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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Pobre "desterro"



Fazia algum tempo que não me aventurava a caminhar pelo centro de Florianópolis, pela manhã.

Fi-lo recentemente e levei um susto: muito lixo, gente jogada pelas calçadas e sob as marquises, um cheiro insuportável de mijo, o caos. 

Como se já não bastassem os "miasmas" horrorosos exalados pela estação de tratamento de esgotos construída pelo Kleinubing e o cheiro nauseabundo de cocô que se "alevanta"na Beira-mar que o Gean Loureiro diz está a caminho da balneabilidade!!!

Atacou-me uma tristeza imensa ao ver quadros tão desumanos, na terra em que se canta as belezas naturais. 

Por acaso, as pessoas não deviam fazer parte da nossa tão decantada beleza? 

Até grande parte da nossa juventude está a parecer um amontoado de trastes velhos. Roupas rasgadas (de propósito, para estar numa moda ridícula e afrontar os conservadores), cabelos de cores berrantes, penduricalhos na cara (e, sabe-se muito bem, em outros pontos mais íntimos), parecendo porcos em que colocaram garnéis (aqueles arames nos focinhos furados), corpos belos, porém desnaturados por tatuagens ridículas, que os maculam  de maneira irreversível. 

Como dizia minha avó Adelaide: "que tristeza para uma mãe" ver tais aberrações, praticadas em nome da liberdade individual. 

Algumas (ou muitas) pessoas perderam, por conta do exercício exacerbado da liberdade, o senso de ridículo, expondo-se de modo a tornar-se até asquerosas, ou, melhor dizendo, repugnantes.

De outro lado, uma verdadeira horda de pregadores evangélicos alucinados, manejando e interpretando Bíblias das formas mais radicais possíveis, ameaçando os "despudorados" e pecadores  com castigos divinos e apontando como solução a opção religiosa, de sorte a atrair os mais incautos dispostos a contribuir com o dízimo, que certos bispos irão gabar-se de usar para desfrutar até de banheiras de ouro.

Acudiu-me à lembrança um texto de autoria de KATHERINE ANNE PORTER (A nau dos insensatos - Edit. Círculo do Livro S. A./SP/1973):  

O ar já não era ar, mas um vapor ardente e pegajoso de suor, sujeira, comida rançosa, lixo, andrajos e excrementos: o miasma da pobreza. (p. 79).
Miasmas da pobreza material, mas, sobretudo, da pobreza de espírito. 

Parece que, em breve, retornaremos a usar o nome de Desterro, lugar desprezível, de tanta gente marcada  pela desgraça e pela insânia, que está a "aportar" (opa!!! nosso porto há muito não existe, só um luxuoso Aeroporto) por aqui.  (atentou para a cacofonia?)

E acabei refletindo sobre outra questão: a Constituição Federal (art. 225) diz - e serve de base para um universo imenso de leis menores, que temos (as gerações atuais e futuras) - que todos temos direito de desfrutar de meio ambiente saudável. 

Pois, ante o quadro descrito, quem irá intervir: a FLORAM, o IMA, o IBAMA, O ICMBIO, a Polícia Ambiental, o Ministério Público Estadual ou o Federal, de modo a nos assegurar o retorno da salubridade perdida?

Um comentário:

I.A.S. disse...

Estou aguardando os urros raivosos de todas as ideologias. Da ultradireita fascista (que já começou a apontar o dedo para os governos petistas, dizendo-os responsáveis, embora o partido nunca tenha governado o Estado de SC, ou a nossa cidade) à esquerda, que irá me crucificar.