O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu nesta quarta-feira (27/7) afastar cautelarmente do cargo um promotor do MP do Ceará até a conclusão de procedimento para verificar se ele tem aptidão para continuar na carreira. Ele é acusado de ter comportamentos incompatíveis com a de membros do órgão, como dirigir um carro usando capacete, pedir que outras pessoas provassem sua comida e bebida com medo de ser envenenado e fazer gesto de coração com as mãos para jurados.
O promotor é acusado também de retirar as calças na cozinha do Fórum para que uma servidora consertasse a vestimenta, atender população pelo portão da sede da promotoria, pegar refrigerantes que caíram de um caminhão tombado na rodovia e usar colete a prova de balas de forma “desnecessária e ostensiva”.
Há também diversas acusações em relação ao trabalho técnico do profissional. Segundo o processo, “atraso e morosidade em processos judiciais e procedimentos extrajudiciais, dificuldade em dar impulso aos procedimentos extrajudiciais, inassiduidade em audiências e atos judiciais e extrajudiciais, desobediência à taxonomia e resoluções que tratam sobre procedimentos extrajudiciais do CNMP e baixa qualidade das peças produzidas”.
O promotor teria agido dessa maneira quando ainda estava em estágio probatório. A decisão, unânime, foi tomada em um processo disciplinarrelatado pelo conselheiro Esdras Dantas de Souza. Caso o procedimento que será feito pela corregedoria do MP cearense conclua que o promotor não tem condições de ser membro vitalício do órgão, ele poderá ser demitido, conforme prevê a Lei Orgânica do Ministério Público do Ceará.
Marcelo Galli é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 28 de julho de 2016, 14h41
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