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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sustentabilidade: sustentar lucros, preservar privilégios e conservar poderes


Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira (1932)
"Para que a revolução verde decole, será fundamental a construção de ecossistemas de inovação que resultem em parcerias público-privadas simbióticas em vez de parasitárias." (Mariana Mazzucato, economista da Universidade de Sussex, no Reino Unido)

Muitos economistas neoliberais, no Brasil e no mundo, estão vestindo a beca de ambientalistas. Junto com eles, jornalistas, acadêmicos e políticos conservadores, que agem sorrateiramente em benefício do grande capital especulativo e das finanças internacionais ganham cada vez mais espaço nas decisões econômicas e sociais.

São os arautos da sustentabilidade, do marketing verde e da economia socioambiental. Balela. Querem somente lucrar com créditos de carbono e participar, com o máximo de vantagens, dos lucros decorrentes da próxima revolução tecnológica já em curso, que será direcionada ao desenvolvimento de tecnologias verdes. São representantes da direita conservadora e do capital financeiro disfarçados de ecologistas. Estão infiltrados principalmente nas universidades, nos grandes meios de comunicação, nas organizações não-governamentais e nas classes políticas. 

Conservadores que querem tudo conservar, exceto o já combalido meio ambiente, que pode entrar em colapso à vontade, desde que seus interesses econômicos sejam conservados. Todo cuidado é pouco. A próxima revolução tecnológica que está a caminho não poderá ser como a revolução digital, cujos maiores investimentos foram públicos mas a totalidade dos resultados privados. A próxima revolução tecnológica terá de ser, além de sustentável, includente. E isso só poderá ocorrer via decisões políticas responsáveis. O mercado por si só não promoverá a distribuição justa dos resultados. Ao contrário, irá apropriar-se de todos os ganhos de produtividade relativos às novas tecnologias, e devolverá à sociedade somente o mínimo exigido por lei.

Será um grande desperdício se, assim como aconteceu na revolução digital, as empresas líderes da revolução verde criarem apenas novos bilionários carismáticos, com empresas quase monopolistas, sediadas em paraísos fiscais e com suas plantas produtivas localizadas em países onde são permitidos trabalho quase escravo. Tudo isso sem nenhuma contrapartida social relevante. Apenas parasitismo. Para que a sustentabilidade não seja mais um eufemismo para sustentar lucros, preservar privilégios e conservar o poder, a sociedade precisa exigir um papel firme do Estado no desenho das políticas públicas do setor. Política ambiental sem inclusão social é uma espécie de fascismo econômico. Inclusão social sem política ambiental é uma espécie ignorância política. Não precisamos mais de fascistas de nehum tipo na história do Brasil.

fONTE: https://ulyssesferraz.blogspot.com.bR

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