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terça-feira, 26 de abril de 2011

Presidente de CPI denuncia juízes por fraude em falências no estado do Paraná


Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo / Fabio Camargo afirma que  juízes usariam o poder do cargo para nomear integrantes de uma mesma família como administradores das maiores falências do ParanáFabio Camargo afirma que juízes usariam o poder do cargo para nomear integrantes de uma mesma família como administradores das maiores falências do Paraná
ESCÂNDALO

Depois da liminar que paralisou o trabalho da Comissão, Fabio Camargo cita o envolvimento de magistrados, que negam as acusaçõesPublicado em 26/04/2011 | 

EUCLIDES LUCAS GARCIA

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Falências na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) denunciou ontem em discurso no plenário três juízes que estariam envolvidos em um esquema de fraude nas principais falências do estado. As denúncias foram feitas pelo petebista cinco dias depois de o Tribunal de Justiça (TJ) paralisar os trabalhos da CPI a pedido da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). Os acusados, porém, negaram as irregularidades e anunciaram que vão processar o parlamentar e as pessoas que depuseram contra eles nas reu­­niões da comissão.

No discurso, que durou quase uma hora, Camargo acusou os juízes Marcel Rotoli de Macedo (filho do ex-presidente do TJ Celso Rotoli de Macedo), Augusto Gluszcszak Jr. e Anderson Fogaça de irregularidades à frente das varas da Fazenda Pública, em Curitiba. De acordo com o parlamentar, eles usariam o poder do cargo para nomear como administradores das maiores falências do Paraná integrantes da família Simão (Rubens e seus filhos Marcelo e Fabio). “Os juízes apontavam eventuais falhas dos administradores para dar legitimidade ao afastamento deles e, assim, nomearem pessoas de sua confiança como síndicos das falências”, afirmou o deputado.

Defesa

Deputado rebate conteúdo de “dossiê”

Além de denunciar um suposto esquema fraudulento envolvendo administrações de massas falidas no estado, que seria comandado por magistrados, o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) usou a tribuna ontem para se defender. O parlamentar disse existir um suposto dossiê contra ele circulando no Tribunal de Justiça (TJ) e em órgãos da imprensa para desmoralizá-lo.

O suposto dossiê apócrifo faria menções ao fato de Camargo administrar massas falidas sob a indicação da irmã, a juíza Vanessa de Souza Camargo, titular da 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. No pronunciamento, o deputado citou uma certidão expedida pela escrivã da vara que confirmaria que, na época em que ele foi síndico de uma massa falida, a juíza titular não era a irmã – afastando assim a possibilidade de um direcionamento. “Comprovadamente, não atuo como síndico em qualquer processo”, disse.

Outro trecho rebatido por Camargo é que ele estaria exercendo irregularmente o exercício de advogado e que teria sido promovido na carreira do TJ enquanto era deputado estadual. “Não exerço qualquer cargo ou profissão de forma irregular. Desde que ingressei na carreira pública encontro-me legalmente licenciado do meu cargo no TJ”, rebateu.

Karlos Kohlbach

Acusado nega ilegalidade e promete processar Camargo

Acusado pelo deputado Fabio Camargo de “orquestrar a organização criminosa” que supostamente promove fraudes em pocessos falimentares no estado, o juiz Marcel Rotoli de Ma­­cedo negou, em nota enviada à Gazeta do Povo, que existam quaisquer irregularidades na 1.ª Vara da Fazenda Pública, da qual é juiz titular.


Segundo Camargo, em vez de atuar no sentido de liquidar o patrimônio das empresas falidas para ressarcir os credores, essa “organização criminosa” se be­­­neficiaria financeiramente das falências que administra. Em plenário, o parlamentar apresentou em vídeo trechos das reu­­niões da CPI que foram realizadas em várias cidades do interior do estado. Nos depoimentos, várias pessoas – entre elas credores, donos de empresas falidas e administradores substituídos por integrantes da família Simão – disseram que algumas das companhias consideradas falidas têm patrimônio superior às dívidas. Outra irregularidade seria que os síndicos da família Simão não visitam as falências sob sua administração. “Essas pessoas comandam uma rede que administra cerca de R$ 15 bilhões em falências. Para se ter uma ideia, me foi ofertado di­­­nheiro para não instalar a CPI”, declarou o deputado.

Como cabeças principais do suposto esquema, Fabio Camargo ainda apontou dois magistrados, um deles já aposentado. Ques­­tionado sobre quem seriam eles, o petebista disse que, por “deduções lógicas”, todos poderiam chegar a esses nomes e que, se obtiver alguns documentos, poderá revelar suas identidades.

Paralisação da CPI

Na tribuna do plenário, Camargo colocou em dúvida também o pedido de liminar feito pela Amapar ao TJ para paralisar os trabalhos da CPI, que foi aceito pelo desembargador Jonny de Jesus Campos Marques na última quarta-feira. Segundo ele, o documento já estava pronto há cerca de 20 dias, mas só foi protocolado no tribunal quando o sobrenome Rotoli de Macedo passou a ser mencionado pela comissão.

“Apenas três magistrados apareceram comprovadamente nessa ramificação fraudulenta. Por­­­tanto, a CPI precisa continuar, inclusive como forma de corroborar que o Judiciário do Paraná é sério e competente”, defendeu. “Como demonstrei no meu pronunciamento, trata-se de um fato específico, e não de algo genérico. Não há qualquer animosidade entre o Legislativo e o Judiciário.”

Enquanto a CPI permanece paralisada, Camargo disse que irá encaminhar o relatório parcial dos trabalhos do grupo ao TJ, ao Conselho Nacional de Justiça e à Polícia Federal.

Fonte: GAZETA DO POVO

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