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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quarta-feira, 8 de maio de 2024

FATOS




Ora, eis o que quero: Fatos. Ensinem a estes meninos e meninas os Fatos, nada além dos Fatos. Na vida, precisamos somente dos Fatos. Não plantem mais nada, erradiquem todo o resto. A mente dos animais racionais só pode ser formada com base nos Fatos: nada mais lhes poderá ser de qualquer utilidade. Esse é o princípio a partir do qual educo meus próprios filhos, e esse é o princípio a partir do qual educo estas crianças. Atenha-se aos Fatos, senhor!
Estou totaslmente de acordo com o autor do texto (DICKENS - Hard Times - Tempos difíceis ).




A humanidade tem sido mantida submissa, com base em meras cogitações, presunções, fantasias, ficções, quimeras, "certezas" (dogmas), mitos, dos quais os religiosos utilizam-se para incutir  esperanças vãs e, de outro lado, medo do desconhecido.

Os males que os pregadores causam (com o escopo de conter os ímpetos naturais dos seres humanos) são incomensuráveis.

A humanidade - se não tivesse sido escravizada, por tais fatores limitativos já elencados - poderia estar muito mais desenvolvida.

O conservadorismo cuida de intimidar e emburrecer, de produzir muita letargia, também sob pretextos exagerados, consistentes em regras  e land marks, ditados no interesse de grupos minoritários, que não querem ver questionamentos, mudanças, revoluções que possam comprometer seu domínio e a exploração das massas.

Quem pensa (por isso, efetivamente existe - Pascal), filosofa, questiona os sistemas, briga por mudanças, expõe ideias novas, aponta as sacanagens, é visto como insurgente, agitador, subversivo, indecente, imoral, bagunceiro, enfim,  revolucionário, um ser temível e passível de segregação e até de eliminação, "para o bem da humanidade", mesmo que apenas tenha lucidez e coragem para apontar fatos, dentre eles, exercendo a liberdade de pensar e de expor suas conclusões, levantar, por exemplo, que a existência de deus(es) demônio(s) e outras fantasias do gênero  (anjos, céu, inferno, paraíso) não passam de mera cogitação, ou melhor, criações de mentes doentias e outras mal intencionadas.

Há até quem pense que alguém que dizem ter existido há mais de 2.000 anos (um tal de Yehuda, mais comumente conhecido no Ocidente como Jesus Cristo, espécie de revoltoso, um indignado, que não se contentava com a "mormidão") voltará a apresentar-se como pessoa natural, aos humanos da atualidade. "Jesus está voltando", pregam alguns embusteiros da fé cristã e não falta quem dê crédito a tal sandice.

Outros admitem que alguém, ao contrário do que aponta a normalidade da natureza humana, conseguirá usufruir de "vida eterna", mesmo que nenhuma pessoa morta tenha voltado para chancelar tão exótica teoria.

O que são fatos: o nascimento e a morte (certa e inevitável) do ser humano. Vida eterna é mera ficção religiosa, para incutir esperanças irreais, sem fundamento identificável em qualquer precedente.

Quem cogita de vida eterna, sabe-se lá por que, aceita esperança sem a menor comprovação por acontecimento (fato) precedente. Ilude-se a si próprio, cultiva uma espécie de insanidade, como diz o vulgo, "vive no mundo da lua", não tem os pés no chão, lastreando sua crença em simples opiniões, ou melhor, meras fábulas.

Essas pessoas precisam "cair na real", pensar nos seus antepassados e ver, que nenhum deles, depois de morto, deu o menor sinal real de retorno, de "vida eterna".

Quanto à volta de Cristo, ou do "messias" (como preferem os judeus), é pura esperança que já data de milênios e alguns seres humanos insistem em introjetar tal ficção na cabeça de outros ingênuos.

Esses tipos de pregação (volta de Cristo e vida eterna, dentre outras promessas de estelionatários religiosos) deveriam ser tidos como ilusionismo, práticas nefastas, embustes, verdadeiras fraudes, procedimentos criminosos e como tal reprimidos.

Na esfera da ciência do Direito, há muito se cristalizou o entendimento, entre os romanos, no sentido de que o direito nasce dos fatos (ex facto oritur ius).

Na história, como OSWALD SPENGLER salientou, não há ideais, mas somente fatos, nem verdades, mas somente fatos, não há razão, nem honestidade, nem equidade etc, mas somente fatos (...).

E palavras (pregação religiosa) não mudam a realidade dos fatos - LUIZ ALBERTO MONIZ BANDEIRA - A desordem mundial: o espectro da total dominação: guerras por procuração, terror, caos e catástrofes humanitárias". - Ed. Civilização Brasileira, 1ª edição, RJ/, p. 513.

 É verdade porque é o fato. Foi isso que eu vi e todos vêem, embora com olhos diferentes - OTHON D’EÇA - Homens e algas - Depoimento ao jornal Roteiro - Florianópolis - 1958, citado na edição da obra publicada pela Insular - p. 16.

É indispensável sobretudo escoimar os fatos comprovados, das fábulas a que serviam de mote, e das apreciações a que os sujeitavam espíritos acanhados, por demais imbuídos de uma intolerância ríspida. - JOSÉ DE ALENCAR - Ubirajara.

- Os fatos são teimosos - como afirma o provérbio inglês - e de bom ou mau grado há que tê-los em conta. - LENIN, no “livrinho” (expressão do autor) intitulado Imperialismo - Etapa superior do capitalismo.

- Não tememos que nos contestem todos estes fatos, porque a verdade é incontestável. - JOSÉ DO PATROCÍNIO - Campanha abolicionista.

É verdade porque é o fato. Foi isso que eu vi e todos vêem, embora com olhos diferentes. Não fiz ficção. Não a quis fazer por nenhum preço. Não inventei enredos, não criei personagens, não colori com tintas falsas os meus tipos e as minhas paisagens 
(...)
Certamente, em alguns casos, vesti o fato com as roupagens literárias do Conto e troquei, por outros apelidos, os nomes verdadeiros ou as alcunhas de certos personagens - achei que não tinha o direito de afrontar o pudor e o recato de suas vidas dolorosas, para delas fazer objeto de uma trama novelesca; mas nem por isso perdeu ele os ásperos coloridos dos seus contornos e as frias realidades das suas substâncias; as chagas profundas e doloridas que sangram no seu corpo e que os dourados catassóis da fantasia não conseguem disfarçar. - OTHON D’EÇA - Homens e algas - Edit. da UFSC/Edit. Insular e Fund. Franklin Cascaes/Fpolis-SC/2003, p. 16.

BACON, sobre os juízes, teria pregado: “Juízes devem ser mais instruídos do que “espertos”, mais atentos aos fatos do que às suposições, mais sujeitos a ouvir do que autoconfiantes. Acima de tudo, íntegros. - JOSÉ ROBERTO DE CASTRO NEVES - Como os advogados salvaram o mundo - Editora Nova Fronteira - 2018, p. 103.

Há consenso de que cerca de 90% dos mortos e internados nos hospitais devido à Covid são de não vacinados ou dos que não completaram a vacinação. É fato. Não há discussão. Contra fatos, só há interpretações. Contra as narrativas, os fatos. - LÊNIO STRECK - Na revista eletrônica Conjur.

Quem dá valor a lendas banais e vazias, insere-se na multidão dos ludibriados, presta culto à tolice e apoia espertalhões que exploram a parte carente da humanidade. 

Em suma, colabora para que os ladravazes tenham êxito e perpetuem as suas maracutaias, porque os Estados (que deveriam primar pela laicidade, em sua maioria, por conveniência dos políticos, coloca-se de braços dados com o "púlpito"), tolerando, em nome da liberdade religiosa (tida como quase absoluta, o que não se admite em relação a qualquer outra) toda sorte de "abusões", como se dizia antigamente das supertições.

A Constituição brasileira, já no seu preâmbulo, afirma-se a existência de Deus, por imposição de grupos muito influentes, como os de matriz cristã (Igrejas Católica e Protestantes).

Embora o STF já tenha declarado que tal referência à suposta divindade seja meramente simbólica (cultura imposta pelos judeus e europeus), na prática há uma influência perniciosa no espírito dos julgadores menos atilados, ou temerosos de admitir que são, pelo menos, duvidantes. 

Os magistrados (inclusive os de segundo grau), secundados pela maioria dos membros do Ministério Público, em ações populares que propus, questionando recursos públicos  em restauaração de templos religiosos, ou ainda patrocinando eventos religiosos (um Congresso católico ocorrido no estádio do Figueirense e aqueles famosos congressos de Gideões, que uma "Leleia" promove em Camboriu), por exemplo, invocaram a relatividade da "laicidade estatal", decidindo que deve ser interpretada "com temperamentos", em face da liberdade religiosa. 

No fundo o "temperamento" sempre é tendencioso, favorecendo os interesses do Vaticano ou de outras pessoas jurídicas (ficções jurídicas que se prestam ao acobertamento de interesses pessoais de espertalhões), mesmo que o corajoso Papa Francisco (em declaração que deve ter causado calafrios nos setores mais conservadores da Prostituta de Roma) tenha admitido que "Deus" não passa de uma  "ideia" urdida e nutrida por canalhas, para iludir simplórios.

Arremato lembrando, na companhia do letrado SPENGLER (A decadêcia do Ocidente) que religião é metafísica e nada mais: credo, guia, absurdum.    

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