Ataques aumentam enquanto o presidente Joe Biden pressiona o Congresso por reforma em lei sobre posse de armas de fogo
29 de abr de 2021 às 14:24
O país mais afetado pelo coronavírus também sofre de outra pandemia: a violência armada. Um levantamento conduzido pela organização Gun Violence Archive mostrou que, só no ano de 2021 até agora, os Estados Unidos registraram quase 150 tiroteios – uma média de mais de um por dia.
"A definição para tiroteio, nesta pesquisa, são ataques que matam ou ferem quatro ou mais pessoas, além do próprio atirador", explica ao Brasil de Fato o professor de direito da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) Eugene Volokh, especialista no assunto.
Ainda de acordo com a organização, ataques à mão armada estão em franca escalada no país, e, só no ano de 2020, cerca de 20 mil pessoas foram assassinadas por armas de fogo, o maior número das últimas duas décadas.
Para além do recorrente argumento de que a alta incidência deste tipo de violência em território norte-americano esteja ligado ao fácil acesso às armas no país, Volokh propõe um novo olhar – um que avalie a cultura e a história dos Estados Unidos.
"Em alguns países europeus, onde a realidade econômica se aproxima da dos Estados Unidos, temos casos de alta posse de armas e alto homicídio, baixa posse de armas e baixo homicídio, alta posse de arma e baixo homicídio, como na Suíça, por exemplo", expõe o professor.
"Acho precipitado, portanto, fazer essa associação direta entre oferta e arma e mortalidade, mas é fato que os EUA sofrem com esse tipo de violência. Talvez isso esteja mais conectado à cultura local, ao policiamento ou até à forma como as gangues se comportam por aqui", completa.
Se, por um lado, Volokh evita apontar uma única causa, por outro não faz rodeios ao caracterizar como "absurdo" o número de armas presente nos Estados Unidos. "Temos mais de 400 milhões de armas de fogo, mais de uma por habitante, e elas não vão a lugar algum", diz.
Fonte: https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/69519/estados-unidos-registram-mais-de-um-tiroteio-por-dia-em-2021-aponta-relatorio
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