ter., 1 de junho de 2021 9:32 AM
Presidente do Patriota destinou dinheiro público da legenda ao próprio bolso e ao menos para 10 familiares
Segundo prestação de contas do partido, R$ 1,15 milhão da verba do fundo partidário foi usado para pagar salários de Adilson e familiares
Flávio Bolsonaro se filiou ontem ao partido e presidente Jair Bolsonaro também pode se filiar à legenda
Adilson Barroso, presidente do Patriota, partido que pode receber o presidente Jair Bolsonaro, destinou dinheiro público da legenda ao próprio bolso e para ao menos dez familiares, incluindo a atual mulher, a ex-mulher, irmãos, filha, cunhada e sobrinhos.
Segundo as prestações de contas do Patriota relativas aos anos de 2017 a 2020, R$ 1,15 milhão da verba pública do fundo partidário foi usado nesses anos para pagar o salário do próprio Adilson e dos parentes. As informações são da Folha de S. Paulo.
No ano passado, o presidente do partido recebeu uma remuneração partidária de R$ 225 mil, com um contracheque mensal de R$ 25 mil. Ao todo, foram repassados R$ 21 milhões ao Patriota em 2020.
O fundo partidário é dinheiro que sai dos cofres públicos para gastos do dia a dia dos partidos, em valores proporcionais ao desempenho de cada uma delas nas eleições gerais para deputado federal.
Depois de Adilson, o maior salário da família é o da atual mulher dele, Cassia Freire Sá, com R$ 112 mil ao ano. Em seguida vem o irmão Aguinaldo Barroso de Oliveira, com R$ 92 mil ao ano, de acordo com a prestação de contas de 2020.
Depois, vem uma cunhada, Andressa Nabarro, com salários que somam R$ 56 mil ao ano, seguida de Rute Ferreira de Lima Oliveira, ex-mulher de Adilson, que recebe R$ 50 mil ao ano.
Também são pagos com os recursos públicos a filha Fabiana Barroso, com salário anual de R$ 47 mil, e um sobrinho, Willian Oliveira do Amaral, com R$ 48 mil ao ano. Em anos anteriores, a lista de pagamento do Patriota tinha ainda ao menos outros quatro familiares de Adilson.
Conforme revelou a Folha, em 2019, dinheiro do fundo partidário do Patriota foi usado para aquisição de cinco carros, entre eles uma Mitsubishi Pajero Sport zero quilômetro, de R$ 260 mil. No total, o partido desembolsou R$ 644 mil de verba pública na compra de carros naquele ano.
Flávio Bolsonaro se filiou ao Patriota
O Patriota recebeu na segunda-feira (31) a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ) e agora aguarda a chegada do presidente Jair Bolsonaro.
Publicação de Bolsonaro em uma rede social
Na convenção nacional do partido, realizada por videoconferência na segunda, o presidente do Patriota, Adilson Barroso, afirmou que Bolsonaro aceita se filiar à legenda “sem pedir uma bala” em troca.
Mas a possível filiação do presidente tem causado disputas internas na sigla. Uma ala, liderada pelo vice-presidente da legenda, Ovasco Resende, e pelo deputado Fred Costa, alegam que houve retirada forçada de integrantes do diretório e de delegados nacionais para que o dirigente da legenda tenha a maioria.
Com isso, abre-se caminho para a “entrega” do Patriota a Bolsonaro.
“Se vocês [ala contra Adilson] pegassem o partido, ele [Bolsonaro] não vinha nem se desse o mundo para ele. Mas graças a Deus ele vem hoje para o partido por causa da amizade sem pedir uma bala”, disse no evento de hoje.
Flávio Bolsonaro se desfiliou do Republicanos na semana passada e afirmou que seguiria para o partido que seu pai escolhesse.
"É um partido maravilhoso. Tenho certeza que vamos caminhar juntos em 2022. Nós temos tudo nas mãos, tudo. Temos o povo do nosso lado para fazer do Patriota o maior partido do Brasil. Se Deus quiser, a gente passa de nove deputados hoje para bancada de 50, 60", declarou Flávio no evento.
Adilson Barroso declarou que fará o convite oficial a Bolsonaro para se filiar à legenda.
“Já peço que me conceda amanhã ou depois com teu pai para fazer esse convite pessoal e nós vamos ouvi-lo. Gostaria de fazer, como presidente nacional, o convite oficialmente para ele vir ao Patriota“, disse.
Flávio afirmou que fará o possível para que o pai seja o mais novo filiado.
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