O Centro de Investigação Econômica e Empresarial (CEBR) disse que
a Espanha e a Itália terão que refinanciar cerca de 400 bilhões de
euros (530 bilhões de dólares) em bônus soberanos durante a primavera no
hemisfério Norte, o que poderia gerar novas crises dentro da zona do
monetária, que a partir de 1o de janeiro contará com 17 membros.
"O euro poderia desmoronar nessa altura, ainda que os políticos
europeus geralmente sejam capazes de responder a uma crise", disse o
chefe executivo da entidade, Douglas McWilliams.
A crise de dívida soberana na Grécia e na Irlanda sacudiu os
países da zona do euro este ano, gerando certa especulação de que a
Alemanha eventualmente poderia perder a paciência em resgatar a seus
vizinhos menos austeros, o que poderia gerar a quebra do bloco
monetário.
A chanceler alemã Angela Merkel reafirmou em diversas ocasiões o
compromisso de Berlim com o euro, algo que voltou a mencionar em sua
mensagem de final de ano ao país na sexta-feira.
"O euro é a base de nossa prosperidade", afirmou. "A Alemanha
precisa da Europa e de nossa moeda comum. Para nosso bem estar e para
superar todos os grandes desafios mundiais. Nós os alemães assumimos
nossa responsabilidade, mesmo quando ela é muito dura".
McWillliams, no entanto, indicou que os profundos desquilíbrios
entre as economias frágeis e as mais fortes do grupo, algo que se tornou
mais evidente desde a crise de 2008, implicaria em um grande obstáculo
para o projeto no longo prazo do bloco europeu.
"Suspeito que o que separará a zona do euro será a
impossibilidade da maioria dos países de adotar as medidas austeras
necessárias para alcançar maior competitividade em suas economias no
longo prazo", disse McWilliams.
"Só damos uma em cinco possibilidades de que (o euro) sobreviva
em seu estado atual nos próximos dez anos. Se o euro não acabar, este
poderia ser o ano em que ele se debilite substancialmente até a paridade
com o dólar", afirmou.
Fonte: REUTERS
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