Polêmica sobre a autenticidade do trecho do caminho no Brasil tomou grupos de peregrinos nas redes sociais Caminho de Florianópolis liga as praias de Canasvieiras a Ingleses (Foto: João Élsio Trierveiler)
Recentemente foi colocada em dúvida a autenticidade da criação do trecho brasileiro integrado ao Caminho de Santigado de Compostela em grupos de peregrinos nas redes sociais. Falou-se, inclusive, que seria uma farsa. O boato seria que o órgão responsável pela administração do caminho, o Xacobeo, ligado ao governo da Galícia, na Espanha, não reconhecia o caminho brasileiro. Mas será que o trecho no Brasil é inventado? A reposta é não.
Anunciado em junho (inclusive pela Gazeta do Povo), o trecho de 21 quilômetros, em Florianópolis (SC), recebeu apoio formal da Catedral de Santiago de Compostela em 7 de fevereiro deste ano. Um documento assinado por Leonardo Perez Lopez, presidente da Catedral, selou o apoio ao projeto de criação de um trajeto no Brasil. A carta explica que o trecho brasileiro deveria ser somado aos cerca de 80 quilômetros do trajeto que liga La Coruña a Santiago, para completar os 100 quilômetros exigidos para a conquista da Compostela.
A iniciativa de criação do caminho brasileiro foi dos peregrinos Fábio Tucci Farah e Mariana de Assis Viana Mansur. A Associação Catarinense dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela (ACACSC) definiu o trajeto de acordo com os critérios estabelecidos: distância mínima de 20 quilômetros, iniciando em uma igreja, passando por duas outras e chegando a uma quarta igreja. Farah foi quem disponibilizou a carta assinada por Dom Lopez. O caminho brasileiro foi aberto oficialmente no último dia 29 de junho.
Sem exclusividade
Porém, o Xacobeo, órgão responsável pela gestão do caminho, ligado ao governo da Galícia, explicou por meio de um documento enviado à Embaixada da Espanha no Brasil em 3 de maio, obtido pela reportagem da Gazeta do Povo, que o Caminho em Florianópolis não é exclusivo.
Quem deseja iniciar a caminhada no país pode faze-la em qualquer caminho reconhecidamente de peregrinação, como o Caminho da Luz (de 200 km em Minas Gerais) ou o conhecido Caminho da Fé, que possui diversas rotas que chegam ao Santuário de Aparecida (SP).
“Apenas no caso dos peregrinos que optam por começar a caminhada na cidade de La Coruña, onde a distância é inferior a 100 km, o Cônego da Catedral de Santiago conta como quilômetros aqueles feitos no país de origem, sem especificar qualquer rota particular”, afirma o texto.
Ou seja, não existe um caminho brasileiro “oficial”, embora a criação do trecho de Florianópolis tenha recebido apoio da Catedral de Compostela.
O documento do Xacobeo diz ainda que a iniciativa dos peregrinos brasileiros é “louvável”, pois contribui para a propagação da peregrinação, mas não é exclusiva. “Tampouco o nome dessa nova rota está certa, pois induz a uma exclusividade, quando o Caminho de Santiago é uma rota de peregrinação histórica desenvolvida na Europa a longo dos séculos”, diz o documento assinado por Rafael Sánchez Bargiela, diretor-gerente do órgão.
Caminho de Santiago de Compostela
Percorrido pela fé, para pagar promessas ou pela própria peregrinação há 12 séculos, o Caminho de Santiago de Compostela fica na Espanha e é composto de diversos percursos que chegam até a cidade de Santiago de Compostela, na Galiza, para venerar as relíquias do apóstolo São Tiago Maior. Para ganhar a Compostela é preciso completar pelo menos 100 km (a pé) ou 200 km (de bicicleta/a cavalo), mas os caminhos mais longos chegam a até 800 km de distância.
Recentemente foi colocada em dúvida a autenticidade da criação do trecho brasileiro integrado ao Caminho de Santigado de Compostela em grupos de peregrinos nas redes sociais. Falou-se, inclusive, que seria uma farsa. O boato seria que o órgão responsável pela administração do caminho, o Xacobeo, ligado ao governo da Galícia, na Espanha, não reconhecia o caminho brasileiro. Mas será que o trecho no Brasil é inventado? A reposta é não.
Anunciado em junho (inclusive pela Gazeta do Povo), o trecho de 21 quilômetros, em Florianópolis (SC), recebeu apoio formal da Catedral de Santiago de Compostela em 7 de fevereiro deste ano. Um documento assinado por Leonardo Perez Lopez, presidente da Catedral, selou o apoio ao projeto de criação de um trajeto no Brasil. A carta explica que o trecho brasileiro deveria ser somado aos cerca de 80 quilômetros do trajeto que liga La Coruña a Santiago, para completar os 100 quilômetros exigidos para a conquista da Compostela.
A iniciativa de criação do caminho brasileiro foi dos peregrinos Fábio Tucci Farah e Mariana de Assis Viana Mansur. A Associação Catarinense dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela (ACACSC) definiu o trajeto de acordo com os critérios estabelecidos: distância mínima de 20 quilômetros, iniciando em uma igreja, passando por duas outras e chegando a uma quarta igreja. Farah foi quem disponibilizou a carta assinada por Dom Lopez. O caminho brasileiro foi aberto oficialmente no último dia 29 de junho.
Sem exclusividade
Porém, o Xacobeo, órgão responsável pela gestão do caminho, ligado ao governo da Galícia, explicou por meio de um documento enviado à Embaixada da Espanha no Brasil em 3 de maio, obtido pela reportagem da Gazeta do Povo, que o Caminho em Florianópolis não é exclusivo.
Quem deseja iniciar a caminhada no país pode faze-la em qualquer caminho reconhecidamente de peregrinação, como o Caminho da Luz (de 200 km em Minas Gerais) ou o conhecido Caminho da Fé, que possui diversas rotas que chegam ao Santuário de Aparecida (SP).
“Apenas no caso dos peregrinos que optam por começar a caminhada na cidade de La Coruña, onde a distância é inferior a 100 km, o Cônego da Catedral de Santiago conta como quilômetros aqueles feitos no país de origem, sem especificar qualquer rota particular”, afirma o texto.
Ou seja, não existe um caminho brasileiro “oficial”, embora a criação do trecho de Florianópolis tenha recebido apoio da Catedral de Compostela.
O documento do Xacobeo diz ainda que a iniciativa dos peregrinos brasileiros é “louvável”, pois contribui para a propagação da peregrinação, mas não é exclusiva. “Tampouco o nome dessa nova rota está certa, pois induz a uma exclusividade, quando o Caminho de Santiago é uma rota de peregrinação histórica desenvolvida na Europa a longo dos séculos”, diz o documento assinado por Rafael Sánchez Bargiela, diretor-gerente do órgão.
Caminho de Santiago de Compostela
Percorrido pela fé, para pagar promessas ou pela própria peregrinação há 12 séculos, o Caminho de Santiago de Compostela fica na Espanha e é composto de diversos percursos que chegam até a cidade de Santiago de Compostela, na Galiza, para venerar as relíquias do apóstolo São Tiago Maior. Para ganhar a Compostela é preciso completar pelo menos 100 km (a pé) ou 200 km (de bicicleta/a cavalo), mas os caminhos mais longos chegam a até 800 km de distância.
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