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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

NEM TODOS ESTÃO PERDIDOS - Aluno de escola pública de 14 anos fará medicina na Federal de Sergipe


Por Cristiane Capuchinho - iG São Paulo  - Atualizada às 
Texto

Após ser aprovado pelo Sisu por bom desempenho no Enem, estudante conseguiu na Justiça o direito de cursar faculdade

Ele tem apenas 14 anos e estava no início do ensino médico de uma escola pública de Sergipe até o ano passado. Mas, em vez de continuar mais dois anos de estudos cercado por outros colegas adolescentes, José Victor Menezes Teles frequentará o curso de medicina na Universidade Federal do Sergipe.
Aos 14 anos, José Victor Teles foi aprovado no curso de medicina da UFS
Divulgação/Secretaria de Educação do Sergipe
Aos 14 anos, José Victor Teles foi aprovado no curso de medicina da UFS
Com 751,16 pontos de média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 e 960 pontos na redação, José Victor conseguiu na Justiça o direito de concluir o ensino médio antes do tempo normal e se matricular na universidade.
"Eu estou muito feliz com o resultado. Quando vi que consegui passar no vestibular, não queria mais perder dois anos da minha vida", diz o menino de Itabaiana (a 52 km de Aracaju).
Filho de professores de escola pública e com três irmãos, a partir do segundo semestre ele terá de assistir às aulas no campus de Aracaju da federal. No sábado (31), ele fará o trajeto até a instituição pela primeira vez com seus pais para se matricular.
Se ele tem medo de ser escolhido para os trotes por conta da idade, ele diz que não e mostra firmeza na voz ao afirmar que está preparado para enfrentar a vida universitária. "A diferença de idade não é nada que me impeça de estudar."

Treino foi segredo
Aluno do Colégio Estadual Murilo Braga, José Victor conta que ia para a escola pela manhã e durante o restante do dia estudava com ajuda da internet, onde encontrava videoaulas e exercícios.
"Eu resolvi muitas questões do Enem. Quando cheguei na prova estava tranquilo porque conhecia muito bem o exame", diz.
Toda a dedicação aos estudos era, em princípio, para ter condições de chegar ao fim do ensino médico com sua vaga em um dos cursos mais concorridos no ensino superior.
"Eu sabia que queria de fato estar preparado para o Enem, mas não achei que me sairia tão bem este ano."
Para pular dois anos e frequentar a faculdade, seus pais tiveram de pedir na Justiça o direito de que ele fizesse um exame de proficiência para conseguir o diploma do ensino médio.
Com o aval do juiz da Comarca de Itabaiana, Alberto Romeu Gouveia Leite, o garoto enfrentou quatro horas de prova para fazer 120 questões e uma redação na tarde de quarta-feira (28) e foi aprovado. 

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