Alvo da PF, Alexandre Pires segue no Réveillon de Florianópolis, confirma prefeitura
Alexandre Pires teria recebido, segundo apuração da Polícia Federal, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada por garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima
GABRIELA FERRAREZ,FLORIANÓPOLIS05/12/2023 ÀS 20H14 - Atualizado Há 11 horas
Alexandre Pires se tornou alvo de investigação da Polícia Federal em função de um suposto envolvimento com o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. No entanto, o cantor segue como uma das estrelas do Réveillon em Florianópolis.
Cantor é alvo da PF por suspeita de envolvimento com garimpo ilegal – Foto: @alexandrepires_/Redes sociais/Reprodução/ND
Conforme a prefeitura da Capital, o show do cantor não foi afetado pela investigação. A administração municipal também confirmou que o contrato já foi fechado e que a negociação ocorreu diretamente com a prefeitura, sem intermédio de outras empresas.
Alexandre Pires ficará responsável por comandar a Beira-Mar Norte em 31 de dezembro, com quase 3h de apresentação com o Baile do Nego Véio.
Cantor ainda se apresentará no Réveillon de Florianópolis – Foto: Adriel Douglas/Divulgação/ND
Alvos da PF
Segundo apuração, Alexandre Pires teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Um apartamento de Alexandre Pires em Itapema foi alvo de buscas da PF.
O empresário do cantor, Matheus Possebon, foi preso preventivamente suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. De acordo com a PF, Possebon seria um dos “responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes”.
PF investiga extração ilegal de cassiterita na terra indígena
A investigação que envolve Alexandre Pires foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas do metal “cassiterita” extraído ilegalmente da sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento seria enviado ao exterior.
A cassiterita é encontrada na forma de rocha bruta. Ela costuma ser vendida na forma de pó concentrado, obtido após o processo de mineração. Também é útil para a extração de estanho.
A PF afirma que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída no território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do rio Tapajós.
Ao longo do inquérito, a Polícia Federal identificou uma rede de pessoas e empresas envolvidas na operacionalização das fraudes.
“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, diz o comunicado divulgado pela PF.
Apartamento de Alexandre Pires em Itapema é alvo da PF
Os policiais cumpriram, na última segunda-feira (4), dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema.
A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados. A próxima etapa da investigação será analisar o material apreendido na operação.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Alexandre Pires, que informou que enviaria uma nota, mas o posicionamento não foi encaminhado até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.
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