Na luta contra a catástrofe, (...) só a indignação salva.
Não era outro o pensamento de STEPHENS HESSEL (na obra "Indignai-vos"), cuja leitura estou empreendendo.
Aceitar, com "mormidão" (o vocábulo é de Vinicius de Moraes) o destino, deixando-se sucumbir, como gado a caminho do frigorífico, ao destino traçado por outros, não é posição digna de ser humano que se preze.
Quem se rebela contra qualquer tipo de injustiça é digno de respeito e/ou admiração, pelomenos.
Acomodados (conservadores) nada constroem, não colaboram para o aperfeiçoamento da espécie humana.
Não se deixe domar e submeter, engolindo, pacificamente, uma situação injusta. Reaja, engaje-se em movimentos que busquem superar a adversidade, mostre que pensa (não se deixe simplesmente guiar, como se fosse parte de uma manada) e que sua existência não passará em branco.
Não aceite, simplesmente, ser vítima de uma catástrofe evitável. Aponte e aperte, acuse o(s) responsável(is) se entender que existe um ou mais indivíduos.
Busque responsabilizá-lo, no afã de desestimular outros que se omitam e propiciem a repetição de um infausto acontecimento, mesmo que parece fato da natureza, contra a qual o ser humano nada pode.
Exemplo: há um curso d'água assoreado, ou tomado de entulhos, no seu bairro? Acione, sozinho ou como membro de uma associação de moradores, os poderes constituídos. Não espere que uma chuva forte encha o riacho e extravase, causando prejuízos e até mortes.
E se não for atendido pelas autoridades constituídas, dê publicidade à omissão delas, pelas redes sociais ou pelos meios de comunicação tradicionais, provoque discussão, vá à Câmara de Vereadores, ou à Assembléia Legislativa e faça um escândalo. Berre a plenos pulmões. Exponha o(s) indiferente(s) ao drama previsível. Faça-o(s) sentir-se incomodado(s), sofrer(em) desgaste político.
Esse tipo de coação é legítimo e válido.
Exija políticas públicas voltadas para a prevenção de desastres. Não se permita ser vítima de omissão ou de descaso administrativo. Exija soluções, efetividade dos poderes públicos. Ameace apontá-lo(s) como despreparado(s) ou negligente(s) durante campanhas políticas e verá que mexer-se-á(ão).
Nenhum comentário:
Postar um comentário