ALI AL-SAADI/AFP/GETTY
Figura vilificada em muitos quadrantes, Chalabi nunca desapareceu completamente da vida pública no seu país
Morreu Ahmed Chalabi, um iraquiano que deu uma contribuição importante, talvez decisiva, para a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003.
Chalabi, matemático de formação, era de origem xiita e passou anos exilado. Amigo de republicanos importantes como Paul Wolfowitz, nunca deixou de defender que o sunita Saddam Hussein devia ser deposto, a fim de se instalar um regime democrático no país. Mas as informações que forneceu aos americanos sobre a alegada existência de armas de destruição maciça no país revelaram-se completamente erradas, e a reputação de Chalabi nunca recuperou.
O primeiro grande triunfo norte-americano de Ahmed Chalabi foi a aprovação do Iraqi Liberation Act, uma lei aprovada ainda nos anos de Bill Clinton e que comprometia o governo dos EUA na “libertação” do Iraque. Ao longo dos anos, a organização que dirigia terá recebido uns cem milhões de dólares. Quando George W. Bush chegou ao poder, e em especial após o 11 de Setembro, os pontos de vista de Chalabi tornaram-se centrais no debate. Só o descalabro no pós-guerra fez com que ele se tornasse uma figura progressivamente marginal.
Ultimamente, com a situação política disfuncional no país, voltou a falar-se na substituição do atual primeiro-ministro, e o nome de Ahmed Chalabi surgiu entre os possíveis. Mas a sua morte, de ataque cardíaco, encerra de vez essas especulações.
Fonte: http://expresso.sapo.pt/
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