Fisco italiano aperta marcação e Maradona prepara novo drible
O Estado italiano, como todos sabem, tenta sair da crise financeira agravada no governo de Silvio Berlusconi.
Diante das dificuldades, o governo do primeiro-ministro Mario Monti retomou a austeridade, reduziu salários e valores de aposentadorias. Mais ainda: soltou os “Mastins Napolitanos” atrás daqueles que promoveram evasões fiscais, como Diego Maradona e outros. A propósito, o campeão Valentino Rossi entendeu em dar uma estacionada na motocicleta e, assim, teve tempo de pagar 35 milhões de euros devidos por evasão fiscal.
Nos meses da alta estação de esqui, janeiro e fevereiro, foram realizadas blitz e levantamentos na sofisticada e caríssima cidade alpina de Cortina D’Ampezzo.
Os levantamentos analisaram (1) frequentadores daquela estação alpina; (2) detentores de automóveis novos e de marcas famosas em circulação por Cortina D’Ampezzo; (3) possuidores de apartamentos e (4) hóspedes em hotéis 5 estrelas.
Nesse trabalho, os agentes do Fisco italiano e os policiais e oficiais da Guarda de Finanças descobriram coisas fantásticas. Por exemplo, constataram que, na maioria dos casos, a renda declarada à receita italiana não era suficiente para os investigados possuírem automóveis novos e de marcas famosas. Nem para a compra de apartamentos e se verificou estarem, muitos deles, em nome de laranjas. Sempre à luz da renda, muitos não possuíam capacidade financeira para hospedagem em hotéis de “cinque stelle”. Pior, 90% eram isentos do pagamento do imposto sobre a renda.
Hoje, os jornais italianos revelam uma nova tentativa do Fisco de recuperar a “bolada” devida por Maradona que, de 1985 a 1991, deixou de pagar tributos devidos. O valor da dívida de Maradona, com correções e juros, atinge 40 milhões de euros.
Maradona, atual técnico do Al Wasl de Dubai, faz discurso de amor à Itália e afirma “não ter roubado nada”. Só que esse tipo de postura não engana mais ninguém. Nem os fanáticos torcedores do Napoli, onde Maradona brilhou e conquistou a cidade.
O planejado jogo no estádio napolitano de San Paolo, em que a renda seria revertida para “zerar” a dívida de Maradona com o Fisco italiano não vingou: os torcedores pagariam ingresso entre 25 e 70 euros.
Bens de Maradona, como dois relógios Rolex de ouro e um brinco de diamante, já foram apreendidos e leiloados. Até cachê de Maradona, que cobrou para participar do programa televisivo intitulado Dançando Com as Estrelas, já foi penhorado. A respeito do brinco de diamante, muito exibido, restou arrematado por 25 mil euros.
Agora, o Fisco aperta com a ameaça de Maradona não poder pisar em solo italiano. O momento é oportuno, pois Maradona, como declarou ontem, quer voltar para Nápoles a fim de ser o treinador do time onde jogou e que leva o nome da cidade. Estariam adiantadas as tratativas para Maradona deixar Dubai e voltar a Nápoles, que, pela beleza, tem um lema: “Ver Nápoles e depois morrer”
Pano rápido. Os italianos, em especial os napolitanos, têm certeza de que Maradona só será técnico do Napoli — cidade da qual está saudoso segundo afirmou ontem — se continuar dando dribles desconcertantes no Fisco.
Wálter Fanganiello Maierovitch, para Portal TERRA
Nenhum comentário:
Postar um comentário