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sábado, 17 de dezembro de 2022

Um caso típico de publicidade opressiva, de parte a parte?

Sem dúvida, penso que ele deve ser julgado, com direito ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório. A pior situação é ser acusado pelas mulheres - e são sete - na mídia e não poder exercer o direito de defesa, regularmente.
A palavra das vítimas deve ter um peso preponderante, mas nunca ser a única prova admitida, como se costuma fazer em sede Lei Maria da Penha, muitas vezes. 
O direito à ampla defesa é o cerne de qualquer democracia e nenhuma lei ordinária pode ser valorizada a ponto de se desprezar os princípios de direito agasalhados na Constituição, ou a segurança jurídica irá definitivamente para a lata do lixo.
Que ele pague pelos crimes que lhe imputam, caso se apure a veracidade das acusações, mas após esgotadas todas as chances de recurso previstas nas leis processuais. Que a grita das vítimas não seja usada para formar um convencimento prévio e precipitado, com prejuízo ao direito de ampla defesa,  é fundamental. 
Nada de "verdade sabida", resultante de notícias midiáticas, sensacionalistas e que configuram a reprovável publicidade opressiva, situação abjeta, desumana. Tão desumana quanto o suposto comportamento dele, que precisa ser provado de maneira irrefutável, todavia.
E, de outro lado, se as mulheres se uniram, de maneira escabrosa, para acusá-lo indevidamente - o que é mais difícil de se acreditar, convenhamos - que paguem pela denunciação caluniosa, obviamente após exercerem o mesmo direito à ampla defesa.

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Caso Melhem × Calabresa: a reviravolta e as exceções que confirmam a regra

Publicado por Nathalí Macedo
- Atualizado em 16 de dezembro de 2022 às 12:31


Marcius Melhem e Dani Calabresa Divulgação/TV Globo/Reprodução Instagram/Veja SP


Dois anos após o caso Melhem X Calabresa rolar na justiça sem desfecho, a Veja teve acesso a provas que conduzem à inocência do diretor.

Acusado pela humorista e mais sete atrizes de assédio sexual, Melhem foi afastado da Globo e cancelado previamente pela opinião pública.

Agora, a Veja revela provas bombásticas – como fotos e conversas de WhatsApp – que tornam incoerente a versão de Dani.

Existem também provas e testemunhos que colocam em xeque as histórias das denunciantes no inquérito da Deam.

É bom lembrar, no entanto, que Melhem ainda não foi sequer indiciado, o que significa dizer que as investigações policiais ainda não começaram.

Para além disso, não se pode criar, a partir de casos isolados, uma cultura de ainda mais descredibilização para as mulheres.


São sete mulheres acusando um homem, contra as provas de uma revista, provas estas que, tecnicamente, só serão provas uma vez averiguadas em uma investigação policial.

A sociedade certamente crucificará, cedo demais, Dani Calabresa e as outras denunciantes, mas eu me recuso a fazer isso antes da hora.

Com ou sem matéria da Veja, diante das acusações de SETE mulheres, Melhem deve ser investigado.

Não julgado ou achincalhado – mas investigado.

É assim que um país sério trata suas mulheres.

Uma pena estarmos no Brasil.

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