...fizeram-me lembrar o banquete monumental organizado pela sociedade antarense (de Antares, cidade hipotética do famoso livro de ÉRICO VERÍSSIMO, intitulado Incidente em Antares) para recuperar a imagem dos próceres do Município, "difamados" por defuntos que ressucitaram (e usaram da liberdade inerente ao status de inatingíveis) para apontar as mazelas dos ditos cidadãos (cidadãs) de proa da interiorana e conservadora urbe idealizada pelo escritor.
A "gente grada" (coronéis, prefeito, juiz de Direito, Promotor, Delegado de Polícia, Médicos, Advogado, senhores e senhoras de famílias tradicionais, dentre outros) teve suas imundícies comportamentais revolvidas, à vista do público, em plena Praça, por defuntos que se haviam colocado no coreto, dentre eles um anarco-sindicalista, um comunista (que havia sido torturado na delegacia local como periogoso subversivo) e de estudantes esquerdistas irreverentes, que se deleitaram e aproveitaram para um escracho geral e irrestrito contra as "respeitáveis figuras" da sociedade local.
As denúncias feitas pelos defuntos iam desde ganância e grossa corrupção, até a tortura de presos políticos, traições conjugais, má distribuição de renda e exploração de trabalhadores, existência de uma favela, dentre outros aspectos deploráveis da conservadora comunidade interiorana.
ÉRICO VERÍSSIMO, de permeio, na sua conhecida obra acima citada, também alfinetou a mídia conservadora e submissa aos interesses políticos das diversas personagens, que sempre coonesta o comportamento da escória conservadora.
A concessão de "medalha e diploma de mérito" a cidadãos de comportamentos altamente questionáveis (por exemplo, utilizando-se de Decreto Legislativo, como o de n.º 02518/2024), certamente carentes de limparem as suas maculadas imagens (grande parte deles acusados de corrupção) em muito se assemelha à Operação Borracha idealizada pelas lideranças antarenses difamadas.
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