têm reduzido, sistematicamente, o número de bancários, prejudicando o atendimento à população, aumentado o número de terceirizados (com salários menores e empregos vulneráveis), tornando insuportável a pressão por metas, que exigem a venda de produtos que os clientes não querem e não precisam. Tudo isto resulta em um trabalhador pior remunerado, fragilizado em suas garantias e adoecidos pelas condições opressivas de trabalho.

Se não queremos, como temos hoje, seis famílias com riqueza maior que a metade da população brasileira, uma estagnação da economia que dizima os empregos e salários e um estado que já não provê os serviços mais básicos, muita coisa deve ser feita, mas a primeira e mais importante é colocar o sistema financeiro a serviço da sociedade e não o contrário.

(*) Juberlei Bacelo é diretor da Fetrafi-RS

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2019/08/24/artigo-or-a-hidra-financeira-que-ameaca-o-brasil/

QUEIMADA É BOM OU RUIM? - Incêndio nas Ilhas Canárias avança sem controle e obriga à remoção de 9.000 pessoas


"Terra virgem, não queimada, nada produz".

Calma!!! Estou apenas reproduzindo um pensamento vigente nos idos de 1.781, quando viveu o notável JOSÉ DA SILVA LISBOA, citado pelo historiador SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (direção) - História Geral da Civilização Brasileira/I. A época colonial - 2. Administração, economia, sociedade - Difel/SP/1985, p. 209. À época, assevera o historiador  aqui, como nas Antilhas, tinha-se como certo que o fogo regulava a capacidade fertilizadora dos solos.

Quem lê este blog costumeiramente está "careca de saber" que não tenho a menor simpatia pelo Coiso, muito menos pelos imperialistas ianques e/ou europeus.

Mas, no espisódios dos incêndios florestais no Brasil, que está a gerar uma movimentação quase universal de lideranças políticas e de ativistas, algumas ponderações podem e devem ser feitas: 
1) Bolsonaro é doido varrido, pois sair acusando ongs, de modo genérico, como supostas interessadas nas queimadas e até como responsáveis por elas, sem apontar nomes e provas concretas, não leva a outra conclusão;

2) Todavia, os líderes europeus,  em cujos países as economias estão em baixa - diz-se até que a recessão chegou à poderosa Alemanha - também estão a aproveitar-se da doideira do Bolsonaro para desviar o foco dos problemas internos e crucificar o Capetão;

3) No Brasil, as queimadas são históricas no mês de agosto e aqui mesmo, em SC, os pecuaristas costumam, na região Serrana, promover a "queima de campo", aguardando que a rebrota do capim, livre de pragas destruídas pelas queimadas, favoreça a criação de gado; a Amazônia - fico apenas imaginando os conflitos de interesses patrocinados por grileiros, agrimensores, engenheiros, cartórios, polícias, advogados, membros do Ministérios Público, políticos, magistrados, latifundiários, pecuaristas, madeireiros, índios, caboclos, seringueiros, ambientalistas, igrejas, sindicalistas, etc..., etc... - é um cadinho efervescente e os olhos grandes dos povos egoístas de sempre, os mesmos que se digladiaram durante o período de conquista do nosso território, estão espichados para o nosso lado; vários países estão sim, de olho na Amazônia e assanhados para botar as mãos nas riquezas da região, sob pretexto de preservar o meio-ambiente; Bolsonaro critica os europeus, mas estimula os ianques a colocaram suas botas sujas de sangue em partes do nosso território, como é o caso da Base de Alcântara, de sorte que reclamar dos europeus é pura cena, já que de nacionalista ele nada tem, não passando de um sujo entreguista das riquezas nacionais;

4) De outro lado, há indisfarçável interesse de multinacionais (que vendem produtos químicos para controlar pragas agrícolas), como a Bayer/Monsanto em desestimular o uso do fogo e incrementar a venda dos seus produtos, obviamente, não só na Amazônia, mas em todo o país.

Em suma: queimar a Amazônia é péssimo para todo mundo, segundo os cientistas e até o chefe da Hidra Papista já está tirando a sua casquinha, mestre que é em manipular as mídias e os povos, fazendo pose de bonzinho, de preocupado com a humanidade, com esta e próximas gerações.  


Esse Bolsonaro faz coisa!!! Ou seria esse Coiso faz uma m.... atrás de outra?
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O fogo queimou mais de 6.000 hectares e algumas chamas ultrapassam 50 metros de altura

Chamas e fumaça do incêndio vistos de Moya (Gran Canária).Borja Suárez (REUTERS)
 
M.M|P.M
Las Palmas de Gran Canaria - 20 ago 2019 - 10:13 BRT

Cerca de 9.000 pessoas foram removidas de localidades da Cumbre (parte montanhosa) e do norte da ilha de Gran Canária, como resultado do incêndio florestal declarado no sábado em uma ravina no município de Valleseco, território espanhol. Com a primeira luz da manhã teve início um deslocamento sem precedentes na região, com a participação de mais de 700 efetivos em terra e o apoio de 16 aeronaves: quatro hidroaviões, um avião de floresta e 11 helicópteros, nove deles dedicados a combater o fogo e dois para tarefas de coordenação. Segundo explicou o chefe do Governo das Canárias, Ángel Víctor Torres, há 549 pessoas que não poderão retornar a suas casas nesta segunda-feira, mas já estão alojadas em alguns dos mais de 500 abrigos temporários.

A intervenção dos meios aéreos é fundamental para permitir traçar o perímetro dos flancos leste e oeste da área afetada, onde muitas casas correm o risco de serem queimadas. A frente principal está devastando a reserva natural de Tamadaba e, como relatou na madrugada o chefe de Emergências da Prefeitura, Federico Grillo, o fogo está fora de controle e de “qualquer capacidade de extinção", com chamas que ultrapassaram 50 metros de altura. O incêndio é o segundo de grandes dimensões que afeta a ilha neste verão, após o de Artenara no início do mês, que arrasou 1.500 hectares.

Durante a noite, o avanço do fogo obrigou as autoridades a removerem a população de novas áreas, entre as quais o centro urbano completo de Valleseco (prefeitura com 3.784 habitantes), o bairro de El Carrizal de Tejeda, na Cumbre; e os bairros de El Valle e El Risco, em Agaete, perto do foco do fogo, no noroeste da ilha. As últimas populações removidas foram as de Saucillo, em Gáldar, e Piletas e Troya, em Agaete.

O incêndio já causou enormes danos ambientais, com várias áreas naturais afetadas, incluindo uma das grandes joias verdes da ilha, o parque natural de Tamadaba. Não há registro de vítimas e prejuízos pessoais, apesar de em algumas áreas ter avançado por espaços que os técnicos chamam de "interface", porque mesclam vegetação e moradias.

O ministro da Agricultura, Luis Planas, viaja para a Gran Canária nesta segunda-feira para se reunir com as autoridades locais e acompanhar a evolução do incêndio no Centro de Coordenação de Emergências e Segurança de Las Palmas de Gran Canária. O presidente do Governo (primeiro-ministro) das Ilhas Canárias, Ángel Víctor Torres, informou que na tarde deste domingo recebeu um telefonema do rei Felipe VI, preocupado com a evolução do incêndio.

A cifra de 8.000 desalojados foi calculada a partir do censo oficial dos diferentes bairros afetados pelas remoções. Destes, apenas 400 pessoas passaram a noite nos seis abrigos provisórios habilitados em San Mateo, Teror, Gáldar, Moya, Agaete e Tunte, no último caso, no sul.
Os serviços de socorro também mantiveram contato com as 40 pessoas que à noite receberam a ordem de permanecerem confinadas, para sua segurança, no centro cultural de Artenara, e que serão retiradas dali assim que a situação do incêndio permitir. A orientação para que ficassem nesse local levou em conta que proporciona um refúgio seguro, porque na noite de domingo teria sido arriscado sair da localidade nas condições de propagação do fogo.Coluna de fumaça do incêndio, em uma imagem do satélite Terra.EFE/EPA/NAS

Sapiosexuais: quando você só se excita com a inteligência


Estima-se que 8% dos adultos são sapiosexuais, ou seja, o fator que mais os excita sexualmente são os neurônios


22 ago 2019 - 09:42 BRT

Quem prefere e escolhe pessoas inteligentes para um relacionamento amoroso não deveria ser encarado como novidade nem tema para artigos. Que assim seja, além de provocar certa inquietação, pode ser indicativo de que a inteligência é um bem cada vez mais escasso, menos abundante do que a beleza, o carisma ou a personalidade e, precisamente por isso, é mais valioso.
No entanto, diante da pergunta, "com quem você preferiria dormir uma noite: com alguém de alto QI ou com alguém com corpo e físico invejáveis?" Não temos muita certeza de que a maioria escolheria os neurônios. É provável que muitos ficassem com os hormônios ou feromônios. Na melhor das hipóteses, haverá tempo no dia seguinte para ler Byung-Chul Han.

Os sapiosexuais, porém, não só admiram a inteligência, mas essa qualidade é a que mais os excita sexualmente em um potencial parceiro, acima das já tradicionais e clássicas questões estéticas, monetárias, sociais de status social ou poder.

Essa atração sempre aconteceu, mas que não havia sido batizada com nome tão pomposo. Quando muito, recebia o rótulo de que era excêntrico ou gostava dos bizarros, e em um segundo a questão estava solucionada. Hoje, no entanto, há vários tipos de teorias para explicar esse fenômeno "raro". Há testes do Buzzfeed para detectar se você é sapiosexual e até um portal de encontros, o Sapio, para que os inteligentes, ou os que erotizam essa qualidade, encontrem a sua cara metade.

O psicólogo e sexólogo neozelandês John Money (1921-2006) procurou explicar por que algumas pessoas se sentem atraídas por um certo tipo de qualidade e não por outras, com sua teoria sobre o "mapa do amor". Este condiciona nossa atração sexual e não se trata de um mapa comum, mas um que se desenha em nossa mente e que constitui uma representação complexa de nosso amante idealizado, do que consideramos como erótico e das práticas mais estimulantes para nós. Algo como a personalidade erótica. Este mapa é projetado no imaginário mental e se expressa em sonhos, fantasias e atos, e cada mapa é único, embora compartilhe características comuns com o de outros indivíduos.

Segundo Money, os mapas do amor começam a se formar desde que nascemos, com todas as informações, experiências e estímulos que recebemos. As experiências da infância deixam uma marca no nosso mapa do amor e as negativas têm a capacidade de imprimir uma mancha que pode impedir no futuro a formação de vínculos afetivos e eróticos harmoniosos.

A história nos deixou famosos sapiosexuais, como Marilyn Monroe (talvez o papel em que Hollywood a colocou, o de loira burra, tenha feito com que ela fugisse do padrão de beleza para se refugiar na massa cinzenta). A atriz uma vez reconheceu que Albert Einstein era o homem mais sedutor que já havia sido apresentado a ela e que não hesitou em lhe propor: "Deveríamos ter um filho juntos para que tivesse meu físico e a sua inteligência". John Waters aconselhava: "Se você for à casa de alguém e não houver um único livro, não durma com ele"; e o personagem de Eusebio Poncela, Dante, no filme Martín (Hache) (1997), defendia que “é preciso foder as mentes”.

A inteligência, a segunda qualidade mais erótica

Na verdade, somos todos um pouco sapiosexuais. Foi o que revelou um estudo realizado por Gilles E. Gignac, professor titular da Universidade da Austrália Ocidental. Foram entrevistados 383 adultos para se conhecer as características que mais valorizavam em seus parceiros e os resultados mostraram que a inteligência foi a segunda mais citada —depois da gentileza e compreensão—, desde que não fosse muito elevada. Assim, descobriram que a relação entre o quociente intelectual e a atratividade é curvilínea. Ou seja, atinge o seu pico quando alcança um QI de 120, mas diminui se já é de 135.

Alguns também apontam que os sapiosexuais podem relacionar de modo inconsciente a intelectualidade do outro a uma relação mais segura e estável. De alguma forma, associam a inteligência a uma boa tomada de decisões e a uma espécie de "seguro" para o relacionamento.

Como explica Lora Adair, professora de psicologia evolucionista da Universidade de Lyon, na revista Vice, “homens e mulheres sempre desejaram a inteligência em seus companheiros, quer se identifiquem como sapiosexuais ou não. Isso acontece em todas as espécies, embora em animais não humanos a inteligência ou a capacidade cognitiva seja medida morfologicamente”.

Lyon dá como exemplo o macho do pássaro-cetim, que constrói ninhos intrincados adornando-os com objetos brilhantes que encontra em seu entorno para atrair as fêmeas mais seletivas. "A capacidade de encontrar esses objetos excepcionais e de protegê-los de roubo ou sabotagem de outros machos pode servir como um indicador de capacidade cognitiva e de adequação genética."

Se a inteligência ajudou nossos ancestrais a resolver problemas e a evoluir, não é estranho que continuemos a considerá-la uma qualidade que pode nos trazer uma vida mais tranquila, uma situação econômica melhor e até mesmo um parceiro mais saudável. Além disso, há outro estudo, realizado pelo psicólogo evolucionista Geoffrey Miller, da Universidade do Novo México, que relaciona um alto QI com uma boa qualidade de sêmen, feito entre 400 veteranos da Guerra do Vietnã que foram submetidos a esses dois testes.

“Tradicionalmente, a ideia é que a atração sexual tem muito a ver com o físico, com o corporal, com o mental. Mas a atração é algo mais heterogêneo e que integra muitas coisas: senso de humor, capacidade de compreensão ou a maneira de expressar o sentimento, e todas essas qualidades têm muito a ver com inteligência”, diz a psicóloga e sexóloga Gloria Arancibia Clavel.

Por isso, os sapiosexuais não costumam ser pessoas de amor à primeira vista nem de flechadas, já que descobrir se alguém é inteligente ou não leva tempo e, geralmente, seus relacionamentos começam como uma amizade para desembocar na atração sexual, à medida que o cérebro se despe. Para este grupo, a sedução entra mais pela palavra e o ouvido, por meio de conversas ou pontos de vista interessantes, do que pela visão. Por isso se costuma dizer que as mulheres são mais sapiosexuais que os homens. "Na verdade, esta é uma afirmação que se conecta com as questões de gênero e os clichês que ainda definem homens e mulheres, as dificuldades de alguns homens em reconhecer uma mulher mais inteligente que eles ou a ideia, de algumas mulheres, de que para seduzir têm que se fazer um pouco de bobas ou, pelo menos, não parecer inteligentes demais”, diz Aranciba.

Mas, o que é inteligência?

Claro que hoje muitos tendem a confundir a inteligência com o acúmulo de dados (como a capacidade de um disco rígido), a habilidade para se vender (e, assim, os tímidos passam por tolos) e até a arrogância. Por muitos anos essa qualidade foi relacionada com a capacidade numérica, mais do que com outras, o que me fez tocar o limite entre uma pessoa normal e uma borderline por tirar uma nota baixa em um teste que fizeram na escola para determinar o meu coeficiente intelectual.

Felizmente, não lhe dei muita importância, ao contrário de outros que se deixaram influenciar quando os resultados os rotularam de superdotados, para sua desgraça. Hoje em dia, esses testes não são mais feitos, pois se sabe que existem muitos tipos de inteligência: a emocional, a social e até a erótica; embora todas compartilhem características comuns: o senso de humor, a empatia e, acima de tudo, a capacidade de resolver problemas em novas situações.

A atração pela inteligência também pode acarretar certos perigos, observa Gloria Arancibia. “Muita coisa acontece na observação. Passa-se da admiração à idealização da pessoa, e daí à dependência. E isso reforça ainda mais a falta de autoestima em pessoas pouco seguras de si mesmas e pode resultar no domínio daquele que se supõe mais inteligente sobre o outro.”

A erotização do neurônio desemboca também em todo um imaginário de protótipos para os sapiosexuais, em que se destacam o professor/a, os escritores, os cientistas e, sobretudo, as bibliotecárias, segundo Bix Warden em seu livro The Sexy Librarian’s Big Book of Erótica. O bom de se sentir seduzido eroticamente pela inteligência é que esse tipo de atração não é afetado pela passagem do tempo, nem pelas rugas ou a flacidez. Pelo contrário, ganha ao longo dos anos. Platão já dizia que "o amor é como uma escola de graduação que começa com a beleza do corpo e depois passa para as ideias e para as pessoas que mostram uma inteligência privilegiada".
 
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/22/estilo/1566428713_448693.html

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Corregedoria vai investigar ‘erros grosseiros’ de juíza da Lava Jato em São Paulo


Publicado em 23 agosto, 2019 8:00 am

 
CNJ

Do UOL:

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou que a corregedoria da Justiça Federal da 3ª Região investigue supostos “erros grosseiros” cometidos pela juíza Maria Izabel do Prado em suas sentenças. A magistrada trabalha hoje na 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo. É, portanto, a responsável pelo julgamento de casos da operação Lava Jato no estado.

A abertura da investigação atende a um pedido do advogado José Augusto Marcondes de Moura Júnior. Ele reuniu em uma representação encaminhada ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) quatro casos que em considera que decisões da juíza “demonstraram sua total falta de capacidade com o exercício da magistratura”. Os processos foram registrados entre 2005 e 2017 e são de casos fora da Lava Jato.

A reclamação de Moura Júnior foi feita em junho. Na segunda-feira (19), o corregedor determinou que os fatos citados pelo advogado sejam apurados em 60 dias. Martins informou em decisão que a investigação vai verificar “a eventual violação dos deveres funcionais praticados pela magistrada reclamada.”(…)



Em sua representação contra a juíza, Moura Júnior cita quatro processos. No primeiro, reclama que ela aumentou a pena de um réu porque este teria engolido 17 quilos de cocaína para traficá-la, colocando sua vida em risco. “Ora, é impossível um ser humano transportar em seu organismo uma quantidade tão grande de entorpecentes”, diz o advogado. “Gera perplexidade a sentença.” No segundo caso, o advogado reclama que a juíza incluiu numa sentença contra um réu fatos que faziam parte de um outro processo. Citou em sua decisão, inclusive, o réu deste segundo processo, o qual não teria qualquer relação com a ação penal julgada. “A barbárie cometida foi de tal monta que ao julgar a apelação o Tribunal Regional Federal anulou a sentença por falta de correlação lógica entre o pedido e a condenação”, acrescentou Marcondes.
 
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/corregedoria-vai-investigar-erros-grosseiros-de-juiza-da-lava-jato-em-sao-paulo/

Vaza Jato prova que Deltan fez da perseguição a Lula meio de vida e embolsou R$ 580 mil


O novo capítulo da Vaza Jato demonstra que o procurador Deltan Dallagnol ficou rico ao perseguir o ex-presidente Lula e forjar sua condenação sem provas. Nos últimos anos, ele colocou no bolso pelo menos R$ 580 mil em palestras para empresas do sistema de financeiro, como a XP, para planos de saúde, como a Unimed, e entidades empresariais, que se beneficiaram com o golpe de 2016. Desmoralizado, Deltan hoje dorme à base de remédios
23 de agosto de 2019, 04:36 h


(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)



247 – O novo capítulo da Vaza Jato, revelado hoje em parceria pela Folha de S. Paulo e pelo Intercept, demonstra como Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, ficou rico ao monetizar a Lava Jato e explorar financeiramente a sua perseguição ao ex-presidente Lula – que hoje seria presidente pela terceira vez se não tivesse sido perseguido pela força-tarefa.

"Ele começou a focar o meio empresarial e arrecadou ao menos R$ 580 mil a partir de 2017, apontam diálogos e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados em conjunto com a Folha", aponta reportagem de Flávio Ferreira, Amanda Audi, Leandro Demori e Alexandre de Santi.



"Deltan sempre se recusou a divulgar a relação de empresas e entidades que pagaram por suas palestras, bem como as remunerações recebidas por esse trabalho. A lista de contratantes do procurador traz unidades da operadora de planos de saúde Unimed, firmas do mercado financeiro e associações industriais e comerciais. O valor de cada palestra variou entre R$ 10 mil e R$ 35 mil. O total arrecadado com elas a partir do início da Lava Jato passou de R$ 1 milhão caso sejam somadas as quantias que Deltan também destinou para instituições filantrópicas", informam ainda os jornalistas.

"Deltan pagas ou programadas entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2019, conforme diálogos, planilhas, recibos e contratos que circularam em grupos de conversas do procurador. A maioria delas teve como tema corrupção e ética nos negócios. Em valores atualizados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a soma das remunerações dos eventos desde 2017 encontrados na documentação é de cerca de R$ 580 mil. Um quarto das palestras verificadas pela reportagem foi para unidades do plano de saúde Unimed", aponta a reportagem.

Deltan também vendeu palestras do sistema financeiro, como a XP, e para entidades empresariais, que se beneficiaram com o golpe de 2016 e com a prisão sem provas do ex-presidente Lula, que ontem concedeu entrevista exclusiva à TV 247.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Guedes confirma intenção de criar imposto federal nos moldes da extinta CPMF





Estadão Conteúdo 21/08/19 - 14h08 - Atualizado em 21/08/19 - 14h23


Enquanto Câmara e Senado discutem propostas de reforma tributária com a criação de impostos únicos sobre o consumo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta quarta-feira, 21, a intenção do governo em também criar um imposto federal sobre transações financeiras – nos moldes da extinta CPMF -, como forma de compensar a desoneração da folha de pagamentos.

“O próprio imposto sobre transações foi usado e apoiado por todos os economistas brasileiros no governo FHC. Ele tem uma capacidade de tributação muito rápida e muito intensa. Ele põe dinheiro no caixa rápido, e se ele for baixinho ele não distorce tanto”, defendeu Guedes, após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Podemos propor uma desoneração forte da folha de pagamentos a troco da entrada desse imposto. Se a classe política achar que as distorções causadas pelo imposto são piores que os 30 milhões de desempregados sem carteira que tem aí, eles decidem”, completou.

Para o ministro, a proposta elaborada pelo governo é “bastante conciliatória”, sinalizando a possibilidade de ser encaixada nas reformas já analisadas pelo parlamento. “Achamos que governo federal tem que enviar a reforma tributária dele”, afirmou. “Vamos tentar fazer a estrutura mais razoável possível, simplificando a estrutura e ampliando a base para que todos possam pagar um pouco menos”, acrescentou.

Maia afirmou que assim que o governo enviar a sua proposta, o texto deverá ser apensado na proposta que já tramita na Câmara dos Deputados, apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) com base no trabalho do economista Bernard Appy. “Vamos reabrir o prazo para emendas e vamos reiniciar o debate sobre reforma tributária quando governo enviar proposta”, garantiu o presidente da Câmara.


Reunião

Maia disse ainda que fará uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e com os relatores das propostas que tramitam nas duas Casas para tentar chegar a um consenso sobre os textos. “Os governadores e o Senado estão dispostos a trabalhar pela reforma tributária, que precisa ser votada e aprovada nas duas casas do Congresso. O governo federal só pode tratar dos impostos federais, cabe ao Congresso organizar isso”, concluiu.

Pauta

Maia defendeu uma melhor organização da pauta de projetos que chegam ao Congresso. “Não há agenda para aprovar tudo, precisamos ter prioridades. Queremos ter um planejamento sobre os projetos, não adianta mandar tudo de uma vez para o plenário”, afirmou.

Entre os temas que estarão na agenda legislativa citada por Maia está a reforma tributária e a reforma administrativa. “Vamos trabalhar no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a gente possa derrubar regime jurídico único, e discutir em que condições o servidor pode ter estabilidade, além de um novo marco salarial”, afirmou.

Para Maia, também não há motivo para aumento do teto salário do funcionalismo federal impacte os salários em Estados e municípios. “O sistema hoje concentra recursos públicos em atividades meio, e não em investimentos. O gasto público hoje olha para o passado, e não para o futuro”, completou.
 
Fonte: https://istoe.com.br/guedes-confirma-intencao-de-criar-imposto-federal-nos-moldes-da-extinta-cpmf/

OS ANIMAIS E O HOMEM


MONTEIRO LOBATO - A onda verde - Editora Brasiliense Ltda/SP/1957, p. 62: 
 
Vossa vida, animais, é perfeita de ritmo e de beleza. Se nela há perturbações; se vos estraçoam as aves a tiros; se vos deixam os ninhos órfãos para que morram de fome os implumes inocentes; se vos pescam nas águas com armadilhas traiçoeiras; se todas as vossas passagens andam tomadas de arapucas, de mundéus, de ratoeiras; se vos roubam os ovos no ninho ou o mel nas colmeias; se vos aprisionam em gaiolas os cantores e nas jaulas os que sabem defender-se; se vos jungem às carroças, a carros pesadíssimos, à canga dos arados; se vos furam o focinho para meter argolas dolorosas; se vos enfreiam a boca com ferros cruéis; se vos caçam no mar a arpão de aço e na terra a balas explosivas; se penduram nos açougues a carne dos vossos cadáveres; se vos invadem todos os domínios, e vos incendeiam os campos, e vos inundam as matas, e vos secam as águas e vos drenam os pântanos - é ele que o faz. Ele, o macaco glabro, o rei por maquiavelice da má inteligência. Ele, o cultor consciente da arte da dor.

Em toda parte está o Homo como o próprio mal encarnado, matando, esfolando, torturando, saqueando, desnaturando, perturbando a harmonia das coisas.

Pensando em carga tributária excessiva, lucros exorbitantes de banqueiros e o Estado


As ideias de Monteiro Lobato (em a Onda Verde), a respeito do Estado, puseram-me a pensar muito seriamente.

Escreveu ele:

(...) o Estado não vive hoje como órgão necessário à vida do povo, qual era sua missão primitiva. Mas como dono, como senhor absoluto desse povo. Ele é o principal. O povo o acessório, a massa carnosa de que o Estado se alimenta. 
E pensar que a Constituição Federal fala em soberania popular !!!

Se você não entendeu onde entra o Sistema Financeiro nesta história, lembre-se da manipulação inescrupulosa da suposta dívida pública pelos banqueiros e seus sabujos entronizados em cargos relevantes da administração pública (gênero), incluindo em cargos do mais alto escalão do Poder Judiciário (MPF, STJ e STF), os quais tudo manipulam, ao sabor dos interesses dos rentistas.

VISÃO ECOLÓGICA DAS COISAS


MONTEIRO LOBATO - A onda verde - Editora Brasiliense Ltda/SP/1957, p. 46, referindo-se ao catarinense CRISPIM MIRA e sua obra Terra Catarinense: (...) observador seguro de si, com sério equilíbrio de faculdades e capaz da visão ecológica das coisas. E escrita, além disso, em bom estilo, sóbrio sem secura, singelo sem vulgaridade, e pitoresco sem galharada excessiva de regionalismos. (...) Nele se estuda sob todos os aspectos o Estado barriga verde, entreverando-se paisagens com estatísticas, anedotas com visões de sociologia, e história com cenas de costumes.

GRILEIRO



Verbete de um Glossário Ambiental que estou organizando, cheio de citações de escritores/historiadores ilustres.






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GRILEIRO (Ver COLONIZAÇÃO, FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, GRILAGEM, GRILO, MOVIMENTO DOS SEM TERRA, REFORMA AGRÁRIA, SERTÃO e TERRAS DEVOLUTAS)




- MONTEIRO LOBATO - A onda verde - Editora Brasiliense Ltda/SP/1957, p. 7, descreveu, minuciosamente, a figura em destaque: 
Mas surge o grileiro e tudo se transforma. Terras paradas, terras inexpugnáveis à cultura, que velhos barbaças detêm aos milheiros de alqueires para delas tirar um prato de feijão e uns porquinhos de ceva, e que vêm vindo assim de avós a netos, e que permaneceriam assim toda a vida; terras devolutas, que a inércia do Estado conserva a monte, sem saber por que nem para que; terras legitimamente “aproprietariadas” - nada disso é obstáculo à solércia do grileiro. Ao partir para o sertão ele deixou em casa, na gaveta, os escrúpulos da consciência. Vem firme, vem “feito” como um gavião. Opera as maiores falcatruas; falsifica firmas, papéis, selos; falsifica rios e montanhas; falsifica árvores e marcos; falsifica juízes e cartórios; falsifica o fiel da balança de Têmis; falsifica o céu, a terra e as águas; falsifica Deus e o Diabo. Mas vence. E por arte dessa obra-prima de malabarismo, espoliando posseiros ou donos, sempre firmados na gazua da lei, os grileiros expelem terras, num estupendo parigato, todos os “barba ralas” - silvícolas - que ali vivem parasitariamente, tentando resistir ao arranque da civilização.

Divididas as glebas em lotes, vendem-nas os grileiros à legião de colonos que os seguem como urubus - pelo cheiro da carniça. E o grilo, se foi bem feito, é inexpugnável e provoca admiração; se foi mal feito fracassa e é apupado pelos embaídos.

Num sertão modorrento, quando a presença de um advogado ou agrimensor esperta os velhos moradores, a uma voz eles murmuram: - Nosso tempo acabou …

E acaba de feito. Acaba o marasmo da terra porque o grileiro é o precursor da Onda Verde. O seu cri-cri anuncia a aproximação do tanque. Cinco, dez anos depois, a flor do café branqueia a zona e a incorpora ao patrimônio nacional.

O peregrino espírito de Assis Chateaubriand já explanou em traços gerais, mas incisivos, esta função social e civilizadora do grilo. Definiu-o a arte de tirar o direito do nada. É isso,. É a vitória da gazua do mais forte. (...)


Insistente nas palestras como certas moscas em dia de calor, é, nas regiões do Noroeste, a palavra “grilo”. “Grilo” e seus derivados, “grileiro”, “engrilar”, em acepção muito diversa da que devem ter entre os nipônicos, onde grileiros engrilam os grilos de verdade em gaiolinhas, como fazemos com o sabiá, o canário, o pintassilgo e mais passarinhos tolos que morrem pela garganta.

Em certas zonas chega a ser uma obsessão. Todo mundo fala em terras griladas e comenta feitos de grileiros famosos.

E agora que o grilo penetrou na arte, e vai perpetuar-se em mármore no monumento da Independência, vem a talho de foice um apanhado geral sobre a conspícua instituição - viveiro onde se fermenta a aristocracia dinheirosa de amanhã.

As velhas fidalguias da Europa entroncam no banditismo dos cruzados. Ter na linguagem um facínora encoscorado em ferro, que saqueou, queimou, violou, matou à larga no Oriente, é o maior padrão de glória de um marquês de França. Ter entre os avós um grileiro de hoje vai ser o orgulho supremo dos nossos milionários futuros. Matarás, roubarás, são os mandamentos de alto bordo do decálogo humano, eternos e irredutíveis, que a imagem da lei de Moisés inventou inverter, antepondo-lhes um inócuo “não”. (...)

(...) há grilos geniais, obra de verdadeiros Cagliostros encarnados nos bacharéis do “venerando mosteiro”; e os há ineptos, mancos, fabricados aí por meros “curiosos”da trampolinagem, sem dedo para a coisa. Aqueles gozam de toda a consideração social devida aos mestres de vistas largas, ao passo que estes o povo os cobre de irrisão. (...)

O grileiro é um alquimista. Envelhece papéis, ressuscita selos do Império, inventa guias de impostos, promove genealogias, dá como sabendo escrever vvelhos urumbebas que morreram analfabetos, embaça juízes, suborna escriv~es - e, novo Jeová, tira terra do nada. (...)

Envelhecer um título falso, “enverdadeirá-lo”, é toda uma ciência. Mas conseguem-no. Dão-lhe a cor, o tom, o cheiro da velhice, fazem-no muitas vezes mais autêntico que os reais. Expõem-no ao fumeiro, a tal distância da fumaça conforme o grau de ancianidade requerido, e conseguem a gama dos amarelidos, segredo até aqui do Tempo.

Enquanto o papel se desfuma, fazem-lhe aspersões sábias que lhe dêm a rugosidade peculiar às celuloses d’antanho.

Finalmente, para impregná-lo do cheirinho, do bouquet dos decênios, passeiam-no a cavalo, metido entre o baixeiro e a carona.

Na página seguinte (12) da mesma obra, o autor revela um grilo mal feito. 
(...)
 
E segue:

Ao trabalhismo de laboratório aliam-se ao ar livre os atos anexos e complementares - violências, suborno, incêndio em cartórios, sumiço de autos, etc.

Porque o grilo é proteiforme e para completar-se sobre até à ótica, subornando até os teodolitos dos engenheiros.

Que prodígios não opera neste campo! O primeiro é substituir a corrente, o podômetro, o teodolito,a trigonometria e o mais por um instrumento só, de alta engenhosidade: o olhômetro.

Só o olhômetro merece fé dos grileiros, esse aparelho maravilhoso, de criação nossa, e já muito usado pelos governos em estudos estatísticos.

Por intermédio do olhômetro, os cursos dos rios, passa-se um afluente da margem esquerda para a direita, criam-se cachoeiras em sítios onde o nível é manso, e operam-se quantas mais revoluções geográficas se fazem mister à patota.

Um grileiro está na posse do nome de um rio que a natureza esqueceu de criar; se ele consegue localizar esse rio no mapa, o grilo sairá de primeiríssima. E lá vai ele, com o rio às costas, em procura de colocação…

O outro fazia grande conta uma cachoeira em certo ponto da divisa. O homem não pestaneja: constrói a cachoeira. os contrários protestam.

Há intervenção judiciária. na vistoria chamam para perito o morador mais antigo das redondezas. O caboclo chega, defronta-se com a cachoeira fantástica e abre a boca. Há cincoenta anos que vive ali, conhece a zona como a palma da mão - como é que nunca viu aquele “poder d’água”, barulhento e atravancador? Mas desconfia - e entrando na água desfaz com dois pontapés a cachoeira de mentira, que lá rola, rio abaixo, transformada em tranqueira de galhaça e cipós… Era uma cachoeira grilo…

O grilo come nas terras apossadas pelos caboclos mal apetrechados contra os percevejos da lei, tanto quanto as terras devolutas, as quais, engriladas a Norte, Sul, Leste e Oeste, estão se derretendo como torrão de açúcar n’água.

Calcula uma autoridade no assunto em três milhões de alqueires área de terras griladas no Noroeste. E esses milhões caminham para quatro, visto que agora a indústria do grilo passou a interessar aos altos paredros da política, verdadeiras piranhas em matéria de voracidade. (...)

Continua o autor a discorrer sobre a “instituição” ou “indústria” do grilo, de maneira irônica e deliciosa, cronista atento e competente que é. Vale a pena ler o que segue, diretamente na obra copiada.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

VINHO CLARIFICADO COM BARRO

Você está tomando um delicioso vinho, para combater esse friozinho que aí está? 

Então, apesar de não ser  entendido na matéria,  vou lhe repassar uma informação que me parece bem interessante, colhida da famosa obra do Frei VICENTE DO SALVADOR, denominada História do Brasil, escrita por volta de 1627 e publicada pela Cia. Melhoramentos de SP, no ano de 1954: 

"Lipmann (...) põe em dúvida que no Brasil fosse descoberto primeiro a conveniência do emprego de barro para alvejar o açúcar, pois já Dioscórides, Galeno e os árabes conheciam o barro como clarificador de vinho, suco de frutas, água de rosas e outros líquidos (...)".  

domingo, 18 de agosto de 2019

MP apura suspeita de enriquecimento ilícito de ministro do Meio Ambiente


Em 2012, Ricardo Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão em bens. Em 2018, foram R$ 8,8 milhões - alta de 335%, corrigindo o valor pela inflação 
 
Por Estadão Conteúdo



Ricardo Salles participa de audiência pública na Câmara (10/04/2019) (José Cruz/Agência Brasil)

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar suspeita de enriquecimento ilícito do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entre 2012 e 2017, período em que ele alternou a atividade de advogado com cargos no governo paulista. A Promotoria já pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles, mas a medida foi negada duas vezes pela Justiça estadual neste mês.

A investigação teve início em julho a partir de representação feita por uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.

Em 2012, quando foi candidato a vereador pelo PSDB, Salles declarou possuir 1,4 milhão de reais em bens, a maior parte em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Em 2018, quando saiu a deputado federal pelo Novo, foram 8,8 milhões de reais, sendo dois apartamentos de 3 milhões de reais cada, 2,3 milhões em aplicações e um barco de 500.000 – alta de 335%, corrigindo o valor pela inflação.

Em nota, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o “patrimônio e os rendimentos do ministro foram sempre declarados adequadamente à Receita Federal” e que “a própria representação não traz nada diferente do que nelas constam”.

Durante quase metade do período sob investigação, Salles ocupou cargos no governo do Estado. Foi secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre março de 2013 e novembro de 2014, função pela qual recebia 12.400 reais líquidos, e secretário do Meio Ambiente na mesma gestão, entre julho de 2016 e agosto de 2017, com remuneração média de 18.400 reais.

No pedido de quebra de sigilo do ministro, ao qual o Estadão teve acesso, o promotor Ricardo Manuel Castro destaca que, em 2014, Salles alegou queda de seus rendimentos por causa do cargo público em um pedido à Justiça para reduzir a pensão paga aos seus dois filhos. Conseguiu decisão para diminuir o valor de 8.500 para 5.000 reais.

O promotor afirma que Salles atuou em dez casos como advogado no período e que “não foram encontrados” nos autos “valores de causa suficientes a ponto de justificar o recebimento de honorários em volume tal que pudesse amparar tal aumento patrimonial”.

O promotor menciona no pedido o fato da evolução patrimonial de Salles ter ocorrido no período em que ele foi acusado de fraudar o plano de manejo de uma área de proteção ambiental quando foi secretário em São Paulo para beneficiar empresas de mineração. O MP moveu ação que resultou na condenação dele por improbidade administrativa em dezembro de 2018. Ele nega responsabilidade e recorreu da decisão.

Além da quebra de sigilo, Castro solicitou a elaboração de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando que o órgão de controle já havia informado sobre a “existência de movimentações comunicadas compulsoriamente” relacionadas ao CPF de Salles, mas não enviou o relatório.

O pedido, contudo, foi negado nas duas instâncias da Justiça paulista. Em sua decisão, o juiz Marcos de Lima Porta, da 5.ª Vara da Fazenda Pública, afirma que o fato de o próprio ministro ter feito a declaração de seu patrimônio “já indica sua boa-fé” e que a evolução patrimonial ocorreu passado “razoável período”.

Autor de pedido de ação trava disputa com Salles

Autora do pedido de investigação sobre Ricardo Salles, a empresa Sppatrim Administração e Participações pertence à família de Luiz Eduardo Bottura, um engenheiro e empresário que há cerca de quatro anos trava disputas judiciais com o atual ministro do Meio Ambiente.

O litígio começou em 2015 e envolve uma disputa judicial de 200 milhões de reais entre a empresa de Bottura e a construtora Bueno Netto, para a qual Salles advogou no período entre suas duas passagens pelo governo.

O empresário, que figura em 151 processos no Tribunal de Justiça de São Paulo – a maioria como autor -, acusa o atual ministro de usar uma suposta influência com autoridades paulistas para tentar reverter uma decisão favorável à Sppatrim na câmara de arbitragem.

A partir de uma representação feita pela empresa da família Bottura, o Ministério Público estadual abriu, em 2016, uma investigação para apurar a suposta prática de improbidade administrativa de Salles no caso. Salles nega ter cometido qualquer irregularidade na atuação como advogado. A investigação ainda está em curso.

Em fevereiro deste ano, Salles disse em entrevista à rádio Jovem Pan que seu patrimônio cresceu com a compra de um duplex que foi desmembrado em dois imóveis no período em que era advogado e que a tese do enriquecimento ilícito é uma “grande mentira” disseminada por Bottura.

Um grupo registrou formalmente em São Paulo uma “Associação de Vítimas de Eduardo Bottura” com pessoas que se dizem atingidas pela “litigância abusiva” do engenheiro.

Bottura nega a prática. Diz que aciona a Justiça para se defender de falsas acusações e que no caso de Salles apenas “entregou as provas objetivas dos fatos sobre as atividades que ele (Salles) praticou nos processos que envolvem a empresa da família que, segundo ele mesmo, o deixaram rico”.

Procurado, o promotor Ricardo Manuel Castro disse que não se manifestaria porque o caso está sob sigilo. 
 
Fonte: https://veja.abril.com.br/politica/mp-apura-suspeita-de-enriquecimento-ilicito-de-ministro-do-meio-ambiente/