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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Jean-Marie Le Pen defende o acordo do líder do Regime de Vichy com os nazistas.


 








O ex-líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, afirmou em um livro de memórias, que o líder da França, Philippe Petain, não ficou envergonhado ao assinar o armistício de 1940, que permitiu que as forças nazistas ocupassem o norte do país.

Petain "era legal e legítimo", afirmou o co-fundador do partido da Frente Nacional (FN) e pai da atual líder, Marine Le Pen, no livro “Fils de la Nation" (Filho da Nação), o primeiro volume de suas memórias, que será publicada no fim do mês.

O Marechal Petain, herói da Primeira Guerra Mundial, com mais de 80 anos na época, anunciou a rendição da França à Alemanha nazista, em 17 de junho de 1940. Ele liderou durante quatro anos, o Regime de Vichy, no centro e no sul do país. Enquanto isso, os nazistas ocuparam o Norte, incluindo Paris.

O regime de Vichy colaborou com a implacável campanha contra os judeus.




O chefe de Estado francês, Philippe Petain, aperta a mão de Adolf Hitler,
em Montoire-sur-le-Loir, em 24 de outubro de 1940.


Com Petain, o regime de Vichy matou 15.000 pessoas e ajudou a deportar cerca de 80.000. Nas exposições mais infames da colaboração do regime com os nazistas, mais de 13.000 judeus, incluindo 4.000 crianças foram presas em Paris, em 1942, a pedido das autoridades nazistas.

"Sou a favor de discutir sobre a política de colaboração, as falhas e os excessos, desde que possamos examinar essas falhas e os excessos de todos", escreveu Le Pen, de acordo com um pequeno trecho do livro, publicado esta semana.

“Quando o General Charles De Gaulle lançou a Resistência Francesa, em 18 de junho de 1940, rapidamente percebi que para os Gaulistas, o inimigo estava mais em Vichy do que em Berlim", escreve Le Pen.

Le Pen, que em 1972, foi o co-fundador da Frente Nacional de extrema direita, acrescentou que De Gaulle "permanece como uma terrível fonte de sofrimento para a França". Ele também destaca que “quando o viu pela primeira vez, em 1945, ele era muito feio”. Le Pen disse “que ele não parecia um herói, pois um verdadeiro herói deveria ser bonito”. O ex-líder foi da FN condenado por comentários antissemitas e xenófobos.

Ele foi retirado da Frente Nacional, em 2015, por suas opiniões sobre as câmaras de gás nazistas e quando chamou o Holocausto de um "detalhe da história", visando defender o regime de Vichy.

Um tribunal francês decidiu, no ano seguinte, que ele deveria ser autorizado a permanecer como o presidente de honra do partido.



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