Simples. Porque trazem tais atividades pensamentos ousados, atrevidos, perigosos, revoltosos, capazes de mexer com o status quo, de alterar os perímetros da zona de conforto em que se encontram as classes dominantes.
Permitir a expansão livre da cultura significa criar oportunidades para o questionamento livre do sistema que domina, humilha, explora e sacrifica as massas.
JOÃO DO RIO, na deliciosa obra A alma encantadora das ruas, assim se manifestou:
A Revolução Francesa, que todos teimam em considerar a base do mundo, começou por modas satíricas contra Luís XIV, Richelieu e Mazarino, acentuou-se contra os favoritos de Luís XV, tornou-se brasa, látego, fogo, vergasta quando Maria Antonieta enfeitara carneirinhos nos prados cuidados, explodiu em quadras e estribilhos que lembram o embate de cargas de baionetas e afinal concluiu numa canção guerreira, a Marselhesa, que não se ouve sem se sentir a irresistível emoção do triunfo, da vitória, da apoteose.
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