Ser julgada por meras convicções, não transformadas em atos concretos que efetivem práticas nazifascistas é algo repugnante.
Querem coartar até a liberdade de pensar, isto depois de darem oportunidade a Bolsonaro, durante a campanha, de expor suas ideias favoráveis à tortura, dentre outras tão "exóticas" quanto.
Menos, sionistas radicais. Até agora ela não fez apologia ao nazismo, nem questionou a Shoá. Até onde ela considera verdadeiras as notícias sobre o Holocausto é questão de foro íntimo. Ela sequer se porta como revisionista declarada.
Penso, aliás, que não há verdade absoluta, nem mesmo sobre a dimensão da shoá e suas terríveis consequências.
Todas as notícias históricas devem ser vistas "com temperamentos", mormente a versão ofertada ao conhecimento público pelos vencedores.
Esclareço que não votei, nem votaria nela, mas não me convenço do direitos das entidades judaicas de obrigá-la a manifestar-se sobre o tema.
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Publicado em 28 outubro, 2020 6:29 pm
Com afastamento de Carlos Moisés, Daniela Reinehr assume interinamente o governo de Santa Catarina Foto: Divulgação/ Facebook
Organizações judaicas criticaram nesta quarta-feira a governadora-interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido), por ela ter se recusado a responder o que pensa sobre o nazismo. No dia anterior, no evento em que tomou posse para substituiro governador afastado Carlos Moisés (PSL), ela foi perguntada sobre o assunto pelo repórter Fábio Bispo, do site “The Intercept Brasil”.
José Altair Reinehr, pai da governadora e professor de História, já escreveu textos relativizando o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Nas redes sociais, há relatos de pessoas que tiveram aula com Altair e afirmaram que ele defendia ideias neonazistas em sala.
Questionada se poderia se declarar antinazista e contra as ideias defendidas pelo pai, Daniela Reinehr tergiversou. Ela respondeu que acabava de ser julgada e absolvida por atos de terceiros e que esperava, dali em diante, ser responsabilizada apenas pelos atos próprios, referindo-se ao processo de impeachment do qual se livrou.
— Eu realmente não posso responder, ser julgada ou condenada pelo que esse ou aquele pense. Independente do seu pensamento, eu respeito as pessoas, os direitos individuais e as liberdades. Qualquer regime que vá contra o que eu acredito, eu repudio — respondeu ela.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Associação Israelita Catarinense (AIC) divulgaram um comunicado conjunto declarando serem “preocupantes” os relatos de que o pai da governadora “é simpatizante do nazismo e do genocida Adolf Hitler”.
“A governadora deve, de forma veemente, manifestar sua repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto. É importante que ela se pronuncie sobre o assunto e demonstre de forma inequívoca sua rejeição às ideias que levaram ao extermínio de 6 milhões de judeus inocentes, além de outras minorias e adversários políticos e provocaram uma guerra que devastou a humanidade”, diz a nota, assinada por Fernando Lottenberg, presidente da Conib, e Sergio Iokilevitc, presidente da AIC.
A organização Judeus pela Democracia se manifestou no Twitter. “Daniela Reinehr diz que deve ser julgada por suas convicções e não de seu pai (assumido nazi), mas até agora não as expôs. Quando perguntada, foge. É antinazista? Nega o holocausto? Fato é que hoje no Brasil, a governadora é incapaz de responder diretamente às perguntas acima”.
(…)
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/entidades-judaicas-criticam-governadora-de-sc-por-se-negar-a-dizer-o-que-pensa-sobre-ideias-nazistas-relacionadas-ao-pai/
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