Durante eleições locais de 2015, Geert Wilders chamou marroquinos de 'lixo'; ele enfrenta possível pena de até um ano e multa de até € 7.400
Teve início nesta sexta-feira (18/03), em Amsterdã, o julgamento do líder da extrema-direita holandesa Geert Wilders, acusado de incitar o ódio contra a comunidade marroquina do país, por meio de comentários preconceituosos que fez em março de 2015, durante as eleições locais.
“A liberdade de expressão não é absoluta, ela está ligada a obrigações e responsabilidades. Racismo e ódio a estrangeiros constituem uma violação direta à liberdade, democracia e ao poder da lei”, disse à imprensa um dos promotores do caso, Wouter Bos.
Agência Efe
Geert Wilders durante julgamento nesta sexta; ele é acusado de incitar ódio contra comunidade marroquina na Holanda
A liberdade de expressão é o principal argumento da defesa do político, que enfrenta uma possível pena de até um ano e uma multa de até € 7.400 (mais de R$ 29.600). Ele acredita que o julgamento possui motivações políticas. “Ninguém irá me silenciar. Nenhuma ameaça terrorista, nenhum primeiro-ministro, nenhum tribunal”, escreveu ele no Twitter ontem.
Wilders também afirma não “guardar rancor” contra imigrantes que aceitam as leis e os costumes holandeses. Ele também argumenta que nunca defendeu a violência contra a comunidade marroquina no país, que equivale a 2% de toda a população da Holanda. O país tem 17 milhões de habitantes.
On my way to court in police escort. No one will silence me. No terrorist, no prime minister and no court either.— Geert Wilders (@geertwilderspvv) 18 de março de 2016
Durante as eleições locais holandesas, realizadas em março de 2015, Wilders perguntou aos frequentadores de seu comício se eles queriam mais ou menos marroquinos na Holanda, ao que a multidão respondeu "menos". Em seguida, Wilder teria dito, sorrindo, que ele “cuidaria” disso caso fosse eleito. O então candidato também chamou os marroquinos de “lixo” durante entrevista a uma emissora local.
Esta não é a primeira vez que Wilders enfrenta julgamento por seus comentários preconceituosos. Em 2011, o líder da extrema-direita queria propor um imposto para os “cabeças de toalha” (muçulmanos) e comparou o Corão (livro sagrado do islamismo) à autobiografia de Hitler, “Mein Kampf” (minha luta).
O político, que faz parte do Partido para Liberdade (fundado por ele mesmo), foi absolvido desse primeiro caso pois, segundo as autoridades, ele estava se referindo a uma religião e não a uma raça, o que não é considerado crime na Holanda.
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